
Charge do Junião (juniao.com.br)
Bernardo Mello Franco
Folha
O espírito de vingança, que incentivou Eduardo Cunha a abrir o processo de impeachment, agora ameaça se voltar contra ele. Deputados que se sentiram esnobados durante o reinado do correntista suíço agora indicam que votarão a favor da cassação de seu mandato. Os sinais de abandono se acumulam. Em conversas reservadas, antigos aliados de Cunha dizem que até gostariam de ajudá-lo, mas sabe como é, não têm como resistir à pressão dos eleitores e da imprensa local.
Alguns deixam escapar que se sentiram maltratados ou deixados de lado quando o ex-presidente da Câmara despontava como o político mais poderoso de Brasília. A votação marcada para a próxima segunda pode ser o encontro do pescoço de Cunha com o bumerangue.
Alvo de apelos nos últimos dias, deputados que integraram a tropa de choque do peemedebista agora dizem que ele é o único culpado pela própria desgraça. Eles listam uma série de erros que isolaram Cunha e dinamitaram pontes a seu redor.
INVENCÍVEL? – Os exemplos são muitos. Com seu estilo desafiador, o correntista suíço declarou guerra ao governo petista, comprou briga com o Ministério Público e constrangeu ao menos dois ministros do Supremo.
Sentindo-se invencível na Câmara, ele montou a CPI da Petrobras e compareceu voluntariamente para depor. Lá, falou demais e forneceu base jurídica para a cassação, ao negar a posse de contas no exterior.
Nos últimos dias, Cunha procurou dezenas de deputados para pedir clemência. Ele acreditava que seria salvo por causa do grande número de aliados que já contaram com seu apoio para financiar campanhas e outras despesas particulares.
A receptividade não foi a esperada. Nas palavras de um parlamentar, Cunha já obteve o que queria ao virar presidente da Câmara. Agora que não tem mais nada a oferecer, ele perdeu a força para exigir sacrifícios em seu nome. Como se vê, o bumerangue está bem afiado.
Espirito de vingança não usou a lei para tentar se safar. Mas vai também estar em frente a lei. Ontem encima da lei a dia 12 de frente com a lei.
Ah, se o povo conseguisse, mesmo que, por alguns minutos, ter consciência e pudesse entender o que suas escolhas, omissões e falta de cultura política transformou um dos país mais ricos, em todos os bens materiais, se transformou!
Acho graça quando os “escurinatis” afirmam que “fazem tudo para deixar aos filhos algo melhor”.
Além de não saberem o significa de “melhor”, no fundo, lá fundão, devem odiar aquilo que fizeram, a começar pelos próprios filhos.
Ter obscurantismo em pleno século XXI, com tudo a disposição, é coisa de débil mental.
No entanto, para beber, fumar, zapear e caçar pokemon são ótimos e peritos.
Aos que conseguem enxergar e entender, resta-lhes a solidão e dor da consciência.
Olhando o quadro político e econômico do país e, mesmo sem ser adivinho, a conclusão é devastadora.
Partidos – verdadeiras quadrilhas, políticos da pior espécie, na imensa maioria e uma sociedade esperando o tempo passar e o salvador voltar.
Somos uma nau sem leme, sem comando e sem futuro.
“Era uma vez cinco amigos que faziam tudo junto, viajavam, faziam negócios…”