A maior dúvida do governo é saber até onde vai a euforia do mercado

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Charge do Frank (Charge Online)

Vicente Nunes
Correio Braziliense

O Palácio do Planalto está batendo o bumbo diante da euforia do mercado financeiro, mas é preciso ter muito cuidado. Da mesma forma que os investidores estão exacerbando no otimismo hoje, podem, mais à frente, provocar um movimento contrário e detonar o sinal de pânico, travando, novamente, a retomada da economia. Basta, para isso, que algum dos argumentos usados para elevar o humor dos donos do dinheiro se mostre frágil. O mercado não perdoa frustrações.

Na tentativa de criar fatos positivos para se contrapor a uma nova denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o presidente Michel Temer anunciou uma sucessão de medidas que se encaixam perfeitamente no gosto dos investidores, sobretudo a privatização de estatais. A Bolsa de Valores registrou ontem o terceiro dia de valorização. Cravou os 71.132 pontos, aproximando-se de seu recorde histórico. As taxas de juros no mercado futuro desabaram.

NAS MÃOS DO CONGRESSO – É preciso ressaltar, porém, que boa parte do pacotão de Temer não depende dele. A decisão está nas mãos do Congresso e de uma burocracia que, certamente, criará empecilhos para o enxugamento da máquina pública. Como já se percebeu, nos últimos dois dias, há grandes focos de resistência no Legislativo em relação à privatização do sistema Eletrobras. O PMDB de Minas Gerais é contra, principalmente, à desestatização de Furnas.

Não por acaso, há um grupo na Esplanada dos Ministérios pedindo calma. A pressa do governo em anunciar o pacote de privatização e de concessões é política. Ainda carece de muito embasamento técnico. Uma coisa é anunciar o desejo de vender empresas controladas pelo governo e de transferir a gestão de aeroportos e rodovias à iniciativa privada. Outra é concretizar o processo. Além de encontrar um modelo adequado, que não resulte em suspeição, é necessário convencer os investidores de que o que está sendo ofertado é um bom negócio. E nem tudo o que está no pacotão de Temer pode ser assim considerado.

 NO FIM DO MANDATO – Mais: já está claro que grande parcela das estatais que serão colocadas à venda só estará em condições de ir a leilão no segundo semestre de 2018. No meio do caminho, haverá uma Copa do Mundo e eleições gerais. Levar essa discussão para cima dos palanques será uma tarefa complicada. O que não for aprovado pelo Congresso até junho do ano que vem não o será mais. Não num país sob o comando de Temer. É aí que mora o perigo. Uma privatização tocada sem as devidas precauções pode resultar em um processo cheio de vícios. Uma porta aberta para a corrupção.

Outro ponto importante a ser considerado: Temer corre o risco de perder aliados que estiveram ao seu lado quando houve o impeachment de Dilma Rousseff. De lá para cá, a base aliada diminuiu e interesses locais tendem a afastar votos significativos do Planalto. Esse raciocínio vale para os militares, que ficaram completamente quietos com a deposição da petista, mas, agora, estão mostrando um incômodo nada desprezível.

FALTA DE VERBAS -  Além da falta de verbas — estima-se que os recursos destinados às Forças Armadas acabem em setembro —, a caserna se agitou com o decreto publicado anteontem no Diário Oficial da União, que extinguiu a Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca), criada no regime militar, em 1984. Temer, com essa decisão, liberou uma área de aproximadamente 47 mil quilômetros entre o Pará e o Amapá para a extração de ouro e outros minerais nobres. A região, alvo de cobiça das grandes mineradoras, é quase do tamanho da Dinamarca.

Para os militares, é inaceitável que o decreto assinado por Temer tenha sido publicado sem um amplo debate. Ninguém da caserna foi consultado. A surpresa negativa ressuscitou o discurso nacionalista dentro das Forças Armadas, que teme uma onda de invasões em áreas protegidas. Entre os militares, ninguém fala em rebelião. Contudo, há um movimento crescente para convencer o presidente a recuar da decisão. Há, sobretudo na cúpula do Exército, argumentos de sobra para que uma medida tomada no afogadilho, como se fosse direcionada a grupos específicos, seja revertida.

QUESTÃO DE JUÍZO – Entre assessores de Temer, a visão é de que não há razões para apreensões. Eles admitem que, certamente, uma parte das privatizações e das concessões anunciadas ficará só na promessa. Mas alegam que é importante dar início ao processo e expor à sociedade o que deve e o que não deve ficar nas mãos do Estado. Dos mais de R$ 40 bilhões esperados em arrecadação, se metade entrar nos cofres públicos, já será um alívio para a equipe econômica, que está sofrendo para fechar as contas. É latente o risco de, no meio do ano que vem, o governo anunciar mudança da meta fiscal, de deficit já aumentado de R$ 129 bilhões para R$ 159 bilhões.

