Por que Ibaneis Rocha escapou de ser preso pela corrupção no Banco Marques?

Governador Ibaneis Rocha adia reabertura do comércio do Distrito Federal

Não é possível que Ibaneis escape da lei, mais uma vez

Roberto Nascimento

O governador Ibaneis Rocha não consegue explicar suas ações. É um escândalo atrás do outro. O mais recente foi o aval para o aporte de R$ 16 bilhões do Banco Regional de Brasília (BRB) para o saco sem fundo do Banco Master.

A quem interessava torrar essa dinheirama toda? Foi um ato de altíssima irresponsabilidade e o governador também deveria ser preso, mas a Justiça parece estar dominada e vai deixá-lo à solta.

8 DE JANEIRO – Lembrem que Ibaneis já escapou da prisão uma vez, quando se omitiu naquela tentativa de golpe do 8 de Janeiro. Quando a invasão aos prédios públicos estava em curso, ele não atendeu aos telefonemas da presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Rosa Weber.

A cúpula da Polícia Militar de Brasília, comandada por Ibaneis, fez vista grossa no episódio do quebra-quebra. Há muitas irregularidades que não foram investigadas.

Quando se dá um desconto para políticos execráveis desse tipo, eles aprontam de novo, porque são incorrigíveis.

FUTURO SENADOR – E o pior de tudo é que Ibaneis Rocha, atual governador, está com o passaporte carimbado para o Senado na eleição do ano que vem. Aliás, em Brasília só aparecem candidatos de direita. A única exceção era o ex-governador e ex-senador Cristovam Buarque, mas ele hoje está completamente apagado.

No escândalo do Banco Master estão envolvidos o governador Ibaneis Rocha, a vice-governadora Celina Leão e a ex-ministra Flávia Arruda, ex-mulher do ex-governador José Roberto Arruda, considerado um dos políticos mais corruptos de Brasília, que foi filmado recebendo dinheiro ao vivo.

Hoje, por mera coincidência, Flávia Arruda é casada com o banqueiro Augusto Ferreira Lima, um dos presos no caso do Banco Master. Detido pela Polícia Federal na operação Compliance Zero, deflagrada na terça-feira (dia 18), Lima era sócio de Daniel Vorcaro, dono do Banco Master desde 2019. Segundo a PF, as operações fraudulentas chegaram a R$ 12 bilhões.

CASTRO ENVOLVIDO – Por fim, não se pode proteger o governador Cláudio Castro, do Rio de Janeiro, que investiu R$ 970 milhões na arapuca do Banco Master. Antes da intervenção do Banco Central, a direção da Rio-Previdência se apressou em resgatar R$ 560 milhões do fundo administrado pelo Master. E os recursos serão usados para pagar a folha de novembro.

É certo dizer que o governador Cláudio Castro lesou o patrimônio público dos servidores. E agora? Quem vai pagar esse prejuízo, que pode quebrar a Rio-Previdência?

Não se pode ter compromisso com o erro de governante, seja de esquerda ou de direita. Quando falta dinheiro, seja dos correntistas dos bancos ou dos participantes dos Fundos de Pensão, ninguém pergunta se é culpa de esquerda ou da direita. No caso, nem se trata de erro, mas de corrupção pura e simples.

Fim das tarifas: a força da diplomacia e a implosão do projeto bolsonarista

O escândalo do Master: quando poder, política e previdência colidem

Eduardo Bolsonaro defende fuga de condenados e acusa STF de “controlar 2026”

Sigilos de Lula mostram que o país está longe de ser uma democracia

Tribuna da Internet | Fracasso da democracia no Brasil não a torna o pior dos regimes

Charge do Duke (O Tempo)

Carlos Newton

Quando um jornalista faz sozinho a cobertura de algum assunto importante, isso é sinal de que alguma coisa está errada, porque toda situação que tem relevância precisa ser conhecida e analisada, sob o enfoque do interesse público.  

Neste Brasil do século XXI, contudo, os jornalistas ainda são travados por blindagens absurdas, embora, em regime democrático, o sigilo jamais possa prevalecer.

DEMOCRACIA? – Portanto, fica claro que o país ainda não desfruta de uma democracia plena, e ainda será preciso trabalhar muito para se atingir esse patamar ideal.

