Sete notas sobre um caso

http://4.bp.blogspot.com/-3vRJkuzPAfc/UouYgMnafiI/AAAAAAAAqZQ/ssTLSQG4now/s320/Charge+mensaleiro+4.jpgJoão Gualberto Jr.

Não dá para escrever sobre outra coisa. É o assunto da vez pelo menos desde 2005. Então, seguem sete notas sobre a consumação de um escândalo – se transitou em julgado está consumado, certo?

Primeira. Já podem criar a Papuda Móvel. Os quatro deputados sentenciados vão responder no regime semiaberto. Genoino está licenciado e pode não voltar à parlamentação. Mas os outros três têm o direito de cumprir pena em uma instituição mais próxima do Eixo Monumental e do local de trabalho. Assim, poderão, normalmente, participar das reuniões de comissão e registrar presença em plenário. O problema serão as sessões de quarta-feira, que costumam se estender noite adentro: é preciso retornar à carceragem até as 19h. Daí que a van do sistema penitenciário do DF pode deixar o acesso da Chapelaria da Câmara lá pelas 18h30. A situação é tragicômica, mas iminente, já que as excelências não votam a PEC sobre perda automática de mandatos.

Segunda. Ou o julgamento estressou e extenuou tanto Joaquim Barbosa, ou ele tomou um ódio supremo do caso. Ou as duas coisas. Mandar uma dúzia para o xilindró no feriado é deliberação de juiz enfezado. Não houve concessão sequer para um derradeiro almoço de domingo com a família. E, pelo menos por um fim de semana, foi regime fechado para todo mundo até que se decida o destino de cada um. Às favas com sentenças e as dosimetrias. Esse é o presidente do nosso STF.

Terceira. Ah, se as paredes tivessem ouvidos… e têm. Quando Dirceu e Genoino embarcaram no Aeropapuda da PF, em São Paulo, e tiveram que dar carona a Valério e sua ex-turma nas poltronas, como deve ter sido o diálogo? Será que houve estômago e ânimo para amabilidades do tipo: “Há quanto tempo! Como vão as coisas? E as crianças, estão bem?”

Quarta. Mais cedo ou mais tarde, o Ministério da Justiça e o Itamaraty teriam que se deparar com a fatura do caso Battisti em suas portas. Como pedir à Itália, de um modo eficiente e quase implorando perdão, que extradite Pizzolato. Da forma como o governo italiano se empenhou para levar o ex-terrorista de esquerda, talvez possa se ressentir, agora, de praticar uma diplomacia isenta e técnica.

Quinta. Presos de cabeça e braços erguidos e pela porta da frente? Como alguém pode ser preso político se a prisão foi executada por uma corporação que tem como chefe suprema uma correligionária? Como, se a condenação foi deliberada por magistrados que o próprio partido indicou? É aquele negócio: enquanto existir claque, a lona do circo estará de pé. E o detalhe de Lula ligar e afirmar para a companheirada “estamos juntos”? Que gesto bonito de solidariedade!

Sexta. Nem o caso, nem o PT, nem o Brasil carecem de um mártir. Genoino é cardiopata e deve ser mandado para casa.

Sétima. Os envolvidos no valerioduto tucano (ou mensalão mineiro) que coloquem as barbas de molho, pois a ressaca vai ser brava. O silêncio no PSDB acusa. (transcrito de O Tempo)

2 thoughts on “Sete notas sobre um caso

  1. Mais uma nota de um dos defensores dos bandidos. Sim, Dirceu e companhia são bandidos. Pois, com tudo o que fizeram, e como todos os políticos e homens públicos que roubam a nação, apenas contribuem para aumentar a miséria e a violência. Enquanto a saúde pública no Brasil, desce a ladeira e mata muito mais que os acidentes climáticos asiáticos os bandidos brasileiros continuam a ser protejidos por uma imprensa chapa branca que vive do dinheiro público o qual foi desviado da saúde, educação e das obras tão necessárias ao real crescimento deste país.
    Lugar de bandido é na cadeia, eles já foram julgados e condenados pelo STF e devem cumprir as suas penas. Eles não são apenas ladrões de bananas eles são o pior do que existe em uma sociedade.

  2. Quem defende bandidos e quadrilheiros da pior espécie – que é o ladrão de recursos públicos – iguala-se a eles em uma ou mais coisas. O Ministro Joaquim Barbosa agiu corretamente. Nós, trabalhadores brasileiros, já não aguentávamos essa enrolação no julgamento. Oito anos, meu! O Lewandosvisck e o Toffoli, amigos e defensores dos mensaleiros, fizeram de tudo para retardar o andamento do processo. Esses articulistas, que agora estão criticando o Joaquim Barbosa, não criticaram aquelas atitudes chicaneiras do Lewandosvisck . Podem se contorcer de raiva, porque o Barbosa, honestamente, recuperou 36 horas, para atenuar, um pouquinho, os oito anos que os bandidos ficaram livres. Aí vem as mariposas estilar seus gritinhos em prol do politicamente correto, dizendo que o Barbosa agiu como juiz enfezado. Ora, enfezados estamos nós, trabalhadores brasileiros, com essa torcida dos petralhas pelos seus ídolos bandidos, ladrões, covardes.

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