Presidente do PSB diverge do PT e chama a Venezuela de “ditadura”

Leia a íntegra da entrevista do presidente Carlos Siqueira ao portal Terra  – PSB 40

Carlos Siqueira diz que a reeleição de Maduro foi fraude

Larissa Rodrigues
CNN Brasil

O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, criticou a condução das eleições na Venezuela e condenou o que chama de “violações dos direitos humanos e democráticos perpetradas pelo regime chavista” de Nicolás Maduro.

A declaração vem na esteira dos protestos que acontecem no país desde segunda-feira (29). Ao menos seis mortes teriam sido registradas durante confrontos com as autoridades policiais venezuelanas.

UMA DITAURA – À CNN, Siqueira definiu o processo eleitoral da Venezuela como uma ditadura. “É mesmo uma ditadura e o retrato mais cruel está estampado nos semáforos de várias cidades latino-americanas e brasileiras, ou seja, centenas de venezuelanos pedindo esmolas nos sinais de trânsito. Além disso, (Maduro) persegue adversários políticos”, disse.

Ainda de acordo com o político, “seria impossível imaginar um regime autoritário realizar eleições livres, transparentes e democráticas”.

As críticas do partido do vice-presidente Geraldo Alckmin diferem da nota divulgada nesta segunda pelo Partido dos Trabalhadores, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

PT APOIA MADURO – O PT reconheceu a vitória do presidente da Venezuela e disse ainda saudar o povo venezuelano pelo processo eleitoral, considerada uma “jornada importante, democrática e sóbria”.

Desde as eleições de domingo (28), um grande número de países afirma haver incerteza sobre o resultado que mostra Nicolás Maduro reeleito.

A oposição venezuelana alega que houve fraude e garante que poderá provar ter vencido a eleição, se houver uma investigação internacional.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
A eleição só foi aprovada por países de esquerda, como Rússia, China, Nicarágua e Cuba, e alguns poucos países latino-americanos, entre eles, alguns que dependem da importação de petróleo venezuelano. O mais curioso foi o PT ter se apressado em apoiar Maduro. No entanto, o recém-convertido petista Randolfe Rodrigues, senador pelo Amapá, abriu dissidência e já deu declarações contrárias à posição do PT, denunciando abertamente a farsa. (C.N.)

A presença de Deus, nos encontros e desencontros entre Spinoza e Leibniz

El hereje y el cortesano: Spinoza, Leibniz y el destino de Dios en el mundo moderno

Deus seria a natureza ou um ente necessário ao bem viver?

Hélio Schwartsman
Folha

“The Courtier and the Heretic” (o cortesão e o herege), de Matthew Stewart, não é exatamente um livro novo (saiu em 2007), mas, como gostei bastante de um título mais recente do autor (“An Emancipation of the Mind”, que já comentei aqui), resolvi experimentar. Não me arrependi. “The Courtier…” é até melhor do que “An Emancipation…”.

Em “The Courtier…”, Stewart conta a história do encontro e dos subsequentes desencontros entre dois dos mais notáveis filósofos do século 17, Spinoza e Leibniz, que não poderiam ser mais diferentes, nem mais semelhantes.

MODERNIDADE – Spinoza é o grande nome da modernidade. Percebeu que o avanço das ciências criaria problemas para o Deus pessoal dos religiosos e aceitou as consequências. Sua filosofia equipara Deus à natureza, tirando-lhe qualquer espaço de atuação, e nega a existência de milagres e de uma vida após a morte no modelo das religiões.

Não é surpresa que tenha sido excomungado pela comunidade judaica de Amsterdã e vilipendiado por todos os teólogos da Europa. “Judeu ateu” é a expressão menos insultuosa dirigida a ele.

Leibniz leu e entendeu Spinoza, mas se recusava a abandonar o Deus pessoal. Não por ser um carola inveterado (ele não ia à igreja), mas por achar que as pessoas precisam de religião para viver em paz.

MELHOR DOS MUNDOS – Na tentativa de resgatar esse Deus, criou um sistema engenhoso mas abstruso, com suas mônadas e mundos possíveis (vivemos no melhor deles), que virou motivo de chacota de Voltaire e Jonathan Swift. Pior, Stewart mostra que, no fundo, Leibniz continuou sendo um spinozista, mas “no armário”.

Tão interessante quanto a investigação filosófica que Stewart nos apresenta são suas observações sobre a psicologia dos dois filósofos, notadamente a de Leibniz, uma figura muito mais difícil de destrinchar do que Spinoza.

O alemão, afinal, é um daqueles raros personagens que pode ser pintado como gênio, vilão e pessoa bem-intencionada.

Relatório da OEA não aceita a vitória de Maduro e deixa Lula de saia justa

Charges, corrupção e política | Acervo

Charge do Chico Caruso

Deu no MSN

Nesta terça-feira (30), a Organização dos Estados Americanos (OEA) divulgou um relatório que aponta irregularidades nas eleições da Venezuela e não reconhece o resultado do pleito, que deu vitória ao presidente Nicolás Maduro.

O relatório, elaborado pelo Departamento de Cooperação e Observação Eleitoral (Deco) da Secretaria do Fortalecimento da Democracia (SFD) da OEA, afirma que “não há suporte documental público que comprove os dados divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE)”.

SEM TRANSPARÊNCIA – Além disso, o relatório menciona que existem informações contraditórias que desqualificam os resultados oficiais.

A OEA criticou a falta de transparência no processo eleitoral, destacando que a vitória de Maduro foi anunciada sem detalhes sobre as tabelas processadas e sem a publicação das atas, fornecendo apenas porcentagens agregadas de votação.

A organização convocou uma reunião extraordinária, atendendo ao pedido dos governos de Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai, para revisar completamente os resultados.

MAIS PROTESTOS – A administração de Maduro é acusada de fraude, e os opositores alegam que o verdadeiro vencedor é o candidato Edmundo González.

Desde o anúncio dos resultados, o país tem enfrentado protestos, especialmente em Caracas, e a pressão internacional aumenta com a não aceitação dos resultados.

Menos de 24 horas após a vitória de Maduro, a Venezuela está se isolando e já exigiu a retirada imediata de diplomatas e funcionários consulares de Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
A direção do PT, Lula e Celso Amorim perderam uma excelente oportunidade de ficar calados e evitar mais um vexame internacional.

Era só enganação, Lula nunca esteve disposto a contestar vitória de Maduro

Celso Amorim será assessor especial de Lula e acompanhará presidente em agendas internacionais

Lula mandou Amorim para limpar a barra e apoiar Maduro

Merval Pereira
O Globo

Ao se antecipar com a nota de apoio à eleição de Maduro, o PT mostrava que daqui a pouco o governo faria o mesmo. Impossível imaginar que Lula fosse contra PT e Maduro ao mesmo tempo. Se fizesse isso, seria sinal de que mudou completamente, é outra pessoa.

Acredito que o governo estava e está com dificuldade de afirmar que a eleição foi legal, mas ia acabar fazendo isso, como aconteceu na entrevista de Lula nesta terça-feira, até porque ele nunca esteve disposto a negar a vitória do Maduro.

APOIO À FRAUDE – Eu ficaria gratamente surpreso se Lula tivesse uma atitude diferente de dizer que a eleição foi correta e limpa. Sempre duvidei que ele dissesse que Maduro ganhou com fraude.

Além disso, o PT jamais soltaria a nota sem consultar Lula. O partido não tem cacife para confrontar Lula e deixar governo dele em situação delicada.

O mundo todo está se pronunciando contra a eleição e será ridículo se o Brasil não se pronunciar – nem contra, nem a favor – e só achar que a vida continua!

ERRO ESTRATÉGICO – Desde o início achei um erro estratégico de Lula, do ponto de vista do governo, mandar Celso Amorim a Caracas. Porque, ao mandá-lo, ficou praticamente certo que terá que apoiar, a não ser que fosse romper com a Venezuela, algo que nunca esteve em cogitação.

Mas do jeito que as coisas vão, Celso Amorim foi lá para apoiar. Ninguém manda um assessor especial como ele a um país amigo para romper relações.

Por tudo isso, era quase nula a chance de Lula falar alguma coisa diferente do que o PT disse. Mas será que havia quem acreditasse?

