Somente 4,69% dos brasileiros confiam nas pessoas e este clima de desconfiança é altamente prejudicial

Tem charges e memes zoando o anacrônico 'voto impresso', o 'Brasil por  Dentro' (com Socorro Lira), os 11 anos da TV ArtMultCultural e tem Arnaldo  Afonso (com Rosa Freitas) no 'Música no

Charge do Nando Motta (Arquivo Google)

Roberto Nascimento

Saiu uma interessante pesquisa no Estadão atestando que só 4,69% dos brasileiros confiam nas pessoas, um no outro, o restante não confia. O levantamento foi feito pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), e os analistas chegaram à conclusão de que esse comportamento pode prejudicar avanços sociais e reformas políticas, mas não se interessaram em informar e debater as razões práticas para essa falta de confiança que hoje caracteriza os brasileiros.

Na verdade, tal desconfiança tem fundamentos, que vêm de cima para baixo, a partir das classes governantes e dominantes, que demonstram abertamente não acreditar na viabilidade do próprio país onde vivem e enriquecem

DINHEIRO NO EXTERIOR – Sabe-se que uma das práticas mais usuais das elites é depositar no exterior suas riquezas. Com as raras e honrosas exceções de empreendedores que ainda insistem em apostar no Brasil, isso vale tanto para a grande maioria dos empresários e investidores quanto para a totalidade dos beneficiários da corrupção e da impunidade reinantes.

A coisa chega a tal ponto que os recursos públicos do Fundo Partidário são usados para comprar aeronaves e iates, anuncia também o Estadão, sem que não aconteça rigorosamente nada. Os partidos são apenas obrigados a devolver o dinheiro usando outros recursos do mesmo Fundo Partidário, sem que seus dirigentes sejam sequer processados.

Assim, não causa a menor reação o fato de o ministro Paulo Guedes e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tenham investido suas fortunas em paraísos fiscais, no caso, as Ilhas Virgens Britânicas, faturando milhões com a subida do dólar, sem o menor esforço.

COMO CONFIAR? – Depois da revelação do “Pandorra Papers”, os brasileiros não têm como confiar no que Guedes e Campos Neto dizem. Em qualquer país minimamente civilizado, esse fato concreto se tornaria um tremendo escândalo, o presidente teria afastado os dois, inclusive o presidente do Banco Central, que tem autonomia e mandato, mas pode ser demitido em caso de falta de ética.

Surge, assim, uma pequena crítica: Como confiar em reformas, se elas só pioram ainda mais, a vida dos brasileiros, se essas iniciativas são feitas para agradar as classes produtoras e ceifar direitos dos trabalhadores?

Será que alguém ainda acredita nesse Congresso, conduzido por Arthur Lira e Rodrigo Pacheco? Nesse governo, tocado por Jair Bolsonaro e Paulo Guedes? E nesse Supremo, liderado por Gilmar Mendes e Dias Toffoli?

16 thoughts on “Somente 4,69% dos brasileiros confiam nas pessoas e este clima de desconfiança é altamente prejudicial

  1. Felizmente ainda tem gente que confia nos outros. Confio nos meus filhos e nas minha noras também. Na mulher também. E só. E sou um cara de fé. Vejo só duas saídas, abrir uma conta em algum paraíso fiscal, ou fazer poupança em moeda estrangeira, aí o governo não tem acesso à ela. O futuro é tenebroso, vou precisar adotar hábitos novos, como fazem os hermanos argentinos para escapar das garras dos desgovernos.

    • abrir uma conta em algum paraíso fiscal,

      E foi justamente que o Sinistro da Economia Paulinho Pirata fez, abriu contas em Bancos Piratas e mandou seu dinheirinho para lá..

      Seria ele também um Homem de Fè…??

      • Só se for a FÉ no lucro, no dinheiro, no Poder, nas contas numeradas em paraisos fiscais. Na fé da sonegação de impostos, na fé do congelamento salarial enquanto ganham fortunas no exterior. Fé nos impostos pagos pelo povo, porque eles estão livres disso daí, que é só para os outros pobres mortais.
        No campo escravizam as vacas, nas cidades escravizam os consumidores, enquanto Guedes e sua turma, cidadãos livres, alforriados, ganham dinheiro fora do país, sem pagar um centavo aos cofres públicos.
        Que fazer?

  2. É isso aí, Matviy. No governo é que não podemos confiar mesmo, pois tudo fazem para infernizar nossas vidas.
    Além dessa tarada implicância contra as Vacinas, que salvam vidas, ainda deixam a gasolina e o diesel subir a vontade, sem nenhum controle sob a Estatal Petrobrás. Bolsonaro trocou o presidente anterior e o novo, um general é mais aumentador ainda. Vai a televisão, semblante sério, para dizer o óbvio: os aumentos estão atrelados a subida do dólar e do barril de petróleo.
    O que Bolsonaro faz: sem saída procura um culpado e achou, botando a culpa nos governadores, que não querem zerar o ICMS.
    Ah, coitado, não tem culpa de nada, sempre são os outros. Governar assim e fácil, todos querem viajar pelo mundo de graça, andar de jet sky, comer as melhores carnes e camarões, Ilhas paradisíacas, Guarujá e férias permanentes. O presidente não precisa trabalhar, tem muita gente fazendo o trabalho e mal, diga-se de passagem.

