Carlos Newton
Ainda com certa timidez, começam a ser vistos na internet determinados artigos e reportagens que demonstram a gravidade da chamada bolha imobiliária, que elevou ao espaço os preços de imóveis no Brasil, como já ocorreu nos Estados e no Japão, entre outros países.
Um bom termômetro da situação é a estratégia que está sendo adotada pelo grupo PDG, a maior corporação imobiliária do país, que decidiu cancelar o lançamento de 43 projetos de êxito duvidoso, avaliados em R$ 2,11 bilhões, e outros cinco, estimados em R$ 250 milhões, deverão ser cancelados em breve.
Conforme temos registrado aqui no Blog da Tribuna da Internet, “a situação do mercado imobiliário é desesperadora”, na visão do comentarista econômico da GloboNews e do Fantástico, Luís Carlos Ewald, professor da PUC. Diz ele que ninguém está comprando nada. E os fatos o demonstram. Os classificados de O Globo, este domingo, traziam 22 páginas de oferta de imóveis para venda no Rio de Janeiro, e apenas 5 páginas de imóveis para aluguel.
O problema é que os preços estão caindo, mas os donos de imóveis que tentam vendê-los insistem em exigir valores absurdos, que eles lêem nas tabelas divulgadas pelos jornais nos classificados. Hoje, há maciça oferta de imóveis para venda, mas não existe a respectiva procura. Os corretores ficam desesperados, porque não conseguem fechar negócios devido à intransigência dos proprietários/especuladores.
ALUGUÉIS EM QUEDA
Os aluguéis já caíram tanto que um apartamento em Ipanema, com ampla sala, três quatros e duas vagas na garagem, em ótimo estado, está oferecido há três semanas pela WebImóveis por R$ 4,5 mil mensais, sem conseguir interessado. E só as duas vagas valem R$ 1 mil…
A crise do setor, é claro, está se refletindo na Bolsa de Valores de São Paulo. As ações das construtoras vêm caindo desde o ano passado. Das 17 empresas listadas no pregão, 12 valem menos do que seu patrimônio, o que indica a gravidade da situação.
A PDG é uma das mais afetadas. Suas ações tiveram queda de 45,32% em 2013 e viraram o ano valendo apenas metade de seu patrimônio. A empresa tem uma dívida líquida de 3,87 bilhões e contabilizou forte prejuízo em 2012. O balanço de 2013 ainda não foi divulgado.
Esta é a realidade do mercado, e os especuladores que compraram imóveis na alta, pensando em revender com grande lucro, vão acabar segurando o mico. Podem apostar.
AMANHÃ: Bolha imobiliária: em 2010, número de imóveis desocupados já superava o déficit habitacional brasileiro
Parece que algumas construtoras já estão recorrendo ao escambo…
Caiu a primeira peça do dominó! Agora é só esperar o estoura da bolha! Quem esperou vai fazer excelentes negócios.
Bolha???? Aonde??? Quando????
Querem saber sobre isso, procurem informações com especialistas do mercado.
O setor de construção civil está um fiasco só!
Adivinhem para quem vai sobrar?
Em ano eleitoral o governo vai gastar o que for possível, e usar todas as estatísticas criativas, para empurrar a crise para frente.
A crise maior deve ocorrer em 2016.
Como o tempo médio de construção de um imóvel vendido na planta é de 3 a 4 anos, os edifícios que foram comprados em 2012 e 2013, com uma especulação gigantesca já embutida, terão que buscar o financiamento bancário neste período quando serão entregues, em torno de 2016.
Aí é que começara o caos pois os incautos , mesmo com sua renda hoje, não terão como bancar o financiamento, que ardilosamente foi maquiado pelas construtoras na hora da compra.
As incorporadoras aceitam na hora de vender, que o comprador some as rendas de parentes e até invente renda, coisa que a Caixa e outros bancos não poderão aceitar com facilidade.
Outra malandragem é subavaliar o imóvel na hora da compra, para o comprador imaginar que vai conseguir o bônus que o governo garante, pelo “minhacasaminhadívida”, até certa faixa de financiamento.
Até hoje, 2014, a tempestade ainda está atrás da linha do horizonte.
Os compradores na planta estão pagando, para a construtora, as parcelas que cabem no orçamento e os ventos começam a soprar com mais força, movidos pelo incômodo estoque e queda nas vendas.
Como será uma tempestade ninguém pode prever exatamente.
Só vendo e vivendo, de preferência em local abrigado.
Prezado autor, algumas construtoras estão permutando terrenos e imóveis entre si para maquiar o balanço. Outras, como Rossi e Viver, estão VENDENDO os terrenos pra fazer caixa. Recentemente a Viver passou um terreno grande na região metropolitana de Belo Horizonte por R$ 10,86/m².
A Rossi outro dia também anunciou que vendeu um terreno.
Pra chegar ao ponto de vender o principal insumo delas, é porque a coisa tá gravíssima.
Vale até uma matéria falando desses problemas relacionados ao endividamento.