
Charge do Iotti (Rádio Gaúcha / ZH)
Flávio José Bortolotto
Na busca de um alto padrão de vida para a média do seu povo, o Brasil tem que, além de se transformar num dos maiores exportadores de commodities (grãos, minérios, petróleo, madeiras, carnes, couros, álcool, açúcar…), o que já é, mas deve exportar ainda muito mais.
Porém, “o pulo do gato” só vem com a exportação de produtos manufaturados (aviões, automóveis, motos, autopeças, tratores, eletrônicos, linha branca, pneus, baterias, implemento para os transportes, armas, navios, tecidos…) e trocando esses produtos manufaturados brasileiros por semimanufaturados e principalmente matérias primas.
MERCADO RESTRITO – É claro que esse tipo de comércio não acontece negociando com os EUA, União Europeia, Japão, Comunidade Britânica etc., mas principalmente com países do Terceiro Mundo.
Sabe-se que é difícil chegar a esse ponto, porque nossos concorrentes são exatamente as grandes potências, mas poderemos fazer muito mais do que estamos fazendo agora.
Devemos observar o exemplo da pequena Suécia (11 milhões de habitantes), que eu tanto admiro, e também é grande exportadora de commodities, madeiras, papel, peixes, minério de ferro, carvão, trigo, mas tem uma gigantesca exportação de manufaturados.
MANUFATURADOS – A indústria sueca é poderosa. Tem a Saab, que produz veículos, armas e aviões, como os caças Gripen; a Volvo, com caminhões, automóveis e tratores; a Scania, caminhões; a SKF, rolamentos; a Eletrolux, geladeiras, linha branca etc.; a Ericsson, material eletrônicos; a Astra-Zeneka, química fina e remédios etc, etc. Eles também enfrentam a concorrência das grandes potências, mas são grandes exportadores.
O caminho para nossa prosperidade passa por ai. É necessário grande esforço de nossa burguesia e do governo, mas vale com folga todo o sacrifício necessário.
Ninguém dá nada de graça para ninguém, e entre os 220 nilhões de brasileiros, tenho certeza de que temos bem mais do que o equivalente a “11 milhões de suecos”.
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NÃO É FÁCIL RETOMAR O DESENVOLVIMENTO
José Vidal
Quanto à necessidade de aumentar o consumo interno para retomada do crescimento econômico, é preciso abrir um debate profundo sobre nossa conjuntura, e faço então algumas considerações.
Por exemplo, com o dólar alto, os produtos tendem a aumentar de preço e com isso não haveria uma redução do consumo?
Com teto de gastos na área de saúde, será que não haverá menos ofertas nessa área e com isso uma redução do consumo em geral?
INFLAÇÃO REPRIMIDA – O IGP-M está muito acima do IPCA, o que, parece indicativo de uma inflação reprimida pela baixa demanda. Caso o consumo aumente, o que me parece difícil, a inflação também crescerá;
O Imposto de renda sem correção está pouco a pouco diminuindo o poder de compra do assalariado. A não correção de salários em geral também está diminuindo o poder de compra da população.
Claro, a antecipação do 13º, a renda extra de 600 reais, o adiamento do pagamento do IR, saque de FGTS e mais outras providências atenuaram bastante o baque da falta de consumo. Mas são coisas provisórias. Ainda mais porque o déficit fiscal foi gigantesco este ano.
JUROS E RISCO BRASIL – A taxa Selic está baixa, mas a remuneração aos rentistas está aumentando com o risco Brasil se elevando.
Desoneração de empresas e aumento do IR aumenta o consumo? Essa equação não entendo. Não esqueçamos que o governo Dilma desonerou empresas, prejudicando o INSS, e o que aconteceu?
Sem aumentar o poder de compra da população (via reforma tributária, com diminuição de impostos dos produtos) creio que não haverá consumo maior, prejudicando a retomada do crescimento. E a oferta de crédito não adianta muito, pois o povo já está endividado.
Moral da estória: Nós sabemos como resolver mas, não fazemos nada.
Que saudades do Carlos Lessa entre outros.
O “pulo do gato” de verdade, é acabar com os malandros que assaltam o estado, asfixiam toda a dinâmica social e econômica da vida brasileira.
Nota-se que nos ultimos anos o problema aumentou com a esquerdizaçao iniciada por fhc e tendo continuidade com luiz inacio e Dilma.
E Bolsonaro faz a mesma coisa, ou seja, mantem os privilégios da bandidagem dos funcionários publicos, estatais e militares.
