Cláudia Schüffner, Ana Paula Ragazzi e Fernando Torres
Valor Econômico
A Petrobras segue negociando intensamente com credores um prazo mais alongado para apresentar suas demonstrações financeiras, com ou sem o aval dos auditores, em uma corrida contra o tempo para evitar que dívidas gigantescas tenham vencimento antecipado já no fim de janeiro ou até o fim do primeiro semestre de 2015. As cifras envolvidas seriam um pesadelo para o ministro da Fazenda de qualquer país, e não é diferente para o próximo ocupante da pasta, Joaquim Levy.
Se não tiver o balanço de 2014 auditado até o dia 30 de junho, ou 180 dias após o fim deste ano, a Petrobras entrará tecnicamente em “default”, o que vai disparar cláusulas contratuais que preveem a antecipação da cobrança de US$ 56,7 bilhões.
Isso pode acontecer porque, ao não apresentar o balanço, a estatal descumpre cláusulas restritivas (covenants) de alguns empréstimos de longo prazo que tomou para se financiar. A cifra apenas do que vence em junho equivale a aproximadamente 15% das reservas cambiais do Brasil, de US$ 374,8 bilhões.
PAGAMENTO INTEGRAL
Na sexta-feira a companhia informou que, da dívida total de US$ 135,3 bilhões que tinha em 30 de setembro, existem obrigações relacionadas à divulgação de balanço, seja trimestral ou anual, auditado ou não, de US$ 97,8 bilhões, um quarto das reservas cambiais. Sobre essas, os vencimentos podem ser “acelerados”, com os credores podendo cobrar antecipadamente o pagamento integral antes do vencimento, observados os prazos contratuais previstos.
Um analista de um grande banco observou que acelerar os vencimentos não é interessante para bancos e nem bondholders da Petrobras e, portanto, acha que o risco de uma aceleração de dívidas é “apenas teórico”. Contudo, as negociações para o perdão por descumprimento das cláusulas contratuais devem vir acompanhadas de taxas maiores e outras condições mais duras. “Com isso o fluxo de caixa livre da empresa deve ficar mais apertado.”
ROLANDO R$ 7 BILHÕES…
Nas últimas semanas, a Petrobras conseguiu estender para 31 de janeiro o vencimento de dívidas de US$ 7 bilhões que teriam que ser pagas até o fim deste mês, antecipadamente, porque não tem sequer o balanço auditado do terceiro trimestre. E já iniciou negociações para o restante. Além de aumentar o prazo do vencimento, parte dos credores aceitou alterar a obrigação desses contratos. Agora, bastaria um balanço pro-forma, sem o aval da auditoria PwC, para que a companhia cumpra o acordado. Mas o segundo adiamento, anunciado na sexta, mostra que a companhia não se sente confortável para publicar nem mesmo números não auditados, já que não conhece o tamanho do rombo.
A manobra trouxe um fôlego de 46 dias para que se decida como será feita a baixa contábil dos bilhões que foram superfaturados nos últimos anos por ex-diretores associados a fornecedores de equipamentos e serviços para abastecer um esquema bilionário de corrupção e suborno, cuja extensão ainda é desconhecida já que a cada dia vêm à tona novas e devastadoras apurações dos responsáveis pela Operação Lava-Jato na Justiça de Curitiba.
Além do réu confesso Paulo Roberto Costa, outros três diretores devem ser denunciados por corrupção. A situação da atual diretoria também começa a ficar insustentável, apesar de ser reconhecida como séria e de ter conseguido “entregar” resultados há muito prometidos. E isso também preocupa o analista ouvido ontem pelo Valor. “É complicado trocar a liderança agora, pode atrasar as metas por mais alguns anos. E 2015, que deveria ser o ano de consolidação, pode ser mais um ano perdido”, avalia.
