Defesa da democracia já não basta para conter a força do populismo de direita

Populismo - Tempo de Política

Populismo da extrema-direita é um fenômeno na Europa

Maria Hermínia Tavares
Folha

Jair Bolsonaro perdeu as eleições — e seu golpe de Estado deu chabu. Ele não poderá disputar cargos públicos até 2030, além de ter contas pendentes com a Justiça que poderão deixá-lo fora do jogo, sabe-se lá por quanto tempo.

O que o mantém vivo na política, além de parcela da opinião pública, são a sua conspícua família e o espaço que lhe concedem, não sem ambiguidades, aqueles que à sua sombra se elegeram governadores, senadores e deputados.

MESMO DESTINO – Mas é possível que seu prestígio e sua liderança no campo da direita declinem. Nesse caso, terá destino semelhante ao de líderes populistas derrotados nas urnas mundo afora, em proporção maior dos que permanecem no poder e corroem a democracia por dentro.

Outra coisa é a presença, na vida pública brasileira, do populismo de extrema direita, cuja permanência de certa forma independe do que possa ocorrer com o ex-capitão.

Tratando do fenômeno na Europa, o cientista político americano Larry Bartels, em “Democracy Erodes from the Top” (“A Democracia Desaba a Começar do Topo”, em tradução livre), chama a atenção para a existência de reservatórios de sentimentos e atitudes do público que abastecem o populismo de direita.

RESERVATÓRIO – São estáveis ao longo do tempo, mudam pouco de tamanho e só ganham importância política quando líderes se dispõem a explorá-los para ganhar eleições.

No Brasil, o reservatório é grande, antigo e fundo. É formado pela rejeição aos políticos profissionais —e às elites em geral— uns e outras irremediavelmente corruptos; pela desconfiança das instituições representativas; pelo anseio de segurança e ordem que alimenta o aplauso a políticas de mão dura contra o crime; e, ainda, por valores reacionários em matéria de educação, religião e família.

Anos a fio, diferentes combinações desses sentimentos foram mobilizadas por populistas de direita como Jânio Quadros, Paulo Maluf, Fernando Collor e Bolsonaro, sem falar nas centenas de políticos que seguem povoando os governos locais, as Assembleias Legislativas e o Congresso Nacional, atulhados de pastores e pastoras, delegados de polícia, cabos e coronéis aposentados.

OUTRA REALIDADE – A diferença em relação ao passado é que hoje os sentimentos a avolumar o reservatório são alimentados por uma multiplicidade de organizações da sociedade civil —laicas e religiosas—, por núcleos que produzem interpretações do que foi ontem e do que é hoje e pelo uso habilidoso das redes sociais.

Embora imprescindível, a defesa da democracia já não basta para conter a força do populismo de direita e assim evitar a tragédia periodicamente encenada com diferentes elencos.

Direita cresce no Brasil, porque a esquerda petista é de uma incompetência absoluta

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Charge do Duke (O Tempo)

Carlos Newton

A política é uma atividade apaixonante e absolutamente necessária, desde a época em que os seres humanos passaram a viver gregariamente, aos bandos. A vida foi mudando, especialmente no século passado, que registrou o maior avanço tecnológico da humanidade, chegando a um espantoso nível de conhecimento, que infelizmente ainda não beneficia a todos.

A população mundial é de aproximadamente 8,1 bilhão de pessoas e a maior parte dela se concentra em apenas dois países – China e Índia, que juntos têm quase 3 bilhões de habitantes. Depois, vêm os Estados Unidos, com 354 milhões; a Indonésia, 278 milhões; o Paquistão, 237 milhões; a Nigéria, 218 milhões e o Brasil, com 203 milhões, em números aproximados. E A Europa inteira tem quase 600 milhões, apenas.

POBRES PARA SEMPRE – Os estudos sociais da ONU mostram que a fabulosa evolução tecnológica pouco representou em termos de distribuição de renda e riquezas.

De acordo com o relatório de 2023, 1,1 bilhão de pessoas vivem em pobreza multidimensional aguda em 110 países. A África Subsaariana (534 milhões) e o Sul da Ásia (389 milhões) abrigam aproximadamente cinco em cada seis pessoas pobres.

E a política? Bem, caberia aos governantes e líderes políticos enfrentar o problema da miséria e da fome, mas ninguém liga para os países pobres, é melhor fingir que não existem. A cada ano são feitos relatórios, as situações de guerras ou epidemias movimentam alguns recursos humanitários, e não passa disso.

DIREITA E ESQUERDA – Neste desprezo à solidariedade humana, as facções de direita e esquerda se equivalem, a imobilização assistencial ainda é marca registrada da humanidade, sem distinção ideológica.

Agora, constata-se que a direita está muito crescendo no mundo. Nos países europeus e nos Estados Unidos, o motivo é semelhante – a imigração dos miseráveis. Na Europa, os imigrantes começaram a ser aceitos devido à queda no número de habitantes e à necessidade de mão-de-obra para os trabalhos mais árduos e aviltantes.

Por onde entra um boi, passa a boiada, e hoje a imigração e os problemas raciais se tornaram praticamente insolúveis, uma espécie de vingança dos povos explorados que hoje pressionam na Europa seus antigos colonizadores.

E O BRASIL? – Nos Estados Unidos e na Europa, essa realidade é bem conhecida, os imigrantes vivem em guetos, porque não há miscigenação racial como no Brasil. Nesses países desenvolvidos floresce uma direita que não se pode considerar fascista ou nazista, porém é racista, com toda certeza.

Nos Estados Unidos, o repúdio à imigração também fortalece a direita e daqui a pouco Donald Trump volta a falar naquele muro da fronteira com o México.

E no Brasil, por que esse crescimento da direita? Bem, aqui é tudo diferente, com uma explicação mais simples. A direita cresce no Brasil porque a esquerda fracassou inteiramente, conduzida por um falso líder como Lula da Silva, um sindicalista cooptado pelo regime militar e que era conhecido por “Barba”. Portanto, podemos até dizer que Lula é o Cabo Anselmo que deu certo.

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P.S.
Pessoalmente ou encarnado na entidade Dilma Rousseff, Lula desfruta do poder já na quinta gestão e ainda não conseguiu resolver nem mesmo o problema dos sem-terra, que depende apenas de desapropriar terras improdutivas e instalá-los. Apenas isso. É desanimadora a ineficiência da esquerda. É por isso que a direita está nadando de braçada, enquanto Lula pensa (?) que já está reeleito em 2024. (C.N.)

PSDB, um partido em extinção que não está tendo choro nem vela

Sávio Barbosa - Tucanos à deriva em Belém.

Charge do Cazo (Arquivo Google)

Elio Gaspari
O Globo/Folha

Fechada a janela que permitia migrações partidárias, o PSDB definhou. Perdeu todos os oito vereadores que tinha em São Paulo, a cidade onde nasceu e no estado que governou por 27 anos. Em São Paulo e em 11 outras capitais o PSDB não terá candidato a prefeito. É um caso raro de derrocada de um partido durante um período de liberdades democráticas.

Um dia essa derrocada será mais bem estudada, mas, ao lado do PT, o tucanato foi um partido que, bem ou mal, teve atividade cerebral além do aparelho digestivo.

SOCIAL-DEMOCRATA – Definhou aos 36 anos depois de ter governado o Brasil de 1995 a janeiro de 2003. Sob a liderança de Fernando Henrique Cardoso, restabeleceu-se o valor da moeda, modernizou-se a economia e cimentou-se o regime democrático brasileiro.

Esse partido nasceu de uma costela (a melhor) do velho MDB, onde estavam políticos com ideias novas, moderadas e práticas. Era o tucanato de Franco Montoro, FHC, Mário Covas e Tasso Jereissati, um jovem de 39 anos ao assumir o governo do Ceará, em 1987. Intitula-se Partido da Social Democracia Brasileira e foi de fato um momento social-democrata na vida nacional.

No seu apogeu, nos anos de FHC, o PSDB teve como rival o Partido dos Trabalhadores, e o Brasil vivia o conforto de uma disputa entre sociais-democratas e matizes da esquerda. Ao tempo da Revolução Francesa, a política parecia dividida entre a Montanha (mais radical) e a Planície (mais moderada), até que essa turma foi chamada de Pântano.

TRÊS PARTIDOS – Durante o tucanato, qualquer brasileiro sabia a força de três partidos, o PSDB, o PMDB e o PT, com alguma noção do que cada um deles significava.

Coincide com o definhamento do PSDB uma feira onde há 29 partidos. Salvo o PT, nenhum tem identidade programática.

O Partido Liberal, que hospeda Jair Bolsonaro, tem a maior bancada de deputados e ganha uma estadia em Budapeste quem souber o que ele representa, além do antipetismo.

Está na hora de superar a intolerância e praticar uma política mais fraternal

Das palavras e sentidos: diferença e intolerância - Jornal A Semana

Charge do Genildo (Arquivo Google)

Pablo Ortellado
O Globo

Na véspera da Páscoa, o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) publicou uma imagem no perfil do grupo no Instagram. Nela, Jesus aparece crucificado enquanto três soldados romanos olham para a cruz e comentam: “Bandido bom é bandido morto”. A publicação gerou uma ruidosa controvérsia na internet, com a direita acusando o MTST de chamar Jesus de bandido.

