Donald Trump era sincero quando anunciava sua posição ultra conservadora

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Charge do Clayton, reprodução de O Povo/CE

Pedro do Coutto 

Ao longo da campanha eleitoral, o candidato Donald Trump fazia questão de colocar em destaque sua posição ideológica de ultra conservador, ocupando uma faixa de extrema direita que dividiu os próprios republicanos. mas não o eleitorado, tanto assim que se tornou vitorioso nas urnas decisivas. Muitos poderão ter pensado que se tratava de uma estratégia. Mas não era só isso. Suas palavras eram verdadeiras, representavam seu pensamento mesmo.

O reflexo na opinião pública chegou a tal ponto – segundo a Folha de São Paulo – que o Google e o Facebook, gigantes da Internet, resolveram vetar nos sites publicitários a veiculação de notícias falsas e, ao mesmo tempo, analisar a colocação de matéria distorcidas, pois, em ambos os casos, favoreceram Trump. O Google e o Facebook certamente possuem as respectivas provas e vão passar a dedicar mais atenção ao plano ético, impedindo a circulação de inverdades. Tarefa difícil, mas necessária; são bilhões de mensagens diárias,. Os motivos são muitos e abrangem múltiplos setores.

Mas no caso dos pronunciamentos de Donald Trump, ele não enganou. Ao contrário. Está começando a fazer exatamente aquilo que se comprometeu a realizar, deslocando a próxima Casa Branca ao plano do radicalismo.

NOMES ESCOLHIDOS – Reportagem de Henrique Gomes Batista, correspondente de O Globo, e a análise do New York Times, traduzida pelo O Estado de São Paulo, deixam claro o rumo do presidente eleito, com base na seleção dos escolhidos para compor seu governo.

O general Michael Flynn, que será conselheiro para Segurança Nacional, em passado recente defendeu o uso de tortura para obter confissões. Flynn situa-se ao lado de Stephan Bannon, editor de um site racista, escalado para estrategista do governo que assume em janeiro.

O quadro ideológico atual tem um precedente no passado, mas que resultou em efeito inverso. Ocorreu nas eleições de 64, um ano após a morte de Kennedy, quando Lyndon Johnson derrotou Barry Goldwater.

GUERRA DO VIETNÃ – O conflito no Vietnã estava crescendo e se tornando cada vez mais dramático para os EUA. Goldwater vai à televisão e afirma que por traz dos guerrilheiros do Vietnã estava a China de Mao Tse Tung e Chou En Lai, portanto então comunista. “Eleito”, disse o republicano, “acabo com a guerra do Vietnã lançando uma bomba atômica na China”.

Minutos depois, entra em cena Johnson, na mesma rede, e afirma simplesmente: quero avisar aos americanos que o meu adversário não está falando somente para agradar seus eleitores. E faria isso mesmo se chegasse a Washington. Boa noite, completou. Com isso, Barry Goldwater foi derrotado, alcançando apenas 1/3 dos votos.

LEMBRANDO O GENERAL – Goldwater inspirou-se naquela noite de outubro numa afirmação do general Douglas Mac Arthur, herói da guerra no Pacífico e nomeado em 45, depois das bombas em Hiroshima e Nagasaki, governador geral do Japão. Havia a guerra da Coreia, com a região Norte contra a do Sul, com os EUA apoiando a segunda. Hoje são dois países. O confronto começava em 49, a China de Mao dando suporte à região Norte.

Mac Arthur dá uma entrevista ao New York Times e ao Washington Post, sustentando que a solução seria jogar uma bomba atômica contra Pequim.

O presidente Harry Truman o demitiu imediatamente. Afirmou que uma decisão desse porte pertencia exclusivamente ao presidente da República. Truman havia sido vice de Franklin Roosevelt e assumiu em abril de 45, sendo reeleito em 48. Sabia tomar decisões. A divisão da Alemanha, uma delas, freando a expansão do poder de Stalin. Decidiu o Plano Marshall que, através do Banco Mundial, permitiu a reconstrução da Europa e a contenção do comunismo.

Bem. voltando a Donald Trump, ele, claro, não é Goldwater. Mas parece um pouco.

9 thoughts on “Donald Trump era sincero quando anunciava sua posição ultra conservadora

  1. Aqui na banânia, o Jair Bolsonaro já começa aparecer em todas as pesquisas. inclusive a frente de alguns “suspeitos de sempre”, de vencer as eleições.
    A verdade é que tanto lá como cá, o povo já esta cansando dos políticos “bonzinhos” que só querem é distribuir dinheiro público em troca de votos.
    O Trump todos os dias tem que derrotar os inconformados, a turma do politicamente correto, que achava que apos um negro, deveriam os americanos eleger uma mulher.Tudo ao seu tempo. No dia que aparecer uma mulher que não tenha como única qualidade o fato de ter sido primeira dama e seja comprovadamente competente, devem não só os americanos, mas qualquer pais do munda, aproveitar a competência e promover sua eleição
    A Hilary seria a Dilma do Obama.

  2. A Globalização fomentada pelas grandes Corporações Americanas DESINDUSTRIALIZOU os EUA. Apareceram nos Estados mais industrializados os famosos Rust Belts.
    Enquanto a Indústria, grande geradora de Salários altos minguava, cresciam os Serviços: Fazedores de Hamburguers nos McDonalds, Repositores no Wal-Mart, Enfermeiros, etc,etc.