Há um claro retardamento dos três Poderes da República, seus representantes funcionam como exploradores do povo, pois se preocupam mais em adicionar penduricalhos em seus salários do que em trabalhar pelo interesse público.

Vejam o caso de Lula da Silva. Na ânsia de se eleger em 2022, o candidato petista anunciou que, com base na Constituição e na Lei de Acesso à Informação, se fosse eleito, iria acabar com todos os sigilos de 100 anos impostos pelo então presidente Bolsonaro, entre eles as visitas que a primeira-dama Michelle Bolsonaro recebeu no Alvorada. Mas era tudo mentira, porque Lula no governo aumentou o sigilo ainda vez mais.

ACREDITARAM NELE – É claro que muitos eleitores indecisos acreditaram nas palavras de Lula, pois jamais poderiam imaginar que ele, depois de empossado, fizesse exatamente o contrário do que prometera. No atual mandato, desde o início o presidente petista vem decretando sigilo a torto e a direito, como se dizia antigamente.

Em 2023, seu primeiro ano de governo, Lula impôs sigilo de 100 anos para 1.339 pedidos de informações. A principal justificativa foi se tratar de dados pessoais de membros do governo. O levantamento foi feito pelo jornal O Estado de São Paulo e o DataFixers.org.

Entre os principais sigilos estão a lista de visitantes de Janja e a relação dos militares da guarda presidencial em serviço dia 8 de janeiro de 2023, vejam que coisa intrigante. Por que ninguém pode saber quem estava de serviço no Planalto no dia do quebra-quebra? Aliás, cadê as imagens das câmeras do Ministério da Justiça, que o então ministro Flávio Dino fez questão de ocultar? Mistério…

IATE DA JANJA – Agora, os gastos de dona Janja da Silva com aluguel do iate Iana 3 tornaram-se o mais novo sigilo da gestão petista.

Além da fatura do fretamento do navio de Lula e Janja, que dispõe de todos os serviços de um hotel cinco estrelas, o Planalto também gastou com aluguel e contratação de serviços de navios de apoio e de outras embarcações que realizaram deslocamentos pontuais de Lula e sua comitiva na região de Belém, onde o navio, por seu tamanho, ficaria mais encalhado do que o governo de Sua Excelência.

É mais uma demonstração da dificuldade de ser jornalista no Brasil.

PLIM-PLIM – Em meio a essas distorções pouco democráticas e nada republicanas, é preciso lembrar que o Brasil funciona como um país que parece viver a serviço da Organização Globo, que se mantém acima das leis e dos regulamentos.

Ao exercer uma espécie de monopólio no setor da comunicação, o grupo formado pela família Marinho acoberta claramente qualquer governo, para ter a contrapartida de ser por ele também acobertada. Este será nosso tema de amanhã, com o artigo “Governo Lula finge investigar podridão da Globo, mas não descobre nada…”.

Vamos mostrar que este ano o Planalto mandou apurar irregularidades antigas de Roberto Marinho e atuais de seus filhos, deu prazo fatal para ser feita a apuração, a coisa até parecia ser séria, mas agora o Ministério das Comunicações e a Receita Federal dizem não ter encontrado nenhuma ilegalidade. 

###
P.S.
As investigações sobre a Organização Globo s
eriam a Piada do Século, porém não se deve fazer graça com assuntos tão sérios e graves. Como diria Shakespeare, ao constatarmos que há algo de muito podre entre o governo Lula e a Organização Globo, chega-se à conclusão de que o Brasil realmente ainda vai demorar bastante até ser considerado uma democracia verdadeira. (C.N.)

Partidos terão R$ 6,4 bilhões públicos em 2026, maior bolada da história

Charge do cazo (Arquivo do Google)

Vanilson Oliveira
Correio Braziliense

Os partidos políticos brasileiros terão em 2026, cerca de R$ 6,4 bilhões à disposição para manter suas atividades diárias e também para serem usados nas campanhas eleitorais. O montante reúne recursos do Fundo Partidário, que é repassado todos os meses, e do Fundo Eleitoral, que é distribuído apenas em ano eleitoral, além dos rendimentos de aplicações financeiras feitas pelos partidos.

De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 2018, o Fundo Eleitoral que era R$ 1,7 bilhão passou para R$ 5 bilhões em 2024. Para 2026, os partidos contarão com a soma dos recursos do Fundo Partidário e do Fundo Eleitoral, que formam o total de repasses públicos previstos para o ano.

