Pedro do Coutto
A excelente (e oportuna) reportagem de Alessandra Duarte, O Globo, edição de 29, destacou a dimensão da falta de saneamento público que ameaça o país em 2015 e que exige providência urgente do governo federal diante da precariedade da capacidade da grande maioria das cidades em enfrentar e resolver entraves administrativos que, pela legislação, vão impedi-los de receber recursos federais destinados ao setor. O problema, inclusive foi colocado em escala praticamente dramática pelo secretário Geral da Associação Brasileira de Municípios, José Carlos Rassier. É impressionante.
Sobretudo porque, calcula ele, 50% das cidades não vão poder receber verbas federais para suas redes de esgotos por falta de criação de conselhos para selecionar e fiscalizar a execução dos investimentos. Tal exigência está contida em decreto presidencial, medida que poderia caber, além de os Conselhos Municipais, aos Tribunais de Contas dos Estados. O Brasil possui em torno de seis mil municípios, a carência ameaça, portanto, envolver três mil prefeituras.
O saneamento é fundamental. Encontra-se diretamente vinculado à saúde pública, ao índice de desenvolvimento humano, à moradia e à educação. Extremamente abrangente, em síntese, dele depende a própria vida humana. E vale notar que, sem saneamento básico, não pode haver progresso. Tanto assim que, por coincidência, os países mais desenvolvidos são exatamente aqueles que podem apresentar as melhores taxas de saneamento básico. Tão amplo é o conceito de saneamento, que se estende dos sistemas de esgotos e águas pluviais, às contas públicas e, agora, ao panorama que envolve a Petrobrás. Sua vinculação com o meio ambiente é, ainda, uma outra face da complexa questão.
NECESSÁRIO E URGENTE
Na área política, o saneamento nunca foi tão necessário quanto urgente. Pois o nível médio dos personagens vem baixando de forma tão assustadora quanto comprometedora dos valores éticos e até morais. Observe-se os quadros dirigentes, as bancadas partidárias, as representações contidas nas legendas, os técnicos disponíveis para as administrações públicas. A escassez de quadros à altura proporcional dos desafios colocados. O do saneamento do meio o maior deles. É tão urgente quanto ao saneamento ético do qual o país, como um todo, se ressente.
Seria, por exemplo, impossível imaginar o que se passou na Petrobrás, recorde brasileiro em matéria de corrupção. E cujos reflexos vão se acentuar a partir do instante em que vierem a ser formalizadas as denúncias focando os parlamentares atingidos cujo foro os conduzirá a julgamento pelo Supremo Tribunal Federal. Enquadram-se no painel geral da poluição que agride o país. Este não deixa de ser, inclusive, um motivo a mais para que a presidente Dilma Rousseff entre em ação e flexibilize, pelos meios legais a seu alcance, a destinação das verbas federais, cuja distribuição municipal encontra-se tolhida nas teias da burocracia. Um obstáculo a mais seria entre tantos outros, só que de mais fácil remoção.
Um caso principalmente de consciência e de bom senso. Pois o que é pior: obstruir-se as verbas pela ausência de conselhos municipais, ou adiar tal a exigência por alguns meses? Desses alguns messes, no fundo do problema, dependem milhares de vidas humanas.
Existe a bolha é verdade, porém, os preços estão nas alturas. Onde procurar a lei da oferta e da procura? O Brasil teima em mudar as regras do jogo, no afã de sempre levar vantagens. Se ninguém está comprando, qual a razão de um imóvel de 70 metros quadrados custar R$ 390.000,00, conforme anúncio em jornais, oferecido por semanas no Recreio dos Bandeirantes?
O fato é que o brasileiro adora levar vantagens, isso é sabido nas esquinas do país. Pois bem, qual a razão: Muitos espertinhos compraram imóveis, não para moradia e sim para especulação. Resultado, os preços dispararam e agora esses especuladores ficam com o mico preto e ainda choram pois têm que arcar com as despesas de condomínio e IPTU, em virtude da falta de compradores. A oferta aumentou, mas, as famílias endividadas não conseguem financiar os imóveis caros, que exigem uma renda acima de 5 mil reais.
Se a situação persistir, não haverá outra alternativa, a não ser baixar os preços, se não quiserem que a bolha imobiliária exploda de vez.
Ainda há o perigo da inadimplência dos imóveis que foram adquiridos com preços exorbitantes, fora da realidade do povo brasileiro.
Não podemos fugir da realidade dos fatos, que consiste na ganância de uns e na falta de conhecimento dos outros, que caem no conto do vigário.
O pior de tudo, é que não haverá mudança no ritmo dessa melodia, que parece com um disco arranhado.
É verdade Pedro do Couto, saneamento básico, é fundamental, é
o primeiro passo para cuidar da saúde.
O jornal da Band, edição da noite, tem mostrado a grande diferença
entre algumas cidade de São Paulo, em que a educação, saúde etc
tem um atendimento público exemplar. Enquanto cidades do do Pará,
uma parte da população, vive em palafitas no meio da maior imundice,
o atendimento pelos órgãos públicos: saúde, educação e saneamento básico são de uma deficiência estarrecedora.
Aproveito para desejar a todos deste blog um feliz ano novo, e que não percamos
a esperança.
