Há meses que na contagem de votos, ministros revelam alta capacidade jurídica, e naufragam na simples aritmética. (Que muitos chamam de matemática, que é o todo, enquanto a aritmética é a parte).
Apesar de questão municipal, três votos excelentes: de Ayres Britto, Celso de Mello e Marco Aurélio Mello. O primeiro estabelece a diferença entre a validade dos títulos, (que eram verdadeiros e não falsificados) e a sua liquidez. (Se valiam alguma coisa).
Marco Aurélio, definindo sua convicção e a realidade. Convicção: pela absolvição. Realidade: se condenasse, o máximo seria de 2 anos, já prescrito. Absolveu.
Celso de Mello, numa questão municipal, deu a ela repercussão nacional e internacional, citando o já desconhecido “Funding Loan”, de 1901/02. Não teve tempo de explicar: foi o desastrado e desastroso acordo assinado entre Brasil e Inglaterra a respeito da DIVIDA EXTERNA. Prudente de Moraes, recusou qualquer acordo com os “credores”. Campos Salles, que o sucedeu, foi a Londres, se submeteu a tudo e favoreceu os ingleses. Voltando ao Brasil, indo para São Paulo em maio de 1902, de trem (era o transporte da época), foi apedrejado no veículo da Central do Brasil, na estação de Silva Freire, entre Meyer e Engenho novo.
Alceni Guerra, já “homenageado” pela “injustiça”, foi absolvido, depois de uma contagem demorada, tumultuada e tortuosa. Perguntinha inútil, inócua e ingênua: ninguém viu que a AÇÃO PRESCREVERIA AMANHÃ?
Às 17,42, a sessão foi suspensa para o lanche. Não se sabe o que acontecerá na volta. Em pauta, dois julgamentos de SÚMULAS VINCULANTES. Terão prioridade sobre a CORRUPÇÃO-CONTAMINAÇÃO? Ou vão julgar mais tarde?