Eduardo Febbro
Carta Maior
Paris – Os aliados modernos se entrelaçam sob o regime da traição. A França, assim como outras dezenas de países no mundo, tomou conhecimento de como, quando, quem e com que armas digitais os Estados Unidos a espionam até nas sombras. O jornal Le Monde revelou que a Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos e seu braço virtual, o dispositivo Prisma, tiveram acesso a chamadas telefônicas, SMS e correios eletrônicos de cidadãos franceses e empresas francesas. Os números sobre o alcance da espionagem são alucinantes: em apenas 30 dias, entre 10 de dezembro de 2012 e 8 de janeiro de 2013, a NSA interceptou mais de 70 milhões de chamadas e SMS de empresas e particulares. Com uma média de três milhões de interceptações por dia, os EUA tiveram acesso a muita informação com a desculpa da luta contra o terrorismo.
Paris convocou o embaixador norte-americano na França, Charles Rivkin, para pedir explicações. O ministro francês de Relações Exteriores, Laurent Fabius, classificou a espionagem de “inaceitável”. A ofensa é enorme: Washington trata o aliado francês com os mesmos cuidados com que trata a Síria, a Rússia ou o Irã.
O primeiro ministro francês, Jean-Marc Ayrault, considerou “inverossímil” que um país aliado recorra a essas práticas sem justificação estratégica ou de segurança nacional. Presente em Paris no marco das próximas negociações sobre a Síria, o Secretário de Estado dos EUA, John Kerry, limitou-se a dizer que seu país estava realizando uma “reflexão” sobre esses temas. Todos estes documentos fazem parte dos volumosos segredos que o ex-agente da CIA e da NSA, Edward Snowden, hoje refugiado na Rússia, entregou ao jornalista norte-americano Glenn Greenwald e que foram publicados pelo jornal The Guardian.
A Carta Maior entrevistou Greenwlad no Rio de Janeiro há alguns dias e o jornalista lembrou nesta entrevista que “os documentos sobre a maneira pela qual os Estados Unidos espionam e os objetivos que perseguem com essa prática pouco tem a ver com terrorismo. Muitos têm a ver com a economia, as empresas e os governos, e estão destinados a entender como funcionam esses governos e essas empresas. A ideia central da espionagem é essa: controlar a informação para aumentar o poder dos EUA ao redor do mundo”.
ESPIONANDO EMPRESAS
No caso da França, os norte-americanos não só se interessaram por gente comum ou suspeita, mas também por lideranças políticas, membros da alta administração e empresas. Segundo detalha o Le Monde, a NSA se concentrou em duas em especial, Wanadoo e Alcatel. A primeira é uma filial do grupo de telecomunicações Orange, a segunda, Alcatel, é uma empresa franco-norte-americana muito importante no campo de aparelhos e redes de comunicação. A espionagem desses dois grupos ocorreu em janeiro de 2012 e não ocorreu por acaso: a data coincide com o momento no qual o Ministério de Finanças da França estava avaliando a possibilidade de recuperar os ativos da Alcatel por meio da Orange.
A NSA dispõe de mais de uma metodologia para acessar informação. Existe um método que ativa um sinal que, imediatamente, põe em marcha a gravação de algumas conversações telefônicas segundo o número marcado. Esse sistema também recupera os SMS em função do conteúdo, detectado por meio de palavras-chave. O programa de espionagem aplicado na França se chama “US-985D”. Seu nome se assemelha bastante ao dos programas que a NSA utilizou na Alemanha. “US-987LA” e “US-987LB”. Especula-se que esses números identificam os blocos ou círculos dentro dos quais Washington põe seus aliados. A França estaria dentro do “terceiro círculo”, no qual também se encontram Alemanha, Polônia, Bélgica e Áustria. O segundo círculo, conhecido como “Cinco olhos”, está composto pelos países anglo-saxões como Grã-Bretanha, Canadá, Nova Zelândia e Austrália.
O que ocorrerá no futuro? Seguramente nada. Paris agirá como a União Europeia, Algum protesto aqui, outro ali, e nada mais. O realismo servil como modesta resposta.
A França, como uma pseudo potência fingirá que está realmente ofendida, mas continuará tudo como dantes na casa de abrantes.
O QUE PREVALECE SÃO OS INTERESSES, MUITOS DELES ATÉ ESCUSOS.
O CIDADÃO, ORA, VÁ PLANTAR BATATAS E VÊ SE NÃO ENCHE…..
Gostaria muito, nesse momento, de ver a cara do sr. Holland, o socialista de direita, ou ” a esquerda que a direita gosta”! Sim, porque o frenesi bélico que acometeu o presidente francês, e fê-lo unir-se incondicionalmente aos EUA, foi uma das maiores vergonhas dos últimos tempos. E para que? Para descobrir-se, sob a ótica norte-americana, como um reles francês! Bem feito! Excepcionalmente bem feito! Não aprendeu até hoje, Holland, que os EUA só têm um aliado, e por razões meramente genéticas? Aprenda então, com essa vergonha! Digam o que disserem, EUA E Inglaterra são as duas faces de uma mesma moeda e, claro, admitem Israel por razões estratégicas, e nada mais. Todo o resto, ou ” está com eles ou contra eles”, como sublinhou Bush.
Admirável, mesmo, e uma vez mais, a força da Rússia. Inteligentes, fortes e poderosos, sabiam o valor exato do ” presente Snowden”. A rigor, à medida que os vazamentos ganham a luz do dia, maior o ódio mortal que nutrem os norte-americanos pelo compatriota ” traidor”. Não me surpreenderá, nem um pouquinho, que esse grande cidadão do mundo, esse verdadeiro prêmio Nobel da Paz, esteja com os minutos contados, que os seus contatos com os jardins da Rússia não se estendam por muitas primaveras…
Saudações,
Carlos Cazé
A França não tem segredos para os Estados Unidos, em particular, desde a Segunda Guerra. Os EEUU ajudaram a libertá-la dos nazistas derrotando-os militarmente em solo francês, além de negociar com Stalin para que os comunistas lá não criassem problemas de governabilidade. Velhos comunistas resistentes da época, como François Marty, Regis Bergeron e outros nunca negaram e falavam PUBLICAMENTE na livraria do L’Humanité Nouvelle, da Boulevard Magenta, no fim dos anos 60. Além do mais, a França integra militarmente a OTAN SOB O COMANDO MILITAR dos Estados Unidos. A quem esses governantes franceses querem enganar? Isso também vale para esses políticos alemães do pós guerra, muitos dos quais bancados durante anos pela CIA. Têm que engolir porque carecem de moral. Nesse aspecto, os ingleses são assumidos, não criam caso e vão faturando no tráfico do florescente ópio afegão nas áreas lá que conseguiram com autorização dos norte americanos.
HOLLYWOOD JÁ AVISOU ISSO TUDO EM 1998.
Inimigo do Estado
“O congressista Phillip Hammersley assassinado por um órgão do governo, logo após ter se declarado radicalmente contra uma lei que, em nome da segurança nacional, permitiria que houvesse uma total invasão de privacidade, pois na prática qualquer pessoa poderia ser monitorada pelo governo.
http://www.adorocinema.com/filmes/filme-16026/trailer-19429147/
“
Agora o semanário alemão Der Spiegel acaba de publicar que a Angela Merkel vem sendo monitorada (espionada) pelos ianques desde 2002. Virou casaca um vez. Pode muito bem virar de novo. Ela pensa que eles dormem de touca, depois de anos e anos financiando aquela vitrine livre de tributação chamada Berlim Ocidental?