
Líderes parlamentares avaliam como ruim o ‘timing’ para encontro
Danielle Brant e Renato Machado
Folha
A construção de uma chapa à Presidência que reúna o apresentador Luciano Huck e o ex-ministro Sergio Moro é vista como embrionária por líderes de partidos de centro — entre eles siglas que formam o chamado Centrão —, para quem a dupla ainda precisaria de apoio no Congresso para se tornar viável.
Uma aliança entre os dois forjada para se contrapor ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em 2022 começou a tomar forma após um almoço entre Huck e o ex-juiz da Lava Jato em Curitiba no final de outubro.
BOMBARDEIO – Logo que o encontro se tornou público, no entanto, a articulação foi bombardeada por importantes nomes de partidos do centro e centro-direita, entre eles o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que exerce forte influência na sigla.
À colunista Mônica Bergamo, Maia afirmou na segunda-feira, dia 9, que Moro era de extrema direita e descartou qualquer apoio a uma chapa composta pelo ex-juiz. No mesmo dia, o deputado e o apresentador almoçaram no Rio de Janeiro. Segundo o colunista Lauro Jardim, Huck teria dito que sua “turma” era a do presidente da Câmara e lembrado que já se reuniu com outros nomes além de Moro, como os governadores do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB).
Por enquanto, Maia é voz praticamente isolada nas críticas públicas a uma chapa formada por Huck e por Moro.Líderes e presidentes de partidos de centro no Congresso adotam cautela e avaliam que ainda é cedo para fazer qualquer análise sobre uma eventual aliança de ambos para se contrapor à tentativa de reeleição de Bolsonaro.
MUITO CEDO – “Acho muito cedo para dizer se terão ou não nosso apoio”, afirma o líder do Solidariedade na Câmara, deputado Zé Silva (MG). “Prestígio e fama não asseguram competência para fazer gestão pública com eficiência e eficácia.” O Solidariedade é um dos partidos que compõem o Centrão, junto de PP, PL e Republicanos.
O senador Esperidião Amin (PP-SC), líder do bloco formado por senadores de PP, Republicanos e MDB, afirmou que a chapa Moro-Huck ainda se mostra uma “especulação sem qualquer consequência” e não “um projeto”. “Nós estamos em uma pandemia. Temos um período eleitoral que vai até o dia 29. Então eu nem tenho coragem de discutir a sucessão no Senado quando me perguntam, quanto mais 2022”, disse.
“Não estou criticando quem queira discutir. [Mas] O Huck almoçar com o Rodrigo Maia. O Rodrigo Maia deveria estar preocupado em organizar a comissão do Orçamento”, afirmou. Congressistas também afirmaram que o “timing” do encontro entre Huck e Moro demonstra uma falta de conhecimento da política nacional, que avaliam ser um ponto negativo para a aliança.
INGENUIDADE – Um senador, que não quis se identificar, disse que os dois foram ingênuos se consideraram que o encontro não seria descoberto ou então, caso soubessem que seria divulgado pela mídia, escolheram o momento errado para se reunirem, semanas antes do primeiro turno das eleições municipais —com a atenção de políticos e do público voltada para esse tema.
Além disso, nos bastidores, a interpretação é que, se quiserem se tornar uma chapa viável, ambos precisam buscar apoios partidários e evitar incorrer no que é visto como um equívoco de Bolsonaro: vencer a eleição sem uma base consolidada e, agora, depender do apoio de partidos do Centrão para aprovar projetos de interesse do governo no Congresso.
Bolsonaro se elegeu pelo PSL, mas rompeu com o partido em novembro de 2019, em uma decisão que rachou a legenda e diluiu a rede de congressistas que respaldam os textos do Executivo. Diante da ameaça de processos de impeachment, precisou recorrer à política do “toma lá dá cá” e oferecer cargos ao Centrão —formado por partidos como PP, PL e Republicanos— em troca de votos.
BASE PARTIDÁRIA – “Eu sempre acho que, por trás de uma candidatura, tem que ter uma base partidária forte de sustentação, para não acontecer o que aconteceu com o Bolsonaro, que chega ao poder, criticou a vida inteira a política velha, a política do Centrão e hoje é ícone do Centrão”, disse o senador Otto Alencar (PSD-BA), líder da legenda.