Evidentemente que esses governos perdularios não são os unicos responsáveis por não conseguirmos construir nosso desenvolvimento, mesmo com a disponibilidade, de certa forma abundante, principalmente em mão de obra mal aproveitada por falta de educação moral e tecnológica.
Todos esses países que se desenvolvem não pagam aos trabalhadores dos serviços públicos, o que nós pagamos, ainda mais proporcionalmente.
Somente para citar um caso, que se reproduz por todo nosso funcionalismo, os ministros do STF percebem salários superiores aos dos paises mais ricos, e se mistram, cada vez mais arrogantes, ao defender direitos de consumir o que quiserem de forma esbanjante, dando péssimo exemplo à sociedade, algo que deveria estar na morsl de cada um.
Pagamos, proporcionalmente ao nosso PIB, valores que nenhum outro país paga pela sua dívida pública, e isso nos leva a impossibilidade de investir já que essa grande massa de dinheiro produzida pela iniciativa privada é entregue às mãos de financiadores da dívida feita, principalmente pelo poder público para pagar o funcionalismo.
Portanto, sem uma profunda reforma administrativa que alcanse os salários e os benefícios desses rufioes, não adianta nem pensar em reforma tributária que, em verdade, serviria para aumentar o achaque ao tão vilipendiado trabalho da iniciativa privada.
E sem fazer isto, não poderemos investir seriamente em educação básica e tecnológica já que estes que mais ganham estão em permanente estado de corrupção com aqueles que oferecem maia vantagens ainda aos privilegiados trabalhadores públicos.
Vejam o caso da Petrobrás e de outras estatais que serviu de meios de roubalheiras astronômicas ao PT e a outros partidos corruptos aliados, a ponto de um gerente de terceiro escalão como o tal do Barusco devolver mais de 300 milhões de dolares, e o ex presidiário luiz inacio nada sabia.
Israel exporta alta tecnologia, mas tem o povo com mais Prêmio Nobel no mundo. A adversativa visa ressaltar a importância da qualidade da educação. O Brasil atual é um Brasil colônia sobre rodas ou pior.
Nós não precisamos de excelências fajutos, de doutores de anedotas e champanhotas, de poetas chorosos – o país precisa de engenheiros, químicos, físicos, biotécnicos, etc. Precisamos para isso de educação de excelência universal. Temos que dar um basta a um atraso rabujento que valoriza um advogado de esquina e diminui o técnico. Nos States ninguém é chamado de excelência e não é porque eles são poderosos, mas civilizados.
Um exemplo recente do atraso em que vivemos foi a ´fabricação´ de títulos por candidatos á posição de ministro! Título só adorna a sela – o burro continua o mesmo!
O Brasil vem se desindustrializando cada vez mais em prol de uma economia baseada em exportar produtos primários. Nossa indústria naval acabou. As poucas empresas nacionais que produziam eletrônicos acabaram. Não temos nada expressivo nas áreas de mecânica fina e de ótica. Não temos nem uma fabricante brasileira de veículos. Não temos nenhuma grande fabricante genuinamente brasileira de implementos agrícolas. Exportamos o nosso petróleo bruto para importar gasolina e diesel. Temos talvez a maior quantidade de impostos, taxas e legislação que levam qualquer empreendedor à loucura e gastamos bilhões só para atender à hipertrofiada confusão e burocracia tributária. Temos o setor bancário com juros mais altos e maior lucratividade do mundo. E celebramos a queda da inflação (até ontem) como conquista do governo em vez de resultado de uma recessão.
Para José Vidal: Desonerar folha de pagamento num momento em que a recessão econômica corta a demanda não resolve porque as empresas não vão contratar (nem investir) sem mercado consumidor. Qualquer imposto para compensar a desoneração, agora, virá apenas piorar, e muito, a situação reduzindo o poder de compra da população. Então ganham as empresas mas perdem o INSS e o povo em geral.
Peguem um GPS e entrem Pasárgada como destino e se mandem, porque o Brasil vai virar Venezuela em pouco tempo.
Não tenho condições de debater assuntos econômicos no mesmo patamar do mestre Bortolotto e do meu conterrâneo Vidal.
No entanto, sinto na carne quando a nossa economia está ruim, pois o Brasil se ressente da estagnação, recesso, falta de crescimento, pobreza, miséria e desemprego.
Mas, penso que abordar aspectos técnicos sobre o que influi ou não sobre o desenvolvimento, esbarra em problemas estruturais, que impedem que tentemos reformar o telhado pelas goteiras que apresenta, se não existem paredes para sustentá-lo.
