Com grande categoria, Mourão fechou o Ano dando fortes pancadas em Bolsonaro e Lula

Carlos Newton

Foi uma bela surpresa a mensagem de Ano Novo gravada pelo presidente em exercício Hamilton Mourão. De repente, não mais que de repente, diria Vinicius de Moraes, entrou nos lares brasileiros a imagem de um cidadão genuinamente nacional, fruto da maravilhosa miscigenação de raças que caracteriza o Brasil como o mais avançado país em termos de democracia humana, na primorosa definição do sociólogo Gilberto Freyre, um pensador tão importante para a Humanidade que foi consagrado “Cavaleiro” pela Rainha Elizabeth II, uma honraria que apenas um outro brasileiro viria a receber, nosso eterno Rei Pelé.

O presidente em exercício Hamilton Mourão soube aproveitar a ocasião e falou duras verdades sobre a classe política, desancou os Três Poderes e defendeu de forma esplêndida as Forças Armadas, embora se saiba que debaixo das condecorações da chamada ala frotista ainda batem muitos corações que não abandonam o golpismo.

PANCADA EM BOLSONARO – Mesmo sem citar nomes, o general-senador deu uma direta no queixo de Bolsonaro, ao mencionar “lideranças” que, por meio do “silêncio” e do “protagonismo inoportuno e deletério”, contribuíram para um “clima de caos”.

No mesmo embalo, assinalou que a atuação desses líderes políticos provocou um clima de “desagregação social”, que acabou deixando a conta para as Forças Armadas pagarem.

“Lideranças que deveriam tranquilizar e unir a nação em torno de um projeto de país deixaram com que o silêncio ou o protagonismo inoportuno e deletério criasse um clima de caos e desagregação social e, de forma irresponsável, deixaram com que as Forças Armadas, de todos os brasileiros, pagassem a conta, para alguns por inação e por outros por fomentar um pretenso golpe”, disse Mourão.

AVISO A LULA – O presidente em exercício fez várias afirmações contundentes sobre como tem sido mal conduzida a realidade democrática, enalteceu a alternância no poder e no final deu uma cacetada em Lula e nos petistas, ao avisar que a oposição estará vigilante contra a corrupção e outros deslizes.

Antes de concluir, desejando um feliz Ano Novo a todos os brasileiros, Mourão deu a única escorregadela, ao se referir ao novo governo e criticar os progressistas. Não se sabe o motivo, o general-senador acha que progressismo é negativo, o que não é verdade, em nenhuma hipótese.

Ser progressista – de direita ou de esquerda – é simplesmente atuar para que as coisas melhorem para todos, o que parece ser também o objetivo de Mourão.

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P.S. –
 Como ninguém é perfeito, é preciso lembrar o mais grave defeito de Mourão, evidenciado por sua reiterada admiração ao coronel Brilhante Ustra, o comandante da aplicação de torturas que no regime militar acabaram matando muitos cidadãos de bem , como o deputado Rubens Paiva, um empresário que nada tinha de comunista – era apenas progressista, como Mourão também parece ser(C.N.)

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