
Dario Messer movimentou algo em torno de R$ 5 bilhões
Fabio Serapião
Folha
A Polícia Federal cumpre na manhã desta terça-feira (17) mandados de busca e apreensão contra doleiros e clientes ligados ao esquema de lavagem de dinheiro de Dario Messer, conhecido como o “doleiro dos doleiros”.
A operação é um desdobramento da operação Patrón, que mapeou a rede de apoio responsável por manter Messer foragido da Justiça Federal do Rio de Janeiro por cerca de um ano. Ele foi preso em julho de 2019.
BENS NO EXTERIOR – Segundo a PF, o objetivo é avançar na apuração sobre pessoas que mantém ou mantiveram “bens e recursos no exterior não declarados às autoridades brasileiras competentes, além de praticar operações suspeitas de dólar-cabo”.
A operação Patrón, por sua vez, tem origem na Câmbio, Desligo, deflagrada para avançar sobre um banco de compensação para doleiros criado por Messer e operado pelos doleiros sediados no Uruguai Vinicius Claret e Cláudio Barboza.
Os dois assinaram um acordo de colaboração e entregaram os dois programas utilizados para registrar transações no valor de cerca de R$ 5 bilhões entre mais de 50 doleiros por meio de contas em 52 países e dezenas de bancos no exterior. Os documentos e relatos dos dois embasaram a operação realizada em maio de 2018.
LAVAGEM E EVASÃO – “Com base no material apreendido e analisado nessas investigações, a Polícia Federal retorna às ruas para deflagrar mais uma fase desse trabalho, em busca de elementos que corroborem a prática de lavagem de dinheiro e evasão de divisas em paraísos fiscais realizados por agente financeiro da organização criminosa”, diz a PF.
Messer foi detido nos Jardins, bairro da capital paulista, após a PF monitorá-lo em conversas com uma amiga em São Paulo. Ele estava no apartamento de Myra Athayde, portava RG falso e havia pintado a barba e os cabelos. Um dos integrantes do grupo que ajudou Messer, segundo a PF, foi o ex-presidente do Paraguai Horácio Cartes – ele também teve um mandado de prisão expedido por causa do auxílio financeiro apontado pelos investigadores.
Após ser preso, o doleiro também assinou um acordo de colaboração que prevê o cumprimento de 18 anos e 9 meses de pena e a entrega de uma parte do patrimônio estimada em R$ 1 bilhão.
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A Lava Jato deixou bons frutos, como essa operação Patrón. Significa que forças-tarefas de Ministério Público, Receita e Polícia Federal têm capacidade de colocar na cadeia os criminosos da elite. É lamentável que depois o próprio Judiciário (leia-se: STJ e Supremo) busque “brechas na lei” para devolver esses elementos às ruas e até à política, instituindo a impunidade dos poderosos. (C.N.)
1) Licença…
2) Alguns dizem aqui para lembrarmos da condição de ex-presidiário do ex-presidente Lula. Na verdade, esta foi a segunda vez, a primeira foi na ditadura.
3) Aproveito a memória e também lembro do Bispo Macedo que já foi preso, do ex-senador e prefeito Crivela, do apóstolo Estevam Ernandez e sua esposa bispa Sônia e outros mais… além, é claro do próprio Jesus…
4) A bem da Gramática, estudiosos afirmam que a palavra “bispa” não está dicionarizada e o melhor é usar o termo Episcopisa.
Só no Brasil que investigados, condenados e também delatores em crimes de corrupção, sonegação fiscal, desvio de verbas públicas, continuam cheios da grana mesmo depois de condenados ou fazerem acordo com a Justiça…
Nos EUA, o que sei do país que serviu de parâmetro para a nossa legislação e origem do instituto da Delação premiada, os delatores acabam tendo que diminuir o padrão de vida.
Da Ferrari passam ao sedam médio de uma Ford, de Iate passam para o caiaque, da mansão ou cobertura passam para um imóvel padrão dois ou três quartos…
Aqui não. Continuam com a vida no luxo.
A Justiça não tira dinheiro deles não?
Eles devolvem o valor exato da época que roubou (sem correções?) mas os lucros dos investimentos permanecem com eles(é?)