A chuva de granizo fustiga o cafezal, no modernismo de Menotti Del PIcchia

Pin on QuotesPaulo Peres
Poemas & Canções

O político, tabelião, advogado, jornalista, pintor, cronista, ensaísta, romancista e poeta paulista Paulo Menott Del Picchia (1892-1988), um dos organizadores da Semana de Arte Moderna e membro da Academia Brasileira de Letras, se inspirou numa chuva de granizo que fustigava um cafezal.

CHUVA DE PEDRA
Menotti Del Picchia

O granizo salpica o chão como se as mãos das nuvens
quebrassem com estrondo um pedaço de gelo
para a salada de frutas do pomares…

O cafezal, numa carreira alucinada,
grimpa as lombas de ocre
apedrejada matilha de cães verdes…
fremem, gotejam eriçadas suas copas
como pêlos de um animal todo molhado.

O céu é uma pedreira cor de zinco
onde estoura dinamite dos coriscos.
Rola de fraga em fraga a lasca retumbante
de um trovão.

Os riachos correm com seus pés invisíveis e líquidos
para o abrigo das furnas. No terreiro,
as roupas penduradas nos varais
dançam, funambulescas, com as pedradas,
numa fila macabra de enforcados!

1 thoughts on “A chuva de granizo fustiga o cafezal, no modernismo de Menotti Del PIcchia

  1. MULTIPLICAI-VOS, ENCHEI A TERRA E SUJEITAI-A?
    Ao ocuparem ‘’vastas e absurdas’’ áreas florestais, ‘’além de suas necessidades primitivas’’ os povos ‘’brasileiros’’ das florestas não se tornarão seres privilegiados ou super abastados; tornam-se, apenas e simplesmente, ‘’tribos atrasadas’’ a impedirem que a super civilização cosmopolita passe a viver em terras arrasadas! (L. C. Balreira).

    Os cientistas criaram os maravilhosos meios de transporte; portanto, uma dádiva, a liberdade de ir e vir. Isto é líquido e certo! Os gênios da civilização moderna só não imaginaram que todo o mundo ficaria refém dos trogloditas do deserto! (L. C. Balreira).

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *