
Charge do Cazo (Blog do AFTM)
Luiz Felipe Pondé
Folha
Uma mulher sem passagem na polícia pega 14 anos de prisão por pichar com um batom a estátua da Justiça em Brasília. Um assassino de uma mulher saiu da cadeia depois de 6 anos e já morreu de novo. Aquela mulher do batom demonstrou o sentimento de muitos brasileiros de que a Justiça, no Brasil, nos últimos tempos, não merece mais respeito.
O assassino livre é o símbolo do amor aos bandidos que grande parte do Poder Judiciário, por razões ideológicas ou outras quaisquer, tem sido demonstrado à população brasileira há algum tempo.
AMOR AO CRIME – Todo mundo sabia que o Estado brasileiro, e, especificamente, o governo Lula, que ama bandidos vítimas sociais, perdeu a soberania para o crime organizado.
Enquanto o bravateiro Lula fala de soberania em relação ao Trump, enquanto o STF canta em prosa e verso o Estado de Direito brasileiro, na vida real, fora da “Matrix” em que vive a liderança delinquente do país, o pau come.
O crime organizado tem torcida no Brasil: agentes da Justiça, políticos, artistas, produtores culturais, jornalistas, intelectuais, professores. E o crime sabe bem disso. Aliás, conta com isso como estratégia política e social para construir sua soberania sobre o território nacional.
CHIFRE DA ÁFRICA – Em 20 anos, o Brasil será como esses países do chifre da África em que gangues mandam no território e a população aprende a viver entre balas, roubos, assassinatos cotidianos, e impostos ilegítimos para não serem roubados, estuprados e mortos.
Se a megaoperação carioca teve algum mérito —não vou entrar na discussão técnica porque não sou especialista— foi pôr na ordem do dia o assunto, obrigando a delinquência de Brasília a se manifestar. Mas não se iludam: a atenção que o assunto passou logo porque a mídia tem memória curta, assim como a população em geral.
Outro fator que devemos ter em mente é que o interesse continua sendo eleitoreiro, seja para a direita que, antes da esquerda, tem levado a sério o tema, seja para a esquerda que quer angariar votos entre uma enorme população envolvida com aqueles que praticam o crime ou seus familiares.
PAÍS À VENDA – O interesse do governo permanece meramente eleitoreiro. Lula, hoje, venderia o país para qualquer um que garantisse sua eleição em 2026. Não há governo federal e, se houve, acabou. O que há é o quarto obrigatório.
A direita, burra como sempre, não consegue nem se desvencilhar do fator Bolsonaro, presa a uma obsessão que parece ver no ex-presidente uma encarnação do rei português Sebastião, causador da nostalgia do sebastianismo que paralisou Portugal. O bolsonarismo hoje é uma forma de sebastianismo.
Chegamos ao ponto de que, para a torcida organizada do crime organizado —repetição proposital— o poder legítimo da violência está migrando para os direitos dos bandidos sendo bandidos. Claro, contanto que não invadiu o Leblon ou a zona oeste paulistana. A soberânia é o monopólio legítimo da violência.
EA POLÍCIA? – É evidente que, para grande parte dessa torcida, o Estado —a polícia, mais especificamente no caso— não merece esse monopólio. Quanto mais morrer policial, e mais bandido escapar, melhor.
Reconhecemos que grande parte da perda da fé pública no Estado se dá pelo fato de que um setor significativo da população pobre é vítima de truculência policial, mesmo. Porém, mais importante ainda é o fato de que o crime organizado, que está em guerra para tomar o país pra si, já se infiltrou num enorme território das atividades de mercado e do Estado brasileiro.
Agentes públicos de vários setores, assim como agentes econômicos de vários setores, já operam, muito provavelmente, para a rede criminosa. O crime, hoje, mantém todo um serviço de “formação de profissionais” de mercado e de carreira pública para garantir sua tomada de soberania no país. O crime é tão organizado que já tem pauta social.
PODER DE COERÇÃO – Mas é evidente que a porrada só não resolve nada, apesar de que o bandido só respeita o poder de coerção. A verdade é que ninguém, nem nos setores da administração pública nem no campo acadêmico de especialistas, tem a mínima noção do que fazer.