Piada do Ano! Lula garante que não houve nada de errado na eleição de Maduro

Após derrotas, Lula chama reunião da articulação política

Quem não gostou, que entre na Justiça, afirmou Lula

Caio Spechoto e Sofia Aguiar
(Broadcast)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que não tem nada de grave ou anormal com as eleições na Venezuela e condicionou a entrega das atas ao reconhecimento do resultado que deu vitória ao ditador Nicolás Maduro sob suspeitas de fraude eleitoral. Ele falou pela primeira vez sobre a crise em Caracas nesta terça-feira, 30, em entrevista à TV Centro América.

“Como vai resolver essa briga? Apresenta a ata. Se a ata tiver dúvida entre oposição e situação, a oposição entra com recurso e vai esperar na Justiça andar o processo. E aí vai ter uma decisão, que a gente tem que acatar. Estou convencido de que é um processo normal, tranquilo”, disse o presidente.

CRÍTICA À IMPRENSA – Lula não leva em consideração que a ditadura chavista controla os órgãos eleitorais do país e também a Justiça e a Suprema Corte, com juízes apontados pelo regime e com decisões que nunca contrariam o chavismo.

“Não tem nada de grave, nada assustador. Eu vejo a imprensa brasileira tratando como se fosse a terceira guerra mundial. Não tem nada de anormal. Teve uma eleição. Teve uma pessoa que disse que teve 51%. Teve uma pessoa que diz que teve quarenta e pouco por cento. Um concorda, outro não. Entra na Justiça, a Justiça faz”, disse.

“O que precisa é que as pessoas que não concordam tenham o direito de se expressar, tenham o direito de provar que não concordam. E o governo tenha direito de provar que está certo”, afirmou Lula em meio à crise na Venezuela, que teve o segundo dia de protestos contra o resultado das eleições, com 11 mortos e mais de 700 presos.

OBRIGAÇÃO DE RECONHECER – O presidente disse ainda que todos têm a obrigação de reconhecer o resultado das eleições quando as atas forem apresentadas. Ele criticou o que chamou de ingerência externa em outros países e os bloqueios econômicos.

“Acho que a Venezuela tem o direito de construir seu modelo de crescimento, de desenvolvimento, sem que haja bloqueio. O bloqueio que mata Cuba há 70 anos, bloqueio que penaliza o Irã, bloqueio que penaliza a Venezuela. Para com isso. Cada um constrói seu processo democrático, cada um tem seu processo eleitoral”, afirmou o presidente da República.

Lula também falou sobre a nota em que seu partido, o PT, reconhece Maduro como vitorioso na eleição venezuelana. “A nota do Partido dos Trabalhadores reconhece o povo venezuelano, é um elogio ao povo venezuelano pelas eleições pacíficas que houve. E ao mesmo tempo reconhece que o colégio eleitoral, o tribunal eleitoral já reconheceu o Maduro como vitorioso. Mas a oposição ainda não. Então tem um processo”, afirmou o chefe do governo brasileiro.

COM BIDEN – A crise na Venezuela também foi tema de uma conversa por telefone entre os presidentes Lula e Joe Biden, dos Estados Unidos. Segundo apurou a Coluna do Estadão, a ligação foi um pedido da Casa Branca, que tem o Brasil como seu principal interlocutor na América do Sul.

O governo americano tem expressado preocupação com a crise que se seguiu às eleições na Venezuela e condenou a repressão aos protestos da oposição nesta terça-feira. “Qualquer repressão política ou violência contra manifestantes ou opositores é obviamente inaceitável”, disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre. “Os Estados Unidos apoiam as aspirações democráticas do povo venezuelano e o seu direito de expressar livremente suas opiniões”, acrescentou.

Os protestos foram convocados pela oposição, que afirma ter provas da fraude eleitoral enquanto o Conselho Nacional Eleitoral, controlado pelo chavismo, atribui a demora na divulgação das atas a um suposto ataque hacker.

DIVULGAÇÃO DAS ATAS – Assim como Lula, o assessor especial do Planalto para assuntos internacionais, Celso Amorim, também cobrou a Venezuela pela divulgação das atas, os documentos que são extraídos das urnas e comprovariam o resultado das eleições. Enviado a Caracas para ser os “olhos de Lula” nas eleições da Venezuela, o ex-chanceler se reuniu ontem com o candidato da oposição Edmundo González e com Nicolás Maduro.

Na conversa que durou cerca de uma hora, o ditador prometeu que as atas seriam divulgadas nos próximos dias. Ele repetiu a tese de ataque hacker e disse que estaria sendo vítima de um golpe patrocinado pelos Estados Unidos.

Do outro lado, a líder opositora María Corina Machado afirma que seus fiscais tiveram acesso a cópias de 73% das atas, que projetavam a vitória do seu candidato Edmundo González Urritia. A suspeita de fraude foi reforçada nesta terça-feira pela Organização dos Estados Americanos (OEA), que denunciou uma “manipulação aberrante” nas eleições venezuelanas.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Sem perceber, Lula entrou na contramão e acaba de jogar no lixo o tão sonhado Prêmio Nobel da Paz. E o pior é que a Academia ainda não criou o Nobel da Ignorância, que Lula agora levaria fácil, fácil. (C.N.)

É preciso lembrar o fim do Império Romano, para não repetir seus erros

Culpar socialistas pela queda do Império Romano é anacronismo grosseiro -  Combate Racismo Ambiental

“Os Romanos da Decadência” (1874), de Thomas Couture

JOSÉ LUIZ ALQUÉRES
Diário de Petrópolis

A república romana durou cerca de 5 séculos, sendo, portanto, no gênero a mais duradoura dessas formas de governo com exceção de Veneza, que durou o dobro, mas, por suas pequenas dimensões e característica insular, não pode ser considerada um exemplo replicável em outras partes do mundo. Quando os fundadores da república americana elegeram esta mesma forma de governo, admitiam em conversas entre si que dificilmente uma república sobreviveria por mais de 150 anos.

Estavam enganados. A república americana já existe há 237 anos e, embora esteja passando por mais uma disputada campanha presidencial, continua dando mostras de grande vitalidade.

SENADO ROMANO – Na república romana a instituição mais forte do ponto de vista político era o Senado, que, no final, possuía cerca de 600 senadores. Dentre eles, dois grupos se destacavam: O primeiro deles eram os Optimates, defensores das tradições e da aristocracia, que tinham sido as forças presentes na fundação da república romana, então inspirada nos modelos das democracias gregas.

Contrariamente a este modelo, calcado na força da aristocracia, o Senado romano evoluiu ao longo do tempo abrindo-se à participação popular. Ele passou a incorporar pessoas de origem comum que houvessem se destacado em cargos públicos, em geral ligados à magistratura, ao exército ou à coleta de impostos.

Com isso, a república ganhou uma sobrevida, embora nos últimos cem anos seu funcionamento estivesse altamente desvirtuado.

DEMAGOGIA TOTAL – Exacerbaram-se as lutas entre os Optimates e o grupo dos Populares. Disputavam o voto dos romanos por meio de medidas descaradamente demagógicas, como distribuição de alimentos, de dinheiro, organização de grandes eventos com entrada franca, distribuição gratuita de trigo e grãos e outras.

Entre estes dois grupos muito ativos havia uma maioria de senadores de origem diversificada que funcionavam, mutatis mutandi, como o nosso conhecido centrão.

Neste panorama, os romanos não consideravam o voto dos senadores como algo intrinsicamente ligado à isenção de vantagens ou interesses pessoais.

VOTOS À VENDA – Diz-se que Júlio Cesar comentando o funcionamento do Senado romano afirmou que a honra do senado não se compra, mas os votos dos senadores sim.

Esse modo de funcionar levou a um grande desvirtuamento da instituição e a palavra democracia foi caindo em desuso, em benefício da palavra de liberdade com conotação de supremacia militar sobre todas as nações.

Ou seja, mesmo que em sua organização interna o regime fosse adotando comportamentos crescentemente autoritários e ditatoriais, isso era feito em nome da defesa da liberdade e do estilo de vida dos romanos frente à ataques externos ou temor de inimigos potenciais.