O conflito de interpretação na base da celeuma lembra outra controvérsia, no auge da pandemia, quando bolsonaristas criticando o passaporte vacinal foram acusados de promover o nazismo.

NA MESMA LINHA – Logo depois da publicação do MTST, o senador Ciro Nogueira, do PP, disse numa rede social que o MTST comparava Jesus “com um ‘bandido’”. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou que Boulos “prega intolerância religiosa no dia mais triste da tradição cristã”.

A deputada Carla Zambelli, diziaque o MTST “vilipendia a fé cristã”. O pastor Silas Malafaia, que a esquerda “odeia o cristianismo”. E o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, chamou a imagem de “sacrilégio”. Uma enxurrada de comentários de cidadãos de direita nas mídias sociais foi na mesma linha.

Por um momento, parecia que lideranças de direita distorciam maliciosamente a mensagem da publicação do MTST para atacar Guilherme Boulos, ex-líder do movimento e candidato a prefeito de São Paulo. Mas quem quer que tenha conversado na última semana com gente de direita sabe que a interpretação de que a publicação do MTST ataca o cristianismo é dominante.

OUTRA VISÃO – Para qualquer um de esquerda, a mensagem era bastante evidente: sugeria que o modo de pensar punitivista, que se expressa na máxima “bandido bom é bandido morto”, levou a respaldar a crucificação de Jesus.

Tratava-se de uma denúncia desse modo de pensar e de uma sugestão de que o punitivismo é anticristão. Quando foi atacado pela publicação, o MTST reagiu sugerindo a leitura de Lucas: 23, passagem em que Pilatos e Herodes discutem a punição de Jesus.

Como uma crítica ao punitivismo pode ser lida como ataque ao cristianismo? Antes de responder à pergunta, vale a pena resgatar outro episódio em que uma grande divergência de interpretação virou do avesso o sentido original de uma ação.

TUMULTO NA CÂMARA – No dia 20 de outubro de 2021, a Câmara Municipal de Porto Alegre discutia o veto do prefeito da cidade à adoção do passaporte vacinal para o acesso a eventos desportivos. Um grupo de ativistas contrários à obrigatoriedade da vacina contra a Covid-19 foi ao local protestar.

Houve tumulto, empurra-empurra e confusão. O presidente da sessão pediu para os manifestantes se retirarem, sob a alegação de que um dos cartazes fazia apologia ao nazismo. Pouco antes, manifestantes também foram acusados de racismo ao comparar uma vereadora negra a uma empregada doméstica.

O cartaz em questão continha uma suástica no centro e comparava o passaporte vacinal obrigatório ao nazismo. A ativista que o carregava queria dizer que obrigar cidadãos a se vacinar era uma medida autoritária e nazista — como, aliás, ela esclareceu quando foi chamada a depor na delegacia.

EM NOME DO POVO – Na mesma sessão, outro incidente envolveu deslocamento de sentido. A certa altura, uma das ativistas discutiu com uma vereadora negra do PCdoB e disse a ela: “Eu sou o povo. Tu representa a mim. Tu é minha empregada”.

Os ativistas contra a obrigatoriedade da vacina queriam dizer que um representante no Parlamento trabalha para o povo, mas tudo o que os parlamentares de esquerda conseguiram entender foi que eram racistas ao afirmar que uma mulher negra deveria ser empregada (doméstica) deles.

Como um cartaz crítico ao nazismo pode ser lido como apologia e uma manifestação afirmando que um representante eleito deve obedecer ao povo se converteu em ato de racismo?

INTERPRETAÇÕES – Nos três casos — os dois antigos envolvendo o passaporte vacinal e o mais recente do MTST sobre o punitivismo —, o viés de confirmação condicionou a interpretação de expressões do campo adversário a sentidos já atribuídos a eles.

Conservadores acreditam que a esquerda é anticristã. Acreditam que campanhas da esquerda a favor da legalização do aborto minam concepções fundamentais do cristianismo. Por isso, quando veem a publicação do MTST, são imediatamente levados a uma interpretação de que seu sentido é anticristão.

O mesmo acontece na esquerda. Ela acredita que a direita bolsonarista é racista e fascista.

ESTEREÓTIPOS – Quando surge um cartaz com uma suástica, ele é imediatamente lido como apologia ao nazismo. Da mesma maneira, quando um bolsonarista usa a palavra “empregada” para se referir a uma vereadora negra, só poderia ser para promover discriminação.

Estamos muito embebidos nos estereótipos que fazemos de nossos adversários políticos. Está mais do que na hora de baixar a fervura e lembrar que, do outro lado, também existem pessoas de boa-fé.

Essa intolerância toda não apenas fratura o país, também nos deixa cegos e surdos.

Sem elevar receitas e pagando pedágio, o ajuste fiscal simplesmente fracassou

Charge do JCaesar | VEJA

Charge do JCaesar | VEJA

Bruno Boghossian
Folha

Na semana passada, o governo e a Câmara negociaram uma gambiarra para liberar um espaço de R$ 15,7 bilhões no Orçamento. Parte do dinheiro saiu da votação fatiada. Uma parcela engordaria as emendas parlamentares, outra seria usada para desbloquear a verba de ministérios, e um naco era reivindicado para aumentar salários de servidores.

As metas de Fernando Haddad para ajustar as contas do governo sobreviveram enquanto o ministro conseguiu sustentar um arranjo caro. Era preciso equilibrar o veto de Lula a um corte amplo de despesas, controlar o apetite de ministros por mais gastos e pagar pedágios constantes à base que ajudava a manter de pé o plano no Congresso.

O custo político desse acerto se tornou alto demais nos últimos meses. A insistência num modelo de ajuste baseado no aumento de receitas, alguns erros de cálculo de Haddad e a cobiça permanente de integrantes do governo e do centrão ajudam a explicar a decisão do ministro de rever a trajetória fiscal, adiando o aperto das contas do governo.

SEM CORTES – Lula nunca autorizou um ajuste à base de tesouradas. Até aí, o ranger de dentes em quase todos os cantos do mercado financeiro era previsível. Mesmo assim, Haddad se pendurou numa meta considerada ousada para segurar as contas, a partir de um quebra-cabeças de medidas que lhe dariam algum conforto pelo lado da arrecadação.

Cada centavo que pingava no cofre do ministro ressoava no restante da Esplanada e nos gabinetes parlamentares. O som passou a ecoar mais alto no início de um ano com eleições municipais, ameaças de greve no governo federal, popularidade presidencial aos soluços e um Congresso disposto a cobrar sua fatura.

Haddad decidiu afrouxar a meta por puro realismo, é verdade, mas também porque essa seria a única maneira de manter controle sobre o que entra e o que sai daquele cofre. Para azar do ministro, seus colegas no governo e no Congresso já conseguem ouvir o tilintar que os novos números podem proporcionar.

Alcolumbre vai presidir Senado e agravar a disputa institucional com o STF

Senador Davi Alcolumbre avisa STF que direita vai crescer nas eleições de 2026. FOTO Geraldo Magela/Agencia Senado

Apoiado por Pacheco, Davi Alcolumbre é o grande favorito

Vera Rosa
Estadão

O aumento dos atritos entre o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF) preocupa o Palácio do Planalto e a própria Corte. A apreensão, porém, vai muito além das críticas do empresário Elon Musk, dono do X (antigo Twitter), que chamou o ministro do STF Alexandre de Moraes de “ditador brutal” e cobrou o seu impedimento. O foco da atenção, agora, está no Senado e nas disputas que virão.

Favorito para comandar a Casa de Salão Azul, a partir de fevereiro do ano que vem, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) já mandou um recado aos magistrados. Avisou que, se o STF não der “um passo atrás”, a situação pode chegar até mesmo à abertura de impeachment contra algum magistrado, fato que nunca ocorreu nos 133 anos de história da Corte.

NA CASA DE GILMAR – A escalada de ataques ao Supremo foi o prato principal do jantar desta segunda-feira, 15, entre o presidente Lula e os ministros Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e Flávio Dino. Lula chegou à casa de Gilmar, anfitrião do encontro, acompanhado do titular da Justiça, Ricardo Lewandowski, e do chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias.

Na noite desta terça-feira, 16, por exemplo, em mais um sinal de enfrentamento, o Senado aprovou em dois turnos a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que criminaliza o porte de drogas.

A preocupação do presidente, neste momento, não é apenas com a sua reeleição, mas com o fortalecimento da direita no Senado, a partir de 2026, quando haverá a renovação de 54 das 81 cadeiras da Casa. Detalhe: é o Senado, e não a Câmara, que tem a prerrogativa de dar início a um processo de impeachment contra ministros do STF. Além disso, pode causar muito constrangimento à Corte, convocando magistrados para depoimentos.

BOLSONARO FORTE – Pesquisas indicam que, apesar de todas as denúncias que pesam contra Jair Bolsonaro (PL), o ex-presidente tem potencial para eleger número expressivo de senadores, incluindo a ex-primeira-dama Michelle.

Se aliados de Bolsonaro fizerem maioria no Senado, o STF estará em maus lençóis. Lula, por sua vez, teme que o acirramento dos ânimos deixe o País ingovernável. É por isso que ele tem orientado o PT a sacrificar candidatos próprios nas eleições municipais deste ano em nome de alianças para aumentar a bancada de senadores, em 2026.

