Nota do PT que atribui “genocídio” a Israel é indecência de indisfarçável antissemitismo

Gleisi Hoffmann, presidente do PT -- Metrópoles

Nota de Gleisi Hoffmann sequer cita o grupo Hamas

Mario Sabino
Metrópoles

A nota do PT atribuindo “genocídio” a Israel é uma indecência. Nela, a condenação às atrocidades cometidas pelo Hamas contra israelenses — atrocidades que foram a causa do atual conflito — é aspecto lateral, rápido, destinado apenas a dar aparência de que o partido tem visão equilibrada sobre o que está ocorrendo no Oriente Médio.

O PT iguala os atos terroristas perpetrados por uma organização islâmica criada para destruir Israel a atos de guerra de um estado nacional que busca defender-se do agressor.

NADA IMPORTA – Para o PT, o Hamas não é terrorista (palavra que inexiste na nota). Para o PT, é como se o Hamas não usasse civis como escudos humanos. Não queimasse e degolasse bebês israelenses e não utilizasse bebês palestinos como proteção contra bombardeios. Para o PT, Israel sequestrou civis (!), assim como o Hamas. Infere-se, pela nota do PT, que o Hamas luta pela coexistência de um estado palestino e um estado judeu.

O PT escamoteia a verdade quando diz que “historicamente mantém relações partidárias unicamente com a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), assim como com a Autoridade Nacional Palestina sediada em Ramallah”. É tomar o oficial pelo real. A realidade está expressa no entusiasmo do Hamas com a eleição de Lula.

As linhas auxiliares do PT na imprensa estão ainda mais livres, depois da nota, para dar curso ao seu indisfarçável antissemitismo.

COMPARAÇÕES FALSAS – Cometem a indignidade de comparar Benjamin Netanyahu a Adolf Hitler. De comparar Gaza a Auschwitz. De comparar um enclave que, por mais iníquas que sejam as suas condições, não é um campo de extermínio onde cadáveres vivos esperavam apenas se tornar cadáveres mortos.

Não há câmaras de gás em Gaza. Não há fornos crematórios em Gaza. Não é programa de nenhum partido israelense, mesmo o mais direitista, a eliminação física de todos os palestinos. É assombroso que se tenha de marcar essas diferenças.

As linhas auxiliares do PT na imprensa estão mais livres também para fazer circular as versões mentirosas do Hamas, como a de que foi Israel que, estupidamente, disparou um míssil contra um hospital em Gaza, matando centenas de civis — um hospital, aliás, que conta com subvenção do aliado americano.

CRUEL E CRETINO – O judeu dos antissemitas, além de cruel, é cretino. Para os antissemitas, os foguetes dos terroristas palestinos, muitos deles construídos com tubulações de água arrancadas da terra, não explodem no ar, nem perdem a direção, mesmo que haja provas disso.

Benjamin Netanyahu será punido pelos eleitores de Israel com o ostracismo. A desproporção da resposta militar de Israel será escrutinada e condenada na democracia israelense. A desproporção da resposta militar de Israel pode ser contida pela comunidade internacional.

A criação de um estado palestino que coexista com o judaico continuará a ser defendida por um grande número de eleitores israelenses que se contrapõem aos radicais da direita.

SERÃO ABSOLVIDOS – Os terroristas do Hamas, se não forem eliminados, serão absolvidos dos seus crimes pelas ditaduras da região. Os terroristas do Hamas, se não forem eliminados, continuarão a oprimir o seu próprio povo e a usá-lo como escudo. Os terroristas do Hamas, se não forem eliminados, permanecerão incontroláveis pela comunidade internacional. Os terroristas do Hamas, se não forem eliminados, inviabilizarão para sempre a constituição de um estado palestino.

As guerras, mesmo as mais justas, não são bonitas e descambam, em alguns momentos, para a vingança impura e simples. A vida de um palestino vale tanto quanto a de um israelense, sim. Mas a nota do PT é uma indecência.

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P.S. –
Os Estados Unidos vetaram, no Conselho de Segurança da ONU, a proposta de resolução apresentada pelo Brasil, porque ela não mencionava o direito de Israel à autodefesa. (C.N.)

