Carlos Suarez exerce forte influência política
Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense
O almirante de esquadra Bento Albuquerque foi demitido do cargo de ministro de Minas e Energia, a pretexto de que teria se omitido em relação aos aumentos dos combustíveis, sobre os quais não tem nenhuma responsabilidade direta, porque a decisão é da Petrobras. O real motivo da demissão, porém, foi sua discordância com o chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, e os partidos do Centrão, quanto à aprovação de um projeto bilionário de construção de uma rede de gasodutos interligando oito estados do Centro-Oeste, Norte e Nordeste do Brasil, para o qual pretende-se destinar cerca de R$ 100 bilhões do lucro do pré-sal.
O projeto beneficia diretamente o empresário Carlos Suarez, ex-sócio-fundador da empreiteira OAS, que tem o monopólio de distribuição de gás nos estados beneficiados.
CARREIRA BRILHANTE – Bento é mais um oficial-general de quatro estrelas de grande prestígio nas Forças Armadas defenestrado por Bolsonaro de forma humilhante, por discordância com o Centrão e o presidente da República. Soube da demissão pelo Diário Oficial.
Fez uma carreira militar considerada exemplar: foi observador militar nas Forças de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) nos setores de Sarajevo, Bósnia e Herzegovina e Dubrovnik, na ex-Iugoslávia; comandante da Base de Submarinos Almirante Castro e Silva; comandante em chefe da Esquadra e secretário de Ciência Tecnologia e Inovação da Marinha.
É considerado um dos pais do submarino nuclear brasileiro, pois foi um dos negociadores dos acordos de parceria estratégica do Programa de Desenvolvimento de Submarinos entre a França e o Brasil. Posteriormente, foi comandante da Força de Submarinos e chefe do Gabinete do comandante da Marinha. Em 2016, assumiu a Secretaria de Ciência e Tecnologia e Inovação da Marinha e, posteriormente, a Diretoria-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha. Agora, é o 20º ministro demitido por Bolsonaro.
GASODUTO SUSPEITO – Sua oposição ao Brasoduto custou sua cabeça. O projeto é um velho conhecido do Congresso, que já rechaçou a proposta 10 vezes, pela maioria dos parlamentares e pelo próprio governo. Agora, com apoio do Centrão e do novo ministro, as possibilidades de aprovação são maiores e vão ao encontro dos interesses eleitorais de Bolsonaro e seus aliados.
Grande beneficiário do projeto, Carlos Suarez tem oito distribuidoras de gás no Norte, Nordeste e Centro-Oeste e quatro autorizações para a construção desses gasodutos. Mas não tem recursos próprios para pô-los de pé.
O projeto de financiamento com recursos do pré-sal, que seriam destinados ao reaparelhamento da Marinha, faz renascer das cinzas o velho lobby das empreiteiras no Congresso. Suarez é o S da construtora OAS, que fez acordo de delação premiada com a Operação Lava-Jato.
FORTE RESISTÊNCIA – A Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e Consumidores Livres (Abrace) faz forte oposição ao projeto, que chama de “Centrãoduto”. Segundo a entidade, o Brasoduto cria privilégios e não respeita critérios de planejamento, de contratações baseadas em eficiência e de modernização do mercado.
A Abrace reúne mais de 50 empresas, responsáveis por 40% do consumo industrial de energia elétrica e 42% do de gás natural, entre as quais os grupos Gerdau, Nestlé e Votorantim. O Fórum das Associações do Setor Elétrico (Fase), que abarca 27 associações do mercado, também se opõe ao projeto.
O deputado Fernando Coelho Filho (União-PE), ex-ministro de Minas e Energia, é o relator do Projeto de Lei 414, que trata da modernização do setor elétrico, no qual o Centrão pretende embarcar o jabuti de R$ 100 bilhões. Segundo revelou ao jornalista Tales Faria (UOL), o parlamentar não pretende incluir a proposta no seu relatório. Porém, mesmo contra a vontade, o jabuti pode ser aprovado por meio de uma emenda.