REPÚBLICA MINADA – Como o estado subsidiava a comida e o divertimento, o panis et circenses, o poder dos governadores das províncias mais ricas do império, como o Egito, Ásia, Gália e Espanha, era enorme, pois de lá se originavam os tributos e os alimentos enviados para Roma.

O segmento popular, fora esse sustento básico, era cooptado, em geral, através da distribuição de terras nessas províncias, uma vez que as da Itália, distribuídas nos 3 primeiros séculos da república, haviam se concentrado na mão de aristocratas detentores de latifúndios já que a comida era distribuída de graça vinda do Egito, Sicília ou Mar Negro, e a mão de obra era ocupada pelo exército em permanente convocação. O serviço militar era obrigatório por 30 anos.

Dentre os fatores que minaram a vitalidade da república, podemos listar: a exacerbação da luta pelo poder, a vulnerabilidade do Senado e do povo à corrupção, a troca de participação cidadã pela dependência de benesses do poder.

LIÇÕES DA HISTÓRIA – Vemos, então, que há muita coisa em comum para se aprender quando se estuda História. Programas de governo como Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida e afins são frágeis e devem ser estruturados com muito cuidado para não se tornarem instrumentos de práticas não republicanas.

O estudo da História, porém, não deve ser matéria apenas para salas de aula ou conversas diletantes e sim embasar a sociedade atual no Brasil, nos EUA e no mundo inteiro para que não se caia de novo na armadilha dos regimes desumanos e autoritários, caracterizados por utilizar uma retórica falaciosa para privar o povo das suas conquistas democráticas.

(Artigo enviado por Mário Assis Causanilhas)

Vibrando com “vitória” de Maduro, PT elogia “jornada democrática” no ditador

Charge do Nani (nanihumor.com)

Julliana Lopes
Da CNN

A Executiva Nacional do PT divulgou comunicado em que trata Nicolás Maduro como presidente “reeleito” e cumprimenta o povo venezuelano pela “jornada democrática” concretizada na aleição.

“O PT saúda o povo venezuelano pelo processo eleitoral ocorrido no domingo, dia 28 de julho de 2024, em uma jornada pacífica, democrática e soberana. Temos a certeza de que o Conselho Nacional Eleitoral, que apontou a vitória do presidente Nicolas Maduro, dará tratamento respeitoso para todos os recursos que receba, nos prazos e nos termos previstos na Constituição da República Bolivariana da Venezuela”, disse a Executiva Nacional do partido, em comunicado.

INGERÊNCIA EXTERNA – Em seguida, a manifestação do PT enfatiza a necessidade de diálogo de Maduro com opositores, mas critica “ingerência externa” no processo.

“Importante que o presidente Nicolas Maduro, agora reeleito, continue o diálogo com a oposição, no sentido de superar os graves problemas da Venezuela, em grande medida causados por sanções ilegais”, afirmou a legenda.

“O PT seguirá vigilante para contribuir, na medida de suas forças, para que os problemas da América Latina e Caribe sejam tratados pelos povos da nossa região, sem nenhum tipo de violência e ingerência externa”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
A desfaçatez dessa gente é uma arte, diria o genial Ataulfo Alves. (C.N.)

Datena mal entrou na disputa e já está empatado com Nunes e Boulos  

Nunes, Datena e Boulos estão em empate técnico na disputa em São Paulo, diz pesquisa Genial/Quaest | Política | Valor Econômico

Está se anunciando uma eleição duríssima, sem o PT

Matheus Tupina
Folha

O prefeito Ricardo Nunes (MDB), o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) e o apresentador José Luiz Datena (PSDB) aparecem empatados tecnicamente na disputa pela Prefeitura de São Paulo em nova pesquisa Quaest divulgada nesta terça-feira (30).

Em cenário com todos os pré-candidatos, Nunes tem 20% das intenções de voto, enquanto Boulos e Datena aparecem com 19% cada um. Pablo Marçal (PRTB) vem em seguida, com 12%. São 8% os indecisos, e 9% os que dizem votar em branco ou nulo.

NUNES À FRENTE – O atual prefeito, que busca a reeleição, aparece à frente de seus adversários em todos os cenários de segundo turno pesquisados: contra Boulos, Marçal e Tabata Amaral (PSB).

Ainda no cenário com todos os pré-candidatos, o terceiro pelotão tem Tabata com 5%, além de Kim Kataguiri (União Brasil) e Marina Helena (Novo), ambos com 3%. Altino (PSTU) e Ricardo Senese (UP) marcaram 1% cada. Fernando Fantauzzi (DC) e João Pimenta (PCO) não pontuaram.

A empresa de pesquisa e consultoria entrevistou presencialmente 1.002 eleitores da capital paulista com 16 anos ou mais de quinta-feira (25) até o domingo (28).

ESTABILIDADE – Os números da pesquisa mostram estabilidade em relação aos do levantamento realizado em junho. Em comparação com o mês passado, Nunes e Boulos oscilaram negativamente dois pontos cada, enquanto Datena e Marçal oscilaram positivamente dois pontos —dentro da margem de erro.

Em outra simulação, sem Datena, o emedebista vai a 24% e o deputado do PSOL chega a 22%. Marçal obtém 15% e Tabata, 8%. Quando Kim também é retirado das opções, Nunes vai a 26%, e Boulos marca 23%.

A simulação ocorre pela possibilidade de saída desses dois pré-candidatos —Datena já desistiu de concorrer a cargos públicos quatro vezes e às vésperas de seu registro de candidatura, e o União Brasil deve encerrar a empreitada de Kim para apoiar o atual prefeito.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Fica parecendo que Datena só se candidata para mostrar sua força e conseguir aumento de seu salário portentoso na TV aberta. Mais um pouco, ele se aborrece, desiste e volta para o seu jornalismo escandaloso e de terceira categoria. (C.N.)

Na pesquisa que confere popularidade, Michelle arrasa Janja e perde para Lula

Michelle Bolsonaro critica Janja e diz que está vendendo batom

Michelle Bolsonaro já abriu mais de 10 pontos de frente

Bela Megale
O Globo

O PL contratou uma nova pesquisa para testar a popularidade de Michelle Bolsonaro em comparação com a primeira-dama Janja da Silva. Os dados mostram que, na pesquisa estimulada, 43,6% dos entrevistados afirmaram simpatizar mais com Michelle, enquanto 33,3% relataram gostar mais de Janja. Entre os entrevistados, 4,7% não souberam opinar. Outros 18,3% afirmam não simpatizar mais com nenhuma.

O levantamento foi feito pela Paraná Pesquisas, entre 18 e 22 de julho em todo Brasil, por meio de entrevistas pessoais. Os números são similares aos da pesquisa feita em maio.

JANJA NO NORDESTE – No levantamento divulgado nesta segunda-feira, a única região em que Janja aparece à frente de Michelle é o Nordeste. A esposa de Lula foi a preferida de 41,3% dos entrevistados. Michelle apareceu com 36%.

Nas demais regiões, Michelle é apontada como a que os entrevistados mais gostam, com preferência de 47,7% dos entrevistados no Norte e Centro-Oeste, enquanto Janja foi citada por 28,9%.

Já no Sudeste, Michelle é a preferida por 42,1%, contra 33,1% de Janja. No Sul, a ex-primeira-dama detém a simpatia de 58,1% dos ouvidos e Janja, 23,4%.

CONTRA LULA – As pesquisas, no entanto, trouxeram más notícias para Michelle. Ao testar o nome da ex-primeira-dama como possível opositora de Lula nas eleições presidenciais, o resultado mostrou que ela teve uma perda de cerca de três pontos percentuais entre o eleitorado.

Em maio, o levantamento da Paraná Pesquisas revelou que a ex-primeira-dama teve 33% das intenções de voto contra 36,6% de Lula.

Na pesquisa divulgada nesta semana, a ex-primeira-dama caiu e o presidente subiu, pois 30,3% dos entrevistados afirmaram que votariam em Michelle e 38,7% relataram que votariam em Lula.

Kamala virou pop nas redes, com direito a memes afetuosos em torno de suas gafes

A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris

Os jovens adoram o jeito descontraído de Kamala Harris

Dorrit Harazim
O Globo

Faltam pouco mais de cem dias até a linha de chegada à Casa Branca. Para o candidato republicano Donald Trump, uma eternidade indigesta. Até a noite de domingo passado, com um ouro em sobrevivência sapecado na orelha e seu único adversário exigindo cuidados especiais, ele ainda podia dar-se à ilusão de favorito nas eleições de novembro próximo. Não mais.