A campanha dos bolsonaristas no palanque terá como um dos principais motes a reação ao “ativismo judicial”, com críticas ao que muitos chamam de “censura” do STF nas redes sociais e aos inquéritos das fake news e das milícias digitais.

VALDEMAR QUER PAZ – O presidente do PL vê erro de bolsonaristas na estratégia. “Eu acho que podemos chegar a um entendimento e ter paz para todos os lados”, disse à coluna o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.

“Foi um erro nós termos entrado nessa questão do Musk, que está discutindo com o Alexandre. Isso não pode virar um acontecimento político”, emendou ele, numa referência a Moraes. Na avaliação de Valdemar, “nem tudo o que acontece é culpa do Supremo”, pois muitos partidos acionam a Corte “sem necessidade”.

O presidente do PL chegou a ser preso pela Polícia Federal, em fevereiro, por posse ilegal de arma de fogo e guarda de uma pepita de ouro. Moraes mandou soltá-lo.

PL TAMBÉM APOIA – A cúpula do PL, aliás, também vai apoiar Alcolumbre para o comando do Senado. Enquanto a sucessão de Arthur Lira (PP-AL) na Câmara está indefinida, do outro lado tudo caminha para um “acordão” em torno de Alcolumbre, envolvendo até mesmo o PT.

Ex-presidente do Senado e hoje à frente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), ele tem se aproximado cada vez mais da direita. E já comunicou que não vai segurar nada contra o STF.

Diante dessa agonia que não termina, mesmo após mais de 17 meses após o segundo turno das eleições de 2022, seria bom Moraes anunciar logo as punições dos responsáveis pelo vandalismo do 8 de janeiro de 2023. Isso se não quiser deixar a onda golpista contaminar todo o sistema e os culpados virarem salvadores da Pátria mais adiante.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Apenas um adendo à excelente análise da Vera Rosa. Tudo indica que o golpismo já era, não tem a menor possibilidade de acontecer, por uma razão simples – os militares não querem e estão envergonhados por terem querido, a pretexto de evitar a volta de Lula, aquele que não pode ser chamado de ladrão. Apenas isso. (C.N.)

Mais vexame! Musk vai depor na Câmara americana sobre Alexandre de Moraes

Elon Musk e Alexandre de Moraes

Musk vai explicar como Moraes exerce censura no Brasil

Paulo Cappelli
Metrópoles

O empresário Elon Musk vai depor à Câmara dos Estados Unidos, no começo de maio, sobre a atuação do ministro Alexandre de Moraes. A oitiva está prevista para ocorrer até o dia 8 na Comissão de Relações Exteriores. Nela, o bilionário falará sobre o caso que ficou conhecido como “Twitter files”.

Os documentos mostram determinações de Alexandre de Moraes obrigando redes sociais a suspenderem os perfis de políticos e militantes de oposição investigados em inquérito sob relatoria do ministro do STF.

CASOS DE CENSURA – Na visão de Elon Musk e de parlamentares de oposição a Lula, o caso configura “censura” e abuso do Poder Judiciário. Já na opinião de políticos pró-governo e do próprio ministro Alexandre de Moraes, trata-se de medida necessária à manutenção do Estado Democrático de Direito.

Um dos pontos externados por Musk envolve um suposto pedido de Moraes para que o Twitter suspendesse o perfil dos políticos alegando que os parlamentares teriam descumprido termos da plataforma.

Como publicado na coluna, Elon Musk acredita que os Estados Unidos deverão, em breve, impor sanções políticas e econômicas ao governo Lula, nos moldes das já aplicadas contra a Venezuela. A discussão em torno de tais restrições, contudo, só deverá avançar se Donald Trump ganhar a eleição à presidência dos EUA, prevista para ocorrer em novembro. E é improvável que o atual presidente norte-americano, Joe Biden, tensione a boa relação diplomática que mantém com Lula.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
O depoimento de Musk apenas confirmará que Moraes determinou ilegalmente a remoção de postagens e bloqueios, sem haver decisão judicial de primeira instância nem oportunidade de defesa ao suposto infrator, no chamado devido processo legal. Vai pegar muito mal para Moraes, que nem poderá se defender, e mais ainda para o Brasil, que está passando desnecessariamente por esse grande vexame internacional. O comportamento de Moraes parece ser censura e é mesmo. Ninguém está acima da lei e da ordem, muito menos os ministros do Supremo. Salvar a democracia não significa agredi-la. (C.N.)

Inteligência Artificial multiplicou o número de vítimas na Faixa de Gaza

Mortos em Gaza chegam a quase 28 mil palestinos | Mundo: Diario de Pernambuco

Inteligência Artificial causou a morte de 1,2 mil crianças

Dorrit Harazim
O Globo

Isso explica a mortandade indiscriminada das seis primeiras semanas da guerra: mais de 15 mil palestinos mortos, quase metade do total de 33 mil vítimas computadas até agora

Até pouco tempo atrás o jornalismo independente da revista on-line +972, com sede em Tel Aviv, era pouco conhecido fora das fronteiras do Oriente Médio. Publicada em língua inglesa desde sua fundação, em 2010, ela tem direção e corpo editorial composto de israelenses e palestinos. Seu nome esdrúxulo deriva do código de telefonia usado tanto para Israel como para a Cisjordânia ocupada.

É DE ESQUERDA – No espectro ideológico que estraçalha a profissão, a +972 pode ser definida como francamente de esquerda. É respeitadíssima junto a entidades internacionais de jornalismo investigativo e inversamente incômoda para o governo de extrema direita de Benjamin Netanyahu. Sobretudo em tempos de guerra.

Em novembro último, quando a +972 publicou um inquietante relato sobre o afrouxamento das normas militares que permitiam o bombardeio de alvos civis por parte das Forças de Defesa de Israel (FDI), houve pouco alvoroço mundial. Uma lástima, pois a investigação, assinada pelo veterano Yuval Abraham, se baseava no depoimento inédito sob sigilo de sete integrantes da ativa e da reserva dos serviços de inteligência israelenses — todos com atuação direta na campanha contra Gaza.

Agora, nos primeiros dias de abril, Abraham e a +972 voltaram à carga, em conjunto com o site em hebraico Sichá Mekomit (Chamada Local).

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL – Sempre alicerçado no testemunho de oficiais das FDI, a investigação detalha o funcionamento de dois sistemas de inteligência artificial usados na retaliação militar ao traumático ataque terrorista sofrido em 7 de outubro. O primeiro, batizado “Lavender” (Lavanda), elabora listas de alvos inimigos a ser assassinados na Faixa de Gaza, praticamente sem verificação humana. De que forma?

O software analisa informações recolhidas sobre a maioria da população de Gaza (2,3 milhões), monitorada em permanência por Israel, e avalia a probabilidade de cada um ser agente do Hamas. Ao mastigar características de agentes terroristas conhecidos por Israel, o programa busca semelhanças na população.

Disso brota a lista de alvos potenciais para assassinatos, produzida pelo algoritmo. As autorizações para o bombardeio passaram a ser quase automáticas, roubando em média 20 segundos de atenção humana.

ONDE ESTÁ PAPAI? – O segundo programa desenvolvido para a ação militar contra Gaza tem nome com interrogação: “Onde está papai?”. Destina-se a rastrear alvos para bombardeá-los especificamente em casas, apartamentos ou propriedades rurais familiares.

“Não estávamos interessados em matar agentes do Hamas apenas quando estivessem em instalação militar ou em confronto”, explicou um dos entrevistados. “Ao contrário. Como primeira opção e sem hesitação, as FDI bombardeavam o alvo em família.” O que explica o altíssimo índice de mulheres e crianças despedaçadas e o apagamento de famílias inteiras.

Segundo entrevistados ouvidos na reportagem, o comando militar de Israel tomou a decisão fatal de tolerar a morte de 15 a 20 civis palestinos para a eliminação de cada militante de pouca relevância. Era considerado o “dano colateral”.

TOLERÂNCIA CRESCENTE – Quando o alvo inimigo fosse um oficial graduado do Hamas, a tolerância aumentava para cem civis mortos. Ou mais. Para eliminar o comandante da Brigada Central de Gaza, Ayman Nofal, o Exército autorizou, segundo a reportagem, um dano colateral de 300 pessoas. Foi uma carnificina e tanto no campo de refugiados de Al-Bureij naquele 17 de outubro.

As regras naquela fase inicial e feroz da campanha eram muito lenientes”, contou um dos informantes. “Arrasavam-se quatro edifícios inteiros, mesmo sabendo que o alvo estava em apenas um — se é que estava. Era muito louco.”

MARGEM DE ERRO – Era tudo tão louco que, antes da pressão mundial para a matança ser suspensa, as FDI trabalhavam com margem de erro de 10% nos alvos humanos marcados para morrer. Um horror.

Os critérios da “Lavender” eram fluidos, mudavam a toda hora. Funcionários da Defesa Civil de Gaza ou pequenos burocratas deveriam ser considerados militantes do Hamas? Ou simpatizantes? E quem já pertenceu ao grupo, mas se desligou?

Um único denominador comum foi mantido com rigor: os alvos primários sempre deveriam ser homens, pois nem a ala militar do Hamas nem o grupo terrorista Jihad Islâmica Palestina tem mulheres em suas fileiras.