6 thoughts on “Nota do PT que atribui “genocídio” a Israel é indecência de indisfarçável antissemitismo

  1. Complicado, se o Irã entrar na guerra de verdade (já atua de forma furtiva), teremos a terceira guerra mundial. Irã e Arábia Saudita não entraram no Brics e só para trocar figurinha, apesar do Brics ter como objetivo a cooperação econômica e o desenvolvimento em conjunto de seus países membros. China e Rússia têm fortes interesses por trás dessa inclusão como a guerra Ucrania e possível guerra em Taiwan, rota da seda, mercado de energia Europa e Otan. É provável que esse ataque seja uma jogada bem mais complexa para frente …. EUA não vai sustentar um apoio a Israel caso ocorra vários conflitos no mundo em várias frentes diferentes . O mercado imobiliário Chinês está em crise, com certeza existe um forte interessa na virada de mesa para a nova ordem mundial. E nos brasileiros ficamos só na produção de comida para o mundo.

    Infelizmente essa jogada de xadrez mundial escolhe sacrificar pões que hoje são os Palestinos. Se a guerra for longa, o Hamas só tem a ganhar. Talvez tenhamos mais palestinos mortos do que judeus na segunda guerra e isso pode influenciar os outros países a realizar um levante contra Israel.

    Tecnologia e poder militar não são a única coisa que define uma guerra, temos vários exemplos disso. O ser humano deixou de ser o bem maior para ser peça de xadrez indo para o abate. Como pode os EUA não votar a favor de uma proposta de paz na região pelo simples fato da proposta não constar que as mortes atuais feitas por Israel são legítimas e ele pode matar mais pois isso é certo? Estamos falando de paz e fim das mortes e não de uma autorização para matar mais.

    Uma disputa realizada a mais de mil anos, não tem como dizer se A ou B está certo. Ambos estão errados e ambos cometeram e cometem atrocidades, infelizmente o interesse por dinheiro e poder fala mais alto e os poucos que controlam a situação não tem o menor interesse em buscar a paz. Deveriam realizar um levantamento para saber quanto se gasta e onde o dinheiro vai nesse conflito milenar. E muita morte em nome de Deus… que já deve ter dado as costas e está deixando as pessoas aprenderem que somente o amor, união e coletividade podem resolvem o problema…

  2. Lamentável, sob todos os aspectos, o desvio acontecido em Barueri, tendo sido veiculado que uma organização criminosa aqui do RJ já está de posse daquilo que foi subtraído. Não deixa de ser assaz importante também que os modais de
    transportes (terminais rodoviários, de trens , barcas e metrô) passem por um “pente fino”. Constatei hoje que os trens necessitam de uma apurada vigilância, ostensiva ou não, pois há evidentes sinais de que “coisas estranhas” ocorrem em seus vagões. Ação de inteligência é necessária MESMO e não ações tópicas, espetaculosas que não abalam a capilaridade criminosa…

  3. Não bocós, o PT não é antisemita, o PT é anti democracias ocidentais!

    O PT sempre será a favor de qualquer coisa que seja contra as democracias ocidentais, qualquer coisa, se é certa ou errada, isso é irrelevante.

  4. Nota de Gleisi Hoffmann sequer cita o grupo Hamas

    Sr. Newton

    E nem pode citar o Grupo de Extermínio de Mulheres Grávidas, Idosos, crianças, por motivos óbvios, vai contra a “causa”….

  5. Netanyahu, vem criando assentamentos no território palestino e na guerra dos 6 dias Israel anexou a seu território a Península do Sinai, a Faixa de Gaza, a Cisjordânia, Jerusalém e as colinas de Golan.
    Com essa guerra, Israel aumentou seu território de 53% para 79%.
    Os palestinos além de perder território, cerca de 700mil palestinos foram expulsos de sua casa.

    Quem já não assistiu na televisão, jovens palestinos defendendo-se com pedras contra israelenses armados com fuzil, sabe como Israel trata os palestinos.
    O povo da Cisjordânia são maltratados pelos israelense em especial a Faixa de Gaza que vivem como prisioneiros em céu aberto, só saem da Faixa de Gaza com autorização de Israel e só comem e bebe, se Israel quiser.
    Tudo isso gera animosidade e reação.

    Entretanto sou contra qualquer atitude de terror, embora o Hamas não seja considerado terrorista pela ONU.

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