A saída por W.O. do presidente Joe Biden e a entrada na competição de Kamala Harris mudaram radicalmente a dinâmica da disputa. De primeira mulher vice-presidente dos Estados Unidos, a multirracial Kamala (pai jamaicano, mãe indiana) empunhou o bastão democrata com vigor faiscante. Os caciques e doadores do partido, aliviados com essa solução de ultimíssima hora, abriram-lhe os cofres e correram para o abraço.

NA RETA FINAL – Falta-lhe apenas ter a candidatura sacramentada na Convenção Democrata que começa no próximo 19 de agosto. A partir daí, restarão a Kamala 75 dias para convencer o eleitorado americano da oportunidade que tem em mãos: votar no futuro e fazer História elegendo-a 47ª presidente dos Estados Unidos.

Quando Joe Biden, em seu discurso de despedida da competição, rendeu-se à realidade de que chegara “a hora e o momento para novas vozes, vozes mais jovens — e essa hora e momento são agora”, não se referia à garotada que lacra e cria memes em redes sociais. Pois foi ali que Kamala fez sua primeira, e totalmente inesperada, conquista.

Num movimento orgânico e espontâneo, de baixo para cima, “Kamala” virou pop nas redes, com direito a memes afetuosos e bem-humorados em torno de suas gafes, gargalhadas fora de hora, dancinhas inesperadas e frases sem nexo quando fora de contexto como “adoro os diagramas de Venn” ou “você acha que simplesmente caiu de um coqueiro?”.

HUMOR E RISO – Foi como um abrir da comporta do humor e do bom humor, do riso — três elementos que desestabilizam e afrontam a pátria trumpista. Uma única compilação desses clipes recebeu 14 milhões de visualizações no X. Uma postagem de três palavras — “Kamala IS brat” —, feita pela sensação musical britânica Charli XCX, pegou a mídia tradicional, políticos e analistas de calças curtas.

A grande maioria não sabia o que é ser brat (*), muito menos quem era Charli, cuja postagem já ultrapassou 50 milhões de visualizações. A candidata democrata soube aproveitar a onda e colocou a música “Femininomenon” em sua conta no TikTok.

A jocosidade de Kamala, cujas risadas sem freio geravam incômodo em muitos democratas, passou a ser vista com alívio e sinal de vitalidade, escreveu o New York Times. O contraste com a figura quebradiça, fragilizada e hesitante de Biden não poderia ser maior.

IGUAL A OBAMA – Quisera Trump conseguir gerar tanta aceitação espontânea por parte da geração Z. Nascidos no final dos anos 1990, início do milênio, eles representam a faixa etária eleitoral difícil de ser energizada por qualquer um dos dois grandes partidos americanos. A última vez em que isso aconteceu foi em 2008, quando o voto jovem se mobilizou de forma decisiva a favor de Barack Obama.

Contudo, naquela era pré -TikTok e de Facebook ainda incipiente, a mobilização pró-Obama foi física, de corpo a corpo. Nada indica que o atual frenesi on-line em torno de Kamala não seja apenas isso: um frenesi on-line. Tiktokeiros não são, necessariamente, eleitores.

Quisera Trump, sobretudo, não ter de enfrentar Kamala em debates eleitorais. Acabou sua vida mansa de poder olhar com quase piedade para um Biden alquebrado.

MUITA EXPERIÊNCIA – Eleita promotora em San Francisco, procuradora federal da Califórnia e senadora (todos cargos eletivos nos Estados Unidos), ela foi acumulando experiência em debates, aprendeu a ser cortante quando preciso e a desmontar contradições. Além do mais, e sobretudo, é mulher, negra, 19 anos mais jovem e com muito mais cabelo que Trump. Tudo o que ele preferiria não ter de enfrentar num debate.

Caso ocorra mesmo o confronto agendado para 10 de setembro, Trump procurará explorar o fracasso consumado de Kamala na única tarefa de relevância que lhe fora dada por Biden na Vice-Presidência: mergulhar nas raízes e apresentar solução para o maior problema de política interna da nação, a imigração descontrolada na fronteira com o México.

Talvez também tente ressuscitar a criticada atuação de Kamala no âmbito penal da Califórnia, quando ela se alinhou à política da época, o encarceramento em massa, por pequenos delitos, de jovens em geral pobres, pretos e latinos.

QUESTÃO DO ABORTO – Estará pisando em terreno minado, contudo, se buscar confronto em torno de uma das bandeiras progressistas mais caras a Kamala: a questão das liberdades reprodutivas para a mulher. Nessa seara, muitas eleitoras e eleitores ainda indecisos se alinham à bandeira democrata.

Em resumo, a eleição nos Estados Unidos está começando só agora. Melhor que isso, só mesmo a cerimônia de abertura da Olimpíada de Paris. Um alumbramento de fazer esperançar — e rever sempre que duvidarmos da capacidade humana de criar.

(*) Charli descreve o termo da moda brat como “alguém com um maço de cigarro, um isqueiro Bic e um top surrado branco sem sutiã por baixo”, ou “alguém meio bagunça que gosta de festa e fala bobagem de vez em quando, mas é muito honesto e franco”

Brasil está impotente perante a fraude de Maduro, mas pode aprender a lição

Maduro proclamado presidente reeleito da Venezuela nesta segunda-feira (29). — Foto: Leonardo Fernandez Viloria/Reuters

Na maior velocidade, Maduro logo foi proclamado reeleito

Joel Pinheiro da Fonseca
Folha

A esperança é mesmo um veneno. Poucas horas depois de Nicolás Maduro se declarar vencedor de uma eleição roubada do início ao fim, sem nem se dar ao trabalho de publicar as atas eleitorais, já me pego torcendo para que os protestos contra seu regime que pipocam por todo o país cresçam e finalmente o destronem.

Levantes populares massivos podem forçar a renúncia do ditador? Podem. Mas, como ele tem o apoio das Forças Armadas, conta com milícias armadas paramilitares e já mostrou no passado que não tem o menor problema em matar centenas de manifestantes, não parece um desfecho provável. É apenas a esperança completamente irracional que insiste em manter viva sua pequena chama.

ACORDO NO LIXO – O Brasil bem que tentou ajudar na transição para a democracia. Fomos testemunha do Acordo de Barbados, em que Maduro e opositores se comprometeram a ter eleições presidenciais limpas, transparentes e justas em 2024. Esse acordo foi rasgado e jogado no lixo pelo ditador. De nossa parte, a participação cobra um preço: o governo brasileiro tem o dever de se pronunciar.

A urna venezuelana, assim como a nossa, imprime boletins de urna. Esses estão sendo sonegados pelo governo. Quanto mais tempo passa, maior a chance de surgirem boletins falsificados. Além dos boletins, as urnas venezuelanas também imprimem votos. Sua recontagem pública deve ser exigida pela oposição. Cabe ao Brasil se juntar a esse coro.

Nossa diplomacia pode e deve ser cautelosa e cobrar as atas eleitorais e demais provas antes de emitir seu veredito. Mas quando elas finalmente chegarem —ou, o que é mais provável, quando ficar claro que elas não chegarão—, será preciso fazer uma escolha: respaldar a farsa que vimos se desenrolar na Venezuela ou apontá-la com clareza.

POSSÍVEL CAMINHO – O que não significa que o Acordo de Barbados tenha sido um erro. Era um possível caminho para a redemocratização. No passado, tentamos a estratégia oposta: o endurecimento e corte nas relações. O governo Bolsonaro chegou a reconhecer Juan Guaidó como presidente legítimo. Lá atrás, não havia como saber se daria certo. Foi um fracasso. Assim como foi um fracasso a tentativa de influenciar o regime por meio da diplomacia amigável.

Neste momento, mesmo os governos de esquerda não ditatoriais da América cobram transparência da Venezuela: Brasil, México, Chile; todos na mesma toada. Realisticamente, não deve importar muito. Maduro já se prontificou e expulsou os diplomatas de sete países que teceram críticas ao pleito.

A moral da história é que temos muito pouca influência sobre a política de nosso vizinho. Não resta muito a fazer. Sanções já se revelaram um erro.