Entre aqueles que compram um “baseadinho” para recreação e aqueles agentes públicos que há anos —independentes da filiação ideológica ou meramente fisiológicas— ignoram a tomada de soberania no país pelo crime organizado, ninguém está nem aí.
Os governos ligaram o “foda-se” há muito tempo para o país, e um dos alvos desse “foda-se” é o fato da população estar cada vez mais aprisionada entre a violência do crime e o Estado. Miséria nacional: mesmo a segurança pública está polarizada. A direita mata bandido, a esquerda beija bandido.
Outro fator que devemos ter em mente é que o interesse continua sendo eleitoreiro, seja para a direita que, antes da esquerda, tem levado a sério o tema, seja para a esquerda que quer angariar votos entre a enorme população envolvida com aqueles que são do crime ou os seus familiares
E daí se for eleitoreiro, filósofo de merda ? Ele foi eleito para fazer e não para estacionar em “Não vou fazer que uma besta qualquer dirá que foi por motivos eleitoreiros“.
Texto retrata nossa realidade aterrorizante.
“Droga é uma mercadoria como qualquer outra. Quer acabar com as drogas? Regulamenta”
As pessoas que plantam, que embalam e fazem o traslado, até chegar no varejo, lá na ponta, na biqueira, são trabalhadores mega explorados, sem seus direitos garantidos, e a gente não percebe que o rendimento [é] bilionário desse setor, porque em nenhuma parte dessa cadeia produtiva há nenhum tipo de taxação de imposto” , disse a vereadora do Psol.
“”População está refém da direita que mata e da esquerda que beija bandido
Pois é , queiramos ou não os ditos membros dos extremos ” políticos e ideológicos ” são beneficiários do crime , tal como denunciado pelo ” compositor e cantor ” Dicró na música que ele compôs a pedido do humorista Chico Anísio , sendo que Chico Anísio fez a melodia e Dicró fez a letra , que ironicamente amedrontou várias pessoas no meio artístico , caso queiram mais informações acessem as diversas entrevistas do Dicró no programa de Jó Soares , onde ele abre o verbo , quase o leva ser demitido da Globo e ser preso :
CABIDE DE EMPREGO – 2002 .
Se não fosse o crime
Muita gente morria de fome
O vagabundo é quem garante
O pagamento dos homens
Porque um preso dá vários empregos
Você pode acreditar
É um policia pra prender
Um delegado pra autuar
Um promotor pra fazer a caveira
Um juiz pra condenar
Um carcereiro pra tomar conta
E um advogado pra soltar
Se não fosse o crime
Muita gente morria de fome
O vagabundo é quem garante
O pagamento dos homens
Eu não faço apologia
mas infelizmente é verdade
Existe o bem e o mal
Em todo canto da cidade
Quem nunca foi assaltado
Por favor , levante o dedo
A maré está tão braba
Que eu já ando até com medo
“Os governos ligaram o “foda-se” há muito tempo para o país, e um dos alvos desse “foda-se” é o fato da população estar cada vez mais aprisionada entre a violência do crime e o Estado. Miséria nacional: mesmo a segurança pública está polarizada. A direita mata bandido, a esquerda beija bandido.” https://www.tribunadainternet.com.br/2025/11/04/populacao-esta-refem-da-direita-que-mata-e-da-esquerda-que-beija-bandido/#comments
“Não há governo federal e, se houve, acabou.”
“(…) O Estado brasileiro, e, especificamente, o governo Lula, que ama bandidos vítimas sociais, perdeu a soberania para o crime organizado.”
“O interesse do governo permanece meramente eleitoreiro. Lula, hoje, venderia o país para qualquer um que garantisse sua eleição em 2026.”
“O crime, hoje, mantém todo um serviço de ‘formação de profissionais’ de mercado e de carreira pública para garantir sua tomada de soberania no país.”
‘(…) Miséria nacional: a população está cada vez mais aprisionada entre a violência do crime e o Estado.’
Acorda, Brasil!