Alexa Salomão
Estadão
De 2007 a 2014, o BNDES desembolsou recursos para 425 operações de exportação – pouco mais de 130 delas, o equivalente a um terço, beneficiaram seis construtoras: Odebrecht e sua subsidiária em Cuba, a Companhia de Obras e Infraestrutura, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e OAS. Todas agora são investigadas na Operação Lava Jato, que apura crimes de corrupção na Petrobrás. O dinheiro bancou rodovias em Angola, estruturas portuárias em Cuba, hidrelétrica no Equador etc.
A assessoria de imprensa, em nota, negou que o BNDES dê subsídio e disse que o crédito a exportações é pago, em reais, para as empresas no Brasil, com benefícios para o País. Seus números: entre 2007 e 2013, o banco liberou US$ 54 bilhões para financiamentos à exportação que mobilizaram uma cadeia de 3.528 fornecedores.
O economista Mansueto Almeida, especialista em contas públicas, vê diferente: “É um absurdo que o BNDES dê subsídio com sigilo e sem detalhar os ganhos por projeto. Com dinheiro público, por princípio, deve haver transparência e boa gestão: o que não está claro no caso do BNDES.”
No caso do Projeto Múltiplo Monte Grande, que conta com uma barragem para abastecimento de água e fornecimento de energia na República Dominicana, com financiamento de US$ 249,6 milhões, a construtora é a Andrade Gutierrez. A empreiteira destacou, em nota, que a “linha de crédito aprovada pelo Banco para o governo dominicano (que é o devedor) é para financiar a exportação de bens e serviços de engenharia produzidos no Brasil, com custos compatíveis com os padrões praticados no mercado internacional”.
BANCO TERIA PREJUÍZO
Pelas simulações realizadas a pedido do ‘Estadão’ por profissionais do mercado financeiro, o negócio com a República Dominicana é “muito ruim”. Primeiro, porque o subsídio foi relevante – 13% do valor do empréstimo, sem que seja claro o ganho para o Brasil. Em 2013, quando assinou com o BNDES, a República Dominicana fez captação de 10 anos pagando a taxa Libor mais 3,44%, mas o BNDES emprestou pela Libor mais 2,3%. Se usasse o próprio dinheiro, e não o do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), o banco teria prejuízo.
Em 2013, o BNDES fez uma captação em 10 anos, pagando Libor mais 2,77% – 0,47 ponto porcentual acima da taxa do empréstimo. “É maluquice: o que estão fazendo lá?”, disse um dos executivos consultados.
O diz aquele antigo ditado: É DANDO QUE SE RECEBE. Isto é um dos motivos do dinheiro que foi repassado aos petralhas.
Todo esse dinheiro enviado a governos no exterior sem autorização legislativa. Já não há mais leis neste país?
Antes, diziam, como disse na campanha a “candidata” já então eleita pela Smartmatic, que os financiamentos eram dados a empresas brasileiras, às quais caberia ressarcir o BNDES. Agora, o jogo está aberto. O Congresso não vai se manifestar?
Felipe Moura Brasil – Veja, 03-06-15.
Como este blog previu: Dilma descola ‘boquinha’ de R$ 20,8 mil/mês para Roberto Amaral, lulista do Foro de SP.
Roberto Amaral é um lulista do Foro de São Paulo.
Ele foi escorraçado do PSB quando o partido resolveu apoiar Aécio Neves no segundo turno e saiu correndo para a barra da saia da petista Dilmãe Rousseff.
Eu me diverti aqui, na ocasião, comentando o seu artigo na Folha: “O PSB renunciou ao seu futuro”.
Dizia ele: “Um partido socialista não pode desaparelhar o Estado para melhor favorecer o grande capital”.
Dizia eu: “o negócio é manter o Estado aparelhado para favorecer o capital do partido, não é mesmo?”
E assim encerrei o post: “Mas o choro é livre para Amaral. Com sorte, Dilma ainda lhe descola uma boquinha.”
Ah, como essa gente é previsível…
Dilma Rousseff acaba de nomear Roberto Amaral para o cargo de conselheiro de Itaipu, que ele já ocupou de 2011 a 2013.
Mas agora ele ganhará mais: 20,8 mil reais por mês, para participar de 6 reuniões anuais, fora custos de viagem e bônus por lucros.
É exatamente o que ganhava o tesoureiro do PT João Vaccari Neto na mesma boquinha, quer dizer, bocão, como mostrei aqui.
Não é à toa que o Brasil do Estado aparelhado pelo petismo está em último no ranking de retorno de impostos em serviços de qualidade.
Todo esquerdista tem seu preço e ele sempre sai caro aos brasileiros.
Felipe Moura Brasil ⎯ http://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil
No Brasil, as empresas privadas necessitam do dinheiro do Estado (BNDES) para investir em obras, concessões, etc…. Que capitalismo é esse?
Assim qualquer um, desde que consiga o financiamento, se torna um capitalista nato. O que menos importa é o lucro no final. Enquanto isso, a ladeira vai ficando perigosamente lancinante.