Se o Trump deles recorrer aos tribunais, o nosso não hesitará em fazê-lo para continuar no poder

TRIBUNA DA INTERNET | Se Biden ganhar a eleição, o Brasil pode ser atirado no isolamento e no limbo mundial

Charge do Frank (Arquivo Google)

Bernardo Mello Franco
O Globo

Em julho de 2019, Donald Trump definiu o presidente Jair Bolsonaro, logo ele, como um “grande cavalheiro”. “Dizem que ele é o Trump do Brasil. Eu gosto disso. É um elogio!”, acrescentou.

O republicano poderia ter economizado a última parte. Vaidoso e egocêntrico, ele batizou torres comerciais, condomínios, hotéis, resorts e campos de golfe com o próprio nome. Seria estranho se não gostasse de alguém tão empenhado em imitá-lo.

Desde a campanha, Bolsonaro faz de tudo para ser comparado a Trump. Ele já copiou os tuítes destrambelhados, as teorias conspiratórias, as provocações à China e os ataques à imprensa. Só faltou besuntar o rosto com aquela pasta laranja.

FAKE NEWS  – Truques lançados lá foram repetidos à exaustão por aqui. Um dos mais manjados foi tachar de fake news qualquer notícia incômoda para o governo. Outro foi ressuscitar o fantasma do comunismo, como se o Muro de Berlim ainda estivesse de pé.

Na pandemia, Bolsonaro replicou o discurso de Trump contra o distanciamento social, o uso de máscaras e as recomendações da OMS. Os dois presidentes fizeram pouco da doença até se contaminarem. A diferença é que o americano abandonou a propaganda da cloroquina quando foi parar no hospital.

Hoje os americanos vão às urnas na eleição mais tensa da história recente. Em desvantagem nas pesquisas, Trump ameaça não aceitar uma possível vitória do rival Joe Biden. Com medo de quebra-quebra, lojistas de Washington, Nova York e Los Angeles espalharam tapumes pelas vitrines.

RECURSO – O republicano já deixou claro que recorrerá aos tribunais em caso de derrota. O plano seria invalidar votos de regiões dominadas pelos democratas. Isso lançaria a maior potência do mundo num cenário de convulsão social e descrédito da democracia.

A contestação dos resultados nos EUA seria um mau sinal para o Brasil. Se o Trump deles apelar ao tapetão, o nosso não hesitará em imitá-lo em 2022. Ele já começou a criar o clima para isso ao disseminar informações falsas contra a urna eletrônica.

11 thoughts on “Se o Trump deles recorrer aos tribunais, o nosso não hesitará em fazê-lo para continuar no poder

  1. Em sendo verídicas tais acusações. Antes dessas “Amélias Fardadas” se darem a petulância de se imiscuir, nos assuntos nacionais, ele deveriam responder, sem sofismas, as seguintes indagações históricas:
    -Por que, para as demais nações, o brasileiro tem fama de “amarelão”?
    -Por que os italianos dizem que os nossos pracinhas da FEB, faziam mais papel de palhaços do que de militares inimigos? Já ouvi alguns padres italianos, velhões, fazerem zombaria disso!
    -É verdade que, no comando dos aliados, em solo italiano, os Estadunidenses sempre lançavam, na linha de frente (na vanguarda) brasileiros e pretos?
    -Que, na guerrilha do Araguaia, se o exército não tivesse pedido socorro às polícias militares dos Estados circunjacentes, teria tomado um banho de sangue dos guerrilheiros?
    -Quem venceu a guerra do Paraguai? Por que a versão que se ouve aqui acerca do vencedor, não coincide com a contada além-fronteiras?
    -Por fim, o que justifica esse gasto astronômico, financiado pelo contribuinte, para nutrir as três forças armadas?

    • Disse Paulo III: “-Por que, para as demais nações, o brasileiro tem fama de “amarelão”?
      Respondo: começa pela seleção do Tite.
      Quando menos se espera, de amarelo, AMARELA.

          • Eu falei da fama dos pracinhas italianos na 2ª guerra mundial, sem nenhuma alusão aos bravos guerreiros dos ‘desfiles’ do Império Romano há séculos atrás.
            Apenas um comentário sobre a última guerra e só, respeitando o passado.

      • Sou filho de ex-militar do exército, da década de 40. Eu queria apenas saber se, o rótulo que o meu genitor relatava, bate com a voz corrente!
        A Segunda Guerra Mundial, deu-se noutros campos e num tempo pretérito à seleção do Tite!

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