
No Brics, Lula semeia a oposição do Sul Global aos EUA
Daniela Santos e Maria Eduarda Portela
da CNN
Na semana passada, o Rio de Janeiro sediou a reunião de cúpula do Brics, grupo que reúne 11 países em desenvolvimento em busca de cooperação econômica, política e social. Logo após o primeiro dia do encontro, sinais de turbulência começaram a surgir, com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçando taxar em 10% “qualquer país que se aliar às políticas antiamericanas do Brics”. De acordo a Casa Branca, o republicano acompanhava “de perto” a reunião dos líderes.
A ameaça, no entanto, foi apenas um prenúncio do que estava por vir. Na última quarta-feira (9/7), um dia após o evento, Trump formalizou por meio de uma carta endereçada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a imposição de uma tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras, decisão que aprofundou a crise nas relações entre os países.
O QUE É O BRICS? – A palavra Bric foi criada em 2001 por Jim O’Neill, economista do Goldman Sachs, ao se referir a Brasil, Rússia, Índia e China como economias emergentes com grande potencial de crescimento até 2050.
Inicialmente, o Bric era apenas uma recomendação para investidores, no entanto, a formalização do grupo aconteceu em 2006 na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) com a primeira reunião ministerial informal.
O trabalho conjunto ganhou força depois da crise financeira de 2008, seguido pela primeira cúpula de chefes de Estado em 2009, na Rússia. No ano seguinte, em 2010, se formalizou a entrada da África do Sul, oficializando o “S” no acrônimo: Brics.
MAIS MEMBROS – Apesar das diferenças culturais e regionais, os membros do Brics compartilham um vasto território com uma população numerosa, além de um rápido processo de industrialização.
Agora, fazem parte do Brics: África do Sul, Arábia Saudita, Brasil, China, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia, Índia, Irã e Rússia.
Para especialistas, o protagonismo do Brasil frente ao bloco, aliado à defesa de Lula por mecanismos de pagamentos alternativos ao dólar, podem ter influenciado a ação do republicano. No encerramento da cúpula, o petista defendeu a adoção de meios alternativos à moeda americana. Países do Brics têm negociado, por exemplo, o uso de moedas locais no comércio internacional para reduzir a dependência ao dólar.
SEM DÓLAR – “Eu acho que o mundo precisa encontrar um jeito de que a nossa relação comercial não precise passar pelo dólar. Quando for com os Estados Unidos, ela passa pelo dólar. Mas, quando for com a Argentina, não precisa passar. Quando for com a China, não precisa passar. Quando for com a Índia, não precisa passar. Quando for com a Europa, discute-se em euro”, exemplificou Lula em entrevista à imprensa, na última terça-feira (8/7).
“Ninguém determinou que o dólar é a moeda padrão. Em que fórum foi determinado? E, obviamente, nós temos toda a responsabilidade de fazer isso com muito cuidado. Os nossos bancos centrais precisam discutir isso com os bancos centrais dos outros países”, completou o petista.
Para João Alfredo Lopes Nyegray, coordenador do Observatório de Negócios Internacionais da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), a fala pode ter impulsionado o presidente americano a tomar medidas mais enérgicas contra o Brasil.
SUL GLOBAL – “Quando Lula propõe mecanismos alternativos ao dólar em transações entre países do Sul Global — inclusive com apoio da China e da Rússia —, ele afeta diretamente a arquitetura de poder construída pelos EUA no pós-guerra e que Trump vem tentando reforçar. A declaração da cúpula do Brics, por sua vez, reforça essa posição ao pedir reformas em instituições como o FMI e defender uma ordem financeira mais multipolar”, avalia.
Ele também pondera que Trump segue uma lógica de “diplomacia punitiva”, que afeta países que questionam a hegemonia americana.
“Punir o Brasil, nesse contexto, é um aviso direto a outros países do Brics — e também àqueles que cogitam aderir a esse movimento — de que haverá custo geoeconômico para desafiar o status quo”, pontua o especialista.
EXPANSÃO DO BRICS – Luciano Muñoz, professor de Relações Internacionais do Centro Universitário de Brasília (CEUB), afirma que as novas tarifas de Donald Trump são um reflexo da expansão do Brics nos últimos dois anos.
“Essa expansão, que vem de dois anos para cá, tem sido compreendida como uma visão chinesa ou, talvez, chinesa e russa, porque aí você junta também o contexto da guerra da Ucrânia e o isolamento russo. Mas o Brics é um desafogo para o isolamento da Rússia e, do ponto de vista da China, que não está isolada, é uma plataforma de projeção global ainda maior, num cenário que vem ficando bastante nítido”, pontua Muñoz.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Em meio a tanta xaropada, surgem algumas matérias interessantes e que realmente explicam a situam. Mas não podemos esquecer que são duas empresas de Trump que estão processando o ministro Moraes, sinal de que o presidente americano se sente pessoalmente atingido pelo Brasil varonil. Comprem pipocas, porque essa novela é duradoura. (C.N.)
Cacilda !!! Bretton Woods passou batido …
Senhor Carlos Newton , lembre-se que essas duas empresas do agora presidente dos EUA Donald Trump , estavam operando e atuando de forma ” CLANDESTINAS ” no Brasil , sendo que ao serem descobertas e flagradas , foram instadas a legalizarem e se adequarem as leis do Brasil , mas se negaram em faze-lo , com o agravante de que passaram a promover campanhas de ” difamações e ofensas ” alegando cerceamento por parte das autoridades Brasileiras , da tal e famigerada ” liberdade de expressão ” , contando com ampla apoio de parlamentares ” desonestos e mal-intencionados ” contra seu próprio país .
Uau, quer dizer que descondenar um corrupto preso por corrupção ativa e passiva é legal? Quer dizer que manter os direitos políticos da Dilma, numa afronta à Constituição Brasileira é legal? Ou, apagar as imagens da invasão de 8 de janeiro pelo Ministro da Justiça é legal? Ou não arrolar o G Dias que facilitou a invasão é legal? Convenhamos, a ilegalidade está do lado de cá e de quem a apoia.
A Rússia já deixou bem claro que a péssima ideia de criar a moeda do Brics é coisa de bêbado mas, não do Putin e sim do Lula. O Molusco pensou que era um tubarão e não passa de um lambari.
Senhor Paulo Du Bois , o então condenado e preso Lula , contou com o ” aval e anuência ” do então presidente e seu vice Jair Bolsonaro e Hamilton Mourão respectivamente , para sua soltura e sua reabilitação política , ao serem consultados pelos juízes do STF envolvidos nessa trama contra o Brasil , em troca da suspensão das investigações e processos contra jair bolsonaro , seus filhos e comparsas , isso é público e notório .