PUNIÇÕES INÚTEIS – As sanções econômicas impostas pelos EUA aprofundaram a crise social e em nada enfraqueceram o regime. Pelo contrário, seu controle sobre a sociedade se fortaleceu. A sanção cai como uma luva no discurso populista, segundo o qual todos que se opõem ao governo são traidores da nação; e passam a ser lacaios dos inimigos externos.

É do nosso interesse manter comunicação aberta com o regime Maduro tendo em vista diversos objetivos: compra de energia, recebimento de dívidas antigas, questões da fronteira etc. Fora disso, qualquer ambição de ajudar na mudança de um regime que já prendeu centenas, matou milhares e presidiu sobre uma brutal catástrofe humanitária só nos desmoraliza. No momento, podemos apenas torcer pelos manifestantes —sabendo perfeitamente que Maduro não estava brincando quando falou em “banho de sangue”.

Mantenho viva a tola esperança de que a democracia ainda pode triunfar, bem como a convicção de que todos os que apoiam esse regime ou buscam emular seus atos deveriam ser banidos da vida pública brasileira.

Queria ver esses “olímpicos” gozarem o islã como gozaram o cristianismo

Vídeo oficial da abertura dos Jogos de Paris é excluído em meio a polêmica  sobre representação da Santa Ceia | Brasil 247

Vídeo oficial da abertura ridicularizou a cena da Santa Ceia

Luiz Felipe Pondé
Folha

Façamos um exercício de imaginação ativa hoje. Se você não tiver estômago, como é comum no ambiente cultural, pare e não leia o que vem a seguir. Imagine que ao longo dos dias das Olimpíadas em Paris, o criador da cerimônia de abertura e todos os participantes da “cena revolucionária” da Santa Ceia fossem fuzilados por brigadas cristãs furiosas que gritassem “Jesus é grande!”.

Como acha que o mundo da cultura local e internacional —ocidental, claro— reagiria?

SANTA CEIA DEBOCHADA – “Inteligentinhos” em geral —que gozaram com o deboche da Santa Ceia achando-o um marco revolucionário— teriam surtos epileptiformes. “Que horror! Quanta violência!”

“Deus do céu!” —a exclamação cai bem no tema em questão. Como é fácil dar xeque mate na esquerda “woke”, basta você ter dois neurônios e um pouco de colhão, porque eles não têm nenhum desses substantivos em questão.

Queria ver essa cambada de frouxo gozar com o islã como gozaram com o cristianismo —a população islâmica francesa é significativa, aliás.

MORTE NO HEBDÔ – Lembrando bem, em janeiro de 2015, mataram os caras da Charlie Hebdô em Paris porque zoaram com o profeta Maomé, e houve “inteligentinho” humorista por aí que quase disse que os cartunistas eram culpados por terem sido assassinados porque tiraram sarro de uma população oprimida.

Pessoalmente, “adoro” essa lógica oprimido-opressor no que tange ao mundo do pensamento público. Nunca inventaram mau-caratismo maior desde as mentiras nazistas sobre os judeus ou o “sucesso socialista” de Stálin.

Mas voltemos ao nosso exercício imaginativo. Vejo as manchetes horrorizadas: “Fascistas franceses mostram a sua cara!”. Em se tratando da França: “Merecem a guilhotina!”.

ÓDIO DA ULTRADIREITA – Articulistas se perguntariam: “Por que tamanho horror? De onde vem esse ódio da ultradireita?”. Lula e companhia suspeitariam de que a família Bolsonaro estava por trás disso. Ou um braço do povo de 8 de janeiro de 2023. Pediriam a extradição para o Brasil dos criminosos? Boatos dizem que em meio a eles existiam evangélicos com dupla nacionalidade, uma delas, sendo brasileira, logo, objetos do STF.

“Reacionários odeiam a arte!” Faculdades de humanas fariam horas de silêncio em homenagem às vítimas, que, de fato, seriam vítimas, como os cartunistas da Charlie Hebdô.

Queimariam igrejas? Duvido, “são da paz”. Mais provável que fariam uma grande manifestação na Bastilha —com participação do tarado do Mélenchon—, e na Paulista —com participação da classe artística nacional—, todos com flores vermelhas nas mãos pedindo o controle radical das redes que levaram à organização dos grupos cristãos antidemocráticos e à multiplicação dos discursos de ódio que geraram tamanho ato de terror.

VIVA O HAMAS – Bandeiras do Hamas seriam usadas como símbolos pela paz universal e democracia. Jornalistas, intelectuais e cantores afirmariam com absoluta certeza que houve um dedo da Le Pen e do Bardella nos ataques terroristas. Torcedores da Kamala Harris acusariam Trump de ter financiado os atos.

O primeiro ministro de Israel “Bibi” Netanyahu seria identificado como a mente malvada por trás dos atos —afinal, o judaísmo é o “pai” do cristianismo, e Jesus era judeu, logo, sionista.

Manifestos de arte-ativistas nas redes pediriam o fim do direito à liberdade religiosa no que tange a grupos cristãos “fundamentalistas”, em nome da defesa da democracia. E grupos de WhatsApp no Brasil fariam memes chorosos de como o mundo desandou nos últimos anos. “De onde vem tanto ódio?” “Por que não podemos viver como os hippies propuseram? Paz e amor”, sendo vagabundos sem trabalhar.

RINDO DO OCIDENTE? – E os fascistas da ultradireita? Onde estariam esses miseráveis que empesteiam o mundo? Meloni, Orbán, Putin apontariam os dedos rindo do “Ocidente”?

Basta de imaginação ativa. Por que a esquerda “woke” acha que pode cuspir em um ícone sagrado do cristianismo —que não é a minha fé, já que não tenho nenhuma—, a Santa Ceia?

Essa é fácil de responder. Porque há décadas a inteligência pública é composta na sua quase totalidade por delinquentes adolescentes com capacidade cognitiva e política duvidosa.

Deus e o diabo na terra do Estado laico, onde somente o voto salva 

Quadrinho 1 - Armandinho pergunta ao pai:- Pai, né que o estado deve ser lacaio?
Quadrinho 2 - pai responde:
- Não, filho, o estado deve ser laico. 
Armandinho afirma:
- Isso! Isso!
Quadrinho 3 - pai fala:
- Pior é que não é só você que confunde...
Armandinho fala para o seu sapo de estimação:
- Laico! Laico!

Tirinha do Armandinho * Autor – Alexandre Beck

Eduardo Affonso
O Globo

Deus pode até estar em todos os lugares, mas em nenhum é tão onipresente como na política. Bolsonaro o tinha como cabo eleitoral, encabeçando uma versão revista e recauchutada da Santíssima Trindade: “Deus, pátria e família” — sendo a pátria a crucificada, e a família seu próprio clã. Ainda que o Brasil estivesse acima de tudo, Deus estava acima de todos.

Tão acima que, apesar de onisciente, não perceberia as rachadinhas, o comportamento criminoso durante a pandemia, a devastação ambiental, a venda das joias, a incitação ao golpe e uma penca de outros pecados passíveis de penitência bem maior que dois pais-nossos e quatro ave-marias.

SEM PRECONCEITO – Como quem acende uma vela para si mesmo e outra para o diabo, Deus não tem preconceito ideológico nem desampara quem o procure. Lula garante que sua volta ao poder foi coisa d’Ele — cometendo a heresia do machismo linguístico ao chamá-lo de “o homem lá de cima” (linguagem neutra, só no discurso escrito, né?).

— Vocês votarem em mim foi ato de fé, de coragem, que um milagre estava para acontecer nesse país — declarou, com um olho na Bíblia e outro na urna. — Deus não é mentira; é a verdade, e não pode usar em vão como eles usam todo santo dia — completou, usando o nome em vão, como faz todo santo dia.

Políticos sabem que, numa democracia, só o voto salva — e o caminho mais curto para a salvação passa pela oferenda, pelo dízimo, pelo confessionário. Há mais ateus num avião em queda livre que em campanha eleitoral. Que o digam Dilma Rousseff e Fernando Henrique Cardoso.

