Idiana Tomazelli
Folha
A declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de que a meta fiscal de 2024 não precisa ser de déficit zero é vista como um comando para que a mudança seja sacramentada no Congresso Nacional, diz o deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), relator do projeto de diretrizes orçamentárias para o ano que vem.
Ele afirma à reportagem que a fala do chefe do Executivo coloca o ministro Fernando Haddad (Fazenda) “num certo constrangimento” à medida que a autoridade máxima do país admite que a meta não é factível. Por outro lado, significa também uma oportunidade que coloca o Orçamento do ano que vem em bases mais reais e factíveis.
CHOQUE DE REALIDADE – “Eu acho que a gente tem aí um choque de realidade. Mas às vezes é melhor do que permanecer em ambiente de insegurança, que pode inclusive trazer falta de credibilidade”, afirma o deputado. “Agora é refazer a conta com o que a gente já tem e fechar a proposta orçamentária. É prudente que o governo faça a reavaliação.”
Para o relator, a declaração de Lula não só abre a porteira para a discussão da revisão da meta, mas serve de comando para que ela ocorra. “Agora, determinou [a mudança da meta]. Apesar de todo o esforço do ministro, o próprio presidente jogou a toalha e admitiu que não é factível. Então, vamos para o que é factível”, diz.
Para ele, é preciso esperar a posição oficial do governo, mas ele lembra que agentes do mercado têm falado em um déficit “em torno de 0,75%” do PIB (Produto Interno Bruto) no ano que vem.
META IRREAL – Danilo Forte já havia defendido a mudança da meta fiscal em entrevista à Folha no início de agosto. Na época, as declarações incomodaram a equipe de Haddad, que pregava a manutenção de um objetivo mais ambicioso para obter apoio do Congresso à aprovação de medidas que ampliam a arrecadação.
Apesar disso, como mostrou a reportagem, a meta de Haddad enfrenta ceticismo dentro do próprio governo. Segundo relatos, a própria ministra Simone Tebet (Planejamento e Orçamento) chegou a defender um alvo mais flexível, com um déficit de 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto).
Na época, Tebet argumentou que havia obstáculos consideráveis para garantir a aprovação de tantas medidas para ampliar a arrecadação. O governo enviou a proposta de Orçamento de 2024 contando com R$ 168,5 bilhões em receitas extras para fechar as contas e cumprir a meta de déficit zero.
NINGUÉM ACREDITA – O próprio mercado não demonstra acreditar no cumprimento da meta de Haddad e projeta um déficit de 0,75% do PIB, segundo o mais recente Boletim Focus, do Banco Central.
Simone Haddad, porém, vem insistindo na manutenção da meta zero para 2024. Para isso, tem como aliado o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para quem é importante o governo persistir no objetivo para demonstrar compromisso com o reequilíbrio fiscal – algo que poderia influenciar inclusive nas decisões de juros da instituição.
Por outro lado, o próprio governo havia pedido para que a (Comissão Mista de Orçamento), no Congresso, deixasse para novembro a votação do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2024, diante de incertezas no cenário fiscal do próximo ano. O prazo legal era votá-la em julho.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Excelente reportagem, enviada por Carlos Vicente. É um jogo de faz-de-conta ou me engana que eu gosto, como dizia Carlos Chagas. O relator está visivelmente “comemorando” o estouro da meta. Cada governante faz o que bem entende e joga o problema para o sucessor resolver. A irresponsabilidade reina, a dívida pública aumenta como bola de neve e os governantes tipo Lula não estão nem aí. Vivem como se estivessem na Ilha da Fantasia. E ainda há quem acredite num farsante como Lula, que quer mudar o que está escrito nos livros de Economia, vejam a que ponto chega a desfaçatez dessa gente… (C.N.)
Loola não é um farsante, ele é autêntico, é aquilo mesmo que mostra ser. Mau caráter de nascença.
Continua valendo!
“Cada povo tem o governo que merece!”
Conde Joseph-Marie de Maistre (Savoia, 1 de Abril de 1753 — 26 de Fevereiro de 1821) escritor, filósofo, diplomata e advogado.
O Povo fez o L e agora?
“….E ainda há quem acredite num farsante como Lula, que quer mudar o que está escrito nos livros de Economia, vejam a que ponto chega a desfaçatez dessa gente… (C.N.)
Mais uma frase do século
Daquelas que tem de ficar exposta em todos os Outdoors por este Páis de Norte ao Sul…..
Foi um jab no fígado à moda Mike Tyson…
Acho que Lula deveria mentir, no tipo me engana que eu gosto. Como tantos outros fazem.
O deficit só será zero se forem cortados gastos e subsídios. Com os remendos que o arcabouço fiscal sofreu, o aumento de arrecadação previsto será muito menor.
Portanto, o que resta? Cortas despesas. Onde?
Gastos sociais, Segurança, Saúde, Educação? Cortar ou congelar salários? Ou gastar nossas reservas, como foi feito recentemente?
Os livros de economia estão defasados para nosso tempo e nem é preciso ser um “expert” para chegar a essa conclusão.
https://www.washingtonpost.com/opinions/its-time-we-tear-up-our-economics-textbooks-and-start-over/2019/06/23/54794ab8-9432-11e9-b570-6416efdc0803_story.html?fbclid=IwAR0uRMxqQlJ6Gq3hEeGWEp9-n1pzL5dEtZu83z2mpZ9ZLQfrlBkmFutxJek
Há outra opinião que diverge dos economistas pró capitalismo financeiro:
https://exame.com/esg/ganhador-do-nobel-faz-critica-mordaz-a-economia/
“As convicções são cárceres. Mais inimigas da verdade do que as próprias mentiras.”
No mundo, quantos países tem superávit (receitas do Estado superando despesas) nos últimos anos? Alguém sabe ou chuta? Mais de 50% dos países ou menos?