
Poemas & Canções
MAIS UMA BOCA
Fátima Guedes
Quem de vocês se chama João?
Eu vim avisar, a mulher dele deu a luz
sozinha no barracão.
E bem antes que a dona adormecesse
o cansaço do seu menino
pediu que avisasse a um João
que bebe nesse bar,
me disse que aqui toda noite
é que ele se embriaga.
Quem de vocês se chama esse pai
que faz que não me escuta?
É o pai de mais uma boca,
o pai de mais uma boca.
Vai correndo ver como ela está feia,
vai ver como está cansada
e teve o seu filho sozinha sem chorar, porque
a dor maior o futuro é quem vai dar.
A dor maior o futuro é quem vai dar.
E pode tratar de ir subindo o morro
que se ela não teve socorro
quem sabe a sua presença
devolve a dona uma ponta de esperança.
Reze a Deus pelo bem dessa criança
pra que ela não acabe como os outros
pra que ela não acabe como todos
pra que ela não acabe como os meus.
Esse poema retrata bem a realidade das famílias miseráveis. Mesmo em condições precaríssimas, as pessoas tem filhos, por instinto. E isso se repete nas várias partes do mundo, em países nos quais grassa a fome.
É fácil criticar esse tipo de comportamento, onde só o instinto sobrevive. O difícil é a gente se colocar no lugar dessas pessoas para compreendermos as suas escolhas (nessa e em outras situações).
Se eu tivesse oportunidade de dialogar com uma liderança da causa feminina, aproveitaria para sugerr-lhe:
1- Deflagrar uma campanha, valendo-se de todos os recursos disponíveis, para por fim a essas músicas chulas que vilipendiam as mulheres. Mais notadamente funk e forró.
2- Que fosse criado um observatório permanente, com o objetivo de proceder ações proativas sobre esposas ou amásias de policiais e drogados. Proporcionalmente, são elas as campeãs de torturas físicas psicológicas e feminicidios. O caso das companheiras de policiais tem mais o agravante de elas não poderem falar e, muitas vezes, nem ter a quem se queixarem.
3- Que a mulherada desse uma desacelerada na parição. Ora, a Superpopulação é a pior desgraça que paira sobre a humanidade.
Eu sei que é um prazer seu, mãezona, contemplar um SER emanado das suas entranhas, pode majorar sua cota de Bolsa Família e até servir para extorquir o papai na justiça. Oh, mas cede um pouco do seu egoísmo! Esse diabinho é fofinho pra você, mas, pro bem-estar coletivo, é mais um inseto que vem gerar transtornos. Cada arroto ou peido que ele expele, libera sulfeto de hidrogênio, dióxido de carbono, metano…..tudo para degradar ainda mais o nosso ecossistema. Apenas o conjunto de fraldas que esse capetinha vai gastar, quantas árvores não serão derrubadas! E o tempo para esse desfalque vegetal se repor? Transportes nas grandes cidades, escolas, hospitais, violências, desemprego, sua cria como vítima e vetor na propagação de doenças…. Já pensou? Prolifere esta nova mentalidade!
Quero uma mulher que seja feminina, escolada, granfina. Que tenha ouvido ou conheça Voltaire e que ache graça de Moliére. Gostar de música clássica é um must (Chopin, Liszt, Beethoven),de preferência deve tocar piano e gostar de temas com conteúdo humano. Não precisa ser perfeita, mas que saiba o que é bom apreciar e conheça muitas receitas para preparar meu jantar!