Com medo de rescisão, Marcelo Odebrecht enfim abre seu notebook  

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Marcelo evitou acesso a notebook por dois anos

Beatriz Bulla e Ricardo Brandt
Estadão

A Odebrecht entregou nesta semana as chaves de acesso para permitir à Polícia Federal (PF) o acesso ao notebook do herdeiro e ex-presidente da empresa, Marcelo Odebrecht. Preso desde junho de 2015, o executivo alegava que a senha era gerada por dispositivo eletrônico – token – que ele não sabia onde estava. A PF chegou a se queixar com o Ministério Público. Para os delegados era inadmissível que o executivo tivesse conseguido celebrar o acordo de delação premiada sem liberar o acesso do seu computador pessoal.

Os investigadores conseguiram obter uma série de informações relevantes para a Operação Lava Jato quando apreenderam o celular de Marcelo. A expectativa é de que os dados do seu notebook, no mínimo, reforcem o que foi dito pelo empreiteiro ou revelem informações a mais.

E-MAILS E PLANILHAS – O notebook é considerado uma importante fonte de informação, pois contém e-mails e planilhas do empresário. Delegados pressionaram a empresa com ameaça de que poderiam indicar ao MPF a necessidade da revisão do acordo de delação caso o acesso ao equipamento não fosse liberado.

Para mostrar que está empenhada em colaborar com as investigações e manter o acordo de delação e leniência acertados, a Odebrecht decidiu enviar técnicos de informática para Curitiba, para fornecer o programa e as chaves de acesso que possibilitaram que a Polícia Federal acessasse o computador.

IMPASSE – No mês passado, a empresa foi cobrada pelas senhas. O Ministério Público Federal (MPF) pediu que Marcelo fosse intimado para entregar as senhas. Ao ser chamado, o executivo disse à PF que o token gerador dos códigos havia sido entregue a advogados da empresa, mas não foi achado. Marcelo alegava que chegou a pedir a seus advogados que encontrassem o token na época da negociação da delação, mas não conseguiu o equipamento.

A delegada Renata da Silva Rodrigues, em despacho de 7 de agosto, apontou que, se forem verdadeiras as informações prestadas por Marcelo, há “ausência de interesse de agir de forma cooperativa” por parte da empresa e, “em tom mais grave, sugere a atuação de personagens com objetivo de obstruir as investigações”.

PREOCUPANTE – Expondo mais uma divergência com o Ministério Público, a delegada considerou “preocupante” que as senhas não tenham sido exigidas como condição para fechar os acordos de delação do empresário e de leniência da Odebrecht.

Em nota, a Odebrecht informou que “continua colaborando com a Justiça no Brasil e nos países em que atua. Está empenhada em ajudar a esclarecer qualquer dúvida sobre os relatos apresentados por seus executivos e ex-executivos”. “O acordo de colaboração da Odebrecht já se provou eficaz, inclusive com desdobramento em novas investigações e processos judiciais no Brasil e no exterior.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Como se vê, em matéria de omissão de informações, Marcelo Odebrecht dá de dez a zero em Joesley Batista. Durante dois anos, Marcelo evitou que a Polícia Federal conseguisse abrir seu notebook, que era protegido por “tokens”. Sua delação também deveria ser revista, por isonomia. (C.N.)

One thought on “Com medo de rescisão, Marcelo Odebrecht enfim abre seu notebook  

  1. Let it go. O homem já deu bastante informações. Entregou até o ‘Amigo’ que disse ao Moro estar preocupado com o que os seus netinhos possam pensar dele. Tadinho. Vamos agora tratar de prender o meliante de Garanhuns e a Dilma. Além de fazer justiça, a prisão destes dois corruptos será simbólica para a operação Lava Jato.
    Viva Curitiba, capital do Brasil.

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