    • Isso mesmo Mylcio. Ano passado, antes dessa inflação galopante, comprei no Carrefour da Barra da Tijuca, um pacote por 10 reais. Aumentou quase 100%.
      E olhe, que nós somos o maior produtor mundial de Café.
      Só tem um jeito de fugir disso: parar de comprar ou tomar ele ralinho, reduzindo o pó pela metade.
      As pessoas vão parar de comprar, porque os salários estão congelados e os preços subindo.
      Paulo Guedes não fala nada e ainda tem gente que apóia isso daí. Tem como filé mignon custar 36,00? Tá batendo a marca de 100. O loco.

      • Hoje comprei dois abacates. O quilo estava 14 reais. Uma fruta que dá na rua como as mangas. Porque está tão cara assim?
        Mamão está 9 reais o kilo.
        A carestia chegou num patamar terrível. Política de extermínio do cidadão consumidor.

        • No Mercadinho do Abilio o quilo do abacate está 17,99 ….
          O quilo do mamão está 9,95.

          17,99 mais caro que os 15,00 contos que metade da população sobrevive por dia……

  3. E como estão arregaçando o couro da massa trabalhadora a exaustão?
    Ontem fui ao supermercado. De um lado os frios, ao lado o açougue. A atendente dos frios acabou de entregar a mussarela e o presunto ao empregado do Bradesco. Quando ele saiu, ela comentou comigo que perdeu seu cartão do banco e o rapaz providenciou um novo.
    Então, comentei que tivera sorte, porque tinha muita gente má, que acha e clona comprando indevidamente nas lojas.
    O açougueiro entra na conversa e diz: ” Senhor, gente má no mundo sempre teve, Mussolini, Hitler, Stalin e todos que os apoiaram”.
    Lembrei a ele de Mao Tse Tung, o revolucionário chinês, que matou muita gente na marcha para Pequim em 1949 e também os Imperadores Romanos, alguns assassinos cruéis, como Calígula e Nero, este ainda botou fogo em Roma. Herodes mandou matar todas as crianças de um ano de idade.
    Bem, essa história espelha muito bem, que a classe trabalhadora, está atenta aos fatos e não se configura a alienação cantada em verso e prosa pelas elites do país.
    Sabem que estão sendo exploradas pelo capital predador e escravocrata e darão o troco no momento oportuno, porque uma situação desesperadora não persiste por muito tempo.
    A história demonstra que os maus governantes, acabam varridos do mapa político. Uns de maneira trágica outros levados ao suicídio como Hitler, um covarde, que não teve peito para se entregar aos russos, nas portas de Berlin.

  4. Chamar ladrões de elite deveria ser crime inafiançável por uma questão de lógica e isso leva outras pessoas a considerar como uma verdade que não passa de um equívoco.

    Elite sempre foi, em qualquer lugar do mundo, aquela camada social que, antes de mais nada, se preocupa e se ocupa dos interesses mais nobres de seu país. isso é indiscutível.

    Não sabemos como o termo pode ser tão mal empregado aqui no Brasil, quando sabemos que tivemos uma elite das mais capacitadas e que conduziu o país, em tempos não tão distante, ao patamar de uma nação reconhecida como sendo pioneira em muitos setores da economia, das ciências sociais, saúde e outras tantas.

    Nossa imprensa, em grande parte, contribui para a difusão de termos que não se enquadram à realidade e não mostra interesse em se opor aos oportunistas e mal intencionados que espalham sofismas de toda sorte para confundir a interpretação, sobretudo dos mais humildes, do processo histórico que vivenciamos continuamente.

    Por isso, vamos caminhando tortuosamente com prejuízos aos destinos do Brasil, e como exemplo, assistimos pessoas que não tem caráter e quando entram na vida pública para se locupletarem se auto denominam “políticos” quando ao menos conhecem o significado dessa palavra e muito menos as prerrogativas dessa ciência nobre que pode salvar ou levar à bancarrota qualquer instituição ou até mesmo todo o país.

    Daí, vemos salafrários, que se sucedem, como Luiz Inácio, Bolsonaro, Dilma e outros dessa espécie que enriqueceram ou permitiram o assalto ao estado à vista de todos, e como não foram punidos servem de estímulo a outros que se preparam para eternizar a roubalheira institucionalizada.

    Esses são tratados como “elite”, quando não passam da escória da nossa sociedade, e prova disso é que nenhum deles é capaz de circular livremente, e desacompanhados de um pelotão de seguranças, pagos por nós, sem serem atacados por transeuntes que quando os identificam querem fazer justiça com as próprias mãos.

    • De acordo Roberto Velasquez. Entendi bem o recado, captando a sua mensagem.
      Quando em falar em Elite vou acrescentar: Elite do atraso.
      Trata-se de uma Elite descompromissada com o progresso da nação, voltada unicamente para seus interesses patrimoniais. Pontuastes muito bem, não são Elites, são predadores, figuras das cavernas.

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