Vicente Limongi Netto
A meu ver um tremendo equívoco, uma falha imperdoável, uma completa falta de sensibilidade e de consideração, o Senado criar uma comissão de juristas para redigir um anteprojeto de reforma do Código de Processo Civil, sem a participação do ex-ministro da Justiça e ex-senador Bernardo Cabral. Um escárnio que o bom senso não tolera. Principalmente porque Bernardo Cabral, como deputado constituinte, foi o relator do texto final da Constituição de 1988, que completou 21 anos de existência. Nada contra os juristas “escalados” pelo presidente do Senado, José Sarney. Apenas considero, repito, uma enorme desfeita a um homem público competente, um dedicado magistrado e um ex-senador rigorosamente cumpridor dos seus deveres, chamado Bernardo Cabral. Meu enérgico, completo e absoluto repúdio.
Comentário de Helio Fernandes
Concordo inteiramente, Limongi. Deve ser alguma vingança retardada ou de algum retardado. Homenageado quase que diariamente, o ex-senador não liga, não se aborrece nem se revolta com o “esquecimento pré-fabricado”. É evidente que a Comissão tem excelentes nomes, mas o de Bernardo Cabral somaria e reforçaria o Código de Processo Civil que sairá da Comissão.