
Charge de William Medeiros
Pedro do Coutto
O presidente Donald Trump protagonizou um dos episódios mais tensos das relações diplomáticas entre os Estados Unidos e o Brasil. Em um gesto unilateral, o governo americano anunciou a imposição de tarifas de 50% sobre uma série de produtos brasileiros — como aço, alumínio, café, açúcar e carne — o que deve provocar impacto direto na economia brasileira e nas cadeias globais de comércio.
Mais do que uma decisão econômica, a medida tem um evidente componente político: Trump, que já declarou abertamente apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, usou o anúncio para desferir críticas duras ao Supremo Tribunal Federal e ao governo Lula, acusando-os de promover uma “caça às bruxas” contra seu aliado ideológico.
CARTA – A retórica usada por Trump foi agressiva e impositiva. Em uma carta enviada diretamente ao Palácio do Planalto, o presidente norte-americano exigiu que o governo brasileiro cessasse imediatamente o “comportamento persecutório” contra Bolsonaro, fazendo referência ao julgamento que tramita no STF sobre a tentativa de golpe em janeiro de 2023.
Para analistas internacionais, a linguagem usada por Trump extrapola os limites da diplomacia tradicional, resvalando numa interferência inaceitável nos assuntos internos de outro país. O tom determinante da carta e o gesto de impor tarifas comerciais como forma de pressão revelam uma tentativa clara de condicionar decisões judiciais soberanas a interesses políticos externos.
A resposta do governo brasileiro veio com rapidez. O presidente Lula convocou uma reunião de emergência com ministros da área econômica e da diplomacia e já anunciou que o Brasil deve aplicar medidas de retaliação comercial, com base na Lei de Reciprocidade e nas regras da Organização Mundial do Comércio.
NOTA – O Itamaraty também divulgou uma nota firme, classificando as declarações de Trump como “ofensivas à soberania brasileira” e alertando para os riscos que essa escalada pode trazer para a estabilidade das relações bilaterais. O mercado reagiu com nervosismo: o dólar subiu, a Bolsa recuou e setores exportadores ligados aos produtos afetados já começaram a reavaliar contratos e projeções de lucro.
Mais do que um conflito comercial, o que se desenha é um embate geopolítico e ideológico. Trump parece decidido a transformar Bolsonaro em símbolo de perseguição política — narrativa semelhante à que ele próprio alimenta nos Estados Unidos ao se apresentar como vítima de um “sistema corrompido”. Ao atacar o STF e criticar abertamente o processo legal em curso no Brasil, o presidente americano tenta deslegitimar instituições democráticas em nome de alianças pessoais e eleitorais.
É uma estratégia já conhecida: criar tensão, alimentar a polarização e mobilizar sua base conservadora com discursos inflamados contra inimigos externos e internos. O problema é que essa tática não se limita ao campo retórico — ela tem efeitos reais e imediatos. O aumento nas tarifas pode causar prejuízos bilionários ao agronegócio e à indústria brasileira, além de pressionar a inflação nos Estados Unidos e desorganizar cadeias de fornecimento internacionais.
RETRAÇÃO – Setores como o do café e da carne, que têm forte presença no mercado americano, já estimam retração nas exportações. Ao mesmo tempo, consumidores norte-americanos também devem sentir os efeitos com preços mais altos nas prateleiras. Ou seja, trata-se de uma guerra onde todos perdem, mas que interessa a Trump como combustível eleitoral.
A crise que se abre tende a se prolongar. De um lado, o governo brasileiro tem o desafio de defender sua soberania jurídica e econômica sem comprometer relações comerciais fundamentais. De outro, Trump parece determinado a usar o Brasil como palco secundário de sua cruzada ideológica. O embate, ao que tudo indica, está apenas começando — e poderá se tornar um dos capítulos mais delicados da diplomacia latino-americana contemporânea.
Mais do que uma decisão econômica, a medida tem um evidente componente político: Trump, que já declarou abertamente apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, usou o anúncio para desferir críticas duras ao Supremo Tribunal Federal e ao governo Lula, acusando-os de promover uma “caça às bruxas” contra seu aliado ideológico
E nada fala do cachadrão (composta por aglutinação) que apoiou ostensivamente Kamala Harris ? Ou é só para quem assiste a globo ?
A grande preocupação dos EUA (Trump) é a esquerdização do Brasil. O Brasil é um país continental onde o povo é submisso, sem cultura e informação para avaliar as consequências de um movimento rumo ao socialismo e com um potencial enorme de desenvolvimento. A intenção do Lula é consolidar seu poder de voto para uma futura reforma política que vai autorizar a reeleição para um mandato de mais seis anos o que seria amparado pelo STF.
O Agro está adorando esse tarifaço, impulsionado pelo antamitololoko, SQN. Em terra de Zé carioca, Pato Donald não se cria!
1) https://oglobo.globo.com/brasil/noticia/2025/07/10/cacique-cobra-coral-veja-em-quais-estados-dos-eua-medium-nao-realizara-assistencia-climatica-apos-tarifaco-contra-brasil.ghtml
2) Acredite se quiser… Cacique Cobra Coral, o famoso médium espírita vai desproteger alguns estados dos EUA…
Donald Trump atirou para todos os lados. Além da chantagem explícita contra o Brasil, aceitando revogar a aplicação da tarifa, se o STF terminar o julgamento do Golpe de Estado, contra Bolsonaro. Trata-se de uma intervenção no Judiciário do Brasil.
Os bolsonaristas, que falam tanto de Pátria, na prática, ao apoiar Donald Trump, se portam como traidores da pátria.
Tem também uma sinalização de contrariedade com os BRICS, que Trump entende como um Fórum contra os interesses americanos.
Por outro lado, a simples menção em trocar o dólar por outra moeda nas relações comerciais globais, como o padrão Ouro, por exemplo, fere de morte os interesses estratégicos dos EUA.
Portanto, creio que o foco direcionado para a Anistia a Bolsonaro, seja uma forma de esconder o verdadeiro motivo da aplicação do tarifaço contra o Brasil.
Só mesmo o presidente Donald Trump tem a chave do cofre, quer dizer, qual a razão verdadeira de interferir na soberania do Brasil.
Só falta Donald Trump, anunciar o Brasil como o 51, Estado americano, como ele sonha em tornar o Canadá. Os bolsonaristas vão apoiar a entrega do país para os EUA? Só falta essa. Não duvido de mais nada.
Sugestão ao Editor
Postar o Artigo do Prêmio Nobel Paulo Kugrman, publicado no Estadão de quinta feira.