
Mourão é ingênuo e acha que pode evitar boicote ao país
Guilherme Mazui
G1 — Brasília
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou nesta quarta-feira (7) que há é possível usar a diplomacia para reverter a posição expressa pelo Parlamento Europeu, que aprovou resolução em que pede mudanças na agenda ambiental de países do Mercosul para que seja ratificado o acordo entre a União Europeia e o bloco sul-americano.
O documento não tem poder de vetar o acordo, porém, indica a contrariedade de parlamentares europeus com o desenho da parceria e com a agenda ambiental do Mercosul, bloco formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.
SEM RATIFICAÇÃO – A resolução foi confirmada nesta quarta pelo Parlamento Europeu por 345 votos a favor, 295 contra e 56 abstenções. “O acordo UE-Mercosul não pode ser ratificado tal como está”, registra o texto.
O item 36 do documento citou que o acordo deve garantir que os produtos de parceiros passem pelo mesmo controle de qualidade, equivalência de leis trabalhistas e padrões de sustentabilidade da cadeia de produção europeia.
“O acordo contém um capítulo vinculativo sobre o desenvolvimento sustentável que deve ser aplicado, implementado e totalmente avaliado, […] incluindo a implementação do Acordo de Paris sobre o clima e as respectivas normas de execução”, diz a resolução.
DISSE MOURÃO – Presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal, Mourão foi questionado sobre a resolução. Para ele, o caminho para efetivar o acordo é usar a diplomacia.
“Tem muito ruído nisso aí. Isso tudo faz parte do trabalho diplomático que tem que ser feito. Então, vamos com calma”, disse o vice-presidente. “Isso é uma coisa simples, né? Levou 20 anos para ser acertado isso aí e envolve muitos interesses, tem muitos interesses aí”, declarou.
O vice-presidente mencionou o “lobby dos agricultores europeus” e a força do Partido Verde em diferentes países da Europa como exemplo de interesses que podem barrar o acordo. Perguntado se é possível reverter a situação, Mourão afirmou que sim.
O vice-presidente mantém a ideia de levar embaixadores, entre os quais de países da União Europeia, para uma viagem à Amazônia no próximo mês. Em setembro, embaixadores de países europeus enviaram uma carta ao governo brasileiro cobrando medidas para conter o desmatamento na Amazônia e alertaram que a devastação dificulta a importação de produtos brasileiros.
NOME DE BOLSONARO – A bancada francesa do Parlamento Europeu incluiu a emenda no documento sobre o acordo entre os dois blocos. Antes da aprovação, esse trecho citava nominalmente o presidente Jair Bolsonaro.
O texto proposto dizia que há “extrema preocupação com a política ambiental de Jair Bolsonaro, que vai na contramão dos compromissos firmados no Acordo de Paris, em particular no que trata do combate ao aquecimento global e proteção da biodiversidade”.
O nome de Bolsonaro foi retirado, mas a frase de que não se poderia ratificar o acordo desta forma foi inserido pelos franceses e adotada pelos parlamentares. Bolsonaro repete em discursos, como o feito na cúpula da biodiversidade da Organização das Nações Unidas (ONU), que o Brasil preserva o meio ambiente e que há uma cobiça de outros países em relação ao território amazônico.
CRÍTICAS AO BRASIL – Anunciado em 2019 após duas décadas de negociação, o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia precisa, para entrar em vigor, ser assinado e aprovado pelos parlamentos dos países envolvidos.
A política ambiental do Brasil, único país do Mercosul coberto pela floresta Amazônica, tem sido apontada como um dos motivos para barrar o avanço do acordo.
A França é um dos países mais críticos ao governo brasileiro na área ambiental, com episódio de troca de farpas entre os presidentes Jair Bolsonaro e Emmanuel Macron no ano passado. Recentemente, a França reafirmou que se opõe à versão atual do tratado depois de ter tido acesso a um novo relatório sobre desmatamento no Brasil.
IMPOR SANÇÕES – A França lidera o movimento, mas tem apoio de outros países da União Europeia, que pretendem impor condições ambientais para que as negociações prossigam. A ideia é estabelecer sanções se os países do Mercosul não fizerem nada para impedir o aumento dos incêndios ou permitirem que empresas mineradoras destruam reservas indígenas.
Em resposta, o governo brasileiro chegou a divulgar nota na qual afirmou que os problemas ambientais podem se “agravar” se o acordo entre o Mercosul e a União Europeia não entrar em vigor.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Mais uma vez o general Mourão está equivocado. Não dá para reverter nada. O acordo do Mercosul com a União Europeia já era, como se dizia antigamente. E o boicote ao Brasil só tende a aumentar. (C.N.)
A falta de respeito impera nessa nefasta dita imprensa.