CORRIDA CONTRA O TEMPO
Com um obstáculo creditício contornado temporariamente, a estatal enfrenta uma corrida contra o tempo, enquanto sangra. Se não divulgar qualquer balanço do terceiro trimestre, dispara o pagamento de dívidas de US$ 40,3 bilhões. Além dos US$ 7 bilhões que já foram objeto de aditivo contratual, há duas outras linhas, uma de US$ 10,6 bilhões, outra de US$ 22,7 bilhões, que completam o total e que são passíveis de ter vencimento antecipado para abril e maio. A divulgação de demonstrações trimestrais, mesmo sem revisão do auditor, no período entre 120 e 150 dias após 30 de setembro, atende às exigências desses credores. Em 30 de junho de 2015 vence a cláusula da dívida mais relevante, de US$ 56,7 bilhões.
A Petrobras reapresentou seu formulário de referência na sexta-feira, agregando essas informações, por exigência da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A companhia reafirmou que possui apenas uma cláusula restritiva ligada à métrica dívida líquida/Ebitda, que não pode passar de 5,5 vezes. Ela se aplica a um empréstimo de R$ 25 bilhões do BNDES. Em junho, esse indicador estava em 4 vezes e deve ter subido em setembro.
(texto enviado por Guilherme Almeida)
Não e rombo. É ROUBO mesmo !
Não é rombo. É ROUBO mesmo.
E mais não digo, e nem me foi perguntado.
Precisa?
Sorria Brasil terra adorada, enquanto é subtraída em tenebrosas transações.
A corrida agora é pela quantificação da perda de ativos do patrimônio da empresa com os desvios e a corrupção a fim de possibilitar o registro correto dessas perdas nas demonstrações contábeis.
Sem o registro correto dessas perdas e seu reflexo patrimonial impossível obter novas demonstrações contábeis devidamente auditadas por auditores externos independentes, conforme determina a Lei 6.404/76 – Lei das Sociedades por Ações.
Por enquanto a disponibilidade de caixa da Petrobras é de R$66,3 bilhões. Logicamente insuficientes caso haja pedido de antecipação judicial de quitação das dívidas da empresa pelos seus fornecedores, conforme explicita o artigo.
Outro fato preocupante, a médio prazo é o grau de endividamento da empresa e a possibilidade de inviabilização do processo de exploração do pré-sal que vai exigir a continuidade de investimentos por parte da empresa.
Como a capacidade de receita continua sendo comprimida em razão dos preços dos combustíveis estarem sendo represados pelo governo, fica a dúvida se a empresa continuará tendo a capacidade de endividar-se sem se tornar insolúvel. Justamente porque a capacidade de geração de receita foi comprimida pela politica de preços administrados pelo governo.
Em suma, a Petrobras é uma tremenda incógnita. E é justamente por falta de uma boa e clara perspectiva que o valor de suas ações está derretendo. Nenhum investidor consegue antecipar o que vai ocorrer no curto e médio prazos com a empresa.
E sem previsibilidade não há investimento; fato que abarca toda a economia nacional.
O índice de endividamento da empresa continua em 55%. Isto é, 55% de todo o ativo da Petrobrás está comprometido com o pagamento de seus fornecedores (Passivo Circulante + Passivo não Circulante).
O que causa muita indignação é que continua a política de contenção de preços administrados por parte do governo. Incluindo os combustíveis. O que tem debilitado em um terço a capacidade de geração de receitas e, consequentemente, do lucro líquido pela empresa.
A queda dos preços do petróleo ajudou a empresa sob a parcela que importa correspondente a 24% do consumo interno. O diabo é que o dólar disparou e a vantagem da diferenciação do preço interno com o externo foi desfeita pela desvalorização cambial.
saber o
T-A-M-A-N-H-O DO R-O-U-B-O, sabem !!!
mas quem vai divulgar são os
zinvestigador dos zistaduzunido
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A coisa tá estranha. Hoje no Centro do Rio, próximo ao Edifício da Petrobras recebi um “santinho”: era de “Nossa Senhora das Candeias, Padroeira da Petrobras, dos Petroleiros e do Petróleo Brasileiro, rogai por nós !” Nada contra… mas sugere que o desespero está começando a chegar.