Para não correrem risco de ficar sem base no Congresso, uma aliança entre Moro e Huck precisaria do apoio não só do Centrão, mas de partidos com grandes bancadas, como MDB e DEM — que somam 63 deputados. Os congressistas avaliam que alianças apenas eleitorais pouco contribuiriam para criar uma situação de governabilidade.
Por isso consideram que a época de “dois outsiders” na mesma chapa tenha se encerrado com a eleição de Bolsonaro. Acham mais viável uma chapa com uma figura de alta popularidade fora da política compondo com algum político de partido estabelecido. A viabilidade da chapa também esbarra em alguns outros entraves.
REPRESENTATIVIDADE – Um deles é a interpretação de que Huck e Moro não representariam uma candidatura de centro, como argumentou o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), presidenciável que terminou em terceiro lugar na eleição de 2018. “No dia em que [o governador de São Paulo, João] Doria, Huck e Moro forem de centro, eu sou de ultraesquerda, o que eu nunca fui”, disse na segunda-feira.
O senador Otto Alencar também tem posição parecida, afirmando que Moro é uma figura política de direita. “Se o Moro foi ser ministro de Bolsonaro é porque ele concorda com o Bolsonaro. Se a demissão mudou o juízo dele, aí é outra história”, provocou o senador.
“Na minha opinião, ele [Moro] não tem nada que ver com centro. Eu, por exemplo, defendo uma posição de centro-social, centro-esquerda, uma posição bem organizada de finanças e trabalho para conter o déficit fiscal e investir tudo o que puder na educação, na saúde e ação social”, disse Alencar.
DÚVIDAS – Em setores do Congresso, o discurso anticorrupção de Moro abre portas, enquanto há dúvidas sobre quais pautas seriam prioritárias para Huck —para alguns, o apresentador é pouco liberal e inclinado a uma agenda social. Mas o ex-ministro também tem rejeição mais forte, principalmente por deputados que criticam a forma como conduziu a Lava Jato.
A aproximação de Huck e Moro seria, na leitura de congressistas, um balão de ensaio para testar a recepção aos dois nomes. Nesse contexto, alguns interpretam a decisão de Huck de almoçar com Maia logo após as críticas do deputado ao ex-ministro como uma tentativa de reorganizar o apoio.
Assim, em vez de compor chapa com o ex-juiz, Huck poderia se filiar ao DEM. Isso abriria também caminho para uma aliança com Doria, o que eliminaria um dos argumentos que poderiam ser usados contra o discurso de que se trata de alternativa ao governo: o de que Moro, afinal, fez parte do governo Bolsonaro até abril deste ano.
Só lembro que Huck vai ser abatido ainda na Pista de Decolagem . . .
Concordo plenamente. Quem é que, em sã consciência, vai votar em um apresentadorzinho de televisão sem a menor experiência política? No máximo, ele poderia se filiar a um partido e pleitear um lugarzinho de vereador. E o Moro? Será que perdeu o juízo?
Os líderes partidários,confirmam a leitura de Ciro Gomes,sobre Hunk/Moro, lata velha/Banestado..
Os maricas bolsonarestes não vão se rebelar contra a matéria da folha..
Certo, caro Luiz Fernando,
como deves ter percebido, os eleitores arrependidos de Bolsonaro escolheram outro salvador da pátria. Parece que as lições não são aprendidas.
Discutir as ideias, com embasamento, sobre as alternativas de um desenvolvimento sustentável do país, mesmo com discordâncias, parece que não são do agrado da maioria.
Caro Vidal,estamos plantando no deserto,nosso consolo é orvalho que nos dá discernimento e coragem para enfrentar essas tempestade de areia.
Por sinal, onde andas Nélio Jacob,Aquino.
De outra banda,ficamos felizes, a nossa pauta teve repercussão ao ponto, a folha ouvir pessoas com maior abrangência..
PS: Parabéns Vidal,seus pitacos,esse chamamento ao debate de idéias,projeto,etc..
