Núcleo do governo admite que relação entre Paulo Guedes e Rogério Marinho azedou de vez e ficou ‘irreconciliável’

Nos bastidores, um critica o outro em conversas reservadas

Gerson Camarotti
G1

Auxiliares do presidente Jair Bolsonaro ouvidos pelo Blog já reconhecem que ficou irreconciliável a relação entre os ministros Paulo Guedes (Economia) e Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional).

A grande preocupação no núcleo do governo é com o sinal de desestabilização na condução econômica e com o debate público sobre a possibilidade de se furar o teto de gastos (regra que limita a despesa pública) para criar o Renda Cidadã.

CREDIBILIDADE – Um ministro chegou a alertar que esse debate público só tira a credibilidade da política econômica e explicita a fragilidade da linha liberal do ministro Guedes. “Será preciso um freio de arrumação”, avaliou esse auxiliar de Bolsonaro.

Nesta sexta-feira, dia 2, o ministro Paulo Guedes, da Economia, disse não acreditar que o colega Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) tenha falado mal dele. Mas, segundo Guedes, se falou, é “despreparado”, “desleal” e “fura-teto”.

Guedes se referia a reportagem do serviço Broadcast, do jornal “O Estado de S. Paulo”, segundo a qual, em um encontro fechado com investidores, Marinho teria afirmado que o ministro da Economia foi o autor da proposta — rechaçada pelo próprio Guedes — de usar recursos de precatórios (dívidas do governo já reconhecidas pela Justiça) para financiar o programa Renda Cidadã.

ALERTA  -  O primeiro alerta de que a relação estava em rota de colisão aconteceu na famosa reunião ministerial de 22 de abril, quando Guedes criticou publicamente o plano de investimento em infraestrutura, o Pró-Brasil – de até R$ 30 bilhões.

Na ocasião, Marinho chegou a defender que, na crise emergencial do coronavírus, ninguém poderia ficar preso a dogmas. Os dois expuseram as divergências quanto às diretrizes de políticas de investimento em infraestrutura para diminuir os efeitos da crise econômica causada pela pandemia de coronavírus.

Mais recentemente, em 11 de agosto, Guedes afirmou que os auxiliares que aconselham o presidente Jair Bolsonaro a “furar” a regra do teto de gastos estão levando o presidente para uma zona de impeachment. Já era uma referência indireta ao ministro Marinho.

CRÍTICAS – Nos bastidores, um costuma criticar o outro em conversas reservadas. Nesta quinta-feira, véspera dessa fala ao mercado, Marinho viajou com o presidente Bolsonaro para o sertão de Pernambuco.

Nesses últimos meses, o ministro do Desenvolvimento Regional ganhou a confiança do presidente e se aproximou dele com a agenda de inauguração de obras pelo país.

9 thoughts on “Núcleo do governo admite que relação entre Paulo Guedes e Rogério Marinho azedou de vez e ficou ‘irreconciliável’

  1. Realmente já faz um bom tempo que nenhum ministro é chutado! E não será o P Guedes. Este só vai desembarcar no segundo semestre de 2021 qdo não tiver mais como liquidar com estatais para seus amigos banqueiros.

  2. Não sei como este Marinho está onde está.
    É um canalha, fraquíssimo ex- deputado pelo Rio Grande do Norte.
    Era homem do preso ex- presidente da câmara, Eduardo Cunha.
    Defendeu os planos de saúde, sobretudo contra os idosos.
    Remeti e-mail para este bandido, dizendo estas verdades para este crápula.

  3. O Governo BOLSONARO/MOURÃO foi eleito por Forças Políticas Conservadoras/Liberais que representavam o anti-Petismo, especialmente as Religiões Protestantes de 2ª Geração, a Burguesia e Classe Média que estavam apavoradas com o crescente avanço sobre os Direitos de Propriedade Privada, as FFAA que são em maioria Conservadoras no campo Social e NACIONAL-DESENVOLVIMENTISTAS no campo Econômico, e que foram muito atacadas principalmente no Gov. DILMA/TEMER com a “Comissão da Verdade”, quando se tentou imputar a responsabilidade total sobre atos ilegais da “Guerra Suja” sobre as FFAA, “Guerra Suja” essa que começou por exclusiva iniciativa das Esquerdas Radicais, e onde foram cometidos atos ilegais dos dois lados, com iniciativa dos Radicais Esquerdistas, e que já se tinha colocado “uma pedra em cima” com a “Lei da Anistia” do Gov. FIGUEIREDO/AURELIANO CHAVES, e o MERCADO (Investidores Institucionais e Outros) que queriam a Redução do tamanho do Estado (Neo-Liberalismo) onde o Custo do Estado tendo chegado a +- 46% do PIB ( R$ 7.250 Bi), Endividamento de +- 85% do PIB, “é necessário mesmo”, representado pelo Min. da Fazenda PAULO GUEDES indicado um ano antes da Eleição Presidencial.

    Essas duas Forças Políticas, as FFAA de maioria NACIONAL-DESENVOLVIMENTISTA que concordam com a necessidade da Redução do tamanho do Estado mas que querem preferência ao CAPITAL NACIONAL (Empresa Privada NACIONAL) e fazer as coisas com moderação com alguma tolerância na Disciplina Fiscal, e o Min da Fazenda PAULO GUEDES ( Neo-Liberal Clássico Laissez-Faire que não diferencia entre CAPITAL NACIONAL e CAPITAL INTERNACIONAL agindo no Brasil, o que é um grande erro, e que quer rigorosa Disciplina Fiscal, o que em Condições Normais de Temperatura e Pressão é o certo.

