
Folha de SP
Saiu mais um Pisa, o teste internacional que avalia alunos de 15 e 16 anos em várias áreas, e o Brasil segue na rabeira. Os países que participam do exame são 65. Ficamos na 55ª posição em leitura, 58ª em matemática e 59ª em ciência.
É verdade que melhoramos em matemática, mas estamos falando de um avanço da ordem de 10% em quase uma década. Nesse ritmo, levaríamos 26 anos para atingir a média dos países ricos e 57 para alcançar os chineses.
Isso, é claro, no falso pressuposto de que os outros ficarão parados. Em leitura e ciência, a evolução foi ainda mais modesta.
Infelizmente, não será muito fácil mudar o quadro. O governo acena com os recursos do pré-sal como salvação da lavoura. É claro que mais dinheiro ajuda, mas está longe de ser uma garantia de sucesso. Na verdade, nosso sistema é hoje tão pouco funcional que jogar mais verbas nele será, acima de tudo, uma ótima maneira de desperdiçá-las.
Sem um plano coerente de como aplicar os recursos, os avanços tendem a ser mínimos. Um de nossos principais problemas é que não conseguimos recrutar bons professores –os países campeões do Pisa selecionam seus mestres entre os melhores alunos das faculdades; nós nos contentamos com os piores.
Mesmo que, numa rápida e improvável inversão de rumo, passássemos a contratar a elite, levaria um bom tempo até que o efeito se espalhasse pela rede, que conta hoje com mais de 2 milhões de docentes.
Isso significa que precisamos encontrar um meio de progredir com o que temos. Minha impressão é a de que o caminho passa por estabelecer um currículo detalhado e ensinar o professor exatamente o que ele deve dizer em cada aula aos alunos. Sim, estamos falando de sistemas massificados, daqueles que inibem a criatividade e outras coisas que os pedagogos não gostam, mas não vejo muita alternativa. Afinal, estamos há muito tempo fracassando no básico.
Quando eu era criança,na década de 60, aqui na cidade do Rio de Janeiro, a educação era pública. Professora era respeitada, andava bem vestida , era uma carreira de meninas de classe, as professoras estudavam no Instituto de Educação,tinha exxcelente formação pedagógica. Aí veio a ditadura militar, emburrecedora, que, para satisfazer seus apoiadores, abriu a educação para a exploração privada. Daí surgiram as escolas PPFP( Papai pagou, filhinho passou). O mesmo fizeram com a saúde. Destruíram a educação e a saúde públicas para dar vez a exploração predatória da iniciativa privada. Muitas faculdades de políticos foram abertas, muitos hospitais de políticos foram abertos . Assim,ao longo do tempo, a educação e a saúde públicas foram deterioradas até chegarmos onde estamos.
O pior sr Renato é que qdo vc cita essas coisas, vem logo um reacionário da vida e diz que isso não passa de saudosismo barato e tal…
Na minha modesta visão, honestidade, competência, seriedade, respeito ao contribuinte, etc não tem época.
Nós(estou colocando na primeira pessoa do plural) nos acostumamos com marketing, propaganda enganosa e a desculpa mais esfarrapada que existe. HOJE É RUiM, MAS ANTES NO GOVERNO TAL TAMBEM ERA, COMO ISSO JUSTIFICASSE A ESTUPIDEZ ATUAL.
Opa, eu ia discordar, mas fiquei preocupado que me xingassem de reacionário. Vou ficar quieto, não se pode discordar, vão me xingar de reaça.
O governo está enfrentando a corrida pela educação com sua kombizinha envenenada, lotada de estudantes cheios de esperança, querendo convencer a platéia que conseguirá acompanhar as ferraris internacionais.
Sr Carlos, menos por favor.
Não tive essa intenção, mas as vezes chegamos a um limite e perdemos um pouco a “educação”.
Desculpe-me….
Renato perfeito o teu comentario e Carlos por gentileza faca o seu.