MORTANDADE – Foi nessa toada que a inteligência artificial gerou um catatau de 36 mil alvos humanos a ser eliminados na Faixa de Gaza, o que explica a criminosa mortandade indiscriminada das seis primeiras semanas da guerra: mais de 15 mil palestinos mortos, quase metade do total de 33 mil vítimas computadas até agora.

Sem falar no uso maciço das “bombas burras” de arrasa-quarteirão (sem componentes de precisão), responsáveis por danos colaterais infinitamente mais graves que mísseis guiados. “Não é aconselhável desperdiçar bombas caras com pessoas sem importância”, explica um dos ouvidos na investigação.

Recomenda-se a leitura na íntegra dessa investigação. Um Estado militarizado e de vanguarda tecnológica, em que algoritmos calculam em escala industrial quem deve morrer, precisa ser chamado à razão. A sorte de Israel é ter cidadãos dispostos a jogar luz sobre a desumanidade.

Conflito com Moraes lança holofotes sobre os negócios de Musk no Brasil

Musk anuncia internet para escolas e monitoramento da Amazônia | Metrópoles

Empresas de Musk são fundamentais para conectar a Amazônia

Rose Amantéa
Gazeta do Povo

Os embates entre o bilionário Elon Musk e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o governo federal lançam holofotes sobre os negócios do empresário no país. Veículos de imprensa e órgãos governamentais têm se debruçado para uma devassa nos contratos locais com empresas responsáveis pela fortuna do segundo homem mais rico do mundo, segundo o ranking da revista Forbes.

Além de dono do X, antigo Twitter, comprado em 2022 por US$ 44 bilhões, o empresário sul-africano detém pelo menos seis grandes empresas de alta tecnologia. No Brasil, depois da rede social, a vertente mais expressiva dos negócios de Musk está na Starlink, operadora do serviço de banda larga via satélite e braço da SpaceX, fabricante de equipamentos e veículos aeroespaciais, com os quais o bilionário pretende implementar seu projeto de colonização de Marte.

VIA SATÉLITE – A Starlink pretende formar “constelações de satélites” para levar conexão para áreas remotas em todo o planeta. A autorização para o início das operações no país foi dada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) no início de 2023, e, desde então, a empresa avança rapidamente nesse mercado.

Já são aproximadamente 150 mil conexões de satélite da empresa, que representam 37,6% das 329 mil conexões de banda larga desse tipo ativas no país em fevereiro de 2023, de acordo com dados da Anatel. A

 empresa é líder isolada entre os provedores do sistema na Amazônia Legal, com antenas instaladas em 90% municípios da região até julho do ano passado, segundo um levantamento da BBC News Brasil.

PREÇO PROMOCIONAL – A maioria das cidades fica em regiões de difícil acesso, sem infraestrutura tradicional de internet de banda larga. A empresa, normalmente, tem planos agressivos de descontos para conquistar o mercado.

Musk conseguiu aproveitar o conflito com Moraes para turbinar ainda mais o negócio, reforçando, após as primeiras repercussões do embate, pacotes promocionais de venda de assinaturas.

Na segunda-feira (8), um dos dias mais acirrados da polêmica nas redes sociais, o site em português da Starlink exibia a redução de 50% no preço do kit (antena, roteador e cabos) para clientes residenciais. O valor foi reduzido de R$ 2 mil para R$ 1 mil até o fim de abril.

MAIOR VELOCIDADE – “Uma das principais vantagens do sistema da Starlink é a menor distância dos satélites em relação à Terra”, explica Jayme Ribeiro, diretor executivo de vendas e marketing da Sencinet, representante da Starlink no país. “Isso permite uma viagem mais rápida dos dados, conhecida como latência. Dessa forma, o tempo de resposta é menor e vantajoso”, completa.

No meio do embate com Musk-Moraes, o Ministério Público Junto ao Tribunal de Contas da União (MP-TCU) chegou a pedir, por meio de representação, que os contratos firmados entre a União e a Starlink, caso existentes, fossem rompidos. O subprocurador geral do MP-TCU, Lucas Furtado, alegou “violação à soberania nacional” por parte do empresário.

DIZ MUSK – Na terça (8), Musk respondeu no X que se seus contratos fossem cancelados pelo governo brasileiro, ele ofereceria conexões em escolas gratuitamente. Mas a empresa não tem contrato com o governo federal para conectividade escolar.

Em maio de 2022, quando encontrou com o então presidente Jair Bolsonaro (PL) num evento no interior de São Paulo, o bilionário chegou a dizer que iria conectar 19 mil escolas nas zonas rurais e monitorar a Amazônia. O projeto não chegou a ser implementado, mas há iniciativas em âmbito estadual. “Vários estados, como Amazonas e Amapá, estão contratando a Starlink para escolas estaduais e municipais”, afirma Ribeiro.

A empresa também coleciona uma carteira de usuários governamentais importantes, ainda que os contratos sejam pequenos. É o caso das Forças Armadas. O Exército tem encomendado um pedido de conexão com a plataforma no valor de R$ 146 mil, para a Infantaria de Selva de Rondônia.

OUTROS CONTRATOS – A Marinha tem quatro contratos com a empresa, assinados em processo direto, onde órgão escolhe o fornecedor sem a necessidade de licitação. Os serviços são destinados às cidades de Belém, Santos, Rio de Janeiro e Porto Velho, com valores que variam de R$ 25 a R$ 146 mil, segundo dados do Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP).

Outros órgãos contratantes são Tribunais de Justiça, Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) do Tocantins e Câmara Municipais, todos na região Norte.

“Existem muitas empresas e entidades de governo usando os serviços da Starlink que seriam impactados por uma revogação dos serviços”, afirma Ribeiro. “Mas não vejo isso como uma possibilidade factível de acontecer”, diz.

POTENCIAL GRANDE – Para Ribeiro, as perspectivas da empresa são animadoras. Segundo a Anatel, a cobertura de quarta geração (4G) abrange quase 93% da população brasileira, mas apenas 16,7% da área geográfica do país. “O Brasil, pelas suas dimensões continentais e a dificuldade de conexão no interior tem um potencial muito grande”, diz.

O Ibama já chegou a acusar que expansão da tecnologia de satélite na região impulsiona atividades ilegais, como o garimpo. O argumento não é levado a sério por especialistas, já que a opção seria deixar populações inteiras sem conectividade.

A competição tende a acirrar. Outras empresas nacionais e estrangeiras vem investindo na modalidade de internet por satélite. A Starlink tem, por enquanto, protagonismo no país e no mundo.

HEGEMONIA ESPACIAL – Segundo o Escritório das Nações Unidas para Assuntos do Espaço Sideral (UNOOSA) existem 10.928 mil satélites operacionais orbitando a Terra,. Desses, 5,4 mil são da Starlink. Ou seja, metade já faz parte da “constelação” de Musk. A pretensão da empresa é expandir para 40 mil.

A riqueza de Musk, hoje calculada em US$ 195 bilhões, não partiu do zero. Filho de pai milionário, Errol Musk, soube multiplicar as oportunidades e dividendos. Visionário e polêmico, apostou sempre em inovação. Seu primeiro empreendimento de sucesso foi a Zip2, uma plataforma online de jornais vendida por US$ 300 milhões para a Compaq.

Em seguida, Musk fundou a X.com, que se tornou o PayPal, adquirido pelo eBay em 2003. Também teve participação em outras companhias, como a OpenAI, criadora do ChatGPT, que deixou em 2018.

SPACEX – Em 2002, criou a SpaceX, para revolucionar os voos espaciais comerciais. Foi a primeira empresa privada a lançar e recuperar com sucesso uma nave espacial da órbita da Terra. A empresa conseguiu desenvolver e lançar foguetes reutilizáveis, o que pode permitir à indústria baratear as viagens.

Seu primeiro foguete foi enviado em 2008. Dez anos depois, Musk mandou um carro da Tesla para o espaço num teste do seu foguete mais poderoso à época. Mais tarde passou a enviar satélites e pessoas. Em 2021, a SpaceX fez história com o lançamento de quatro passageiros “comuns” à órbita da Terra. Desde 2023, realiza testes, ainda sem tripulantes, em supernaves, como a Starship, a maior do mundo.

A Tesla, responsável pela maior parte da fortuna de Musk, foi fundada em 2003 pelos engenheiros Martin Eberhard e Marc Tarpenning, com foco na produção de energia limpa e carros elétricos. E Musk tem muitas outras empresas, sempre voltadas à inovação, inclusive na Medicina.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Enviada por Mário Assis Causanilhas, a matéria mostra que o Brasil precisa muito de Musk e de suas realizações. Moraes errou em reinstituir infantilmente a censura no país, Musk soube responder à altura, e Lula perdeu uma grande oportunidade de ficar calado, ao invés de comprar a briga de Moraes, que claramente perdeu a noção das coisas e se comporta como um estorvo. Ao invés de ajudar o país, está atrapalhando. E muito. (C.N.)