    Isso tudo se exacerbou com a Pandemia Covid-19 que custará a UNIÃO +- R$ 600 Bi em 2020 e +- R$ 300 Bi em 2021.

    Ambos os Grupos que apoiam o Gov. BOLSONARO/MOURÃO, as FFAA NACIONAL-DESENVOLVIMENTISTAS e seus Aliados Políticos, que advogam no momento Programas de Auxílio aos Milhões de “INVISÍVEIS” que se tornaram VISÍVEIS na Crise da Pandemia, e Programa Pró-Brasil ( Investimentos iniciais Públicos e Privados de R$ 130 Bi para terminar Obras paradas), etc, e assim “afrouxar na DISCIPLINA FISCAL, este Grupo representado pelo Min. do Desenvolvimento Regional ROGÉRIO MARINHO (57), e o Ministério da Fazenda advogando rígida DISCIPLINA FISCAL, representado pelo Min. PAULO GUEDES (71).

    Ambos os Grupos que apoiam o Gov. BOLSONARO/MOURÃO tem bons Argumentos e devem ser mantidos, inclusive seus Líderes, Min. PAULO GUEDES e Min. ROGÉRIO MARINHO, agindo um como contra-peso ao outro.

    É evidente que na emergência da Recessão Induzida pela Pandemia Covid-19 o Grupo NACIONAL-DESENVOLVIMENTISTA (FFAA e seus Aliados) deva ser privilegiado, mas com o contra-peso do Grupo Neo-Liberal para não haver exageros de nenhum lado.

    Portanto não vemos como “Irreconciliável” os dois Grupos apoiadores do Gov. BOLSONARO/MOURÃO.

  4. Acho que o Guedes não serve para conduzir a economia de um país tão desigual como o Brasil. Sua visão é bastante limitada.

    Precisaríamos ir na direção de um crescimento sustentável, com a revitalização da nossa indústria e com tecnologias próprias, caso contrário, o nosso desenvolvimento só ficará na esperança. O consumo na base do crédito e em doações não é algo perene.

    Um governo não pode ser perdulário (gerando sempre mais despesas, p.ex. concedendo aumentos salariais a certas categorias, gerando mais empregos diretos), mas deve ser um facilitador para a economia do país.

    Nenhum país conseguiu se desenvolver sem que o Estado atuasse em políticas que facilitassem sua economia nacional.

  5. Um posto sem combustível para vender serve para o quê? Então a hora do Posto Ipiranga deixar de funcionar chegou, enfim os novos tempos chegaram, não é possível em tempos como os de hoje esperar racionalidade, Renda Cidadã já e o futuro que espere.

  6. Julgo desnecessário, diante do Curriculum Vitae de ambos, a tentativa de teorizar o que não existe e de querer explicar o inexplicável.

    Basta que se diga:

    “- Estamos assistindo dois garçons disputando a gorjeta da exuberante Mesa do restaurante Brasil ”

    Nada mais…

  7. Prezado Bortolotto;
    Nós já vimos este filme, só que com outros artistas.
    De um lado, Simonsen segurando os gastos. Do outro lado, Delfin querendo gastar e tocar obras.
    Deu no que deu.

  8. Prezado Colega Sr. VICTOR MARINS,

    A nosso ver, num BRASIL com alto percentual de Pobres ( +- 33% da População, muito concentrada nos grande Centros Populacionais) sendo que +- metade dos Pobres, +- 16,5% são Miseráveis, se seguimos uma Política muito seguradora de Gastos ( SIMONSEN) terminamos em aguda Recessão e aumento gigantesco de Pobres/Miseráveis pelo menos até o médio Prazo, +- 12 Anos, o que Ninguém aguenta. Dá Convulsão Social.

    Se seguimos uma Política mais expansiva de Gastos Deficits Fiscais/Endividamento ( DELFIM NETTO) terminamos em alta Inflação tendendo para Hiper-Inflação com perda da Moeda com tudo o que vem atrás.

    Lógico que tudo levado ao limite superior, nem SIMONSEN e nem DELFIM NETTO, ambos grandes Economistas/Administradores Públicos, chegariam perto do limite superior.

    Tenho grande admiração pelo Econ. DELFIM NETTO pela defesa da INDÚSTRIA NACIONAL que sempre fez, e pela sua excelente Administração tanto quando pegou o navio bem equipado e reparado pelo Gov. CASTELLO BRANCO/JOSÉ MARIA ALKMIN e gerou 11 anos de crescimento Econômico de 2 dígitos ( hoje diríamos crescimento Chinês), como quando pegou o navio semi-submerso, todo arrombado no Gov. GEISEL/ADALBERTO PEREIRA DOS SANTOS que foi torpedeado por duas Crises do petróleo que passou de US$1/Barril para US$ 30/Barril quando a Petrobras SA importava 80% do petróleo, e Juros Básicos dos EUA que passaram de 2%aa para incríveis 22%aa ( Tx do FED) e mesmo assim manteve o navio andando, melhorando paulatinamente até que no Governo SARNEI o Ministro da Fazenda FUNARO perdeu o sangue frio e decretou DEFAULT com a perda do Crédito do País e tudo o que vem atrás.

    O que nos parece certo é ficar num meio termo, com a máxima DISCIPLINA FISCAL POSSÍVEL.
    Agora na Pandemia devemos sacrificar um tanto a Disciplina Fiscal.

    Abração.

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