A França não tem moral para ameaçar o Brasil.
” Cegueira da França
O assunto também é abordado pelo jornal Libération que entrevistou Richard Mugenzi. Ele foi recrutado em 1990 pelo regime ruandês como agente secreto para espionar a Frente Patriótica Ruandesa. Mugenzi testemunhou, diante do Tribunal Penal Internacional, a cegueira da França diante das forças que exterminaram quase um milhão de tutsis, em cem dias.
“Até onde a França apoiou os militares que orquestraram o genocídio dos tutsis em 1994? Há 25 anos, essa é a pergunta que não quer calar”, afirma Libération. O jornal ressalta que a poucos dias do trágico aniversário, o presidente francês, Emmanuel Macron, se prepara para anunciar a criação de uma comissão encarregada de abrir os arquivos do Estado sobre esse período.”
A França tem moral, tem tecnologia, forças armadas e generais de verdade.
A única coisa que ela não tem mais que nós, é o povo que é bom no mundo todo.
Portanto, eles estão se metendo porque tem autoridade e responsabilidade, e nosso governo, infelizmente, não.
Isso tudo está na cara de quem não compactua com loucos pelo poder e pelo dimheiro.
Bolsonaro precisa cuidar dos seus filhos porque do Brasil já se mostrou incapaz desde quando era militar.
Ele está chegando no nivel de luiz inacio, e como já estão alinhados contra o valoroso juiz Sérgio Moro, falta somente dar as mãos e desfilarem escoltados sob a segurança que nós pagamos.
É mole ou quer mais?
Olha a moral da França.
A celebração nesta segunda-feira (7) dos 20 anos do início do genocídio em Ruanda, uma tragédia que deixou quase 1 milhão de mortos em apenas três meses, em 1994, recebe destaque na imprensa. Em entrevista ao jornal Libération, o presidente ruandês, Paul Kagame, acusa a França de ter participado “da preparação política do genocídio”.
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O presidente de Ruanda afirma que a França participou “antes, durante e depois do genocídio”, que massacrou principalmente a população da etnia tutsi. Kagame diz que tanto a Bélgica, que herdou Ruanda como território colonial após a Primeira Guerra Mundial, como a França contribuíram para a “emergência de uma ideologia genocidária em Ruanda”.
Paul Kagame lembra que só a intervenção da Frente Patriótica Ruandesa (FPR), fundada por ele, conseguiu pôr um fim ao massacre. O líder africano define as relações com a França como marcadas por altos e baixos, nos últimos 20 anos, e considera que o governo francês fez muito pouco até agora para assumir suas responsabilidades no genocídio.
França forneceu armas
No texto que abre a entrevista, o Libération apresenta a versão do ex-ministro francês de Relações Exteriores Bernard Kouchner, que foi chanceler de Nicolas Sarkozy. Kouchner afirma que o governo Sarkozy “abriu o caminho de reconciliação” com Ruanda, mas o atual governo de François Hollande “recua”, segundo ele.
Kouchner estima que os socialistas exageraram na reação ao cancelar a ida da ministra da Justiça, Christine Taubira, a Kigali, depois de terem tomado conhecimento das acusações do presidente ruandês. Para o ex-ministro, esse tipo de reação “alimenta o negacionismo”.
O ex-ministro considera inadequado falar em “participação” da França no genocídio, como fez o presidente ruandês, mas afirma que “o regime extremista hutu se formou dentro da embaixada da França em Kigali, em abril de 1994”. Kouchner também afirma que Paris “forneceu armas aos hutus até agosto” daquele ano, portanto, durante e depois dos massacres.
Concordo
1) Qdo. eu era adolescente o lema era: “Em ritmo de Brasil grande”.
2) Hoje é “Estado mínimo”…
3) Uma pena !
Tem toda razão o Sr. Vice-Presidente HAMILTON MOURÃO (67) em dizer que os problemas para Ratificação do atual Acordo de Livre Comércio entre Mercosul (4 Países) – União Europeia (28 Países), é Reversível.
Esse Acordo levou 20 anos para ser costurado. Tem tantas exceções e casos particulares que é um verdadeiro “queijo suíço” cheio de furos.
Agora para ser ratificado por 32 Parlamentos/Congressos, é natural que leve outros 20 anos.
É lógico que não ajuda a “deselegância” do Presid. BOLSONARO (66) contra o Presid. MACRON (42) da França ( mais prejudicado no setor Agro-pecuário) e até injustamente sua senhora que é bonita e elegante, mas isto não altera muito a equação.
A grosso modo o Brasil terá vantagens em exportações Agro-Pecuária, mas desvantagens nas estratégicas INDÚSTRIA e nos SERVIÇOS.
Ajuda muito pouco.