FINANCIAMENTO –  Entre janeiro e agosto, segundo dados do TSE, as legendas já receberam R$ 3,2 bilhões do Fundo Partidário, destinado à manutenção mensal das estruturas partidárias. A esse montante será acrescido o Fundo Eleitoral, estimado pelo Congresso em R$ 3,2 bilhões, que será distribuído apenas no próximo ano para financiar as campanhas.

O montante maior ficará com os partidos PT, PL, PSD, MDB e União Brasil, que têm as maiores bancadas na Câmara dos Deputados e no Senado. De acordo com a legislação, a distribuição dos valores ocorre também de acordo com o desempenho dos partidos nas eleições anteriores.

INVESTIMENTOS – Além dos repasses oficiais, os partidos costumam fazer investimentos financeiros com os valores depositados em suas contas, o que gera altos rendimentos. As aplicações estão previstas em lei.

A distribuição do Fundo Eleitoral segue percentuais fixados em lei: 48% são destinados aos partidos de acordo com o tamanho de suas bancadas na Câmara dos Deputados, 35% conforme a representação no Senado, 15% para as siglas que alcançaram a cláusula de desempenho e 2% são divididos igualmente entre todos os partidos registrados no país.

Gastos travados revelam descoordenação nacional na segurança pública

Moraes manda prender Ramagem, que foi condenado sem haver provas

Moraes determina prisão de Ramagem, que deixou o país rumo aos EUA após ser  condenado pelo STF

Ramagem foi passear nos EUA, onde Moraes está barrado

José Marques
Folha

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes determinou a prisão do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ). O parlamentar, condenado no processo da trama golpista, deixou o país e está nos Estados Unidos, de acordo com monitoramento feito pela Polícia Federal. Durante a investigação da tentativa de golpe, Moraes já havia proibido Ramagem de deixar o país e determinado que ele entregasse todos os seus passaportes, tanto nacionais como

Segundo reportagem do site PlatôBR publicada na quarta-feira (19), Ramagem está vivendo em um condomínio de luxo na cidade de North Miami, na Flórida, apesar da condenação. Ele teria se mudado em setembro, tendo saído do Brasil após se deslocar do Rio de Janeiro para Boa Vista.

SOB SIGILO – Na própria quarta-feira, o PSOL enviou ofício à Polícia Federal para pedir a prisão do deputado. No dia seguinte, o partido protocolou o mesmo pedido no STF. Moraes, no entanto, já havia determinado a prisão, em decisão que não tinha se tornado pública ainda, por correr sob sigilo.

Até o momento, o deputado não se manifestou nas redes sociais nem comentou o caso por meio de seus advogados ou assessoria de imprensa. No último mês, ele publicou vídeos na internet comentando sobre questões do trabalho. Advogado de Ramagem, Paulo Cintra disse que só recebeu a informação de que o cliente decidiu se ausentar do país nesta semana e que, por isso, não fará comentários por enquanto.

Diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) durante o governo Jair Bolsonaro (PL), Ramagem foi condenado pela Primeira Turma do STF a 16 anos, um mês e 15 dias de prisão, em regime inicialmente fechado.

PERDA DO MANDATO – O Supremo também determinou a perda do mandato de deputado federal – o que, em tese, precisaria passar por uma análise Câmara dos Deputados, após o fim da possibilidade de recursos no julgamento. Na semana passada, ele, o ex-presidente e outros condenados do chamado núcleo central da trama golpista tiveram recursos negados por Moraes, o que aproximou o início da execução da pena —especialistas citam a possibilidade de que isso ocorra a partir da semana que vem.

Ramagem foi acusado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) de cometer cinco crimes, mas a Câmara dos Deputados, em embate com o Supremo, decidiu suspender parte da ação penal contra o deputado — aquela que tratava dos ilícitos que teriam sido cometidos após a diplomação dele como parlamentar, no caso, os diretamente ligados ao 8 de Janeiro.

Com isso, Ramagem foi julgado por três tipos penais: tentativa de golpe de Estado, abolição do Estado democrático de Direito e associação criminosa armada.

