
Ilustração reproduzida do Arquivo Google
Júlia de Aquino
Instagram literário @juentreestantes
Durante uma leitura, é comum nos depararmos com palavras e expressões desconhecidas. E não há nada de anormal nisso, uma vez que a Língua Portuguesa possui quase 500 mil palavras.
Para ser mais exata, de acordo com o Blog Falando em Literatura, no Aurélio Online (principal dicionário de nossa língua) estão catalogadas 435 mil palavras diferentes.
E o número só cresce, pois todos os dias novas palavras são criadas ou até “incorporadas” por nossa sociedade, e acabam entrando no conjunto das já existentes.
DELETANDO – Por exemplo, a palavra “deletar”, presente nos dicionários, surgiu do termo em inglês “Delete”, que se popularizou com o crescimento do número de computadores nas casas, ainda nos anos 1990.
Outras palavras incorporadas aos nossos dicionários em 2011 foram “blogar”, “baixar” e “pen drive”.
Incorporações no vocabulário sempre aconteceram, mas de uns anos para cá estão cada vez mais frequentes. Sendo assim, é praticamente impossível conhecermos todas as palavras existentes, e não é raro alguma nos chamar atenção durante uma leitura.
COMO APRENDER? – No geral, encontramos seu significado pelo contexto, mas existem outras maneiras de compreendê-las e aprendê-las “ad aeternum”. Desde que comecei a seguir certos “procedimentos” literários, aprendi inúmeras palavras novas e em várias ocasiões encontrei-as em outros textos depois de tê-las aprendido. Deixo abaixo algumas dicas para quem se interessa em expandir o vocabulário ou se sente minimamente atraído pelos verbetes de nossa língua:
- Cole um post-it quadrado grande na primeira página do livro que for começar a ler. Quando vir uma nova palavra, anote-a no post-it, marcando a página em que se encontra. Ao final da leitura, anote as palavras desconhecidas num caderno e busque seus significados, relendo os trechos em que aparecem (o ideal é separar um caderno ou bloco de anotações exclusivamente para esse fim).
- Caso prefira registrar no celular, crie uma nota no Bloco de Notas no início de uma leitura e vá anotando as palavras e as páginas ali. Quando tiver um tempo, procure os significados em aplicativos ou sites de dicionários (veja algumas no fim do texto).
- Os stickers coloridos (marcadores adesivos) também podem ajudar: quando encontrar um termo desconhecido, marque a página (na altura da linha da palavra) com um marcador para rever as anotações depois.
- Para os que têm Kindle, fica ainda mais fácil! O leitor digital já vem com um dicionário em seu sistema, e basta um clique na palavra desconhecida para ele abrir uma janela no texto com a explicação do termo. Ainda assim, minha dica é anotar, pois dessa maneira fixamos muito melhor o conteúdo.
DO SEU JEITO – Obviamente essas dicas podem ser adaptadas de acordo com a preferência de cada leitor, mas são pontos de partida que podem ajudar – e muito – a desbravar esse oceano de palavras que é a nossa Língua.
Alguns sites que tem aplicativos para celular são:
- Priberam: https://dicionario.priberam.org/
- Michaelis: http://michaelis.uol.com.br/
- Dicio: https://www.dicio.com.br/
- Outro site excelente para consultas de verbetes é o Sinônimos, principalmente para quem escreve: https://www.sinonimos.com.br/
“Primeira-dama recebeu R$ 554.236 como laranja de Witzel, diz investigação.”
—-
Parece que é a pandemia das viras20: mulher de Witzel, a esposa do Coisa, e por aí vai. Só falta um Queiroz para explicar o RNA das viras, mas percam as esperanças: para esse tipo de infecção não há vacina – tem que ser na porrada!
Gostei muito das dicas. Parabéns
Obrigada, José! Fico feliz que tenha gostado =D Até semana que vem!
O livro que mais encontrei expressões desconhecidas por mim (em latim) foi ” O Nome da Rosa”. Muito bom livro.
Já leu “Tutaméia”, de Guimarães Rosa? 🙂
Não. Só Grande Sertão: Veredas. “Amigo, para mim, é só isto: é a pessoa com quem a gente gosta de conversar, do igual o igual, desarmado. O de que um tira prazer de estar próximo. Só isto, quase; e os todos sacrifícios. Ou — amigo — é que a gente seja, mas sem precisar de saber o por quê é que é.”
Esse ainda não, Marcos… É bom?
É ótimo! 🙂
Várias pessoas já me indicaram esse! Do Umberto Eco, né?
Bom saber! Obrigada pela dica, Jose 🙂
Boa recomendação. Eu prefiro ver o significado na hora, mas algumas palavras estranhas até “pulo” se não interferir na interpretação do texto.
Obrigada!
Sim, algumas eu busco na hora também, principalmente se o celular estiver por perto! Mas sempre anoto o significado no post it na frente do livro ou no bloco de notas do celular.
Obrigada vc, Lélia! 🙂
Excelente as dicas! Gratidão pela ajuda.
Muito feliz que tenha gostado, Vera! Obrigada pelo coment! Até semana que vem 🙂
A Academia Francesa de Letras tem uma comissão especial que cuida dos neologismos, e sua adaptação à Língua, a fim de evitar a invasão dos “pen drive” e “delete”, e que o idioma de Molière se torne um ” franglais”, língua bastarda do inglês e francês.. Já os brasileiros parecem empenhados seriamente na construção do
” portuglês”.
Falando em neologismos, o público americano está hoje alvoroçado procurando tradução para a palavra “rachadinha” por causa da reportagem do New York Times sobre o clã Bolsonaro.