De um lado, os utilitaristas, operatórios, científicos ou pseudocientíficos, que acham que a bola nunca entra por acaso e que as vitórias e derrotas são sempre resultantes de uma sequência programada de lances. Do outro lado, os românticos, saudosistas, que veem o futebol apenas como uma partida de imprevisibilidades e de jogadas inventadas pelos craques. Querem a volta ao estilo dos anos 60. O mundo e o futebol mudaram. Tento ver, analisar os fatos e ser um observador neutro, sem preconceitos. Nem sempre consigo.
As antigas análises, obsoletas, entre futebol arte e de resultados, ofensivo e defensivo, têm mudado. Após a Copa e o 7 a 1, as palavras que mais ouço são compacto e espaço. Começo a perceber que há coisas muito mais importantes que o sistema tático. Em cada lance, há um desenho diferente.
O Cruzeiro sofreu gols parecidos contra Inter e Corinthians. Havia um grande espaço entre o meio-campo e a defesa. Alex, do Inter, e Petros, do Corinthians, conduziram a bola com liberdade, do meio até a área. Por outro lado, se os defensores marcam mais à frente, sobra espaço nas costas. O Atlético poderia ter feito gols, dessa forma, contra o Fluminense, mas os meias e os atacantes, especialmente Carlos, partiam antes do lançamento.
CONTR-ATACAR
A maioria das equipes prefere iniciar a marcação no meio-campo, para contra-atacar. Foi o que fez o Brasil, muito bem, contra a Argentina. Inter e Corinthians também fizeram o mesmo contra o Cruzeiro. Nem sempre funciona. Deu certo para o Corinthians e errado para o Inter. A seleção tem jogadores para atuar dessa forma. Mas terá dificuldades quando precisar pressionar o adversário.
Apesar de a Argentina ter dominado o primeiro tempo, criado várias chances de gol e perdido um pênalti, quem marcou foi o Brasil, em uma bola cruzada. No segundo, o jogo ficou para o contra-ataque. As duas seleções tiveram várias oportunidades. Tardelli fez o segundo, em outra jogada aérea.
Por precisar recuperar o prestígio, o Brasil, organizado e com muita garra, conseguiu um ótimo resultado. Outras seleções, como a Alemanha e a Argentina, estão na fase de poder perder. Mesmo quando a Argentina era superior, Casagrande dizia que o jogo estava igual. No segundo tempo, ele e Galvão Bueno elogiaram o destemperado Dunga e a Kaká, como se esse ainda fosse uma estrela mundial. Agora, todos queriam a presença de Kaká e Robinho na Copa deste ano. Já começaram as opiniões tendenciosas, por ufanismo e para aumentar a audiência. Mudei de canal.
Cirurgicamente correto. Parabens pela análise.
É isso aí, sr Tostão.
O tal marketing já está correndo solto, interesses outros prevalecem, a Seleção que se exploda.
Tostão,
Dunga, Kaká, Robinho,…, fazem parte de um conjunto já ultrapassado. O tempo já deu pra eles.
Galvão Bueno e Casagrande,…os interesses são outros. Se bem que o Casagrande ainda tem alguma opinião, o Galvão deveria escutar o que fala. Nem ele acreditaria nas bobagens que diz!
Fez bem em mudar de canal.