Antes mesmo do engraçadíssimo e logicamente inútil acordo ortográfico, a língua portuguesa (?) já apresentava contradições, “ó quão dessemelhantes”, com palavras rigorosamente iguais, que representavam definições inteiramente diferentes.
Entre essas, uma, IMPAGÁVEL, a mais elucidativa e de grande importância na economia, no passado, presente e futuro do Brasil, e no seu desenvolvimento, no desperdício delirante e alucinante dos recursos do país.
IMPAGÁVEL é, ao mesmo tempo, a palavra que faz todo mundo rir, esquecendo os momentos difíceis e às vezes insuperáveis. E lembra, sem que possamos esquecer de modo algum, o maior obstáculo para provocar o enriquecimento geral, que é a chamada DÍVIDA INTERNA.
O Brasil jamais teve DÍVIDA INTERNA. O que assustava era a DÍVIDA EXTERNA, que começou com a independência em 1822. Portugal devia à Inglaterra, esta queria que alguém pagasse ou parcelasse. O Brasil aceitou, como recusar?
Sem liberdade e com os juros sobre juros, essa DÍVIDA, digamos, foi arruinando o país. Em 1960, fim do governo JK, já estava em 1 bilhão de dólares, e foi crescendo.
Quase terminando a ditadura, já beirava os 200 bilhões, fora os juros, amortizados e renegociados.
(O único presidente que se recusou a renegociar e expulsou de seu gabinete o Rotschild audacioso foi Prudente de Moraes, em 1896. Mas logo veio Campos Salles, que foi a Londres renegociar, que República).
A DÍVIDA INTERNA começou em 1994/95, lógico com FHC, o homem do “retrocesso de 80 anos em 8”. Foi crescendo violentamente, quando Lula assumiu já era de 700 BILHÕES. O juro sobre essa DÍVIDA já estivera em 44 por cento (vejam a loucura que era o pagamento, perdão, amortização dessa DÍVIDA).
Durante mais de 30 anos, combati diária e desassombradamente essa DÍVIDA que sugava todo o esforço do trabalho de mais de 150 milhões de pessoas. (Na época). As multinacionais recebiam esses juros espantosos, enquanto o total ia crescendo, fizeram tudo para que eu parasse a luta, não conseguiram nada.
Exigiram então minha cassação, o que ocorreu em 1966, 3 dias antes da eleição, na qual, segundo as pesquisas, eu seria o deputado federal mais votado no MDB. No meu livro sobre Fernando de Noronha, que a ditadura não deixou que a Nova Fronteira (editora de Carlos Lacerda) publicasse, conto toda a história.
Depois passei a combater também a amortização da DÍVIDA INTERNA, cujos títulos (apropriadamente chamados de BÔNUS) estão em quase dois terços na mão dos banqueiros multinacionais (globalizados), e um terço de posse de brasileiros (?).
FHC, que, como está dito, chegou a pagar 44 por cento de juros, entregou o governo a Luiz Inacio Lula da Silva, com a remuneração da DÍVIDA QUE NÃO DEVÍAMOS em 26 por cento. É isso que se chama de CRIME CONTRA A PÁTRIA?
Sabendo que nas relações financeiras globalizadas, existiam duas palavras amaldiçoadas, CALOTE ou MORATÓRIA, embora reiterando que o Brasil não DEVIA nada, fiz a proposta correta, digna, irrefutável, indiscutível e irrespondível da AUDITORIA.
Eu propunha APENAS (na exploração internacional existe lugar para esse APENAS?) que se explicasse à opinião pública como é que uma DÍVIDA INTERNA, que começara quase de forma insignificante, inesperadamente atingia o número que atingiu?
Para terminar por agora: chegamos a pagar de juros 150 BILHÕES DE REAIS POR ANO. O governo Lula, sem ter como pagar e sem a audácia para negociar, enganou o cidadão, dizendo: “Estamos ECONOMIZANDO 90 BILHÕES POR ANO”. Não economizaram nada, era o que chamaram gozadoramente de SUPERÁVIT PRIMÁRIO, que não existe no mundo inteiro e na economia.
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PS – O que existe é DÉFICIT ou SUPERÁVIT. Primeiro é excrescência. Já imaginaram, esses 150 BILHÕES ANUAIS, investidos em INFRAESTRUTURA, mais ou menos como fazem EUA, Índia e China?
PS 2 – Um dia, na distância dos tempos, se os juros caíssem para 5 por cento, (o que não acontecerá de maneira alguma) a DÍVIDA subiria, no mínimo, para DOIS TRILHÕES. Então, estaríamos pagando de juros 100 BILHÕES, m-i-s-e-r-a-v-e-l-m-e-n-t-e. Mas ainda com a ECONOMIA FALSIFICADA DO DEFICIT PRIMÁRIO. Aqui, Del Rei.
Quando Jango foi aos EUA, em 1963 para pedir mais prazo, prestações menores emenda juros, tudo negado , a dívida externa era de 2 bilhões e 500 milhões de dólares .o capital internacional exigiu, dentre outras condições , a indenização da Cia de Energia Elétrica do RGS, algo em torno de 150 milhões de dólares enquanto a Justiça Gaúcha, pelo Dr Danilo Frasca, arbitrou em 18 milhões . Fracassou o Jango e sobreveio 1964.
Isso é do HF. Os atuais não têm dados nem cancha para se manifestar sobre isso.