‘Cadeia é coisa do teu pai’, diz Moro rebatendo ofensa do filho de Dirceu

Sérgio Moro (União) foi acusado pelo CNJ por desviar cerca de RS2,5 bilhões do Estado

 Moro lembra o que José Dirceu fez no verão passado

André Zajdenweber
O Globo

O senador Sérgio Moro (União) rebateu, nesta quarta-feira, um post do deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR) feito no X, antigo Twitter, no qual o deputado afirmava que o ex-ministro da Justiça terá que “explicar o inexplicável” sobre acusações de suposto desvio de dinheiro público. “Cassação ou cadeia? Ou melhor, ambas as coisas! Agora, Moro terá que explicar o inexplicável e o fará também na esfera criminal. Justiça seja feita”, havia postado Zeca Dirceu inicialmente.

Moro respondeu à mensagem provocando o pai do petista, José Dirceu, condenado por corrupção: “Cadeia é coisa do seu pai”, escreveu.

FUNDAÇÃO – Como o GLOBO mostrou nesta terça-feira, um documento sigiloso elaborado pela Polícia Federal (PF) aponta que a Lava-Jato teria atuado de forma irregular para direcionar R$ 2,5 bilhões a uma fundação privada que seria gerida por integrantes da própria força-tarefa.

O documento consta na correição instaurada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sobre o funcionamento da 13ª Vara de Curitiba, onde atuava o então juiz.

O documento da PF foi usado para ajudar a embasar a apuração levada adiante pelo CNJ. Para a PF, o ponto de partida foi a abertura de um processo sigiloso, por Moro, para que valores oriundos de multas e acordos de leniência de empresas alvos da operação fossem repassadoS para a Petrobras.

VOLTAM OS JUÍZES – Nesta terça-feira, o CNJ derrubou a decisão, tomada na véspera pelo corregedor-nacional de Justiça, Luis Felipe Salomão, de afastar os juízes federais Gabriela Hardt e Danilo Pereira Júnior, alvo das mesmas acusações. Oito dos quinze conselheiros defenderam essa posição.

A decisão sobre abertura de Procedimentos Administrativos Disciplinares (PADs) contra eles e dois desembargadores será definida em outro momento, após pedido de vista do ministro Luís Roberto Barroso, que também integra o Supremo Tribunal Federal (STF).

Em nota, Sérgio Moro informou que o “fato objetivo descrito no relatório é que foram devolvidos diretamente de contas judiciais da 13a Vara de Curitiba para a Petrobras, vítima inequívoca dos crimes apurados na Operação Lava Jato, cerca de R$ 2,2 bilhões, sem que nenhum centavo tenha sido desviado. Idêntico procedimento foi adotado pelo STF à época”.

RÉU CONDENADO – José Dirceu foi o ministro chefe da Casa Civil durante o primeiro governo Lula, entre 2003 e 2006. Ele acumula quatro condenações por corrupção: no escândalo do mensalão, em 2012; no Petrolão, em 2015; e duas decorrentes da Operação Lava-Jato, em 2016 e 2017, cujas penas somadas chegam a 31 anos.

No último dia 2, Dirceu marcou presença no Senado após 19 anos para participar de solenidade pela democracia. Ele foi convidado por Randolfe Rodrigues, senador e líder do atual governo Lula no Congresso Nacional.

Em discurso, o ex-ministro deixou em aberto a possibilidade de um retorno às urnas em 2026.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Se Lula voltou, por que José Dirceu não poderia? E Sérgio Cabral, também não está voltando? Afinal, a lei vale para todos… E se Aécio Neves foi absolvido, por que Dirceu continua marcado como corrupto? Ah, Brasil… (C.N.)

Motorista de aplicativo ganha BBB e fica milionário por merecimento

Saiba tudo sobre Davi - Últimas notícias, biografia, polêmicas e mais -  NaTelinha

Agora, Davi poderá realizar o sonho de estudar Medicina

Vicente Limongi Netto

O Pelourinho acordou feliz. Cajazeiras orgulhosa com a vitória do filho. Davi encantou o Brasil. Conquistou corações. Certamente o mais carismático vencedor de todas as edições do BBB. Pagando aluguel, casado, sustentando a mãe, poucos estudos, motorista de aplicativo, sonha em ser médico, o iluminado Davi jogou com sagacidade, grandeza de atitudes e desprendimento. Jamais usou artifícios torpes e levianos para crescer no jogo.

O BBB é laboratório de emoções. Com o tempo, torna-se carrossel de conflitos, falsidades, traições e tensões. Davi sofreu o diabo, nas mãos dos concorrentes. Durante os três meses do jogo, Davi foi alvo constante de injúrias, preconceitos, chacotas, racismo. Raros, raríssimos, participantes do BBB-24 não massacraram Davi com ofensas e baixarias.

SEMPRE SERENO – A cativante, bela e doce Isabelle foi corretíssima com Davi. Aliados do princípio ao fim do jogo. Linda e comovente a torcida dela na Praça São Sebastião. Bateu saudades. Por sua vez, Davi permanecia sereno. Os olhos graúdos e sorrisos de bom caráter davam o troço. Diziam tudo. Davi mostrou aos aliados e ao público, incríveis leituras do jogo.

Antevia estratégias. usava o cérebro, jamais o fígado.

Davi acordava cedo, fazia o café, arrumava a mesa, bandejas com frutas e adiantava os preparativos do almoço. Na reta final, fez bolo para ele, Mateus e Isabelle. Espantava a tristeza e ansiedade, cantando, pulando na cama, se fantasiando de mulher. Lavava a piscina, banheiros, a casa toda.

GRANDE PRÊMIO – De quebra, fazia a barba e cortava o cabelo dos adversários falsos, cretinos, dissimulados e caluniadores. Difícil saber qual deles foi o mais grosseiro, insolente, arrogante e deplorável com Davi.

O menino baiano, 21 anos, leva para casa, prêmio de 2 milhões e 920 mil reais. Livres de impostos. Durante o jogo ganhou 100 mil reais. Na hora, declarou que usará para reformar a casa da vó dele. O maior prêmio do BBB. Com direito a belo carro que, dizem os entendidos, vale 400 mil reais. Deus ajuda, quem se ajuda. Davi enfrentou e derrotou, com bravura, dezenas de Golias histéricos e de barro. 

Por fim, o bom senso manda não confundir o sereno e carismático baiano, Davi, campeão do BBB-24, com o calhorda e patético senador Davi Alcolumbre, do Amapá.

Governo já contabiliza mais uma derrota, no PL das saidinhas

O trabalho do acendedor de lampiões iluminava também a desigualdade social

A POESIA DO BRASIL: JORGE DE LIMA (1893-1953)... E OS 100 ANOS DO LIVRO "XVI ALEXANDRINOS"...

Jorge de Lima, retratado por Portinari

Paulo Peres
Poemas & Canções

O alagoano Jorge Mateus de Lima (1893-1953) foi político, médico, poeta, romancista, biógrafo, ensaísta, tradutor e pintor. Neste soneto, ele usa a figura do acendedor de lampião para marcar a desigualdade social.

O ACENDEDOR DE LAMPIÕES
Jorge de Lima

Lá vem o acendedor de lampiões de rua!
Este mesmo que vem, infatigavelmente,
Parodiar o Sol e associar-se à Lua
Quando a sobra da noite enegrece o poente.

Um, dois, três lampiões, acende e continua
Outros mais a acender imperturbavelmente,
À medida que a noite, aos poucos, se acentua
E a palidez da lua apenas se pressente.

Triste ironia atroz que o senso humano irrita:
Ele, que doira a noite e ilumina a cidade,
Talvez não tenha luz na choupana em que habita.

Tanta gente também nos outros insinua
Crenças, religiões, amor, felicidade
Como este acendedor de lampiões de rua!

Lula está tonto, sem lembrar que dieta do feijão com arroz é um bom alimento

Lula: 'Picanha e cervejinha é tudo que a gente quer' - YouTube

Lula complica o governo com suas promessas impensadas

Elio Gaspari
O Globo

Desde dezembro do ano passado, quando a boca do jacaré se abriu com a pesquisa do Ipec, mostrando que 50% dos entrevistados não confiavam em Lula contra 48% que confiavam, o governo tem ido de sobressalto em sobressalto. O Lula 3.0 está tonto porque não consegue ficar do tamanho que gosta de se imaginar.

Essa perplexidade tem duas origens. Uma, essencial, é a descoberta de que não entregará os rios de mel da campanha eleitoral. Ganha um fim de semana em Essequibo quem acreditava nas metas de contas públicas do ministro Fernando Haddad.

ILUSIONISMO – Lula recebeu a economia em mau estado e reequilibrou-a. Com a propensão ilusionista de todos os governos, recuou das metas e, ao mesmo tempo, elevou o salário mínimo.

São diversas as promessas de Haddad e algumas delas podem virar realidade, desde que se trabalhe. Se gogó resolvesse dificuldades da economia, o Brasil nunca teria conhecido déficits.

A segunda fonte da perplexidade vem da descoberta de que Lula esgotou seu criadouro de bodes expiatórios. Perdeu meses de verbo escalando o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para esse papel. Até mesmo a alma inelegível do governo Bolsonaro revelou-se um adversário gasto.

MACAQUEANDO… – Quando Lula descobre o valor do seu silêncio em assuntos internacionais, a doutora Gleisi Hoffmann atravessa o mundo para expor suas noções de democracia na China. Faz tempo que se macaqueiam os chineses.

