Deu no Poder360
A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, disse nesta quinta-feira (dia 1º), em artigo publicado no Wall Street Journal, estar escondida e temendo pela vida. Ela esteve presente em manifestação pública contra o presidente Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela, esquerda) na 3ª feira (30.jul), ficou escondida, mas voltou à ruas neste sábado, liberando um megaprotesto contra a fraude eleitoral.
No texto publicado no WSJ, Corina Machado também declarou que pode “provar que Maduro foi derrotado” de forma “esmagadora”. Segunda ela, o candidato Edmundo González Urrutia (Plataforma Unitária Democrática, centro-direita) obteve 67% dos votos e o chavista, 30%.
RECIBOS DE VOTAÇÃO – A líder da oposição também disse ter 80% dos recibos da votação eleitoral, que foram tornados públicos em um site. O resultado, que afirma ser o correto, vai contra os números divulgados pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral).
No domingo (dia 28.jul), o órgão sob o comando chavista anunciou que Maduro venceu o pleito com 51,2% dos votos e González recebeu 42,2% dos votos.
No artigo, María Corina Machado apelou à comunidade internacional para derrubar o regime de Nicolás Maduro. Segundo ela, outros países precisam decidir se devem, ou não, tolerar a ditadura de Maduro. “Cabe à comunidade internacional decidir se tolera ou não um governo demonstravelmente ilegítimo”, declarou. “Apelo àqueles que rejeitam o autoritarismo e apoiam a democracia para se juntarem ao povo venezuelano em nossa nobre causa.”.
PERSEGUIÇÃO – A líder da oposição também citou perseguição sofrida por ela e pela aliada Corina Yoris. O Supremo Tribunal de Justiça do país proibiu Corina de ocupar qualquer cargo público, enquanto Yoris diz não ter conseguido se registrar para concorrer nas eleições. González Urrutia foi a terceira opção.
“Embora eu tenha vencido uma primária aberta com 92% de apoio, ele [Maduro] me proibiu de concorrer à presidência. Então, desqualificou minha substituta escolhida, Corina Yoris”, afirmou.
O candidato a Presidência da Venezuela, Edmundo González Urrutia (Plataforma Unitária Democrática, centro-direita), que se tornou o principal adversário do atual presidente autocrático do país, Nicolás Maduro (Partido Socialista Unidos da Venezuela, esquerda), nas eleições de 28 de julho, é diplomata aposentado e analista político.
POUCO CONHECIDO – Aos 74 anos, não havia concorrido a um cargo eletivo e era uma personalidade política pouco conhecida para os venezuelanos até sua nomeação neste ano.
Em abril de 2024, a PUD (Plataforma Unitária Democrática, centro-direita) anunciou sua candidatura como representante da chapa. A coalizão é formada por 11 partidos de centro-esquerda e centro-direita. Antes sem aspirações políticas, González agora diz que pretende pôr fim ao chavismo (corrente política de Maduro).
Ele herdou os votos de Juan Guaidó, Maria Corina Machado e Corina Yoris, foi eleito e agora aguarda para assumir o mandato.
Maior reserva de petróleo do mundo
Maduro é o que é na Venezuela, mas seus opositores também não são lá essas coisas.
González, que a oposição ora afirma ter ganho de Maduro, é na verdade um fantoche da ex-deputada Corina, que foi impedida pelo governo de se candidatar na eleição presidencial.
Em 2019, o então deputado Guaidó, principal opositor de Maduro na época, se autoproclamou (sic) presidente interino por uns tempos. E tal como ocorre agora com González, em 2021 os EUA também disseram que ele tinha sido eleito presidente.
Guaidó fez muito barulho no período contestando como fazem hoje a legitimidade do governo Maduro, mas acabou não virando nada.
A mídia, na verdade, repercute o que acontece na Venezuela porque o país tem a maior reserva de petróleo do planeta, de interesse mundial, e não apenas pelas lambanças políticas locais.