Sobre o tipo de personagem que a ministra oficial do Planejamento decidiu assumir

Tebet admite desencontro de informações sobre o IBGE: Pimenta achou que  nome já podia ser anunciado - Folha PE

Simone Tebet diz que não sabia quem era Márcio Pochmann

J.R. Guzzo
Gazeta do Povo

Ao pular para dentro do barco de Lula no segundo turno das eleições, depois de passar a campanha toda dizendo que defendia um programa oposto ao dele, a ministra oficial do Planejamento mostrou que é do tipo de personagem política que faz qualquer coisa para entrar no governo.

 Agora, ao engolir um nome que jamais passou pela sua cabeça para presidir o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, uma das poucas coisas que Lula e o PT não tiraram do seu ministério, mostrou que também faz qualquer coisa para não sair.

QUINTO ESCALÃO – Quando foi nomeada, aceitou sem dar um pio a demolição geral das atribuições que deveria ter; deixaram com ela uns trocados de quinto escalão como uma “Assessoria de Participação Social e Diversidade”, a Comissão Nacional de Cartografia e outras insignificâncias burocráticas da mesma natureza.

Nos sete meses que se passaram desde então, não foi autorizada a resolver nem o planejamento da controladoria nacional dos carrinhos de pipoca. Com a imposição do novo magnata do IBGE, sem sequer uma consulta a que teria direito pelas regras elementares da boa educação, já está batendo no fundo-do-poço.

“Nada mais justo do que atender o presidente Lula”, disse a ministra depois que o ministro da Comunicação anunciou à imprensa a escolha do novo estatístico-mor do Brasil. Mas, nesse caso, o presidente Lula não poderia, pelo menos, ter dito alguma coisa a ela uns dias antes, ou na véspera?

BAJULAÇÃO – É provável que o próprio Lula tenha se surpreendido com uma exibição de puxa-saquismo desse tamanho: quer dizer que ele trata a ministra como um pedaço de pano de estopa, e ela diz que é muito justo?

O novo chefe do IBGE já estava despachando direto com Lula e outros peixes graúdos do governo antes, sequer, de ter uma primeira reunião com a sua suposta superiora hierárquica. Ela disse que iria marcar uma reunião com o suposto subordinado “na semana que vem” – há, inclusive, a possibilidade de que seja recebida. O resto da reação foi a mesma tristeza.

“Agora que eu sei o nome dele, terei o maior prazer em atender ao presidente Lula”, disse a ministra. “Não faço pré-julgamentos.  A conversa será técnica, e ele será muito bem-vindo.”

ESTRANHO NO NINHO – O novo presidente do IBGE é tudo, menos um “técnico”. Não entende nada de estatística. Manda prender números que não o satisfazem. Acha que a aritmética tem de ser “social”, e servir para os interesses das lutas “progressistas”.

Passou a vida de “instituto” em “instituto”, de emprego em governo a emprego em governo, sem contato com o mundo do trabalho real – não o trabalho como ele é entendido pelo brasileiro comum.

Não se sabe de uma ideia sua que tenha sido vista com seriedade pelos círculos respeitados da ciência econômica – ou sequer percebida.

PLANOS SINISTROS – Trata-se de um militante político da ala mais “esquerdista” do PT, e sua nomeação tem o propósito de fazer o IBGE produzir unicamente os números que Lula quer.

Pochmann é contra o PIX, a favor da exploração do “espaço sideral” e se acha capaz de “zerar” a dívida pública expropriando a riqueza dos milionários. É tão qualificado para presidir o IBGE quando o rei Herodes seria qualificado para dirigir o serviço federal de creches.

Mas e daí? O Estado brasileiro está sendo privatizado de alto a baixo em favor do PT. Podem contar para isso, de olhos fechados, com a ministra do Planejamento.

(Artigo enviado por Mário Assis Causanilhas)

8 thoughts on “Sobre o tipo de personagem que a ministra oficial do Planejamento decidiu assumir

  1. tão qualificado para presidir o IBGE quando o rei Herodes seria qualificado para dirigir o serviço federal de creches.

    Genial (menos para muitos que usam óculos-viseira).

  2. Já ocupei vários cargos públicos, sempre com imensos conflitos com “o Príncipe” de plantão.

    A política real é o lugar por excelência para os psicopatas. Além de que não querem de jeito algum se quedarem ao “Mal-Estar na Civilização”.

    Parecem crianças que querem, porque querem o pirulito caídos no chão. Aí vem os bajuladores, normalmente incompetentes, para fazerem o que quer “O Príncipe” de plantão, anulando-se total e completamente.

    Aliás, essa questão de chefes psicopatas dá-se também no âmbito privado.

    Eu que me formei nessa área, tanto na privada (no bom sentido), como na publica, fico pensando pra que serve todo o esforço científico, se na real reduzem a Administração a recrutarem bons psicopatas psicopata nos postos de comando.

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  3. Tenho péssimas notícias pro Guyzzinho e seus seguidores, querendo vocês ou não Lula é o presidente e assim será até 2027. Até lá ele tem total legitimidade pra escolher quem ele quiser pros cargos chaves do governo, pra sua infelicidade. Pode continuar socando o teclado, é divertido.

  4. Todas pessoas de bom senso tem o direto de mudar para melhor.
    Foi isso que Simone Tebet fez, entre Lula, defensor da democracia e Bolsonaro defensor de ditaduras e torturas, Simone Tebet como política sensata, ficou do lado da democracia, diferentemente dos fanáticos bolsonaristas que apoiavam uma ditadura de estrema direita religiosa, que é a pior das ditaduras.
    Não conformados com a derrota do mito, atacam o Lula até por nomear um companheiro de esquerda.
    Não conheço o Pochmann, mas com certeza, é um personagem melhor que Damares, Milton Ribeiro, Pazuello e Ricardo Sales entre outros do governo de Bolsonaro.

    Quem ganhou às eleições para presidente e, é o maior responsabilidade pela sua gestão, têm todo o direito de nomear quem quiser sem consultar ninguém.

    Lugar de chorar pela derrota de Bolsonaro, é na cama que é lugar quente.

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