Mariana Laselva
O Globo
É interessante pensar que o novo normal veio para ficar, assim como as melhores práticas relacionadas à integridade na condução dos negócios, depois dos casos de corrupção que vieram a público nos últimos anos e causaram sérios impactos na sociedade brasileira.
A Lei Anticorrupção (12.846/2013) completa dez anos. Uma década dessa nova forma de olhar e praticar negócios, considerando prevenção a fraude, suborno, conflito de interesse, entre outras irregularidades, assim como remediação de potenciais casos identificados.
MAPEAR RISCOS – Mesmo não prevendo a corrupção na esfera privada, nossa lei tem estimulado empresas a mapear e mitigar riscos no relacionamento com terceiros, especialmente aqueles que atuam em seu nome.
Hoje vemos o que começou como programa de compliance evoluir para programa de integridade, que trata de aspectos específicos relacionados a corrupção, fraudes, conflitos de interesse, assédio, entre outros temas.
É relevante o papel da autorregulamentação do mercado no sentido da adequação corporativa e manutenção dos programas de integridade. Seja por pressão internacional, em empresas monitoradas por outras leis — como Foreign Corrupt Practices Act, dos Estados Unidos; UK Bribery Act, do Reino Unido; ou Sapin II, da França —, seja por receio de punições mais severas em casos identificados ou para mitigação de riscos inerentes ao negócio, a autorregulamentação foi e é aspecto fundamental do desenvolvimento e da força da atuação das áreas de compliance.
TRABALHO ESCRAVO – Os recentes casos de identificação de trabalho análogo à escravidão são exemplos que ilustram a importância de uma gestão efetiva de terceiros, não apenas aplicando due diligence em questões de competência financeira, mas também com atenção aos aspectos de integridade que — se não observados — causam grande impacto reputacional.
O cuidado e a atenção a esses temas, especialmente considerando as condições de trabalho, podem evitar efeitos catastróficos na marca e na reputação de qualquer empresa — em alguns casos, irreparáveis.
Outro avanço percebido no mercado é a preocupação das empresas quanto à avaliação anticorrupção dos potenciais alvos em processos de fusão e aquisição. São necessários procedimentos que visam a identificar riscos de integridade, abarcando sanções econômicas de suas partes relacionadas. Isso inclui a análise de transações financeiras para verificar a ocorrência de potenciais fraudes, fragilidades e/ou inexistência de controles; realização de avaliação do ambiente de compliance do alvo e histórico desse tema; o relacionamento com terceiros e agentes públicos, entre outros aspectos.
OUTROS EXEMPLOS – Vale ressaltar a atualização da Cipa, agora chamada de Comissão Interna de Prevenção a Acidentes e Assédio, reforçando o movimento de prevenção e remediação de casos em empresas e órgãos públicos. A não retaliação à denunciante e a criação de um canal de denúncias confiável e independente também são medidas que merecem atenção, especialmente considerando que os canais de denúncia são fortes fontes de captação de irregularidades, como corrupção e fraudes.
A Lei Anticorrupção no Brasil rompeu a barreira dos relacionamentos apenas com o setor público e passou a abranger os negócios de forma mais holística, considerando a integridade de forma ampla.
Seu aspecto preventivo cresceu muito e, seja pela autorregulamentação, seja pelo volume de profissionais que se dedicam a essa temática ou pelas exigências de empresas multinacionais, hoje é mais abrangente que o inicialmente proposto e esperado. Avançamos, e não há mais como retroceder.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A conscientização contra os atos de corrupção realmente aumentou. Infelizmente, porém, diminuiu muito o rigor da lei para punir corruptos, pois passou a ser a mais leniente do mundo. É hoje uma vergonha para o país. (C.N.)
Hahahaha…
Gente, a imprensa realmente se mudou pra Nárnia mesmo. Combate à corrupção com o PT governando? É sério isso?
Não é possível, esse povo pensa que a gente é otario. O grupo Globo simplesmente apodreceu, nada mais se salva ali.
O conuio lulobolsonarista pra passar pano pros corruptos.
https://www.gazetadopovo.com.br/republica/lei-de-improbidade-articulacao-enfraquecimento/
Há quem veja distinções entre as duas faces da moeda e até agride-se. O fanatismo alienado faz isto com o baixo-clero.
“Vamos dar as mãos, vamos dar as mãos”.
https://youtu.be/jDN1tt_0wcY?si=Lu0TeC6sHXdydbXo
Delcio Lima boa noite.
Se o indivíduo ler tua postagem mas não der um tempo de meditação, continuará achando sempre que não estão falando com ele e sim com a outra face da moeda.
As bases constitutivas do pensamento político-filosófico de ambas as faces, dentre elas o fanatismo, o binarismo reducionista, a incapacidade de “cair na real”, a dominação ideológica pelas respectivas elites sobre os respectivos baixo-clero, o “eu sou o que o outro não é” etc, levam a esse estranhamento, que se dá, tão somente dá no âmbito metafísico e léxico.
https://politicalivre.com.br/2023/09/pt-de-lula-se-une-a-pl-de-bolsonaro-em-pec-da-anistia-e-ataque-a-justica-eleitoral/#gsc.tab=0
Lula não quis citar a OCDE em encontro com Biden.
Saiba o porquê.
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-56406033
O veto.
https://noticias.uol.com.br/colunas/jamil-chade/2023/02/11/brasil-vetou-mencao-a-ocde-em-comunicado-com-biden.htm
Topa tudo pelo voto ou é o reconhecimento de afinidades mais profundas?
https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2023/08/30/interna_politica,1554354/por-dois-votos-comando-do-pt-autoriza-alianca-com-pl-em-2024.shtml
Para fechar com chave de ouro.
https://jornaldebrasilia.com.br/noticias/politica-e-poder/ala-do-governo-defende-freio-a-moraes-e-ve-com-cautela-delacao-de-cid/
Conclusão: “tamarrado”.
Leis anticorrupção não adiantam nada, sob a égide da república do militarismo e do partidarismo, politiqueiro$, e seus tentáculos velhaco$, daí a inutilidade do discurso da Lava Jato, com o seu factoide das dez medidas, que funciona apenas como mote de campanha eleitoral mas que na prática termina em água de barrela, porque no Brasil não há como estancar a corrupção sem fechar a fábrica de corruptos, como propõe, há cerca de 30 aos, a Revolução Pacífica do Leão, o novo caminho para o novo Brasil de verdade, porque evoluir é preciso.
Enquanto acharmos que a corrupção material é o maior de nosso males, estaremos na mesma.
A corrupção material é que nem um iceberg. Ela é a consequência e está na parte visível, mas a maior parte (causas), fica invisível e muita gente a ignora ou finge que não existe.
Enquanto não tratarmos as causas, o que parece impossível, a parte visível ficará incólume.