COMO REDATOR – Ele foi acusado de ser um dos responsáveis por preparar o discurso de Bolsonaro contra as urnas eletrônicas, no que seria a etapa inicial de um plano para manter Bolsonaro no comando do Palácio do Planalto mesmo em caso de uma eventual derrota nas eleições presidenciais. Sua defesa negou todas as acusações, mas não obteve sucesso no STF.

A saída de Ramagem se soma a outros casos recentes de parlamentares que foram para o exterior em meio a investigações e ações do Supremo. Em julho, o senador Marcos do Val (Podemos-ES) viajou aos Estados Unidos contrariando decisão de Moraes de que seu passaporte fosse apreendido. Ele é investigado por ter feito campanha nas redes sociais contra os policiais federais que atuavam na investigação da trama golpista.

Já a deputada Carla Zambelli (PL-SP) fugiu do país em junho para escapar da pena de dez anos de prisão referente à invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça e à emissão de um mandado falso de prisão contra Moraes. Ela foi presa em Roma e aguarda pedido de extradição. Já fora do país, ela foi condenada por perseguição armada a um homem em São Paulo, em 2022.

###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
A condenação de Ramagem foi um grave erro judiciário, porque não há provas contra ele. Quando teria sido feito o planejamento do golpe, no segundo semestre de 2022, ele estava fora do governo e morava no Rio de Janeiro, desde o início de maio, quando começou a trabalhar em sua campanha eleitoral para deputado. Ele é um acusado que estava ausente da cena do crime. Mas quem se interessa? (C.N.)

Flávio Bolsonaro reage à prisão do pai, ataca Moraes e acusa interferência eleitoral

Flávio declarou que querem ‘enterrar todos os Bolsonaros vivos’

Lauriberto Pompeu
O Globo

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) divulgou um vídeo nas redes sociais neste sábado para criticar a prisão do pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro. O parlamentar fez ataques ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável pelo pedido de prisão, e também usou o vídeo para comentar o cenário político de 2026, insistindo na tese de que o ex-presidente não deveria apontar um nome como herdeiro político ainda. Flávio também classificou como “canalhas” todos aqueles que cobram essa definição.

“Não adianta perseguir hoje quem é colocado como possível sucessor do presidente Bolsonaro na eleição no ano que vem. Porque cada um que vocês atacarem agora a população vai saber que são vocês querendo interferir nas eleições. Quem falar agora de sucessão do presidente Bolsonaro é canalha. O momento não é de discutir isso, é de dar suporte a um cara que está doente dentro do cárcere, é o momento é de mostrar de quem o povo está ao lado, que é ao lado do Bolsonaro”, afirmou.

CANDIDATO – Em outro momento do vídeo, Flávio nega que ele próprio seja uma opção para disputar a Presidência: “Nunca falei que sou candidato a presidente da República. Sempre falei que sou candidato à reeleição no Senado no meu estado se assim o partido decidir. Isso tudo é medo? Querem enterrar todos os Bolsonaros vivos? Isso tudo é medo de quê?”, questionou.

A decisão de Moraes afirma que a tornozeleira eletrônica usada por Jair Bolsonaro foi violada pouco depois da meia-noite deste sábado. Além disso, o despacho cita uma vigília convocada para esta noite por Flávio para a porta do condomínio onde o ex-presidente mora. O senador voltou a convocar a vigília após a prisão do pai.

“Não vamos temer nada e nem ninguém. Hoje, sete da noite, eu te espero lá, vem com a gente para continuar lutando pelo nosso Brasil. A Constituição está do nosso lado, é nosso direito orar, rezar, nos mobilizarmos para defender aquilo que a gente acredita que seja o melhor para o nosso país. Não tem caneta nenhuma que vai me impedir ou impedir milhões de brasileiros de seguirem lutando pelo seu país, de seguirem lutando para Bolsonaro estar livre”, afirmou.

MANIFESTAÇÃO – Ao falar sobre os motivos que levaram à prisão do pai, o senador negou que a manifestação convocada por ele teria relação com uma estratégia para fazer com que o ex-presidente fugisse.

“Se é que é verdade, que houve alguma tentativa, alguém mexeu, teve algum problema com a tornozeleira eletrônica do Bolsonaro, às 00h08 de hoje, sábado. A vigília que convoquei foi para as 19 horas de hoje. Tem algum sentido manipular a tornozeleira e esperar 19 horas para depois tentar fugir? O que é humanamente impossível de acontecer com todo o aparato que Alexandre de Moraes colocou para cercar o cativeiro de Bolsonaro”, disse.