Muita gente boa admirava o igualitarismo do camarada Mao. Não se sabia à época que ele viajava quase sempre de trem. Como dormia quando queria (às vezes às dez da manhã para acordar às cinco da tarde), o trem só andava depois que ele despertava. A China de Xi Jinping é tão democrática quanto era igualitária a de Mao.

O velho disco toca uma melodia que deixou de encantar. O governo não tem grandes obras, mas está sentado em cima de projetos que podem e devem ser discutidos. Por exemplo: a exploração de petróleo na margem equatorial e a Ferrogrão, uma estrada de ferro de 933 quilômetros que irá de Mato Grosso ao Pará, escoando a safra de grãos e baixando o custo do frete. Nenhum desses projetos está parado por culpa do Planalto, mas dele não sai a faísca para empurrá-los.

OBRAS NECESSÁRIAS – São duas obras que estimulam controvérsias. Ótimo, que venham as controvérsias. A Guiana transformou-se com o petróleo da margem equatorial. No ano passado sua economia cresceu 60%. A Ferrogrão cortaria a Amazônia, facilitando e barateando os grãos. Ela será paralela a uma rodovia já existente. Como se sabe, o trem só para nas estações, já os caminhões param onde querem.

Grandes projetos carregam controvérsias. A Argentina não queria que o Brasil erguesse a hidrelétrica de Itaipu e hoje o Brasil suaria a camisa com os ambientalistas, pois afogaria, como afogou, as cataratas das Sete Quedas.

Se o governo não destrava grandes projetos, deveria valorizar a dieta de feijão com arroz com que toca o país. Graças a ela, baixa o desemprego e melhora a vida dos trabalhadores. Por mais estranho que pareça, o que o Brasil precisa é de quem abra a quitanda de manhã cedo, com berinjelas para vender e dar o troco para as freguesas. Quem passou por quatro anos de Bolsonaro sabe disso, inclusive o próprio governo.

Supremo precisa fazer autocrítica, olhar para trás e consertar seus erros

Charge do Nani (nanihumor)

Carlos Newton

Demorou muito, mas estava escrito, como dizem os árabes, e um dia o Supremo Tribunal Federal teria de dar um freio de arrumação, para depois seguir viagem. Assim, depois de uma fase de quase consenso, quando houve união da maioria absoluta (9 a 2) contra os exageros e exotismos do governo Bolsonaro, a imprensa divulga que os ânimos estão novamente exaltados, desta vez entre o presidente Luís Roberto Barroso e os ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes.

É bom que haja desentendimentos nos colegiados. Não se pode confiar numa Suprema Corte comandada por um grupelho, digamos assim, com tudo combinado em conluio, fora do plenário, em comportamento execrável nas democracias.

ENTRE AMIGOS – Essa atuação em conjunto vinha ocorrendo desde 2019, quando Gilmar Mendes e o então presidente Dias Toffoli se sentiram desconfortáveis com Bolsonaro no poder, acharam que ele não era confiável e começaram a montar a volta de Lula ao poder.

Foi o maior erro que cometeram e que ficará para sempre manchando suas biografias, porque tiveram de transformar o Brasil no único país da ONU (são 193) que não prende criminoso após condenação em segunda instância. Para libertar Lula, tiveram de inventar uma presunção de inocência até a quarta instância, embora na maioria das nações a Justiça funcione apenas com três instâncias.

Depois, em 2021, com a cumplicidade do ministro Edson Fachin, inventaram outra monstruosidade jurídica – a incompetência territorial absoluta em ação criminal, quando isso só existe em ações imobiliárias.

GÊNIOS DA RAÇA – Ao se intrometer em política e alterar normas consagradas do Direito Universal, é claro que o Supremo iria sofrer críticas aqui dentro e lá fora. Mas o clamor foi até inexpressivo, devido aos erros de Bolsonaro e dos generais que o cercavam,

A possibilidade de um golpe fez com que aumentasse a importância do Supremo, as críticas foram apagadas. O que ninguém esperava é que os ministros continuassem a se julgar os gênios da raça e passassem a desconhecer os outros poderes da República, desequilibrando o balanceamento preconizado pelo barão de Montesquieu.

O resultado é que as críticas voltaram, cada vez mais acerbas, e agora ganharam o mundo, desmistificando a democracia brasileira e sua ordem jurídica medieval, que de um momento para outro pode transformar cidadãos em terroristas.

CÂMARA DOS EUA – É da maior gravidade a denúncia do Comitê Jurídico da Câmara dos EUA. Foram apresentados 150 casos de censura, com ordem de remoção de postagens e de perfis nas redes sociais do X Corp., sem decisão judicial

O próprio ministro Alexandre de Moraes, como presidente do TSE, emitia essas ordens de ofício, sem ter havido queixa. Já explicamos aqui na TI que em qualquer país democrático, quem sofre dano por fake news recorre à Justiça, com pedido de liminar. O juiz de primeira instância emite a ordem de imediata remoção da postagem e o processo segue, com a defesa do ofensor.

Aqui no Brasil, essas atitudes de Moraes se tornaram uma espécie de novo normal, e os deputados americanos estão denunciando que isso significa censura, e na verdade significa mesmo. Vamos aguardar a resposta do presidente do TSE, se é que ele tem algo a dizer.

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P.S.
Tudo isso já era esperado. Os castelos de cartas (houses of cards) sempre vêm ao chão. O que se espera agora é que este mesmo Supremo faça uma autocrítica e corrija seus erros, voltando a respeitar não somente nossa Constituição, mas também os Princípios e Doutrinas do Direito Universal. E os ministros podem começar lembrando que lugar de criminoso é na cadeia, porque os cidadãos de bem se sentem afrontados com os benefícios judiciais concedidos a Lula, Dirceu, Palocci, Cabral, Maluf e tantos outros que nos enganaram e enriqueceram ilicitamente fazendo política. Mas quem se interessa? (C.N.)

Deputados dos EUA denunciam censura no Brasil e citam 150 decisões de Moraes

Jim Jordan é o presidente do Comitê Jurídico da Câmara

Ricardo Della Coletta, Matheus Teixeira e Mateus Vargas
Folha

Uma comissão do Congresso dos EUA publicou na noite desta quarta-feira (17) uma série de decisões sigilosas do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes sobre a suspensão ou remoção de perfis nas redes sociais.

As decisões foram obtidas a partir de intimação parlamentar feita à rede social X (antigo Twitter), de propriedade do bilionário Elon Musk. Quando defendeu o impeachment de Moraes, o empresário prometeu que publicaria em breve ordens de Moraes que, segundo ele, “violam as leis brasileiras”.

SEM FUNDAMENTAÇÃO – A maioria das decisões de Moraes reproduzidas no documento manda a plataforma derrubar contas nas redes sociais sem estar acompanhada de uma fundamentação, apenas com a indicação dos perfis que precisam ser retirados do ar.

Em poucos casos aparece no relatório uma ordem do ministro do STF com explicações jurídicas para o bloqueio de perfis, como no caso da página intitulada Ordem dos Advogados Conservadores do Brasil.

“As condutas noticiadas da entidade ocorreram no contexto dos atos antidemocráticos, nos quais grupos — financiado por empresários— insatisfeitos com o legítimo resultado do pleito”, assinala Moraes.

CASO DO BRASIL – O relatório produzido pelo comitê parlamentar foi intitulado “O ataque contra liberdade de expressão no exterior e o silêncio da administração Biden: o caso do Brasil”. O colegiado é presidido pelo deputado Jim Jordan, polêmico republicano fortemente ligado ao ex-presidente Donald Trump —ídolo do bolsonarismo.

Sob o argumento da defesa da liberdade de expressão, o parecer do subcomitê diz que “alguns governos estrangeiros estão erodindo valores democráticos básicos e sufocando o debate em seus países”.

O documento cita ainda o recente conflito entre Elon Musk e o STF e afirma que o bilionário se tornou investigado no Brasil por não concordar com a “censura” de Moraes. Nesse sentido, segue o relatório do órgão controlado por Jordan, o comitê jurídico da Câmara intimou o X sobre atos do STF e do TSE que configurariam censura.

150 CONTAS – “Os documentos e registros intimados revelam que, desde ao menos 2022, a Suprema Corte no Brasil, na qual Moraes serve como juiz, e o Tribunal Superior Eleitoral, liderado por Moraes, ordenaram a X Corp. a suspender ou remover quase 150 contas na popular plataforma de rede social”, diz o relatório.

O documento também alega que atualmente há cerca de 300 contas no X e em outras redes sociais sob o risco de censura no Brasil.

O comitê diz que continua investigando o caso e avalia discutir medidas legislativas para proteger a liberdade de expressão.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
O problema é que Moraes age de ofício, extrapolando suas funções de presidente do TSE, como se ele fosse “xerife” ou “censor” das redes sociais. Em qualquer país democrático, quem sofre dano por fake news recorre à Justiça, com pedido de liminar. O juiz de primeira instância emite a ordem de imediata remoção da postagem e o processo então segue, com a defesa do ofensor. Aqui no Brasil, essas atitudes de Moraes se tornaram uma espécie de novo normal, mas isso non ecziste, diria padre Quevedo. Assim, Musk e os deputados americanos estão denunciando que isso significa censura, e na verdade significa mesmo. É triste que a Justiça brasileira tenha decaído a esse ponto. (C.N.)