Esta tendo enorme repercussão…
Chega de Salvador da Pátria…
Forte Abraço..
Moro era juiz, Huck um empresário de sucesso. Bolsonaro foi deputado por 20 anos, não fez nada para o povo e se tornou presidente por culpa do Adélio.
Sim, Moro era juiz, o que é um bom motivo para não ser candidato, para não comprometer a credibilidade de sua atuação passada. Acho que o Joaquim Barbosa pensa o mesmo, por isso nunca aceitou ser candidato a presidente, apesar das tantas vezes que foi incitado a isso.
E se é para votar em quem fez algo pelo povo, voto no PT.
Uai, com todo respeito, juiz tem o mesmo direito que qualquer cidadão. Quer dizer que devemos punir os bons?
A entrada de juízes e promotores na política pode prejudicar a imagem da magistratura e do Ministério Público como instituições, que precisam guardar sua necessária imparcialidade.
ROBERTO FREIRE : PROJETO LUCIANO HUCK CONTINUA A TODO VAPOR E PODE DAR PROTAGONISMO AO CIDADANIA EM 2022
Publicado em30 de julho de 2020
Para o presidente do partido, viabilidade eleitoral do apresentador incomoda lulistas e bolsonaristas e candidatura pode vingar com apoio de MDB, DEM e PSDB
Em reunião da Executiva Nacional do Cidadania, nesta quinta-feira (30), o presidente Roberto Freire afirmou que o projeto Luciano Huck continua a todo vapor, apesar de a discussão sobre a candidatura ter arrefecido em razão da pandemia, com o apresentador se dedicando mais a articulações em solidariedade aos mais afetados e vulneráveis à doença. Isso, embora, segundo ele, o próprio presidente Jair Bolsonaro já tenha colocado a sucessão na agenda política nacional e nas redes sociais.
“Houve um ataque nas redes sociais em volume muito grande contra Huck, porque ele aparece nas pesquisas como perspectiva e isso gera receio de ambos os lados da polarização. Estamos vendo sua capacidade de articulação. Temos que ter afirmação nacional de que a nossa candidatura não é uma candidatura que admita o lulismo no seu retorno ou a ideia de bolsonarismo na sua continuidade. Isso tem de ser afirmado inclusive nesta campanha”, avaliou.
Freire viu nos duros ataques contra Huck, partindo de bolsonaristas e lulistas no Twitter, uma afirmação de força do apresentador, dando perspectivas cada vez melhores a uma eventual candidatura. Ele considerou um movimento importante, nesse contexto, a saída de MDB e DEM do centrão e apontou uma “oportunidade histórica” de que o Cidadania protagonize o processo eleitoral de 2022, buscando apoio, ainda, de outros setores e partidos da centro-esquerda e da esquerda democrática.
“Junto com o PSDB, forma-se um bloco importante para discutir uma candidatura do polo democrático. Nós podemos ser protagonistas nesse cenário. É importante ter nessa campanha essa persectiva. [Luciano Huck] Pode vir a ser nossa alternativa, o que é um processo em construção, no campo correto, como candidato de centro-esquerda. Não vamos ganhar com candidatos da direita. Moro, Mandetta e Bolsonaro, se candidatos, ocuparão o campo da direita”, argumentou.
Autonomia nas alianças regionais
Na reunião, chamada para apresentar um balanço das perspectivas eleitorais para novembro, Freire ponderou que, apesar de cada estado trabalhar questões políticas com foco na realidade local, o partido tem uma posição nacional e deve reafirmá-la.
“Não somos um partido regional ou de um local. Estamos com boa capilaridade nacional e cada um dos estados tem suas especificidades, particularmente nas questões políticas. Suas tradições, alianças, questões que mais atraem a preocupação da população, com diversidade em cada um dos municípios, e isso dá, nessas eleições, a realidade local como fundamental para o debate político. Mas é importante saber que o partido existe por uma posição nacional”, destacou.
Ainda segundo Freire, mesmo que aspectos da conjuntura política nacional sejam tratados de forma diferente nos estados, o partido mantém a continuidade do seu projeto.
