
Blatter e Valcke transformaram a Fifa numa verdadeira máfia
Sebastião Nery
Dia de festa em Limoeiro, Pernambuco. O time da cidade ia jogar com o escrete de Garanhuns, disputando o primeiro lugar no Campeonato Intermunicipal. O coronel Chico Heráclio chegou todo de branco, sentou-se na sua cadeira de vime, a partida começou.
Primeiro tempo, segundo tempo, nada de gol. Zero a zero. Cinco minutos para acabar o jogo, o juiz, que tinha ido do Recife, marcou pênalti contra Limoeiro. A torcida endoidou, invadiu o campo. O juiz correu para junto do coronel Heráclio com medo de ser linchado. O coronel levantou a bengala, todo mundo parou:
– O que é que houve, seu juiz?
– Um pênalti que eu marquei, coronel.
– O que é esse negócio de pênalti?
– É quando o jogador comete uma falta dentro de sua própria área. Aí, a bola fica ali naquela marca, em frente à trave e um jogador adversário chuta. Só ele e o goleiro.
– E faz o gol, seu juiz?
– Geralmente faz, coronel, é difícil goleiro pegar pênalti.
– Muito bem, seu juiz. Sua explicação é muito boa. E eu não vou tirar sua autoridade. Já que houve o tal do pênalti, faça como a regra do futebol manda. Só que o senhor, em vez de botar a bola na frente da trave de Limoeiro, faça o favor de botar do outro lado, em frente à trave de Garanhuns e mandar um jogador daqui da cidade chutar.
– Mas, coronel, isso é contra a lei.
– Pois já ficou a favor. Aqui em Limoeiro a lei sou eu.
Limoeiro chutou, Limoeiro ganhou.
MUJICA
O sempre brilhante e verdadeiro ex-presidente do Uruguai, José Mujica, definiu magistralmente o escândalo da Fifa:
– “É um punhado de velhinho ladrão”.
Os coronéis da Fifa são muito diferentes do coronel de Limoeiro. O coronel Chico Heraclio roubava no jogo, no esporte, na brincadeira. Os coronéis da Fifa roubam no cofre, no orçamento, nos tesouros nacionais.
O inexplicável é que, quase todos já tão velhinhos, com mais de 80 anos, ainda continuem roubando, roubando, insaciavelmente roubando.
BANCO CENTRAL
Mais uma vez o Banco Central estuprou o país com seus escandalosos aumentos de juros, já os mais altos do mundo. Novidade nenhuma. No Brasil, Banco Central existe para isso: garantir cada vez mais juros escorchantes para os banqueiros.
Eles dizem que aumentam os juros para derrubar a inflação. E quanto mais os juros sobem, mais a inflação também sobe. De duas uma: ou são idiotas demais ou espertos demais. Como não são idiotas, são é espertos.
O economista Amir Khair, em “O Estado de São Paulo”, escreve que só no primeiro trimestre (janeiro-fevereiro-março de 2015) “as despesas com juros atingiram R$ 85 bilhões. Dado ainda mais estarrecedor é o aumento neste primeiro trimestre da dívida bruta: R$ 227,8 bilhões! No passado, o economista foi fundador e ativo militante do PT.
Para o ano de 2015, o ex-ministro Delfim Neto (muito consultado por Lula e Dilma), afirma que os juros para pagamento da dívida pública serão R$ 400 bilhões. A dívida bruta em relação ao PIB representará 63%, sendo responsável direta pela enormidade dos recursos transferidos para o sistema financeiro, os bancos, o que eles chamam de “mercado”. Os títulos da Dívida Pública ficam com os bancos.Cada aumento de juros é uma farra.
Segundo Relatório do Tesouro Nacional, em abril a Dívida Pública Federal era de R$ 2,452 trilhões. E só vem crescendo. Os números da economia afetam a realidade social, atingindo fortemente o equilíbrio na distribuição da renda. O resultado é taxa de desemprego crescente, afetando a vida do brasileiro para pior. E queda real do salário para quem está empregado. A retração no consumo é consequência direta. A fraqueza da economia lema milhares de famílias a situações desesperadoras.
CRACK NO MUNICIPAL
Na “Folha”, a experiente Paula Cesarino conta “A Batalha do Crack”:
– “Ao som de uma batida forte o jovem se arrasta no palco escuro… Entra o funk…-“Uma noite chuvosa/ Acordei embaixo do viaduto/ Gosto de enxofre na boca/ Cheiro de esgoto na roupa/ Parecendo um zumbi /Eu cheguei a confundir/Sangue com ketchup/, Antares com Hollywood”.
“O público, na maioria negro e jovem, ovaciona, grita, se emociona.
“A descrição aflitiva da rotina do viciado no funk na “Batalha do Crack” transformou o Teatro Municipal do Rio… Graças a um festival de dança de rua, agora conheceu a devastação provocada pelo crack”.
A “Batalha” se encerra com um verso sucinto:
– “Nem a guerra do Iraque/É mais forte que o crack”.
Ao final uma espectadora foi interrompida pelo filho:
“- Mãe, assistimos a um evento histórico, não a um espetáculo teatral!”. Ele havia compreendido tudo”. Ele e os leitores da “Folha”.
“É um punhado de velhinho ladrão”..
Que o diga os velhinhos ladrões que temos na poitica brasileira, fhc, serra, aloisio, goldman, anibal, sarney, collor, covas, dirceu, genuino,
ops, esqueci, collor
ops, errei de novo, maluf, acm.
Porque voce nunca cita o molusco?Voce acha ele honesto?É só voce que acredita nisso.
Os coronéis da Fifa só fazem o que fazem por que os governantes o permitem!