Carlos Chagas
Completam-se 50 anos da mais acirrada disputa pela presidência da Câmara, que agora ameaça repetir-se. Naqueles idos, desfechado o golpe militar, era evidente a má vontade do presidente Castello Branco com o PSD, então o maior partido nacional, que apesar de agredido com a cassação de Juscelino Kubitschek, acomodara-se e até apoiava o governo.
Majoritário, o PSD tradicionalmente elegia os presidentes das duas casas do Congresso, até mantendo os mesmos personagens: Raniéri Mazzilli, na Câmara, e Auro de Moura Andrade, no Senado, novamente candidatos. A lei permitia sucessivas reconduções, ambos estavam lançados e supostamente reeleitos, apesar das cassações que tinham atingido deputados de tendência esquerdista.
O primeiro marechal-presidente entendeu chegada a hora de virar o jogo e pinçou um candidato na UDN, partido solidário ao regime: Bilac Pinto, porta-voz das denúncias contra a guerra revolucionária, expediente armado em Washington para justificar a perseguição a supostos comunistas. Tudo indicava a vitória de Mazzilli, mas o governo desencadeou intensa campanha em favor de Bilac, utilizando os expedientes de sempre, trocando favores por votos, inclusive no PSD. E mais a sombra dos atos de exceção e de arbítrio.
O Congresso fervia, era a primeira vez que os militares seriam submetidos a votos. Resultado: ganhou o candidato do palácio do Planalto, conseguindo rachar o PSD e acabando com sua hegemonia.
Cinco décadas depois, repete-se a situação. O PMDB, que também apóia o governo, é o maior partido e tem um candidato considerado vencedor. Só que o marechal de saias instalado na presidência da República não gostou. Tem para Eduardo Cunha os mesmos sentimentos de desconfiança que Castello Branco tinha para Raniéri Mazzilli. Assim, mobilizou o PT, cada vez mais parecido com a extinta UDN. Está lançado Arlindo Chinaglia. Lá, como cá, vale tudo. Mesmo sem atos institucionais, o governo começa a comprar votos prometendo favores e benesses. Atingirá o PMDB como antes foi atingido o PSD: com pressões, promessas, intimidações.
Saberemos do resultado em fevereiro, mas a registrar está a evidência da mesma guerra sem quartel entre duas forças que apóiam o governo.
Tudo bem, está se repetindo.
Mas, os ”personagens” de hoje, de ambos os lados,
não dá nem para comparar com os daquela época.
Nossa, nossa, que diferença !!!
Para pior, é claro. Então não é tudo bem.
Sr. Carlos Chagas, essa briguinha entre PMDB e o PT, vai deixar muito mal a presidANTA se o candidato da oposição ganhar. Lembra-se do Severino Cavalcante, pois é…
Aliás se a Dilmona não vai com a cara do Eduardo, a recíproca é verdadeira.
Já fizeram “o diabo” para vencer a eleição e ainda sobraram recursos e benesses para negociar? A alma já foi vendida…
Sinceramente para tirar o Eduardo vale tudo,sem dúvida ele é o pior que existe na politica atualmente,infelizmente o outro também é uma porcaria.
Não sei se sobra alguém…
Comparar Bilac Pinto com Arlindo Chinaglia ? Tá de porre professor ?