Ciro contorna resistências e se lança à Presidência, mesmo sob desconfiança no PDT

PDT lança a pré-candidatura de Ciro Gomes à presidência da República -  PontoPoder - Diário do Nordeste

Ciro Gomes discursa no lançamento da candidatura pelo PDT

Gustavo Queiroz
Estadão

Após contornar resistências no próprio partido, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) lançou nesta sexta-feira, ainda sob desconfiança interna, sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto. Após reunião com a Executiva na segunda-feira, parte do PDT unificou o discurso de apoio ao nome de Ciro e tem dito que a convenção afastará rumores de isolamento do pedetista.

Uma ala, no entanto, insiste em defender que a legenda não tenha candidato próprio e use o dinheiro do fundo eleitoral para investir no aumento das cadeiras na Câmara.

No cerne da resistência a um palanque próprio, além da divisão do fundo eleitoral, está o fim das coligações nas eleições proporcionais, o que, na avaliação de parlamentares da sigla, abre espaço para a busca por uma federação partidária, como a proposta pelo PT. O presidenciável, por sua vez, resiste.

CONTRA A POLARIZAÇÃO – Convencer o “eleitor cansado da polarização” deve ser um dos motes da campanha previstos pelos apoiadores, reforçando a investida do pedetista contra o ex-juiz e presidenciável do Podemos, Sérgio Moro, que disputa votos da chamada “terceira via”.

De acordo com o presidente do PDT, Carlos Lupi, o tema da pré-campanha – “Rebeldia da esperança” – pode provocar um maior diálogo com o perfil do eleitor desejado pelo partido. “A gente quer consolidar o voto dessa juventude rebelde contra o sistema, a ignorância, o negacionismo e todo tipo de discriminação”, disse Lupi.

O cientista político Bruno Soller observou que, historicamente, Ciro “conversa com um público, que enxerga a economia de uma forma mais planificada”, de perfil etário e renda maior que a média brasileira.

DESAFIO DE CIRO – Para o especialista Soller, o candidato pedetista, que tem oscilado para baixo dentro da margem de erro em pesquisas de intenção de voto, terá como desafio conquistar o eleitor do PT, já que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estaria capturando o voto de quem quer derrotar Jair Bolsonaro nas urnas.

Em sua quarta tentativa de chegar ao Planalto, Ciro, que já foi ministro nos governos de Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso e de Lula, prefeito de Fortaleza, governador e secretário de Saúde do Ceará, além de deputado federal e estadual, quer se mostrar como opção a “tudo o que está aí”.

Parte da bancada aposta no crescimento de Ciro nas pesquisas a partir de abril – até agora, o ex-ministro não alcançou os desejados dois dígitos.

MARINA DE VICE? – Uma das estratégias do partido também tem sido ventilar o nome da ex-ministra Marina Silva como possível vice. “Isso só depende de os dois quererem e aceitarem”, disse Lupi, ao reforçar a boa relação entre Ciro e Marina. O PDT, contudo, terá de entrar em um cabo de guerra com o PT para conquistar a Rede em uma possível federação partidária.

 “Estamos fazendo o lançamento da pré-candidatura justamente para justificar quaisquer rumores que envolvam um isolamento. Estamos todos de forma uníssona”, afirmou o deputado André Figueiredo (CE).

“A bancada está junta”, disse o também deputado Mário Heringer (MG).

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG  –
Ciro Gomes é um bom candidato, teve 12,4% dos votos em 2018 e ficou em terceiro lugar. Assim como acontece com todos os demais concorrentes da chamada terceira via, sua candidatura tem prazo de validade no final de abril, se até lá não decolar e ultrapassar Sérgio Moro, a pressão do PDT não será fácil de aturar. (C.N.)

11 thoughts on “Ciro contorna resistências e se lança à Presidência, mesmo sob desconfiança no PDT

  1. Pelo que eu sei Ciro nunca foi ministro do FHC, e nem secretário de saúde do Ceará.

    Por favor, se estiver errado me corrijam.

    Ciro Gomes, continuo a dizer, é o melhor nome para o Planalto,

    • Sr. César,
      No dia que aprender a fazer um Slogan, pode ter chance de se candidatar pra síndico do prédio dele. rsrs

      No momento, é mais um mentiroso!

      Cordialmente,
      José Luis.

    • Mas se não ficar à frente e se descolar dos demais e ameaçar o Coiso, então vou votar no Lula, para evitar um 2º com Coiso e encerrar logo no 1º turno porque sabemos que venceria de qualquer jeito no 2º turno e eu não quero me deslocar dezenas de quilômetros de distância para votar

  2. Correto, sr. César. Jornal Nacional cometeu mesmo erro e se corrigiu. Ciro não foi ministro da Fazenda do FHC, só do Itamar, e também não foi Secretário da Saúde do CE. Como o sr., acredito que seja o melhor nome, embora não tenha chance e cause uma enorme desconfiança (em seu temperamento, etc.). Com certeza é o melhor preparado, até onde se sabe, honesto, e o único que apresenta propostas. O lula mesmo, que deve ser o próximo presidente, em discurso, criticando o custo (R$ 600 mil) de se trazer do Caribe o médico que atendeu Bolsonaro, para em suas palavras “o ensinar a comer camarão”. Falou que podia ensinar o presidente, que bastava “tirar a casca” do crustáceo. Francamente, com o país literalmente inundado de tragédias, é lamentável.

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