Em outras palavras:
Enquanto tivermos milhões de pessoas dependendo de benefícios governamentais;
Enquanto tivermos milhões de pessoas desempregadas;
Enquanto tivermos milhões de pessoas analfabetas absolutas e funcionais;
Enquanto tivermos a corrupção como determinante nas administrações municipais, estaduais e federal;
Enquanto o povo continuar sendo desprezado, maltratado, desconsiderado, roubado, explorado e manipulado pelos poderes constituídos;
Enquanto a educação não ser importante para os governantes desse país;
Enquanto a violência predominar nas maiores cidades;
Enquanto tivermos um STF comprometido politicamente, concedendo impunidade aos criminosos que dilapidam o patrimônio do povo;
Enquanto tivermos elites e castas construindo sistematicamente barreiras que isolem os necessitados, um apartheid social,
LAMENTO, mas os temas sobre economia analisados isoladamente não resultarão em nada positivo, útil, aproveitável, justamente pela falta de alicerce social e político nas implantações necessárias para o Brasil se desenvolver.
Posso ser repetitivo, reconheço, porém não existe país que tenha se desenvolvido ANTES que se preocupasse com o seu povo.
A economia não existe por si só, e isso deveria ser entendido, compreendido e assimilado pelos economistas.
Se, economia é sinônimo de consumo, a grosso modo, temos 170 milhões de cidadãos que não adquirem bem algum, sejam duráveis ou não, imóveis e automóveis.
Logo, as providências sempre seriam para atender as castas e as elites, jamais o cidadão, o povo, a sociedade em geral e, principalmente, aqueles que mais precisam de atenção.
Enfim, não estou discordando dos dois articulistas, excelentes.
Apenas apresento o meu enfoque a respeito das razões pelas quais o país não se reerguerá, enquanto o povo não for o seu principal objetivo!
Chico bom dia, antes de mais nada obrigado pela generosa resenha de ontem. Eu sei que estou ficando fora de foco nos assuntos comentados aqui na TI, mas não consigo ficar discutindo aboborinhas políticas ou sociológica\s que sejam, sem ir no osso do problema e é por isso que geralmente apoio suas colocações,
porque dão nome aos bois, sem verniz nem diplomacia inútil.
Resumindo e espremendo seu comentário: Há muito tempo que falta atitude séria, visão nacionalista, compreensão geopolítica, interesse social, patriotismo, inteligência e vergonha na cara nos dirigentes de plantão do Estado Brasileiro. É a filha da puta da corrupção que acaba dirigindo as decisões de estado na direção contrária aos interesses nacionais.
Moreno,
Por isso mesmo que, sem antes resolvermos a segregação social, as injustiças, as diferenças criminosas no tratamento que o governo concede ao povo, nada será resolvido!
Não há como consertar a caixa de câmbio, reformar o motor, pintar o carro, trocar seus estofamentos, se não tem roda e pneu!!
Não vai andar, mesmo estando com a mecânica e apresentação em dia!
Pois é assim que os governos têm feito ao longo de décadas!
Lembras quantos planos econômicos tivemos desde Sarney?
E quem foram as vítimas?
O povo.
As elites e castas sempre saíram lucrando e se tornavam cada vez mais poderosas!
Resultado, e incontestável:
Aumento do desemprego;
aumento da pobreza;
aumento da miséria;
aumento da fome ( e aqui o pecado mortal de nossos governantes)!
Abração.
Saúde e paz.
Te cuida da gripezinha Bolsonaro, que já matou 150 mil brasileiros!
Para criar Renda Cidadã, governo estuda desindexar aposentadorias e pensões superiores a 1 mínimo
Por Gerson Camarotti e Mateus Rodrigues
https://g1.globo.com/politica/blog/gerson-camarotti/post/2020/10/10/para-criar-renda-cidada-governo-estuda-desindexar-aposentadorias-e-pensoes-superiores-a-1-minimo.ghtml
Quero agradecer de coração em meu nome, e também do ilustre Colega Sr. JOSÉ VIDAL que me honra com Artigo Conjunto, a TODOS que me honraram/honrarão com Comentários.
Todos Comentaram em alto nível e complementaram magnificamente o Assunto.
Descrevemos a estratégia de longo Prazo que o BRASIL deve seguir para dar Alta Padrão de Vida para a média do seu POVO.
1- Fomentar ao máximo a PRODUÇÃO/EMPREGO em todos os setores, com ênfase especial na INDÚSTRIA e SERVIÇOS.
2- Buscar COMÉRCIO preferencialmente com os Países do Terceiro Mundo.
3- Reduzir o tamanho do ESTADO do atuais +-45% do PIB para ideais +- 25% do PIB em 20 Anos, pois quanto menor o tamanho do Estado numa Economia, maior será o CONSUMO e o INVESTIMENTO para uma dado PIB.