FÉ POLÍTICA – Sarney (rico governador do estado mais pobre do país, chefe de um governo pródigo em nepotismo e corrupção) proibiu a exibição de “Je vous salue, Marie” (de Jean-Luc Godard) “para assegurar o direito de respeito à fé da maioria da população brasileira” — e mandou que Deus fosse louvado em todas as cédulas (uma excrescência que corre o risco de jamais ser revogada).

Ter cidadania brasileira não impede que Deus preste serviços fora daqui. Sua mão teria ajudado Maradona a fazer um gol decisivo nas quartas de final contra a Inglaterra, na Copa de 1986. E, segundo Donald Trump, foi Ele quem “evitou que o impensável acontecesse“ no atentado de 13/7. A mão divina não deve ser mais a mesma, porque a bala ainda pegou de raspão.

Nas hostes infernais da oposição ao Todo-Poderoso, os tinhosos, cabruncos e capirotos ganharam a companhia de duas novas entidades malignas: fascistas e comunistas.

TEMOS O CAPETA – “Temos um mal pela frente, um capeta que quer implantar o comunismo no nosso Brasil” — vociferou um. “Com Boulos eleito, poderemos dizer que nunca mais os fascistas vão governar essa cidade e esse país” — ululou o outro.

Além dos políticos, há mais uma categoria que tem certeza da inexistência de Deus. São os charlatães, que exploram a boa-fé alheia com “milagres” encenados para arrancar o dízimo — ou, como João de Deus, obter favores sexuais.

Eles não se arriscariam a arder no mármore do inferno por toda a eternidade, pagando pelos pecados da ganância, da soberba, da fraude, da luxúria se temessem a hora da verdade no Dia do Juízo.

DEUS É DELÍRIO? – Se Deus é um delírio, como foi definido por Richard Dawkins, o Brasil ainda deve demorar um pouco para sair do surto.

Quem melhor escreveu a respeito foi o compositor Chico César:

— Essa gente é o diabo e faz da vida de Deus um inferno.

Não só da vida d’Ele. Da nossa vida, também.

Eleição fraudada põe Lula na berlinda e enfraquece a liderança do Brasil

Celso Amorim evita encontro com Maria Corina Machado | CNN Brasil

Amorim tenta apoiar Maduro e está fazendo papel ridículo

Sílvio Ribas
Gazeta do Povo

O governo brasileiro evitou se posicionar sobre as eleições na Venezuela: não reconheceu a vitória do ditador Nicolás Maduro, declarada pelo órgão eleitoral ligado ao chavismo, tampouco manifestou preocupação diante dos relatos de manipulações estatais do processo eleitoral do país vizinho. As hesitações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acabaram deixando o Brasil isolado em relação às cobranças mais contundentes de outros presidentes sobre a transparência no pleito deste domingo.

A oposição venezuelana, do candidato Edmundo González Urrutia, espera que Lula não reconheça a reeleição de Maduro, demonstrando assim que tem um real compromisso com a defesa da democracia. Porém, o histórico do petista não sugere que ele dará uma declaração nesse sentido.

REAPROXIMAÇÃO – Desde o início de seu atual mandato, Lula buscou a reaproximação com o regime chavista e vem apoiando a aceitação de Maduro em fóruns internacionais, além de negociar a retirada de sanções contra a Venezuela, sobretudo dos Estados Unidos, o que reduziu sua capacidade de exigir concessões democráticas do aliado.

De acordo com especialistas consultados pela Gazeta do Povo, a abordagem da política externa do país para a eleição venezuelana, traçada pelo assessor presidencial Celso Amorim, antes e depois da divulgação do resultado oficial no domingo (28), revela a dificuldade do Palácio do Planalto em se posicionar.

A cautela exagerada deve-se, segundo eles, ao receio do governo de agravar a sua já comprometida postura em relação à crise venezuelana, com grande repercussão internacional. A inação de Lula contrasta ainda com a reação de outros presidentes da América do Sul, como os da Argentina, Javier Milei, e do Chile, Gabriel Boric.

OPÇÃO CLARA – “Os venezuelanos optaram por acabar com a ditadura comunista de Maduro”, disse Milei em postagem no X, citando pesquisas de intenções de voto que apontavam o oposicionista González Urrutia como vencedor. “A Argentina não vai reconhecer mais uma fraude e espera que desta vez as Forças Armadas defendam a democracia e a vontade popular”, completou.

Também no X, Boric declarou que seu país não reconhecerá “nenhum resultado que não seja verificável”. E concluiu: “A comunidade internacional e especialmente o povo venezuelano, incluindo os milhões no exílio, exigem total transparência das atas e do processo, e que observadores internacionais não comprometidos com o governo prestem contas pela veracidade dos resultados”.

Uruguai, Peru, Equador e Costa Rica também evidenciaram que não reconhecem Maduro como presidente reeleito. Estados Unidos e União Europeia, por sua vez, cobraram transparência.

DITADURAS APOIAM – O posicionamento divergente e explícito vem dos ditadores da China, Xi Jinping, e da Rússia, Vladimir Putin, que prontamente felicitaram o parceiro Maduro pela suposta recondução para novo mandato de seis anos, endossa pelas urnas.

Numa direção no mínimo titubeante, o ex-chanceler Amorim procurou ainda contemporizar. “Não sou daqueles que reconhece tudo o que é dito, mas também não vou entrar numa de dizer que foi fraude. É uma situação complexa e queremos um regime democrático para a Venezuela de forma pacífica”, disse o assessor especial da Presidência em entrevista ao G1.

Oficialmente, o Ministério das Relações Exteriores disse em nota que aguarda a publicação dos dados desagregados por mesa de votação, antes de emitir um posicionamento sobre o resultado anunciado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Por outro lado, o governo brasileiro saudou “o caráter pacífico da jornada eleitoral” na Venezuela neste domingo.

DESGASTE POLÍTICO – Lula amplia desgaste político com governos da região, dizem especialistas. Para o professor Daniel Afonso Silva, pesquisador de relações internacionais da USP, “a relação entre os líderes e os governos saíram claramente arranhadas neste episódio. O mandatário venezuelano desrespeitou e desautorizou as autoridades e instituições brasileiras e, mesmo assim, Lula enviou Celso Amorim como fiador do processo”, observou.

Natalia Fingermann, professora de Relações Internacionais da ESPM, acredita que o Brasil aguarda a divulgação dos relatórios completos das autoridades eleitorais da Venezuela para fazer um pronunciamento oficial, com o objetivo de fundamentar melhor sua posição. Ela também observa que, de toda forma, a relação entre Brasil e Venezuela tende a se distanciar, contrastando com o apoio incondicional dado anteriormente.

Em relação à perda de liderança do Brasil na região, Natalia aponta que este é um processo que já vem ocorrendo há algum tempo, especialmente após a eleição de Javier Milei na Argentina.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Excelente reportagem de Silvio Ribas, enviada por Mário Assis Causanilhas. Faltou dizer que a Venezuela está sendo apoiada pelos países que compram seu petróleo e dependem desse fornecimento, o que é politicamente compreensível. (C.N.)

Kamala terá de enfrentar a insatisfação dos norte-americanos com os rumos do país

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Charge do Baggi (Jornal de Brasilia)

Bruno Boghossian
Folha

Kamala Harris abriu de maneira idêntica os três discursos que fez até agora como provável candidata à Casa Branca. A vice-presidente enalteceu o legado de Joe Biden, descreveu o governo do qual faz parte como um dos mais importantes da história e assumiu a inevitável bandeira da continuidade para disputar esta eleição.

O Partido Democrata precisava desesperadamente de um candidato que não fosse Biden para enfrentar Donald Trump. Kamala larga como uma candidata de situação que tem a vantagem de não ser um político de 81 anos cuja capacidade de liderança é alvo de questionamentos. Para vencer, ela terá que ir muito além.

OUTROS RISCOS – A idade de Biden não era o único risco dos democratas. A despeito de um cenário econômico positivo, a taxa de aprovação do presidente indica que os americanos não se mostram satisfeitos com o país.

A candidatura de Kamala depende de sua capacidade de vender algo mais do que um retrospecto dos últimos anos.

Em seus primeiros dias na arena, a vice-presidente falou em futuro e buscou uma contraposição ao que seria uma volta ao passado com Trump. Disse que sua prioridade será o fortalecimento da classe média, que vem se mostrando mais distante dos democratas, e alertou para a ameaça que os republicanos representam para os direitos reprodutivos.

