Paulo Peres
Poemas & Canções
O político, médico, pintor, tradutor, biógrafo, ensaísta, romancista e poeta alagoano Jorge Mateus de Lima (1893-1953) em “Solilóquio Sem Fim e Rio Revolto”, conversa consigo mesmo e foge completamente da razão, num soneto de rimas absolutamente perfeitas.
SEM FIM E RIO REVOLTO
Jorge de Lima
Solilóquio sem fim e rio revolto –
mas em voz alta, e sempre os lábios duros
ruminando as palavras, e escutando
o que é consciência, lógica ou absurdo.
A memória em vigília alcança o solto
perpassar de episódios, uns futuros
e outros passados, vagos, ondulando
num implacável estribilho surdo.
E tudo num refrão atormentado:
memória, raciocínio, descalabro…
Há também a janela da amplidão;
E depois da janela esse esperado
postigo, esse último portão que eu abro
para a fuga completa da razão.
“Saber tudo!” “Ninguém pode saber tudo. Nem todo o saber da humanidade reunido, pode ter essa dimensão abrangente, por uma clara razão:
Esbarra-se nas questões da origem do tempo e do espaço no mundo físico. A insondável eternidade, atributo divino sobrenatural e a impossibilidade de descrever com consistência os vários aspectos da outra alternativa, que seria o surgimento, que são: onde? como? quando? por que? para que? de onde? do que? Como elucidar cada etapa e cada transição? Os igmorantes, que acham que sabem tudo, privam-se de um dos maiores prazeres da vida: Aprender!” Busquem e assimilem conhecimento!
Blog: Sociologia & Análise