A solução para o Brasil é fazer Acordos Bi-Laterais com Países da América Latina ( Américas até o México), quase toda a grande África, Oriente Médio e certas partes da Ásia.
Trocar Produtos, especialmente Manufaturados Brasileiros, por Matérias primas, semi-manufaturados deles.
O Comércio com os EUA, União Europeia, Japão, não será muito diferente do que já é.
Todo esforço valeria a pena para entrar por esse caminho.
Será que entendi bem?
A solução para o Brasil é “Trocar Produtos, especialmente Manufaturados Brasileiros, por Matérias primas, semimanufaturados deles”?
Sobre matérias primas deles, vc não estaria desprezando o fato de que nós é que já exportamos milhares de toneladas de ferro, por exemplo, a principal matéria-prima do aço, que depois voltam para o Brasil em forma de máquinas, peças, ferramentas em geral ou nos próprios automóveis, eletrodomésticos, etc., e que outros minérios também seguem o mesmo caminho?
Nós já somos exportadores de matéria prima e importadores de produtos prontos.
Entendo que o não cumprimento desse acordo, ora em questão, jamais será benéfico para o Brasil, mas tende a ser usado como arma de retaliação contra o comportamento das autoridades brasileiras. É uma pena.
Temos tradição de viver em harmonia com as demais nações do mundo. Isso vai continuar?
Prezado Sr. JARED,
O Brasil, para dar um Alto Padrão de Vida para a média do seu POVO, tem que, além de se transformar num dos maiores Exportadores de Commodities (Grãos, Minérios, Petróleo, Madeiras, Carnes, Couros, Álcool, Açúcar…..,) o que já é, mas deve exportar ainda muito mais.
Porém, “o pulo do gato” só vem com a exportação de Produtos Manufaturados ( Aviões, Automóveis, Motos, Auto-Peças, Tratores, Eletrônicos, Linha branca, Pneus, Baterias, Implemento para os Transportes, Armas, Navios, Tecidos, ……..).e trocando esses Produtos Manufaturados Brasileiros por semi-manufaturados e principalmente Matérias Primas.
É claro que esse Comércio não acontece negociando com os EUA, União Europeia, Japão, Commonwealth Britânica, etc, mas com Países do Terceiro Mundo, como indicado no Comentário acima.
É claro que é difícil fazer isso porque temos por concorrentes essas Potências, mas podemos fazer muito mais do que fazemos.
A pequena SUÉCIA ( 11 Milhões de Habitantes), que eu tanto admiro, também é grande exportadora de Commodities, Madeiras, Papel, Peixes, Minério de Ferro, Carvão, Trigo…….. mas tem uma Exportação de Manufaturados gigantesca ( SAAB-Armas e Aviões Caças Gripen, VOLVO caminhões/Automóveis, Tratores, SCANIA Caminhões, SKF rolamentos, ELETROLUX geladeiras, linha branca, ERICSSON material eletrônicos, ASTRA-ZENEKA Química fina e Remédios, etc, etc.
e eles também tem a concorrência das grandes Potências citadas acima.
O caminho para nossa prosperidade passa por ai. É necessário GRANDE ESFORÇO de nossa Burguesia e GOVERNO, mas vale com folga todo o sacrifício necessário.
Ninguém dá nada de graça para Ninguém, e entre os 220 Milhões de Brasileiros tenho certeza que temos bem mais do que o equivalente a “11 Milhões de Suecos”.
Caro Flávio, para as coisas acontecerem de forma tão otimista como vc pensou, precisaríamos de um governo muito atuante, com um bom programa preparado para os quatro anos de mandato e mais quatro de prorrogação.
Com o desempenho atual do nosso governante, sinceramente, não consigo contar com o meu otimismo.
Um abraço.
O governo tem a nata de militares entreguistas.Mirem -se em Nelson Werneck Sodre,Apolonio de Carvalho,Lamarca,Milton Temer,Marighela entre outro militares nacionalistas concordando ou não com eles .
Seu Mourão, se o senhor falar sobre cavalo eu me calo, mas não me venha com atitude de filósofo que não cola.
Vai aqui uma aulinha gratuita: fenômenos físicos podem ser reversíveis (gelo, água, gelo) e irreversíveis (ovo frito não vira ovo fresco nem que a vaca tussa!)
Portanto, cuide que aqui fora existe gente de todo nível e hierarquia: soldado, cabo, sargento e até general da reserva! (os que ainda não se agregaram á Bolsa Reserva do Bolsonaro)
O Mulão, ops, Mourão se contagia cada vez mais nesta convivência com tantos imbecis…
Confesso que já cheguei a nutrir certa esperança neste pau mandado deste presidente abobalhado.
Mas a estupidez, parece ter chegado por osmose…
Triste.
Credo !