Jair Bolsonaro foi preso preventivamente na manhã deste sábado pela Polícia Federal por determinação de Moraes. A decisão foi tomada porque o magistrado considerou que havia risco de fuga e não existiam mais condições para manter a prisão domiciliar.

Segundo os advogados, a cronologia dos fatos — que inclui a representação da Polícia Federal feita no dia 21 — demonstraria que a medida não se justifica. A defesa argumenta que a Constituição assegura o direito de reunião, “em especial para garantir a liberdade religiosa”, e contesta a afirmação do ministro sobre risco de evasão.

PRAZO – A prisão é preventiva e não está relacionada com a execução da condenação pela tentativa de golpe de Estado. No caso da trama golpista, a decisão ainda não transitou em julgado, ou seja, ainda há prazo para a apresentação de recursos.

O parlamentar também disse que a direita não sai enfraquecida com a prisão.

“Tenho uma péssima notícia a dar a todos, não vão silenciar esse movimento. A última coisa que a gente vai fazer é desistir do Brasil. Podem continuar vindo com covardias. Eu estou vendo muito claro, por essa decisão esdrúxula de Alexandre de Moraes, usando mais uma vez um filho para tentar culpar da prisão do pai”, finalizou.

Alerta de integridade: a falha na tornozeleira que detonou a prisão de Bolsonaro

Bolsonaro deve continuar preso; disputa agora é entre cela e “sala de estado maior”

A verdade é que ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais…

Prato Decorativo Belchior com Suporte para Parede | Elo7

Belchior, um dos maiores compositores brasileiros

Paulo Peres
Poemas & Canções

O cantor e compositor cearense Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes, na letra de “Como Os Nossos Pais”, fala da eterna discussão presente na relação entre pais e filhos, ou seja, quando somos jovens sempre achamos que nossos pais estão errados na educação que recebemos, porém quando crescemos e temos filhos geralmente repetimos o mesmo que nossos pais faziam conosco.

“Como Os Nossos Pais” é um hino à juventude que amadurece percebendo que o mundo é uma constante, porque é feito de homens que se acomodam e de outros que lutam por mudanças. A música foi gravada por Belchior no LP Alucinação, em 1976, pela Polygram.

COMO OS NOSSOS PAIS
Belchior

Não quero lhe falar
Meu grande amor
Das coisas que aprendi
Nos discos…

Quero lhe contar
Como eu vivi
E tudo o que
Aconteceu comigo
Viver é melhor que sonhar
E eu sei que o amor
É uma coisa boa
Mas também sei
Que qualquer canto
É menor do que a vida
De qualquer pessoa…

Por isso cuidado meu bem
Há perigo na esquina
Eles venceram e o sinal
Está fechado pra nós
Que somos jovens…

Para abraçar meu irmão
E beijar minha menina
Na rua
É que se fez o meu lábio
O seu braço
E a minha voz…

Você me pergunta
Pela minha paixão
Digo que estou encantado
Como uma nova invenção
Vou ficar nesta cidade
Não vou voltar pro sertão
Pois vejo vir vindo no vento
O cheiro da nova estação
E eu sinto tudo
Na ferida viva
Do meu coração…

Já faz tempo
E eu vi você na rua
Cabelo ao vento
Gente jovem reunida
Na parede da memória
Esta lembrança
É o quadro que dói mais…

Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo, tudo, tudo
Tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Como Os Nossos Pais…

Nossos ídolos
Ainda são os mesmos
E as aparências…
As aparências
Não enganam não
Você diz que depois deles
Não apareceu mais ninguém
Você pode até dizer
Que eu estou por fora
Ou então
Que eu estou enganando…

Mas é você
Que ama o passado
E que não vê
É você
Que ama o passado
E que não vê
Que o novo sempre vem…

E hoje eu sei
Eu sei!
Que quem me deu a idéia
De uma nova consciência
E juventude
Está em casa
Guardado por Deus
Contando seus metais…

Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo, tudo, tudo
Tudo o que fizemos
Ainda somos
Os mesmos e vivemos
Ainda somos
Os mesmos e vivemos
Ainda somos
Os mesmos e vivemos
Como os nossos pais…