    O Candidato TRUMP (70) Republicano, espertamente prometeu a grande Massa da População Branca Não Universitária, ( os grandes perdedores na Globalização), que lembravam do bom Padrão de Vida de seus Pais que trabalharam na Indústria quando a Indústria Americana era predominante, de simplesmente trazer esses Felizes tempos de volta. MAKE AMERICA GREAT AGAIN.
    Se vai conseguir isso ou não, vamos ver.

    • Prezado Sr. Flávio José Bortolotto … Saudações!

      http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/afp/2016/12/12/trump-escolhe-banqueiro-do-goldman-sachs-para-dirigir-conselho-economico.htm tem: “O ex-presidente democrata Bill Clinton criou este Conselho em 1993, ano em que assumiu o poder, para ser assessorado em matéria de economia nacional e internacional.” … Isto, após ter ganho as eleições, com o mote: “é a economia, estúpido”

      https://pt.wikipedia.org/wiki/Robert_Rubin: “Robert E. Rubin (29 de agosto de 1938) trabalhou durante 26 anos na firma Goldman Sachs, chegando à posição de “co-senior partner”, antes de tornar-se diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca de 1993 a 1995 e Secretário do Tesouro de 1995 a 1999, durante os dois mandatos de Bill Clinton. Foi presidente Citigroup de novembro a dezembro de 2007[1] e permaneceu como conselheiro da empresa até janeiro de 2009.[2][3]”

      Robert Rubin é o pai do Capitalismo Financeiro … em que a Produção é o de menos – e se produz onde é mais barato!!! o que levou à Globalização DA PRODUÇÃO … … … enquanto a renda se foi concentrando cada vez mais!!!

      Agora, Trump convoca novamente o Goldman Sachs para reverter em favor de seus eleitores – pois Trump é da PRODUÇÃO!!! !!! !!!

      Washington, 12 dez 2016 (AFP) – O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, escolheu nesta segunda-feira o número dois do banco Goldman Sachs, Gary Cohn, para dirigir o Conselho Nacional Econômico da Casa Branca.
      “Gary Cohn colocará a serviço dos americanos seu talento como homem de negócios”, destacou o futuro presidente em um comunicado.”


      “Compartilho a visão do presidente eleito Trump de garantir que cada trabalhador americano tenha um emprego seguro em uma economia florescente e estaremos totalmente comprometidos em construir uma nação forte, que cresce e prospera”.”
      … … …
      … … …
      … … …
      Na tradução simultânea, conforme nosso ilustre editor CN: Trump escolhe o Goldman Sachs para reverter a lambança que fizeram … … … de igual modo, Temer precisa EXIGIR de Meirelles e Goldfjan que corrijam os erros passados que levaram o Brasil à situação de hoje … … … até agora o BC está só enrolando – e Temer PRECISA dar uma de Trump, antes que acabem com o Brasil!!! !!! !!!

      Forte abraço do (pe)emedebista dos históricos Lionço Ramos Ferreira.

  3. Creio que é a primeira vez que vou em sentido contrário ao P. Coutto, mas está tendencioso a escrita. analisarcom base em um nome um governo que nem começou. Se. Possível quando chegar em casa volto falar sobre o assunto.

  4. A análise de mercado com relação à China é de que Trump jogará pesado para obter concessões até atingir um ponto de equilíbrio que considera mais favorável aos interesses do seu grupo.

    Nada há de novo nesse oportunista malandro que só busca mais grana e poder para si e para os seus.

  5. Acho preocupante essa histeria com “notícias falsas”. Na prática é uma tentativa de estabelecer um ministério da verdade Orwelliano. Quem vai dizer quais são as notícias falsas e quais as verdadeiras? O governo americano? O Zuckerberg? Os jornalões americanos, que trataram como verdade absoluta engodos como os do arsenal de destruição massiva do Iraque e a matança dos bebês do Kuwait, na guerra do golfo? Lembram quando o PT, no tempo em que ocupou o Palácio do Planalto, também quis combater a divulgação de ‘notícias falsas’, principalmente aquelas de corrupção em seu governo? Notícias ‘verdadeiras’ parecem ser só aquelas que agradam aos poderosos de plantão.
    Hillary Clinton teve o apoio da quase totalidade da imprensa e gastou no mínimo 680 milhões de dólares em propaganda – há quem fale em mais de um bilhão, mas talvez isso também seja ‘notícia falsa’. No entanto foi derrotada por notícias falsas’? Ou será que o noticiário da grande mídia e a propaganda massiva simplesmente não refletia a percepção dos eleitores americanos? Quem está desempregado ou subempregado, e vê seu padrão de vida decair não vai se convencer que o país está ótimo só porque a TV e os jornais lhe dizem isso dia e noite.

  6. Cabe aqui um pequeno lembrete!
    A china também tem bombas atômicas!
    E ema vez mao tsé tung chegou a declarar que a morte de uns 300 milhões de chineses não seria tão dramático para quem já tinha mais de 1 bilhão de habitantes!
    Por isso é bom não ficar cutucando o dragão com vara curta!
    Se a morte de umas 4000 pessoas num “atentadozinho” como o wtc já provocaram tanta comoção, é inimaginável o que seria a morte de milhões num ataque atômico!
    Sr. Bus, melhor dizendo, sr. Trump, crie juízo e pare de molecagem!
    Muitos de nós adoramos e admiramos os eua, mas não podemos concordar e apoiar atos estúpidos como esses de ficar hostilizando a china! Já bastam as besteiras que foram feitas no iraque e na libia!

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