Pensando bem, Elon Musk representa exatamente o contrário de Lula

Como Elon Musk tornou a Tesla a empresa mais inovadora do mundo - Forbes

Elon Musk criou a Tesla, empresa mais inovadora do mundo

Mario Sabino
Metrópoles

Na sua investida contra Alexandre de Moraes, o empresário americano Elon Musk disse que o ministro era “ditador” e que ele tem Lula “na coleira”. Até agora, o presidente brasileiro respondeu ao desaforo apenas com indiretas.

A mais nova indireta foi esta: “O crescimento do extremismo de extrema-direita se dá o luxo de permitir que um empresário americano que não produziu um pé de capim nesse país ouse falar mal da Corte brasileira e dos ministros brasileiros”.

LIBERDADE DE OPINIÃO – O que essa frase significa? Coisa nenhuma na sua construção redundante e com o uso excêntrico, digamos assim, da expressão “dar-se ao luxo”. Eu, por exemplo, não produzo um pé de capim na Venezuela e posso falar mal da Suprema Corte bolivariana, assim como você que me lê. Não há nenhuma ousadia disso. É direito à liberdade de opinião sobre qualquer assunto, em qualquer latitude.

Isso, para não falar que Elon Musk tem bem mais do que um pé de capim por aqui. O Brasil é um dos grandes mercados do X. É o sexto país do mundo com mais usuários da rede social comprada pelo bilionário em abril de 2022, por 43 bilhões de dólares — e que vem se provando, até o momento, um mau negócio.

O ex-Twitter vale hoje um terço do que há dois anos. Qualquer decisão que afete o X é do interesse de Elon Musk e lhe dá o direito de espernear.

DISSE LULA – Sobre o assunto, Lula fez outra observação: “Muita gente não leva a sério o que significa a manutenção das florestas para a manutenção da qualidade de vida nesta enorme casa que é a Terra. E daqui não podemos fugir. Tem até bilionário tentando fazer foguete para achar algo no espaço, mas não tem.”

Mais um comentário que não tem conexão com a realidade. Elon Musk foi determinante para ressuscitar o programa espacial americano, tem um contrato com a Nasa para levar astronautas à Lua com o seu foguete reutilizável e sonha com a instalação de uma base em Marte. Ele também tem uma rede de satélites que provê internet para usuários de diversos países do mundo.

Sem Elon Musk ou com Elon Musk, a exploração espacial produziu mais tecnologia do que a cabecinha enevoada de Lula é capaz de imaginar.

QUE TAL O GPS? – A corrida espacial criou o localizador GPS, por exemplo, para ficar em um aspecto muito presente na vida das pessoas. Produziu tecnologia e, claro, proporcionou descobertas sobre as origens do universo, coisinha pouca para a ciência.

Pela falta de raciocínio do presidente brasileiro, os telescópios Hubble e James Webb devem ser considerados duas inutilidades, visto não há nada no espaço para ser achado.

Quanto à questão ambiental, o bilionário americano pode ter lá as suas contradições — como ter uma frota de quatro jatos poluidores —, mas a sua Tesla produz veículos elétricos e ele está longe de ser um negacionista do aquecimento global. É um concorrente da indústria baseada nos combustíveis fósseis, ao contrário de Lula, um entusiasta do óleo para lubrificar o seu populismo.

Lira se diverte mandando recados para ironizar a “articulação política” de Lula

Padilha e Lira acumulam divergências desde o começo do governo Lula; relembre - Folha PE

Arthur Lira colocou Alexandre Padilha na sua alça de mira

Vera Rosa
Estadão

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), quis mandar mais um recado de insatisfação ao Palácio do Planalto quando disse a líderes da Casa que pretende destravar cinco Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs).

Na prática, porém, a intenção de Lira é expor a fragilidade do governo e mostrar que a articulação política do Planalto,  conduzida pelo ministro Alexandre Padilha, precisa “cumprir acordos”, se quiser ter votos no plenário.

COM MORAES – Lira se reuniu nesta quarta-feira, 17, com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Depois, ele esteve no Senado para participar da entrega do anteprojeto de reforma do Código Civil ao presidente do Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

O Estadão apurou que Lira disse a Moraes não ter intenção de estimular confronto com o Supremo nem de criar uma CPI para investigar abuso de autoridade e atos de censura de ministros da Corte e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), como propõe a oposição. Moraes preside o TSE.

Em conversa com líderes da Câmara, no entanto, Lira desabafou e reclamou até mesmo da equipe econômica pelo atraso no envio dos projetos de lei complementar da reforma tributária. “Vocês acham que sou eu que tenho de organizar a base?”, perguntou o presidente da Câmara.

MAIS EMENDAS – O governo entendeu o sinal e já começou a liberar uma nova leva de emendas parlamentares. Da semana passada para cá, por exemplo, o Ministério da Saúde autorizou o pagamento R$ 4,8 bilhões em emendas. Deste total, R$ 2,5 bilhões saíram nesta quarta-feira, 17. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, está na mira do Centrão, que é comandado por Lira.

Aliados do presidente Lula da Silva disseram ao Estadão que essas crises com Lira são “sazonais”. E ninguém acredita que cinco CPIs vão funcionar simultaneamente na Câmara, em um ano eleitoral.

Após o recesso de julho, há uma espécie de “recesso branco”. Nesse período, deputados e senadores fazem algumas semanas de “esforço concentrado” para votações e, depois, partem para a campanha. As eleições para prefeituras e Câmaras Municipais estão marcadas para outubro.

PADILHA NA MIRA – O alvo de Lira é o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, a quem ele chamou de “incompetente” e “desafeto pessoal”, na semana passada. Tudo piorou, no entanto, depois que o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, demitiu o superintendente do Incra em Alagoas, Wilson Cesar Santos, que é primo de Lira.

A demissão ocorreu após pressão do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e de outras cinco entidades, que não se entendiam com Santos.  Os movimentos prometiam invadir novamente a superintendência do Incra em Alagoas, que chegou a ser ocupada no ano passado, neste mês do Abril Vermelho.

Lira quer mostrar força ao Planalto e fazer o sucessor na Câmara. O seu pré-candidato favorito é o deputado Elmar Nascimento (BA), líder do União Brasil, mas a campanha dele enfrenta dificuldades. A eleição que vai renovar a cúpula do Congresso está marcada fevereiro de 2025.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
É uma rotina que chega a ser cansativa. Cada vez que Lira se desentende com o governo, logo em seguida começam a ser liberadas as emendas parlamentares. Não se pode desprezar a força que Lira tem na Câmara. Realmente, ele sabe controlar a banda de música, digamos assim. Último detalhe: Lira vai continuar mandando no Incra. O Planalto já lhe pediu o nome do substituto do primo. (C.N.)

Wall Street Journal: “Democracia no Brasil está morrendo na luz do dia”

Charges sobre democracia - 07/08/2020 - Política ...

Charge do Benett (Folha)

Diógenes Freire Feitosa
Gazeta do Povo

O Wall Street Journal publicou um artigo em que diz que a “democracia brasileira está morrendo em plena luz do dia”. O texto faz referência ao embate travado entre o bilionário e proprietário do X (ex-Twitter), Elon Musk, e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, no escândalo que tem sido chamado de “Twitter Files Brazil”.

O texto também cita as interferências do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para impor uma regulação às redes sociais. Intitulado “Elon Musk resiste à censura brasileira”, o artigo foi publicado no domingo (14) e é assinado pela colunista Mary Anastasia O’Grady.

JUSTIÇA SERVIL – “Esta questão não tem nada a ver com conter o domínio das grandes empresas de tecnologia, reduzir os riscos para a democracia ou mesmo proteger as crianças das redes sociais. Trata-se de uma luta entre um Supremo Tribunal politizado e críticos do presidente Luiz Inácio ‘Lula’ da Silva.

Isso demonstra que o Brasil não possui mais um judiciário independente. A triste realidade é que sua democracia está morrendo à luz do dia”, diz um trecho do artigo após citar a inclusão de Musk no inquérito do STF que investiga a atuação de uma suposta milícia digital.

Segundo o artigo, o STF “quer calar formadores de opinião” que discordam de decisões do Tribunal e que têm um grande alcance através de publicações no Twitter.

ANTIDEMOCRACIA – “Muitos brasileiros, junto com Musk, acham que isso é antidemocrático. Acham que o ministro de (Alexandre) Moraes [do STF] está agindo como um tirano que acredita que seu lado é dono da verdade. Eles temem que um tribunal com tanto poder arbitrário represente um perigo muito maior para a liberdade brasileira do que qualquer voz independente, mesmo aquelas extremistas”, diz outro trecho do artigo.

O texto ainda cita a liberdade de expressão como um princípio defendido na Constituição Federal e diz que o governo Lula tem atuado para intimidar adversários.

O artigo também cita o retorno de Lula (PT) à Presidência depois de protagonizar “o maior escândalo de corrupção e suborno na história do Ocidente”, em referência aos escândalos do mensalão e do petrolão.

ERROS DE BOLSONARO – Depois de mencionar a eleição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em 2018, e a perseguição que se seguiu ao seu governo, o jornal diz que “a principal transgressão de Bolsonaro foi sua promessa de proteger a propriedade privada, restaurar a lei e a ordem e desafiar a política de identidade”.

