Deu na Exame
Genebra - O governo sírio manifestou sua “decepção” pela ausência da delegação opositora na primeira reunião realizada com o mediador para o processo de paz, Lakhdar Brahimi, e a acusou de “hipocrisia”.
O vice-ministro de Relações Exteriores da Síria, Faiçal Maqdad, disse que o governo está “decepcionado” com a ausência, o que demonstra a “hipocrisia da oposição“.
A ideia inicial era de que as negociações começassem nesta manhã com a presença das duas delegações em salas separadas, com Brahimi atuando como intermediário, mas os representantes da oposição só devem chegar à tarde.
As negociações começaram nesta manhã, no entanto, com uma reunião bilateral de Brahimi e a delegação oficial, liderada pelo ministro das Relações Exteriores, Walid Muallem; e há outra programada para as 15h entre o mediador e a delegação da oposição.
O ministro da Informação da Síria, Omran al Zoubi, comentou com os jornalistas que a delegação governamental veio às conversas de Genebra 2 com um “espírito pacífico”, mas está ouvindo “uma retórica belicosa”.
“Viemos com uma atitude pacífica, sem pré-condições, e em seu lugar estamos escutando uma retórica belicosa”, afirmou.
Oposição síria não compareceu porque é comandada por Israel.
O sionismo quer, porque quer, derrubar o Presidente Assad, que já desmoralizou a tal de primavera árabe, a qual, na verdade, era uma primavera sionista.
Apareceu um cara lá na conferência chamado Ahmad al-Jarba, dizendo-se representante de um certo Syrian National Council (SNC) que vive no exterior e é apoiado pelos EUA. Eu o vi na TV sentado numa grande mesa de conferência no lado oposto ao do chanceler Moallen, da Síria. Algumas horas atrás parece que foi substituído por outro de nome Hadi Al Bahra. A dúvida consiste em saber se esse grupo se garante em relação ao Islamic State of Irak and Syria (ISIS) e Al-Nusra Front no campo de batalha da oposição, porque nos últimos meses eles estão se matando. Ele insistiu na deposição do Assad, da mesma forma que a Hillary Clinton quando ocupava dois anos atrás a Secretaria de Estado dos EUA. Mas, não se garantem no campo de batalha para obterem o que estão a exigir. A questão principal é que essa gente representa abertamente interesses estrangeiros, muitos dos quais vivem e são subsidiados pelos EUA, França, Reino Unido, Catar, Arábia Saudita, Turquia e até mesmo Israel. Aí, o Assad, com todos os defeitos, prevalece invocando nacionalismo contra intervenções estrangeiras. Se querem obter algo nas condições em que encontram militarmente, terão que aceitar o Assad e conseguirem concessões num processo de transição. Resta saber se é do interesse político de seus patrocinadores, isto é, daqueles que lhes dão dinheiro vivo e armas.