Um importante observador da Esplanada diz que uma ação que o governo vê como muito positiva pode se transformar em um desastre. Basta, para isso, que não se leve em consideração regras simples de segurança. Ele ressalta que esse governo é altamente impopular — apenas 5% aprovam Temer — e está cheio de ministros investigados no âmbito da Operação Lava-Jato. “Para tirar a legitimidade das ações do governo, é um pulo”, afirma. “Não é só porque o mercado financeiro deu o aval que tudo está garantido e que tudo dará certo. Entre palavras e atos concretos, há uma grande distância”, emenda. Portanto, o aviso é está dado. Todo juízo será muito bem-vindo.

4 thoughts on “A maior dúvida do governo é saber até onde vai a euforia do mercado

  1. OS SANTO$, do pau oco. É como se elle$ não tivessem nada a ver com o “FLA-FLU” partidário eleitoral, o monstro social que alimentam diariamente, e nem com o peixe podre vendido pelo partidarismo-eleitoral, o golpismo-ditatorial e seus tentáculos, velhaco$, há 127 anos, via plutocracia putrefata com jeitão de cleptocracia e ares fétido de bandidocracia fantasiada mal e porcamente de democracia, que perfaz o $istema político podre, que, mesmo podre, elle$ não mudam nem a pau, Juvenal. É como se não tivesse sido no governo delle$ que foram escancaradas as portas para o famigerado e criminoso “financiamento empresarial de campanha$”, e arrombado as portas da Petrobras para a roubalheira multipartidária, que bombou com os seus sucessores como nunca antes visto na história deste país. É como se não tivesse sido elle$ que venderam a preço de banana patrimônio público vital para o país como, p.ex., a Vale do Rio Doce que, nas mãos da iniciativa privada causou um dos maiores desastres ambientais deste país em Mariana, MG. É como se não são elle$, mancomunados com o que há de pior na política nacional, que agora estão fazendo de tudo no poder, toda sorte de malabarismo, contorcionismo, artifícios e ardis para vender até a própria Petrobras e até mesmo a Amazônia enquanto santuário da Humanidade. É como se não tivesse sido elle$ que associados e mancomunados com o que há de pior, mais fisiológico e mais irresponsável no partidarismo-eleitoral luso-tupiniquim, que é o PMDB e agregados, que praticaram o gollpe mais covarde, mais leviano, mais canalha e mais repugnante da história deste país contra uma Mulher na presidência da república 171 dos me$mo$. É como se não fossem elle$ tb as bestas do apocalipse do partidarismo-eleitoral que aí está, a olhos vistos, sacudindo a república 171 dos me$mo$. Enfim, para não alongar demais o assunto, é assustador observar que, não obstante tudo, esses cara$, de pau, não se dão por achados, não se fazem de rogados e nem se dão por pegos com as respectivas bocas nas botijas do erário, filmados pela Lava Jato. Aliás, é preciso exigir desse Tasso que explique de onde veio tanto dinheiro para construir uma rede de Shoppings em várias capitais do país e até em cidades do interior de SP. Basta de partidarismo-eleitoral, golpismo-ditatorial e seus tentáculos, velhaco$, e, sobretudo, dessa guerra tribal, primitiva, permanente, insana, maldita e infeliz dos me$mo$, por dinheiro, poder, vantagens e privilégios, sem limite$, que ninguém em sã consciência aguenta mais. E pasmem, são exatamente elle$, PSDEMB- agregados versus PTMDB-agregados que já estão em plena campanha pelo Brasil com vistas a possível eleição de 2018, não obstante o nefasto continuísmo da mesmice dos me$mo$. Basta. Chega dos me$mo$. Fora todo$. Democracia Direta Já, com Meritocracia Eleitoral, porque evoluir é preciso. https://www.brasil247.com/pt/247/sp247/313925/Tasso-corta-asas-de-Doria-critica-discurso-de-%C3%B3dio-e-diz-Alckmin-%C3%A9-o-candidato.htm

    • Temos que levar novamente de 7 a 1 que foi pouco pra privatizar toda essas empresas perdulárias ?
      Falar em copa nesse momento é muita cara de pau. Quem quer saber de copa do mundo em meio ao caos que estamos vivendo ? Somente os endinheirados e os irresponsáveis.
      Privatização já, por qualquer preço, é melhor que bancar salários astronômicos de gente perdulária que não se levanta nem quando um índio boliviano sequestra uma refinaria da Petrobras.
      Chega de roubalheiras.

  2. Senhores,
    É bom que se saiba que o documento “Uma Ponte para o Futuro” foi um paper enfiado goela abaixo da Fundação Ulisses Guimarães, sem discussão, sem aprovação e sem conhecimento das sessões estaduais do PMDB.
    Um documento da sessão de Santa Catarina com visão politica nacional e de desenvolvimento foi solenemente ignorado pelo atual presidente da Fundação, Moreira Franco, em 2015.
    Triste!

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