Mil perdões aos leitores. O comentário acima refere-se a matéria posterior sobre bolha imobiliária.
Pedro do Couto está certíssimo, pois a falta de saneamento aliada ao incorreto destino do lixo, são duas chagas nacionais.
A falta de saneamento básico provoca uma catástrofe sem precedentes, que é a poluição dos rios, mares e lagoas, que causam desequilíbrio ao meio ambiente, a falta de água para consumo humano e um cruel vetor de doenças, dentre as quais, a hepatite e a diarreia.
Os prefeitos não gostam de investir em saneamento, em virtude de ser obra que não dá voto, pois o resultado fica escondido, apesar da importância do investimento. Preferem realizar obras suntuosas, pontes mirabolantes, viadutos, palácio de artes e outras realizações secundárias. O que fazem é cortar árvores e deixar a especulação imobiliária comer solta, isso é que aumenta a arrecadação do IPTU.
Em relação ao lixo, os prefeitos também não agem para reciclar essa montanha de produtos despejados nas ruas e condomínios, em bom estado e que poderiam voltar para a cadeia produtiva diminuindo o desgaste da natureza. O caminhão de lixo passa nas ruas e tudo é colocado no caminhão que tritura o mau lixo e o lixo bom. Uma vergonha.
Por outro lado, as Cooperativas só querem o que rende muito dinheiro, ou seja, o papelão, cobre, etc…. O resto não interessa para eles. Por exemplo: não se interessam por madeiras, vidros, plásticos.
Então, o Estado e a Prefeitura deveriam intervir e criar as condições para tratar esse lixo e impedir assim, que entupam a Baia de Guanabara de lixo de todo tipo, emporcalhando nosso cartão postal com aquele odor característico de coisa podre.
Fazendo essas simples medidas, com pouco investimento, o resultado seria avassalador para o Estado do Rio de Janeiro. Evitaria gastos monstruosos nas licitações para despoluição da Lagoa e da Baia de Guanabara. A lagoa de Jacarepaguá está imunda e com a cor negra de esgoto e lixo e fedendo. Coisa incrível. Ainda querem sediar Olimpíadas nesse estado lamentável. Faltam-nos as condições mínimas, necessárias e suficientes.
Mas, a megalomania de alguns já atingem a estratosfera. Sentem-se o todo poderoso Zeus do Olimpo, esquecendo-se que não passam de simples mortais e de repente, num ponto fora da curva, estarão amargando o ostracismo e se lamentarão de não ter feito o que poderiam fazer. No entanto, já será tarde e o destino não dá uma segunda chance. Sempre foi assim e assim será. É a vida, que não é diferente para ninguém, atingindo a todos, sejam pobres ou ricos.
Essa foto é terrivelmente verdadeira. Caracteriza a maldade dos governantes… esgoto a céu aberto… que bela 6ª Economia do Mundo Cão…
Estratégico artigo do grande e experiente Jornalista Sr. PEDRO DO COUTTO, chamando atenção sobre o deficiente Tratamento de Esgotos no Brasil, foco de tantas doenças que atingem principalmente CRIANÇAS, e que poderiam facilmente serem evitadas. Só +- 40% dos Esgotos Brasileiros são tratados e boa parte deles de forma PRIMÁRIA, os efluentes sendo lançados em Lagoas de Decantação/Emissários submarinos.
A maneira de enfrentar o Problema não é boa. Cabe aos Municípios ( +- 8% do Total de Impostos), fazer os Projetos, e juntando Recursos dos Estados ( +- 22% do Total de Impostos), e do Governo Federal ( +- 70% dos Impostos Totais), executar as Obras, tendo os Municípios que formar Conselhos de Fiscalização, etc, e cumprir rigorosa Lei Federal.
Na prática, segundo o Sr. JOSÉ CARLOS RASSIER, Secretário Geral da Associação Brasileira de Municípios, +- 50% dos Municípios não tem condições Financeiras/Técnicas para fazer os Projetos e executar as Obras.
O ideal seria simplificar toda essa Legislação Federal e repassar +2% do Total de Impostos para os Municípios.
A CRIANÇA BRASILEIRA deve ser a “menina dos olhos” de todo BOM GOVERNO, a começar pelas mais POBRES.
A organização criminosa no poder está interessada apenas em se manter na situação. Em nada se preocupa com o bem estar dos mais necessitados. Querem os corruPTos tão somente alimentar a miséria em planos eleitoreiros para garantir seus votos. Se tivesse preocupada em preservar os direitos básicos da população, a fantoche da quadrilha não teria vetado o projeto de renda mínima do senador Suplicy, que levou 15 para conseguir o consenso no congresso.
http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,dilma-veta-projeto-de-suplicy-que-cria-linha-oficial-da-pobreza,1613961
Pois é, a foto mostra muito da nossa triste realidade. Realidade que o PT dizia iria melhorar, porque o social era a sua preferência, ao contrário dos outros partidos.
No poder o PT só fez gastar a fortuna que a China nos propiciou com seu crescimento em estádios inúteis, doação de dinheiro para ditaduras, refinarias para a Bolívia, roubalheira na Petrobrás, etc,etc,etc
Dinheiro teve para necessidades básicas do povo, mas a quadrilha só queria o poder para proveito próprio