Banco Central já tem espaço para começar a diminuir a taxa de juros

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Charge do Gilmar, reprodução do UOL

Wagner Pires

Em 2015 o Tesouro Nacional emitiu R$ 857,4 bilhões em títulos e resgatou R$ 727,9 bilhões dos títulos anteriores, restando emissões líquidas de R$ 129,5 bilhões em títulos públicos, devidamente acrescentados à dívida pública federal.

Assim, a dívida pública federal passou de R$ 2,295 trilhões em 2014 para R$ 2,793 trilhões em 2015, incorporando os R$ 129,5 bilhões em títulos líquidos emitidos + R$ 368,5 bilhões de juros.

O custo da dívida pública encerrou 2015 à taxa de 16% ao ano, informa o Tesouro Nacional. De fato, se nós pegarmos os juros (R$ 368,5 bilhões) e dividirmos pelo montante da dívida no início do período, isto é, por (R$ 2.295 bilhões), acharemos o equivalente a 16,05%. Esta é a taxa implícita da dívida pública federal, o seu custo de manutenção.

RENDIMENTO ALTO – A maioria das aplicações em renda fixa vem pagando mais de 10% ao ano. Tem aplicação em CDB pagando até 126% da taxa CDI, que é de 14,13%. Ou seja, 126% de 14,13% que é 17,80%!!! Que investimento produtivo está dando 17,80% de lucratividade?

Trocando em miúdos, enquanto a taxa estrutural da economia brasileira (Taxa Selic) estiver puxando o mercado de juros lá para cima, o país não vai estimular investimentos produtivos, de maneira alguma.

Vai continuar estimulando o mercado rentista, o que continuará fazendo com que a economia continue a se retrair. Principalmente o mercado de trabalho. Justamente por isso, o mercado financeiro continua se expandindo no Brasil enquanto as vendas no varejo despencam.

Por conta dessa retração, a carestia (inflação) tem caído bastante em relação à 2015. O Banco Central já tem espaço para ir cortando os juros agora em outubro/novembro. Vamos aguardar.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Como se vê nessa demonstração do comentarista Wagner Pires, o Brasil está tentando criar um capitalismo diferente e inovador, sem o menor risco para o capital, desestimulando totalmente os investimentos em atividades produtivas. Sucessivos governos têm agido assim, em ritmo de alta irresponsabilidade, e com isso conseguiram transformar a dívida pública numa verdadeira bola de neve, que deve aumentar incessantemente, até explodir. (C.N.)

12 thoughts on “Banco Central já tem espaço para começar a diminuir a taxa de juros

  1. Resolver isso nem pensar, fora a poço de ladrões do Sistema S.

    O déficit de R$ 170 bilhões previsto pelo governo interino de Michel Temer para 2016 seria equacionado com folga se os mais de R$ 339 bilhões de impostos sonegados no País desde o início do ano fossem recuperados. É o que revela o Sonegômetro, placar digital criado pelo Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz) que foi exposto ontem pela primeira vez em Porto Alegre. O painel, fruto de um estudo da entidade, objetiva chamar a atenção dos brasileiros para os valores astronômicos da sonegação no país.

    A meta fiscal de 2016 terá um déficit primário que representa o terceiro rombo anual seguido nas contas públicas. O resultado primário é a diferença entre receitas e despesas – a maior parte da receita primária é arrecadada com impostos cobrados sobre os grandes industriais e comerciantes. O Sonegômetro demonstra que a recuperação dos créditos inscritos na Dívida Ativa da União – que fechou o ano passado em R$ 1,5 trilhão –, além de conter o déficit, evitaria o aumento dos impostos que recaem sobre a população brasileira.

    O Sinprofaz estima que, dos R$ 339 bilhões registrados pelo Sonegômetro, R$ 271 bilhões, isto é, 80% do total, foram escoados em operações de lavagem de dinheiro. Por isso, ao lado do Sonegômetro, foi instalada a Lavanderia Brasil, máquina de lavar gigante que simboliza os valores sonegados com a lavagem de dinheiro no País. Tanto a Lavanderia Brasil como o Sonegômetro fazem parte da “Campanha Nacional da Justiça Fiscal – Quanto Custa o Brasil pra Você?”, criada pelo sindicato.

    Procuradores – O rombo nos cofres públicos provocado pela sonegação poderia ser ainda maior, não fosse o trabalho da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. A PGFN é o órgão que tem por missão recuperar judicialmente os créditos tributários e não-tributários devidos por pessoas físicas e jurídicas. Os procuradores da Fazenda Nacional (PFNs) são os advogados públicos que atuam no combate à sonegação e à lavagem de dinheiro.

    Somente nos últimos quatro anos, a ação eficiente dos PFNs resultou na recuperação direta de mais de R$ 76 bilhões e evitou, em um ano, a perda de R$ 500 bilhões dos cofres públicos. “O investimento na PGFN traz um retorno imediato ao governo e à sociedade. Para cada R$ 1 investido na Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, há retorno de R$ 800 reais para a União”, explica o presidente do Sinprofaz, Achilles Frias.

    Os PFNs só cobram execuções fiscais acima de R$ 1 milhão, ou seja, dívidas oriundas de grandes empresas sonegadoras de impostos. A sonegação fiscal afeta a livre concorrência e é um dos motivos pelos quais os tributos no Brasil são tão elevados. “A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional não cobra o cidadão comum ou o pequeno empreendedor. A PGFN está sucateada exatamente porque fiscaliza os grandes empresários que, ao lançar mão da sonegação fiscal, conseguem produtos e serviços mais baratos. O pequeno empresário é a vítima dessa realidade pois, além de não conseguir crescer, sofre com a concorrência desleal”, ressalta Frias.

    • É bom te ver por aqui, Froes. A sugestão é muito boa, infelizmente, não posso usar o nome do Tamberlini, Froes, porque teria de pagar direitos autorais a ele…

      Abs.

      CN

    • Correto Sr. LIONÇO RAMOS FERREIRA, mas é só o Banco Central baixar Instrução, e passa a existir.
      Foi quando Wall-Street pressionou muito ao então Presidente do BC Sr. HENRIQUE MEIRELLES, na época que estavam inflando a bolha do sub-prime nos EUA, e ele RESISTIU, nos livrando de gigantesco prejuízo ao Tesouro. Abrs.

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