Estratégia de Fux envolve atribuir o golpe a Braga Netto e Mauro Cid

Braga Netto quebra dente e defesa aciona STF para pedir exames

Bolsonaro pode ser inocentado, mas Braga Netto não escapa

Carlos Newton

Já comentamos bastante o alcance da manobra do ministro Luiz Fux para absolver o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros envolvidos no golpe. A estratégia será consumada quando a defesa apresentar ao Supremo seus embargos infringentes, um tipo de recurso que retira da Primeira Turma o julgamento do processo e passa a responsabilidade para a Segunda Turma, que assim pode até inocentar Jair Bolsonaro com os votos de Luiz Fux, Nunes Marques e André Mendonça.

Essa surpreendente reviravolta só está acontecendo porque Fux já conseguiu se transferir para a Segunda Turma e hoje ocupa a vaga deixada por Luís Roberto Barroso.

NA FORMA DA LEI – A manobra fez entrar em desespero o grupo de ministros que apoiam no Supremo o presidente Lula da Silva e querem manter a condenação de Bolsonaro. Até agora,  ainda não encontraram nenhuma brecha na lei que possa impedir Fux de continuar na Segunda Turma e de participar do importantíssimo julgamento de revisão do processo sobre o golpe de Estado.

Se conseguirem encontrar alguma maneira de obstar o voto de Fux, não haverá mudança, pois o placar dos votos dará empate e serão mantidas as condenações de Bolsonaro e de todos os militares e civis que participaram do núcleo central do golpe, segundo o relator Alexandre de Moraes.

No julgamento da Primeira Turma, em seu voto de 429 páginas, Fux só condenou dois envolvidos: o general Braga Netto, ex-ministro da Defesa, e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência.

SERÃO INOCENTADOS – Portanto, caso não encontrem um motivo legal para barrar Fux na revisão a ser feita pela Segunda Turma, junto com Bolsonaro serão inocentados o almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha; o general Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; o general Augusto Heleno, ex-ministro da Segurança Institucional; o delegado Anderson Torres, ex-ministro da Justiça; e o delegado federal Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin).

O general Braga Netto continuará preso. Fux considera que ele era o verdadeiro líder do golpe, porque Bolsonaro teria desistido de participar e por isso viajou para os Estados Unidos antes de Lula ser empossado.

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P.S. 1
Realmente é difícil imaginar que os militares queriam dar um golpe para serem comandados por um capitão. Seria uma Piada do Século.

P.S. 2Se existir alguma justificativa capaz de impedir Fux de participar do novo julgamento, quem deve apresentá-la é o ministro Gilmar Mendes, presidente da Segunda Turma, onde serão analisados e julgados os embargos infringentes de  Bolsonaro. No entanto, Gilmar Mendes ainda não sabe como proceder para impedir o voto de Fux. E assim la nave va, cada vez mais fellinianamente, e amanhã voltaremos ao assunto (C.N.)

2 thoughts on “Estratégia de Fux envolve atribuir o golpe a Braga Netto e Mauro Cid

  1. Se arrependimento matasse…

    Os bolsonaristas deram o golpe em 8 de janeiro sem ter quem assumisse o Poder: um erro crasso.

    Após tomar as Sedes dos Três Poderes no 8 de janeiro, a turba dos ‘golpistas’ só não ‘empossaram’ na cadeira presidencial o ex-mito como ditador, na sequência, porque ele havia fugido covardemente para os States.

    E generais (Braga Neto etc.) e almirante deverão ir agora para a cadeia em ‘consequência do vacilo’ de não terem assumido o Poder na oportunidade (com o ex-mito no exterior), momento histórico que jamais se repetirá.

    Com a Capital vazia sem o ex-mito e também sem o Barba e o vice, que haviam ‘fugido’ para o interior de SP na véspera, os generais e o almirante golpistas devem se arrepender profundamente hoje por não terem assumido o Poder que fora tomado pela turba e ‘que se lhes oferecia de mão-beijada’ imediatamente após a tomada dos 3 Poderes em 8 de janeiro.

    E quem assumisse – fosse o ex-mito ou uma junta militar – teria (naquela circunstância) o imediato apoio das Forças que apoiavam o movimento protegendo, inclusive, o acampamento golpista.

  2. Na minha modesta opinião: Um destrambelhado Evento de VÁRIAS Falsas Bandeiras, contendo sabotagem e terror, com uma única finalidade: ESTANCAR AS SANGRIAS, que estavam sendo produzidas pela Lava-Jato e a prova está no engrenado “ponto morto” em que a deixaram se encontrar!

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