Indígenas do Amazonas exigem que Funai demita militar nomeado coordenador

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Chefe indígena divulga a carta contra a nomeação do militar

Matheus Leitão
G1 Política

Líderes dos povos indígenas Tikuna-Maguta e Kokama se manifestaram, em carta de repúdio, contra a nomeação do fuzileiro naval da reserva Jorge Gerson Baruf para a Coordenação Regional da Fundação Nacional do Índio (Funai) no Alto Solimões, em Tabatinga (AM). Para os representantes dessas etnias, o ex-militar “não tem qualquer preparo, capacitação ou formação profissional” para exercer as funções inerentes ao cargo.

“Os povos indígenas não foram consultados sobre a nomeação de um sujeito totalmente alheio a causa dos povos”, afirmam as lideranças indígenas da região.

CABEÇAS PENSANTES – “Sequer conhecemos a sua conduta nem o seu posicionamento perante as demandas concretas dos povos indígenas. Os povos indígenas e a Funai não necessitam de pessoas que saibam atirar. Ao contrário, necessitam, de fato, de cabeças pensantes, capazes e preparadas que elaborem e concretizem políticas indigenistas com excelência”, diz a carta.

No texto, os líderes afirmam que o presidente Jair Bolsonaro “é inimigo declarado dos povos originários” com base nos recentes atos nos quais “o governo federal interferiu” nas atividades da fundação.

Para as lideranças, a concepção do atual comando do país é “retrógrada” no que diz respeito à promoção dos direitos dos povos indígenas.

A DEMISSÃO – Na última quinta-feira (28), a então coordenadora da Funai do Alto Solimões, Mislene Metchacuna Mendes, foi exonerada, gerando desconforto em indigenistas do órgão ouvidos pelo blog. Além de Mislene Mendes, outros dois dos 37 coordenadores-regionais foram demitidos.

A região de Alto Solimões, entre Tefé e Tabatinga (AM), tem a maior população indígena do país, com aproximadamente 85 mil pessoas de 18 etnias diferentes. São mais de quatro milhões de hectares de terras Indígenas demarcadas, e mais de 80 processos em fase de regularização fundiária.

Tradicionalmente esses cargos da Funai sempre foram livres de ingerência política. Mislene Mendes estava à frente da coordenação de Alto Solimões há cinco anos. Ela é filha de um líder da etnia tikuna e sempre foi considerada como fundamental articuladora entre as atividades da fundação e os povos locais.

PROTESTOS – Os líderes indígenas também estão realizando uma série de protestos, entre eles a tentativa de ocupação do complexo da Coordenação Regional de Alto Solimões.

O grupo ameaçava obstruir a sede até que a portaria de nomeação do ex-fuzileiro naval da reserva fosse cancelada, mas a presença da Polícia Federal evitou que o local fosse tomado pelos indígenas.

“As Forças Militares de nosso país devem se restringir a cumprir sua função constitucional de patrulhar nossas fronteiras e defender a soberania do país. Para isso são formados os seus oficiais”, afirmam os líderes indígenas na carta.

COMPARAÇÃO – “É como se fosse nomeado um antropólogo, indígena ou advogado para a comandância do Exército ou da Polícia Federal. Cada qual na sua área de conhecimento e atuação. Não seremos cobaia da inteligência militar promovida por esse governo”, completam.

Os representantes indígenas estipularam um prazo de sete dias úteis para a revogação da portaria de nomeação. Caso a exigência não seja atendida, os líderes ameaçam interditar a pista de pouso do Aeroporto Internacional de Tabatinga (AM).

12 thoughts on “Indígenas do Amazonas exigem que Funai demita militar nomeado coordenador

  1. Quando o Aldo rebelo, simples jornalista, foi ministro da Defesa ninguém achou “anormal”. Além de, paradoxalmente, ter lutando CONTRA as Forças Armadas na guerrilha.
    Aí tudo bem, ele tem expertise na área, afinal foi ungido por painho das Testemunhas de Lulalá.
    É mimimi que não acaba mais.

    • Minoria no Brasil, que eu saiba, são os que sabem ler, que pensam, que são honestos,que têm integridade. Os outros dão a vida por uma batucada, se fantasiam no carnaval, adoram a lei Rouanet e a Grobo, fazem sambinhas xexelentos, usam cocares, e apoiam ONGs e o PT.

  2. Cadê o iPhone 11Pro de 8.400 reais?No bolso traseiro da indumentaria indígena, ou noutro lugar? Índio é bão em esconder as coisas, principalmente ouro, pedras preciosas e aparato tecnológico top!

  3. Jorge, tens razão. O vocabulário usado na carta é muito erudito para ter sido escrito por indígenas aculturados.

    Será que o fato tem algo a ver com o Sínodo realizado recentemente em Roma, sob o patrocínio do Vaticano ?

    • Nao so o Vaticano. Seitas protestantes estadunidenses ja estao na Amazonia se intrometendo em assuntos dos paises sulamericanos e dando a desculpa de “levar Jesus” pata os indios.

  4. -É normal na nossa regressão evolutiva.
    -Por aqui se vê até presidiário
    com as chaves da cela e protestando contra a escolha de diretor de presídio!

  5. É senhor Jorge.
    Sem entrar no mérito da questão, notamos claramente que esses brasileiros, índios, são manipulados, por pessoas que querem, não a solução, mas quanto pior melhor.

  6. As seitas protestantes estadunidenses tem o mesmo interesse e estao fazendo a mesma coisa. Mas estranhamente nao se mencionam a infiltracao dessas seitas do Titio Sam em assuntos nacionais.

  7. Como eu já afirmei em comentários pretéritos, Jair Bolsonaro escolhe a dedo as pessoas mais incompetentes para presidir órgãos públicos. Em julho escolheu o delegado da Polícia Federal Marcelo Augusto Xavier como novo presidente da Funai, que nada entende sobre a vida e a opressão por quê passam os índios, não está gabaritado para a função e, conclusão, Marcelo Augusto Xavier demite uma experiente presidente da Funai, indígena, a então coordenadora da Funai do Alto Solimões, Mislene Metchacuna Mendes, que foi exonerada, gerando desconforto em indigenistas do órgão ouvidos pelo blog. Além de Mislene Mendes, outros dois dos 37 coordenadores-regionais foram demitidos. para colocar em seu lugar o fuzileiro naval da reserva Jorge Gerson Baruf para a Coordenação Regional da Fundação Nacional do Índio (Funai) no Alto Solimões, em Tabatinga (AM).

    Para os representantes dessas etnias, o ex-militar “não tem qualquer preparo, capacitação ou formação profissional” para exercer as funções inerentes ao cargo”.

    “Os povos indígenas não foram consultados sobre a nomeação de um sujeito totalmente alheio a causa dos povos”, afirmam as lideranças indígenas da região”.

    É mais uma escolha de pessoas incompetentes para o cargo em que foram nomeadas, que só trarão prejuízo para os índios. Jair Bolsonaro e seus auxiliares incompetentes já ultrapassaram a cota de erros na escolha de dirigentes dos cargos mais importantes para o bem do povo brasileiro, agora atacando os índios.

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