TESTE DIFICIL – A credibilidade do discurso econômico de Kamala passará por um teste difícil nos meses que restam até a eleição. O que é inegável é que ela dispõe de uma energia maior do que Biden para enfrentar Trump e apresentá-lo como uma ameaça, numa estratégia capaz de ampliar a participação de mulheres e negros, além de levar às urnas eleitores independentes que rejeitam o republicano.

A investida precisa ser suficiente para cobrir flancos que tornam sua candidatura potencialmente vulnerável. Kamala é tratada pelo populismo conservador como a vilã progressista perfeita e se tornou alvo preferencial de trumpistas que apontam para a falta de um plano democrata para a imigração.                                                                                                                  

Governo Lula dedica-se ao velho delírio que pode levar a Petrobras à ruína

O presidente Lula durante solenidade na sede da Petrobras no Rio de Janeiro. Foto: Pedro Kirilos / Estadão

Lula tem obsessão e faz o que pode para explorar a Petrobras

J.R. Guzzo
Estadão

O atual vice-presidente Geraldo Alckmin, numa outra encarnação, disse que o atual presidente Lula queria “voltar à cena do crime” com o seu projeto de retorno à presidência. Hoje diz o contrário, mas o que falou continua valendo cada vez mais – pode ter sido, até, a coisa mais acertada que declarou em toda a sua carreira política.

Nenhuma confirmação dessa volta ao crime, e exatamente no lugar em que foi cometido, poderia ser mais clara do que o governo está fazendo neste preciso momento na Petrobras. Nos 14 anos das administrações Lula-Dilma, a maior empresa do Brasil foi colocada na porta da vara de falências.

REPETIR A DOSE – Corrupção provada, maciça e confessa, negócios ruinosos para a empresa e decisões suicidas do ponto de vista empresarial se juntaram para levar à Petrobras à bacia das almas – e muitos dos seus diretores à cadeia. Querem, agora, repetir o que fizeram, peça por peça, e com a tranquilidade de saber que ninguém vai ser incomodado pela justiça criminal.

Em apenas um ano e meio de governo Lula, já está tudo errado outra vez – e está errado precisamente nos mesmos lugares onde erraram de 2003 a 2016. A Petrobras, em qualquer avaliação racional, é uma empresa petroleira – e não uma árvore de Natal onde Lula vai pendurando todo tipo de atividade na tentativa, provadamente fútil, de gerar produção industrial, “criar empregos” e ter um “papel social”.

Onde a Petrobras tem competência, talento tecnológico e capacidade de competir é na produção de petróleo em alto mar. É aí que está a sua força e o seu valor para o interesse público.

OBJETIVO MAIOR – Por conta da Petrobras o Brasil deixou de ser, há anos, dependente de importações de petróleo – o País produz hoje acima dos 3 milhões de barris de óleo por dia e tornou-se um exportador mundial importante. É nisso, logicamente, que deveria se concentrar e investir.

Mas o governo Lula, assim que “o Brasil voltou”, atirou-se outra vez ao delírio que levou a companhia à ruína. Em vez de investir naquilo que a Petrobras faz de melhor, está socando bilhões em tudo o que ela faz de pior – mas onde as oportunidades de negócio para os amigos, e os amigos dos amigos, são uma maravilha.

É o caso das refinarias. Depois da Abreu e Lima, que deveria custar 2 bilhões de dólares, já custou mais de 20 bi e ainda não está pronta, e da assombrosa compra da refinaria de Pasadena, que entrou para a história universal da corrupção, querem voltar exatamente à mesma cena, “investindo” de novo no refino – sua atividade mais obsoleta e sem esperança. Querem fabricar adubo, construir navios e jogar, cada vez mais, dinheiro bom em cima de dinheiro ruim. É puro Lula.

Ex-presidente argentino cobra posição de Lula sobre as eleições na Venezuela

Justiça argentina decreta falência do carro-chefe das empresas da família  Macri | Internacional | EL PAÍS Brasil

Todos esperam um posicionamento de Lula, diz Macri

Anna Bustamante
O Globo

Após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) reconhecer, na madrugada desta segunda-feira, a reeleição de Nicolás Maduro à presidência, com 51% dos votos, líderes mundiais se posicionaram acerca da falta de transparência na contagem de votos, e da virada extraordinária do chavista em cima da oposição de Edmundo González.

No entanto, o silêncio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o assunto chamou a atenção de figuras importantes, como o ex-presidente da Argentina, Maurício Macri, que cobrou que Lula “não fique calado”:

DISSE MACRI – “Espero que o Presidente Lula, que considero um democrata, apesar das nossas diferenças ideológicas, não fique calado”, disse Macri, na rede social X.

A vitória questionável de Maduro nas eleições venezuelanas despertou uma segunda-feira de críticas e posicionamentos. Nas redes sociais, alguns internautas se incomodam com o silêncio do governo federal e cobram a fala de Lula a respeito dos resultados das urnas, fortemente rejeitados pela oposição, que denuncia uma fraude na contagem de votos, visto que pesquisas anteriores previam vitória avassaladora de González Urrutia.

No Brasil, a falta de posicionamento também é criticada. O deputado federal Mario Frias (PL-SP), ex-secretário especial da Cultura no governo de Jair Bolsonaro, disse no X, que Lula endossou a fraude eleitoral da Venezuela.

ENDOSSO DE LULA – Para muitos, o posicionamento de Lula sobre a reeleição do chavista, além de dizer muito sobre como o presidente enxerga o pleito, também colocará sua credibilidade em jogo, visto que não questionar o suposto “golpe” contra a democracia pode manchar sua imagem. E Maduro, na reta final, disse que as eleições no Brasil eram inauditáveis, aderindo à tese do ex-presidente Bolsonaro.

“Se Lula validar Maduro, irá contrariar todo o seu discurso de ‘defensor da democracia’, e será oficialmente um mentiroso antidemocrático. Se ele condenar a farsa, Maduro fala o que sabe sobre as eleições brasileiras e muito mais”, expressou a usuária @AndreiaPrate, no X.

Costa Neto alega à Justiça dos EUA que é perseguido político por Moraes

Valdemar Costa Neto deixa Superintendência da PF a... | VEJA

Costa Neto explicou que seu passaporte foi apreendido

Marcela Mattos
Veja

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, fez relatos de perseguição política e disse que o Supremo Tribunal Federal (STF), por meio de um ministro, faz oposição a seu partido. O posicionamento consta em uma ação de difamação apresentada pelo dirigente contra a sua ex-mulher, Maria Christina Mendes Caldeira.

O processo tramita na Justiça da Flórida, nos Estados Unidos. Isso porque Maria Christina se mudou após uma separação conturbada com o dirigente, em 2004. Recentemente, ela foi processada por Valdemar Costa Neto  após ter feito uma publicação em uma rede social na qual comentou o passado do ex-marido, que foi condenado e preso no esquema do mensalão. Em reação às postagens, o político cobrou uma indenização de 50.000 dólares, alegando ter uma reputação ilibada.

INQUÉRITO NO STF – A confusão familiar, no entanto, acabou se misturando ao inquérito sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que apura se houve uma tentativa de golpe no país após a derrota de Jair Bolsonaro.

Valdemar foi alvo de busca e apreensão em fevereiro deste ano e outros membros do seu partido, como o próprio Jair Bolsonaro e o ex-ministro Walter Braga Netto, foram alvos da ação. Na ocasião, Valdemar Costa Neto acabou preso em flagrante depois de os investigadores encontrarem uma arma de fogo com o registro vencido – ele foi solto dois dias depois.

A operação também culminou na apreensão do passaporte do político. Por isso, ele ficou impedido de comparecer presencialmente à audiência nos Estados Unidos. Em ofício encaminhado à Corte americana, ele relatou a operação da PF e tentou minimizar seu envolvimento no caso alegando que a Justiça brasileira é oponente ao seu partido.

DIZ COSTA NETO – “Em fevereiro de 2024, houve uma investigação iniciada por um membro do STF (que é conhecido por estar em oposição ao Partido Liberal – PL) contra aproximadamente 30 pessoas relacionadas ao partido por causa de alegações de que elas estariam envolvidas na conspiração de um suposto golpe após as últimas eleições presidenciais”, afirmou Valdemar.