“Não há um hiato de dizer que o partido tem uma posição nacional e que para neste momento para depois ser retomada. Hoje, o prioritário são as eleições municipais e cada um tem que saber como conduzir suas campanhas, especialmente do ponto de vista político. São autônomos em fazer suas alianças, o partido não tem veto. Mas o partido não vai parar de ter suas posições e sua intervenção no processo político nacional”, sustentou.
Olha, ser atacado em política é da ordem natural das coisas, é simplesmente ridículo fingir ultraje por causa disso. Além de hipócrita, já que os outros podem ser atacados à vontade. Isso é coisa de quem não quer ser questionado.
A verdade é que o próximo presidente não pode precisar do congresso: tem de andar com o povo nas ruas!
Fallavena
Sim, Moro era juiz, o que é um bom motivo para não ser candidato, para não comprometer a credibilidade de sua atuação passada. Acho que o Joaquim Barbosa pensa o mesmo, por isso nunca aceitou ser candidato a presidente, apesar das tantas vezes que foi incitado a isso.
E se é para votar em quem fez algo pelo povo, voto no PT.
Dois bandoleiros, afinal o que propõem para saída da crise que passamos em todos os níveis.Um concerta carros o outro maltrata a língua portuguesa não é conje ou conge ou sei lá o que.A vida política vai de ladeira a baixo.
Depois que o Luciano confessou, qual é a turma dele, tal seja, o centrão, a máscara e as boas intenções dele para com os menos favorecidos, usados por ele no seu caldeirão, caíram por terra.
O Luciano e o Moro falar mal do Bolsonaro é a mesma coisa que o Ciro falar mal do Lula, é sujar no prato que comeram, que ajudaram a colocar lá, desde de o golpe covarde contra a primeira mulher presidente do Brasil, que não praticou nem sequer 1% dos malfeitos praticados por FHC, Temer e Bolsonaro na administração pública.
Demos voltas, mas como não ficar surpreendido?
Os Tucanos voltaram, agora como extrema direita. Com o apoio dos mesmos.
CENTRÃO oficial: é igual à soma de PP (40 deputados), Republicanos (31), Solidariedade (14) e PTB (12).
Em alguns momentos são acrescentados PSD (36) MDB (34), DEM (28), PROS (10), PSC (9), Avante (7) e Patriota (6).
Não custa nada ainda contar com PFL, PL, PDS e PDC.
São eles que governam o Brasil … ou duvidam?
Sinceridade! Acho que tanto Huck como Moro precisam comer muito arroz e feijão para serem considerados seriamente para o cargo máximo do poder executivo. Poderiam começar como deputados no máximo senadores!
Chega de aventureiros, todos neofitos acabaram se dando mal, estão aí, Collor e Dima que não me deixam mentir. Bolsonaro vai no mesmo caminho, só vai se manter no cargo até 2022 se o Centrão quiser e não existe coisa mais volúvel em politica do que o Centrão.
Considerando tudo isso, o próximo presidente terá que ter o minimo de base e de habilidade politica e também de experiencia. No momento enxergo 3 que estão com alguma evidencia e com essas caracteristicas: Ciro Gomes, João Dória e Ronaldo Caiado, talvez Mandetta. Outros poderão aparecer, mas não vejo mais espaço para aventureiros como Huck e/ou “cintura dura” como Moro.
Caro Sandoval,comungamos com os mesmos pensamentos.
Pelas idéias e projetos,minha preferência é Ciro Gomes,Requião,não teria nenhum constragimento mesmo não sendo da vertente Castilista, em votar no Ronaldo Caiado.
Vamos dizer, conservador com responsabilidade,até porque, conhece a vicissitudes da saúde,do agronegócio.
Conhece e combate os capangas de um determinado “Toga”.
Ah,meu super ministro do Itamaraty, seria Marcus Vinícius Pratine de Moraes,como faz falta…
Chega de Salvador da Pátria.
Independente de cores digamos clubistica,precisamos de gente competente e com ideal para sairmos do atoleiro..
Forte abraço!!!
Forte Abraço..
Olha aí o Centrão já planejando largar o barco do Bozo!