A curto Prazo, logo após o fim da Pandemia Covid-19 via imunização com Vacina anti-Covid-19.
Além do que já foi feito:
1- Reduzir o Juro Básico SELIC a território Negativo de 2%aa, para Meta de Inflação de +-4%aa.
2- Descompressão do Câmbio para 1 US$ = R$ 5,00 a R$ 5,50, para incentivar EXPORTAÇÕES.
Fazer:
1- Grande esforço para ampliar as EXPORTAÇÔES LÍQUIDAS.
2- Esforçar-se para fazer a Reforma Tributária SIMPLIFICANDO e procurando Reduzir a Tributação sobre PRODUÇÂO/CONSUMO e aumentando a Tributação sobre a “RENDA”, não a PROPRIEDADE.
3- Fomentar a nossa maior Indústria que é a Construção Civil, aquela que é de Mão de obra Intensiva e EMPREGA muita Gente não-qualificada ainda, especialmente em Casas Populares/Desfavelização. A Construção Civil já produziu 1.000.000 Casa/Ap/Lojas/ANO e hoje não produz 500.000/ANO.
4- Fomentar nossa segunda maior Indústria que é a Automóveis/Auto-peças que já produziu 4.000.000 Unidades/ANO e hoje está produzindo 2.500.000 Unidades/ANO.
5- Fomentar todas as nossas Indústrias especialmente a NAVAL como bem frisou o ilustre Sr. WILSON BAPTISTA JUNIOR e expandir a estratégica MARINHA MERCANTE.
6- Criar um Programa em que Todas as Micro-Empresas paguem um IMPOSTO UNICO ANUAL até o limite do Faturamento das Micro-Empresas.
Não importa quanto faturem até o limite, pagariam uma quantia fixa de IMPOSTO ÚNICO.
Abração a TODOS.
O pulo do gato, é soltar todos os gatos e que comecem a caçar os ratos gordos de colarinho branco.
O nosso problema é a corrupção. Isso é o verdadeiro CÂNCER!!
Respeito muito o Prof. Bartolotto e todos os comentaristas, mas ninguém me tira da cabeça que sem corrupção, este país é um foguete atômico.
A CORRUPÇÃO deixa o país com leucemia profunda.
Jamais se levantará do leito de morte.
Atenciosamente.
Que bom comprovar que não estou sozinho, que alguém tem pensamento idêntico ao meu, apoiado Espectro.
Obrigado, mas, Sr. F. Moreno, não tenha dúvida que não somos só nós dois que pensamos assim.
Só espero por um milagre, que a corrupção diminua drasticamente porque jamais acabará, nem por decreto como o Joker acabou de decidir.
E, aqueles que se aventurarem a pegar um centavo do erário, 40 anos de cana dura e confisco dos bens dele e dos parentes que não possam ter como comprovar os de onde sairam os recursos que justifiquem as nababescas vidas.
Pra finalizar, acabar com o cargo vitalício no stf. Entrar por mérito e só por quatro anos.
Pronto, cabô!
Teremos o maior e melhor foguete atômico decolando com destino a prosperidade e construir um país melhor.
Ha! Ia esquecendo dos salários e benesses inimagináveis pra nós os pagantes do Circo.
Cordialmente.
Enquanto não estatizarmos os bancos,segurar a remessa de lucros,acabarmos com teto de gastos,suspendermos o pag das dividas e fazermos uma reforma agraria não teremos solução para os nossos problemas.
Agora que li o texto. E quero, como já fez o estimado Bortolotto, agradecer os comentários.
A economia é muito complexa. Num país do tamanho do Brasil é ainda mais.
Apenas para pensarmos, coloco duas coisas que são bastante presentes nos comentários:
1 – corrupção. Será que ela sozinha impede nosso desenvolvimento? Ou ela é superestimada? A China, por exemplo, tem muita corrupção. A não ser que nesse item abarquemos a sonegação, os “gatos”, as renúncias fiscais, a procrastinação de pagamentos da dívidas e, claro, a corrupção moral (aquela do legal, mas imoral).
2 – carga tributária. Será que para um país crescer é necessário que ela seja baixa? Alguns países altamente desenvolvidos possuem carga tributária alta. Outros com baixa carga tributária são pouco desenvolvidos. Será que mantendo a carga atual, mas diminuindo os impostos regressivos não se consegue melhorar? Com algumas reformas, a carga tributária total só poderá começar a ser diminuída daqui a alguns anos, creio eu.
Abraço a todos.