
Charge do Jean Galvão (Arquivo Google)
Carlos Alberto Sardenberg
O Globo
Os canadenses da província de Québec deram a maior bandeira: o número de vacinados com a primeira dose disparou depois que o governo local baixou a regra segundo a qual o cidadão só poderia comprar álcool e maconha apresentando o passaporte da vacina. Note-se: lá a maconha é legal até para “fins recreativos”, ou seja, para um baseado.
Não vai aqui nenhuma crítica aos moradores de Québec, mesmo porque, certamente, é a minoria que consome bebidas e a erva. Ok, pode ser uma minoria expressiva, não importa. O objetivo é mostrar como os governos pelo mundo têm sido criativos na tarefa de estimular ou mesmo forçar a vacinação.
COBRAR IMPOSTO – Ainda em Québec, o primeiro-ministro François Legault avalia cobrar um imposto dos não vacinados. Argumenta que eles adoecem mais e transmitem a Covid-19 a um número maior de pessoas, tudo isso sobrecarregando a rede pública de saúde. Logo, como geram mais gasto público, devem pagar por isso.
O mesmo princípio foi adotado pelo primeiro-ministro da Alemanha, o social-democrata Olaf Scholz, quando sugeriu que a vacina deveria ser obrigatória para todos os adultos. De novo, os não vacinados geram custos públicos e sociais. A medida vai a debate no Parlamento.
O princípio é o seguinte: liberdade e direitos individuais têm limites. O cidadão não pode recusar a vacina e sair por aí infectando os outros, sobrecarregando a rede de saúde. Simples assim: se o exercício de um suposto direito individual fere o direito dos outros e prejudica a sociedade, então prevalece o direito dos outros e da sociedade.
NOS EUA – A Suprema Corte dos Estados Unidos derrubou uma portaria do presidente Biden que impunha regras para as empresas com mais de cem empregados. Pela norma, a empresa deveria exigir certificado de vacina dos funcionários. Os que se recusassem deveriam fazer teste semanalmente.
A decisão foi por seis votos a três, claramente dividida entre juízes conservadores e progressistas, estes lá chamados de liberais. Os conservadores valorizam mais os direitos individuais, e os progressistas o interesse coletivo e social.
A decisão, entretanto, baseou-se num argumento, digamos, técnico. O presidente não teria o poder de baixar aquela portaria sem autorização do Congresso.
DIREITO E DEVER – Certo, mas o debate nos EUA não raro cai nesse ponto. O cidadão tem o direito de escolher entre vacinar-se ou não? A resposta totalmente correta seria esta: tem o direito, mas o não vacinado por opção não pode circular onde cause o risco de transmitir o vírus. E, se ficar doente, os custos do tratamento não serão cobertos pelo setor público nem pelos seguros privados.
A questão está longe de ser atual. No Brasil, já houve uma revolta sangrenta contra a obrigatoriedade da vacina da varíola, em 1904.
A lei foi suspensa, mas um novo surto de varíola no Rio levou a população a correr aos postos de vacinação. Hoje, os brasileiros mostram forte adesão às vacinas e, por isso, entre outros motivos, desaprovam cada vez mais o presidente Bolsonaro e seu ridículo negacionismo. Mas, como subsistem aqui e ali resistências à vacina, é preciso criar regras que forcem a imunização.
NA SUÍÇA – Governos estão empenhados nisso, mas também estabelecimentos privados. Nas estações de esqui na Suíça, segundo me conta um conhecido, bares e restaurantes adotaram a seguinte regra: o cliente tem de fazer o teste rápido, fornecido, e cobrado, pelo estabelecimento antes de entrar. Se deu positivo, está fora. Negativo, está dentro. O que foi pago pelo teste é descontado na conta.
Simples, não é mesmo? O teste é de fácil aplicação, o resultado sai na hora. Aliás, eis mais um argumento a favor da liberação do autoteste e da ampla distribuição e comercialização dos testes. O prefeito Eduardo Paes gostou da regra de Québec, assim meio de brincadeira. Poderia adotá-la.
Não se pode dizer que ir ao bar seja um direito sagrado do ser humano — embora muitos pensem assim. Negar a entrada para os positivados não configura violação de direitos. Vale como exemplo: estimular e/ou forçar a vacinação é legal.
Com o passar do tempo a Lei da Seleção Natural das Espécies, está sendo aplicada.
No mundo sucumbem primeiro os otários e os mais fracos e sobrevivem os espertos e os fortes.
Bolsonaro ainda não revogou esta Lei!
A Austrália deu exemplo para o mundo deportando o super tenista ‘de nome complicado’. Se a vacina reduz o potencial físico das pessoas, ele estaria em vantagem contra seus adversários que estão vacinados.
Mais uma mentira dessa midia safada. Obrigar, forçar as pessoas a se vacinarem, é ilegal e inconstitucional.
Sinceramente, se da minha imunização e de todos os outros depender a saúde e bem estar coletivo, porque não me imunizar? Vacina SIM!!
Apoiado!
José Luis.
A mania da esquerda querer levar todo mundo ao paraíso não recua, investe com tiro, porrada, facada e bomba.
Vou aguardar a vacina em pó, os aviões vão pulverizar a humanidade inteira. Essa injetada tá meio esquisita, aquele Luciano Szafir, vacinado pegou covid pela terceira vez.
Estimular tomar vacina tudo bem. Obrigar a tomar vacina, não.
Até pra defender pegar à força quem se nega a participar de experiência com drogas, sem estudos duplo cego randomizado e revisado pelos pares :-), o jornalista da Globosta aproveita para fazer propaganda de maconha. A imprensa aliada do narcotráfico não perdeu apenas a credibilidade, perdeu a vergonha.