FOI PRETERIDO – Com a demissão de Bento Albuquerque, Coelho tentou voltar ao cargo de ministro de Minas e Energia, mas foi preterido por se opor ao projeto. O cargo caiu no colo do ex-secretário de Política Econômica da Economia, Adolfo Sachsida.O novo ministro é mais ligado a Bolsonaro do que ao ministro da Economia, Paulo Guedes, antes mesmo de este se incorporar à campanha eleitoral de 2018.
Ao jogar ao mar o almirante, Bolsonaro fez do limão uma limonada, dois dias depois de a Petrobras anunciar reajuste de 8,87% no preço do diesel nas refinarias, que passou de R$ 4,51 para R$ 4,91 o litro. Na semana passada, a estatal anunciou lucro de R$ 44,5 bilhões no primeiro trimestre de 2022, o que o presidente classificou como um “estupro”. Em 2021, o lucro foi de R$ 106 bilhões.
O almirante está sendo responsabilizado pelos políticos do Centrão pelos aumentos de combustíveis e da inflação, o que não passa de uma cortina de fumaça para o lobby bilionário dos gasodutos. Sachsida assume com a bandeira de privatizar a Petrobras e resolver o problema da alta dos combustíveis.
Os bons são jogados pelas janelas, ou fogem e são perseguidos pelo clã da gadolândia!
O boneco de borracha, que Mito colocou no lugar de Bento, me lembra o “João Bobão.”, com disco com arquivos do que dizer, fazer, etc.
Para quem não é esquerdista ou gadoloide, facilmente identifica quem foram/são os competentes do governo do Minto. A maioria já não está com ele.
Quem manda é o centrão do “mintorão”!
Fallavena
Fallavena,
Eles não vão aparecer nos debates.
Fonte: O Antagonista.
https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&url=https://oantagonista.uol.com.br/brasil/nem-lula-nem-bolsonaro-nos-debates/amp/&ved=2ahUKEwj05IGE99r3AhWjjJUCHR9JD34QlO8DKAB6BAgGEAE&usg=AOvVaw37p1uq5vQMbHM9jaPUPg_U
Que vergonha, seria bom ver a cara de pau desses excrementos ao vivo e a cores!
Vergonhaaaaaaaa!!!!
Abraço,
José Luis
Fallavena, isso é uma vergonha. O Centrão tomou conta do governo Bolsonaro, que só pensa na reeleição. Vende a alma para o diabo, para ficar mais quatro anos.
Os escândalos de corrupção e as tentativas de golpe, são de uma realidade espantosa. Mas, há quem ache tudo normal, com a desculpa que ou outros é que são corruptos.
Tem pai, que é cego ou não quer ver. Tão passando pano para os desmandos do país, que caminha célere para a Idade Média.
Esse novo ministro com nome parecido com salsicha, nomeado por Bolsonaro para Minas e Energia, em uma série de vídeos que circulam nas redes sociais, Adolfo Sachsida, aparece criticando a licença maternidade de 6 meses, que seria algo “criminoso” contra a mulher e afirmando que mulheres faltam mais ao trabalho para ir ao médico.
Ora, isso é um absurdo total e mais uma evidência de que o governo Bolsonaro discrimina as mulheres.
Machismo exacerbado nas alturas. Por essa e outras razões, o eleitorado feminino está contra o presidente, a ponto de escalarem a primeira dama para reduzir o estrago. Mas, agora não dá mais tempo e o quadro se agravou com a subida desse homem, que trabalhou junto com Paulo Guedes contra os direitos adquiridos das mulheres brasileiras.
Não sabia dessas pérolas, o caráter desse sujeito está em linha com o dos seus superiores.
Assim como o Othon, trata-se de um projeto.
Esse gasoduto foi uma dentre várias outras jabuticabas enfiadas no meio do projeto de privatização-doação da Eletrobrás, que diga-se de passagem, foi defendida por esse “brilhante” almirante.
Rafael, esse tal de Adolfo foi alçado ao cargo, para destravar o gasoduto de 100 bilhões, para favorecer o Centrão e o executivo Lavajista da OAS.
A fala sobre privatização é o boi de piranha destinado a desviar do verdadeiro foco, do negócio escuso. Sou obrigado a concordar, que todos os governos são iguais, de per si.