O recuo de Trump e o esvaziamento da estratégia bolsonarista

Moraes manda prender Bolsonaro alegando que ia fugir para Embaixada dos EUA

Gilmar Mendes se prepara para rejeitar o último recurso de Bolsonaro

Gilmar Mendes manda soltar mais quatro que estavam sob prisão preventiva - Espaço Vital

Charge do Nani (nanihumor.com)

Carlos Newton

Com a publicação oficial no Diário da Justiça Eletrônico, passa a valer o acórdão que rejeitou os primeiros recursos do ex-presidente Jair Bolsonaro contra a sua condenação a 27 anos e 3 meses, por ter liderado a suposta tentativa daquele golpe que não existiu, porque nenhum militar saiu às ruas e não houve tiros nem mortos ou feridos, como diz a ministra aposentada Eliana Calmon, ao ridicularizar os processos conduzidos pelo relator Alexandre de Moraes.

Essas palavras de Eliana Calmon, primeira mulher a integrar o Superior Tribunal de Justiça e o Conselho Nacional de Justiça, quando denunciou “os bandidos de toga”, estão fazendo grande sucesso nas redes sociais, mas até agora Moraes não teve coragem de mandar censurá-la, conforme tem procedido com tantos cidadãos anônimos e sem defesa.

NOVOS PRAZOS – Com a publicação do acórdão, começaram a ser contados os novos prazos para apresentação de recursos pela defesa, pois o Código de Processo Penal estabelece prazos diferentes para os recursos que restam.

Os novos embargos de declaração (chamados de “embargos dos embargos”) têm cinco dias. Ou seja, precisariam ser apresentados até segunda-feira, dia 24. No entanto, como há vários réus representados por advogados diferentes, o prazo é em dobro  para todas as manifestações processuais, inclusive para a interposição desses embargos.

Assim, o prazo para embargos dos embargos passa a ser de 10 dias úteis nesses casos.  E os embargos infringentes com efeito modificativo, que têm 15 dias para serem formalizados, passam a 30 dias.

PRISÃO DOMICILIAR – Bolsonaro está em prisão preventiva domiciliar, devido a seu estado de saúde, somente depois do esgotamento dos recursos é que Moraes definirá o futuro dele. Mas isso só acontecerá após o julgamento dos embargos infringentes,  quando a ação penal estará realmente concluída, transitando em julgado.

Detalhe importantíssimo: os embargos de declaração (se houver) serão votados pela Primeira Turma, que condenou Bolsonaro por 4 a 1. Concluída essa última fase, a ação passa para a Segunda Turma, que terá a missão de analisar, manter ou rever o julgamento da Primeira Turma, questionado pelos embargos infringentes.

Será uma disputa jurídica sensacional, que pode começar ainda em dezembro, se os recursos forem antecipados.

GILMAR PRESIDE – Até 19 de dezembro, quando o Judiciário entra em recesso, a Segunda Turma estará sendo presidida por Gilmar Mendes, que já adiantou seu voto e vai fazer o possível e o impossível para manter a condenação de Bolsonaro e dos demais réus do chamado núcleo central.

Mas é esperado que algum ministro faça pedido de vista, atrasando o julgamento, que somente ocorreria em janeiro, quando a presidência da Segunda Turma já estará sendo exercida por Nunes Marques, que foi nomeado ministro por Bolsonaro e deve apoiá-lo.

Como Bolsonaro tem três votos garantidos na Segunda Turma (Luiz Fux, Nunes Marques e André Mendonça), é claro que será buscada uma brecha processual para conseguir a absolvição dele, algo que vai levar à loucura os ministros Gilmar Mendes e Dias Toffoli, que completam o quadro da Turma.

###
P.S.
Vai ser o mais sensacional julgamento da História Republicana. Gilmar Mendes tentará acelerar o andamento, mas não vai conseguir. Portanto, comprem bastante pipoca. (C.N.) 

Papuda e “Papudinha” entram em alerta diante da possível prisão de Bolsonaro

A paz, segundo Trump, é capitulação disfarçada de diplomacia

Bolsonaro é preso pela PF por ordem de Alexandre de Moraes

Moraes atende à defesa e autoriza que Ronnie Lessa mude de presídio

Dallagnol usa multa de Lula para retomar narrativa contra o Supremo e o PT