Ele acrescentou que, para a sua “surpresa”, acabou preso na operação, muito embora por um motivo que nada tenha a ver com as investigações em andamento.

“Dada a natureza trivial das acusações, eu acredito, e é de conhecimento geral no Brasil, que essa prisão teve motivação política”, acrescentou.

SEM LEGITIMIDADE – As declarações de Valdemar foram anexadas ao inquérito do golpe depois que a ex-mulher do dirigente acionou o ministro com um pedido de informações sobre a situação do passaporte dele e alegando que o juizado local questionava o fato de ele não ter se apresentado presencialmente à Corte.

Moraes, depois, acabou enviando o caso para uma ação em separado por causa da ausência de legitimidade de Maria Christina em fazer pedidos junto à petição sobre a tentativa de golpe e porque o requerimento “não guarda qualquer relação com os fatos objetos desta investigação”.

Ele, porém, não fez nenhum comentário sobre as críticas diretas de Valdemar Costa Neto.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Costa Neto cometeu um erro grosseiro. Ter dito à Justiça da matriz USA que é perseguido político pode ser encarado como piada. No entanto, ao mencionar claramente o ministro Alexandre de Moraes, mesmo sem ter citado o nome dele, ultrapassou os limites e agora passará a ser tratado realmente como criminoso político, com perseguição garantida por Moraes. Por muito menos, aquela família paulista Mantovani, que não aceitou a prioridade a Moraes na Sala VIP do Aeroporto de Roma, está incriminada num processo sem qualquer prova material, inteiramente baseado em “presunção de culpa”, uma situação jurídica ridícula, que só existe no Brasil. (C.N.)

Entenda que a fraude de Maduro deve ter ocorrido na recontagem do voto impresso

O presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Elvis Amoroso, durante coletiva de imprensa em Caracas, Venezuela

Elvis Amoroso, do Conselho Eleitoral, anunciou o resultado

Deu na CNN

O problema na eleição venezuelana foi na recontagem do voto impresso. É exatamente nesta etapa que a oposição venezuelana afirma ter havido uma fraude. O grupo liderado por María Corina Machado diz que não pôde ter acesso aos votos em papel em grande parte dos colégios eleitorais, o que teria impedido a auditoria efetiva do pleito, ainda segundo a oposição.

Na madrugada desta segunda-feira (29), as autoridades eleitorais venezuelanas se apressaram em confirmar a vitória de Nicolás Maduro na disputa pelo Palácio de Miraflores, sede do governo do país. A decisão estava cercada de polêmica e não foi reconhecida por boa parte da comunidade internacional. Mas, afinal, como funciona a eleição na Venezuela?

O VOTO IMPRESSO – Assim como no Brasil, o sistema de votação do país conta com uma urna eletrônica. O mecanismo, no entanto, possui algumas diferenças do aparelho utilizado nacionalmente, assim como o processo de votação.

Na Venezuela, ao chegar no local de votação, o eleitor deve apresentar sua identidade e realizar o reconhecimento biométrico através da impressão digital. Em seguida, vai até a urna eletrônica para computar seu voto.

Efetuado o voto, a urna realiza uma impressão em papel da escolha feita pelo eleitor, que pode confirmar se as informações estão corretas. Após a checagem, ele se dirige para uma outra urna, na qual deposita o voto impresso.

TOTALIZAÇÃO – Os votos computados eletronicamente são enviados para uma central que totaliza os resultados. O sistema que faz o envio é próprio, como o brasileiro, e não possui conexão com a internet.

Em seguida, é feita uma verificação, por amostragem, para saber se os votos enviados pela urna eletrônica são os mesmos depositados, em papel, na urna que fica ao lado da máquina.

É exatamente nesta etapa que a oposição venezuelana afirma ter havido uma fraude. O grupo liderado por María Corina Machado diz que seus fiscais não puderam ter acesso aos votos em papel em grande parte dos colégios eleitorais, o que teria impedido a auditoria efetiva do pleito, ainda segundo a oposição.

O Poder Eleitoral é responsável por organizar e fiscalizar as eleições para cargos públicos no país, através do sufrágio universal, direto e secreto, segundo o seu órgão de governo, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
O sistema eleitoral da Venezuela é melhor do que o brasileiro e deveria ser adotado por nós. A fraude só pode ocorrer na recontagem do sistema do voto impresso, na urna em separado. No final da votação, quando os pontos eleitorais foram fechando, a Oposição já tinha denunciado que os fiscais não conseguiram entrar, embora o acesso tivesse de lhes ser garantido ainda durante o período da votação. Agora já era, e o mais curioso é o resultado de 51,21%, para mostrar que Maduro tem maioria absoluta. Outro detalhe: o resultado foi anunciado quando ainda faltava contar 20% dos votos, numa pressa que evidenciou o serviço sujo que manterá Maduro por mais seis anos.
(C.N.)

Transparência nos olhos dos outros é refresco e Lula exagera nos cem anos

Tribuna da Internet | Lula prometeu acabar com o sigilo de 100 anos e muita gente acreditou…

Charge do Duke (O Tempo)

Bernardo Mello Franco
O Globo

Tema de debate na última eleição presidencial, o sigilo de cem anos voltou ao noticiário. Desta vez, é o governo Lula que insiste em esconder documentos oficiais, porque transparência nos olhos dos outros é refresco.

O Executivo negou acesso à Declaração de Conflito de Interesses do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. O ofício precisa ser entregue antes da posse de cada ocupante do primeiro escalão.

NA CASA CIVIL – A decisão pelo segredo foi da Comissão Mista de Reavaliação de Informações, chefiada pela Casa Civil. No início do mês, o órgão alegou ao UOL que a declaração de Silveira conteria dados de acesso restrito, “que se referem a aspectos da vida privada e intimidade do titular e, portanto, não publicizáveis”.

A conversa repete um artifício muito usado pelo governo de Jair Bolsonaro: usar a Lei de Acesso à Informação para dificultar o acesso à informação.

De acordo com a lei, o Estado deve preservar informações pessoais que envolvam “a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem” dos cidadãos. Nesses casos, é previsto o sigilo máximo de cem anos. A regra foi estabelecida para valer em situações excepcionais. Numa interpretação distorcida, virou arma para encobrir o que deveria ser revelado.

NORMA AVILTADA – A transparência deve ser a norma no serviço público. Quem aceita virar ministro precisa estar pronto para ser submetido a escrutínio. É o que prevê a Lei de Conflitos de Interesses, sancionada em 2013 pela então presidente Dilma Rousseff. O texto afirma que os ocupantes de altos cargos na administração pública devem informar patrimônio, participações societárias, atividades econômicas e profissionais. Se Silveira preencheu o questionário para virar ministro, não há por que esconder essas informações da sociedade.

No início do governo, Lula bateu bumbo para a derrubada de sigilos impostos por Bolsonaro. É no mínimo incoerente repetir a prática que condenava na gestão passada.

OUTROS CASOS – A aversão à transparência é suprapartidária. Na última semana, o governo de São Paulo impôs cem anos de sigilo a processos disciplinares contra o coronel Mello Araújo, ex-comandante da Rota. O policial será candidato a vice-prefeito na chapa de Ricardo Nunes, que concorre à reeleição na capital paulista. A decisão de esconder os documentos beneficia o prefeito, aliado do governador Tarcísio de Freitas.

Ao tratar informações corriqueiras como segredos de Estado, governantes também se arriscam a cair no ridículo. Na quarta-feira, a Casa Rosada se negou a fornecer informações sobre os cachorros do presidente da Argentina, Javier Milei. Alegou que os dados seriam “de natureza privada e familiar”.

Desde que o dono da matilha tomou posse, a imprensa pede informações sobre os cães, que ele chama de “filhos de quatro patas”. Uma das excentricidades de Milei é que ele acredita se comunicar por telepatia com seu primeiro mastim inglês, morto anos atrás. Os repórteres tinham perguntas mais simples: quanto se gasta em ração, quem cuida dos animais, quanto custou a construção de canis na residência oficial de Olivos.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Em tradução simultânea, fica claro que, em determinados países, a transparência é do tipo vacina que não pega, muito usada em campanhas eleitorais, De resto, não serve para nada. (C.N.)