“Bolsonaro esteve longe de ser um defensor dos mercados livres e sua linguagem muitas vezes foi imprudente, porém, seu governo restaurou a saúde fiscal, desregulamentou partes da economia e tornou os negócios menos onerosos por meio da digitalização”, diz outro trecho do texto.

O artigo ainda lembra a atuação do judiciário para anular a condenação de Lula e reabilitá-lo politicamente para disputar as eleições de 2022 contra Bolsonaro.

CONTRA MORAES – “Moraes vinha silenciando os oponentes de Lula há meses, convidando os brasileiros a denunciarem seus vizinhos. Mas à medida que a campanha [eleitoral] se intensificava, as coisas pioravam. O tribunal eleitoral (TSE) instruiu cada vez mais as plataformas a bloquearem discursos, ordenando ao YouTube que desmonetizasse quatro canais brasileiros com grande número de seguidores.

 Também aprovou uma resolução concedendo a si próprio o poder de policiar a internet. O tribunal instruiu Facebook, Instagram, TikTok, Twitter e YouTube a removerem conteúdos não aprovados pela Corte. Nos últimos anos, os críticos de Lula tiveram suas contas bancárias congeladas e seus registros financeiros intimados.

Alguns fugiram para o exílio, onde descobriram que seus passaportes foram cancelados. Questionar a legitimidade da vitória eleitoral de Lula levou alguns à prisão. O denominador comum tem sido a falta de devido processo legal”, destaca o artigo.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
As críticas a Moraes e os elogios a Bolsonaro são exagerados. A autora do artigo conhece pouco o Brasil. Moraes e o Supremo são mesmo insuportáveis, mas não precisam ser tão demonizados, porque assim as críticas perdem substância. (C.N.)

Discutir o caso Musk com ministros do STF, um ato nada republicano de Lula

Lula janta com Gilmar Mendes e Zanin | Metrópoles

Lula agora quer fazer amizade com os outros ministros

Marina Dantas
Correio Braziliense

O ministro Gilmar Mendes, Supremo Tribunal Federal (STF), enfatiza a necessidade de regulação das redes sociais e menciona os ataques desferidos contra a Corte pelo bilionário Elon Musk, dono do X (antigo Twitter). A ofensiva do empresário foi pauta, inclusive, do jantar de segunda-feira, na casa do decano, do qual participaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros magistrados da Corte.

“O tribunal, a toda hora, está no centro desses ataques de grupos políticos brasileiros e, agora, essa projeção internacional”, frisou Mendes, em entrevista aos jornalistas Carlos Alexandre de Souza e Denise Rothenburg, no programa CB.Poder, parceria entre o Correio e a TV Brasília.

Sobre o jantar com Lula, vem algum projeto de lei ou decisão do STF em relação à postura de Elon Musk de não cumprir determinações da Corte?
Fizemos uma avaliação dos cenários, tendo em vista que o tribunal, a toda hora, está no centro desses ataques de grupos políticos brasileiros e, agora, essa projeção internacional. Talvez em razão até da bem-sucedida atuação do STF, que, inequivocamente, evitou que tivéssemos uma debacle no sistema democrático. Parece-me que esses consórcios são inevitáveis de grupos internacionais. Hoje temos toda essa confusão: eleição de Trump — possível —. E aí, veio esse ataque. Temos que ter, pelo menos, informações para como procedermos nesse quadro. Não é uma quadra fácil para todos os incumbentes, aqueles que exercem o poder. Obviamente, temos clamado, já há algum tempo — o STF, a Justiça Eleitoral —, pela necessidade de regulação das redes. Mas esse também não é um tema tão fácil de transitar. Nós tivemos a aprovação de um projeto no Senado, e ele, de alguma forma, teve um bloqueio na Câmara.

Na sua avaliação, qual é o modelo mais apropriado em relação às redes sociais?
Hoje temos esse chamado modelo alemão que, de alguma forma, avançou na Alemanha em 2017 e, depois, já em 2022, se tornou direito positivo na União Europeia. O grande nó, talvez, desse tema para o nosso sistema é que, normalmente, eles preveem uma agência reguladora. E aqui, dentro deste quadro de desconfiança múltipla, recíproca, quem vai designar os agentes, os conselheiros, quem vai fiscalizar os fiscais? Há muitas discussões. É claro que já temos boas experiências com agências reguladoras, e o Congresso — o Senado, sobretudo — participa da escolha, mas o momento é, às vezes, tenso, turbulento, e isso tudo, talvez, acaba por inviabilizar a votação, além da desconfiança. Logo dizem: “Ah, isso vem para limitar a liberdade de expressão”. Como nós sabemos, a liberdade de expressão tem limites.

A inteligência artificial promete ser o grande drama das eleições deste ano. Como é possível segurar essa guerra nas redes sociais?
Por sorte, temos a Justiça Eleitoral, que já funcionou bem na regulação das eleições presidenciais, com a chamada de retirada sistemática das fake news, dando uma ordem com efeito vinculante geral, porque, do contrário, fica sendo reproduzida. O TSE atuou bem, e hoje tem até uma central de tecnologia, portanto, isso está sendo aprimorado. Mas o grande desafio agora é a inteligência artificial. O TSE, também na resolução, está exigindo que qualquer uso de inteligência artificial para propaganda eleitoral seja advertido, para que haja a verificação.

O senhor acredita que os ataques ao Judiciário são irreversíveis? Qual é o problema de o Judiciário ser trazido para essa arena política?
A impressão que eu tenho é que a gente vive um momento de exposição, e até de vitórias inegáveis, deste movimento chamado populista, e até destes defensores daquilo que chamam de democracia iliberal. Portanto, em princípio, os gritos que nós ouvimos aqui na Praça dos Três Poderes como “Supremo é o povo” ou “Supremo somos nós”, nós quem? Aqueles que somos supostamente a maioria, ainda que não sejamos. Tem muito desse discurso que a gente vê nesses ataques. Eu li uma análise de um especialista dizendo que o crescimento do Trump nos Estados Unidos tem um pouco a ver com os indiciamentos. Ele está se aproveitando disso para se vitimizar e apresentar-se como um perseguido do aparato judicial. Certamente, qualquer semelhança nos trópicos não é mera coincidência. Então, acho que tem um pouco esse discurso, e, às vezes, levam a considerações inconsequentes.

Quais considerações?
Vocês se lembram, durante o período da pandemia, que fomos acusados de termos sido muito intervencionistas no processo. E, se discutirmos e falarmos com pessoas que eram próximas do governo anterior, elas diriam que Supremo não permitiu que Bolsonaro apresentasse uma política de saúde. Mas qual política de saúde o Bolsonaro tinha para a crise? Sabemos que não tinha, ou era a imunidade de rebanho ou eram os remédios como a cloroquina, a ivermectina.

Militares estão respondendo pelos ataques à democracia. Eles vão ser punidos?
Eu não sei como a Polícia Federal está conduzindo isso, mas eu imagino que, daqui a pouco, começam a surgir relatórios parciais, e que depois são encaminhados à Procuradoria-Geral para eventual oferecimento de denúncia. Daquilo que a gente vê e percebe, há um resultado muito mais efetivo do que a gente poderia ter em relação ao que vamos chamar de participantes supostamente intelectuais desse processo. Porque tivemos os autores materiais, aqueles que foram identificados, mas não se sabia bem quem foi o mentalizador disso. Aquela reunião, que é revelada a partir das investigações feitas no computador do coronel Cid, mostra bem que havia uma combinação. Há muitas passagens impressionantes ali.

Qual foi a que mais chamou a sua atenção?
Impressionou-me, sobretudo, o chefe do Ministério da Defesa, general Paulo Sérgio, dizendo que foi um erro tático e estratégico da Justiça Eleitoral ter chamado os militares. Veja, foi uma atitude de boa fé da Justiça Eleitoral, mas ele diz que foi um erro. Toda a discussão era sobre como boicotar as eleições ou ter elementos. Eu tenho até dito que, na organização da fuga para frente que a gente precisa fazer, entre outras coisas, não podemos mais repetir um ministro militar no Ministério da Defesa. A concepção lá atrás do governo Fernando Henrique Cardoso, quando se criou o Ministério da Defesa, era dar esse poder aos civis, para que houvesse essa integração. Teve até uma carreira civil dentro do Ministério da Defesa, e assim, de alguma forma, caminhou até certo um ponto. No governo Temer, por conta das crises, nós tínhamos como substituto do Jungmann o Luna, ele ficou e, aí com Bolsonaro, passaram a ser ministros militares. O resultado está aí.

Já é possível saber se o ex-presidente Jair Bolsonaro vai ter denúncia?
Não é possível. O que é possível saber é que havia um conciliábulo, uma tentativa de articular algo mais do que é essa festa da Selma.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
A entrevista é muito longa, mas vamos ficar por aqui, com esse resumo. O mais importante é saber o que foi conversado no jantar que Gilmar Mendes ofereceu a Lula, nesta segunda-feira, com a presença dos ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e Flávio Dino. Será republicano o presidente se reunir com sua “bancada” no Supremo, tomando uísque, para discutir temas políticos e de governo. Será democrático? Claro que não é. Apenas faz parte da esculhambação institucional reinante. Uma cena desse tipo non ecziste em país civilizado, diria padre Quevedo. (C.N.)