
O genial dramaturgo Bertold Brecht jamais será esquecido
Alexandro Martello
G1 — Brasília
O Banco Central informou nesta segunda-feira (18) que a rentabilidade dos bancos retornou, no primeiro semestre deste ano, ao nível pré-pandemia. Além disso, informou o BC, o lucro das instituições financeiras também se recuperou. As informações constam do Relatório de Estabilidade Financeira.
Segundo o Banco Central, “a principal causa para a recuperação da rentabilidade é o menor volume de despesas com provisões”, isto é, os recursos separados para fazer frente a eventuais operações inadimplentes. Para a instituição, contudo, a incerteza ainda está “acima do usual”.
PERDAS MÍNIMAS – O BC também avaliou que inadimplência “sob controle” e “materialização de perdas aquém do esperado” sugerem que não haverá “alteração significativa nas despesas com provisões no curto prazo”.
“Melhoras consistentes nas receitas com serviços e despesas administrativas crescendo abaixo da inflação também têm beneficiado a rentabilidade”, informou o Banco Central.
O chamado retorno sobre o patrimônio líquido dos bancos (ROE) atingiu 14% nos 12 meses encerrados em junho deste ano, o percentual mais elevado desde maio de 2020 (14,6%).
BELO RETORNO – Nos últimos três meses, ainda de acordo com a instituição, esse indicador somou 15,98%, atingindo o maior nível desde fevereiro de 2020 (18,15% também no acumulado dos três meses anteriores). Com isso, retomou o patamar registrado antes da eclosão da pandemia da Covid-19.
Junto com a melhora da rentabilidade também houve aumento do lucro. Segundo o BC, o sistema bancário registrou um lucro líquido de R$ 62 bilhões nos seis primeiros meses deste ano — valor 53% acima do registrado no mesmo período de 2020.
“Os resultados tendem a seguir melhorando com o avanço da vacinação e com a recuperação da atividade econômica, mas as incertezas do atual momento econômico seguem acima do usual. Uma recuperação mais lenta da atividade pode prejudicar o cenário para a rentabilidade do sistema à frente”, acrescentou o BC.
LUCRO LÍQUIDO – Segundo dados da instituição, o lucro líquido dos bancos somou R$ 114,76 bilhões em 12 meses até junho deste ano. Este é o maior patamar desde fevereiro de 2020, antes da pandemia, quando o lucro das instituições financeiras (em 12 meses) somou R$ 121,43 bilhões.
Com a crise sanitária, o lucro dos bancos, em todo ano passado, havia recuado para R$ 88,84 bilhões por conta do aumento de provisões (recursos apartados para fazer frente a eventuais perdas). Foi o menor patamar desde março de 2018 – R$ 88,09 bilhões (em 12 meses).
Ainda de acordo com o BC, as análises indicam que “não há risco relevante para a estabilidade financeira”.
MENOS PROVISÕES – No primeiro semestre deste ano, o sistema financeiro manteve as provisões elevadas (recursos apartados para potenciais operações inadimplentes), mas as “perdas esperadas com crédito se reduziram, a capitalização do sistema bancário melhorou, e a liquidez manteve-se confortável”.
“Esse desempenho está em linha com a evolução positiva da economia doméstica, em um período de recuperação parcial da confiança dos agentes econômicos e de avanço da campanha de vacinação”, acrescentou o Banco Central.
Para o futuro, o BC avaliou que os fundamentos econômicos “devem ditar as perspectivas para a estabilidade financeira”. Para a instituição, “é essencial perseverar no processo de reformas para permitir uma recuperação sustentável da economia”.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O economista John Kenneth Galbraith, canadense naturalizado norte-americano, autor de “A Era da Incerteza” e muitas outras obras grandiosas, costumava dizer que “a maneira como os bancos ganham dinheiro é tão simples que chega a ser revoltante”. Aqui no Brasil, então, cobram mais de 300% de juros no cartão de crédito, para uma inflação de apenas 10%, espoliando os clientes pobres, porque quem tem dinheiro jamais atrasa o cartão de crédito. Para mim, admirador de Bertold Brecht, isso significa um descarado assalto. (C.N.)
Agiotagem oficializada.
O spread é criminoso.
Por isto a “preocupação” do dono do Itaú não procede, tanto faz a continuidade do desgoverno do mito, a volta do Luladrão ao poder, ou a improvável vitória de um outsider vá mudar alguma coisa. De certo só temos uma coisa, não vão ser os bancos que sairão perdendo, eles nunca perdem. Nem durante o caos que se instalou no país em 2015 os bancos tiveram algum prejuízo, no máximo tiveram uma redução nos fabulosos lucros.
Exploram os pobres e ignorantes que só sabem que estão pagando R$xx.xx (xis reais) de juros e que isto ainda cabe no orçamento. Não atentam/não sabem que este ‘pouquinho’ aconteceu por causa dos 300(trezentos) por cento de juros ao ano.
É somente isso.