Merval Pereira
O Globo
Muitos tribunais constitucionais no mundo vêm sofrendo ataques crescentes, como o que acontece nos Estados Unidos, em Israel e no México. No caso do Brasil, a política nacional se moveu para a direita na última década, com uma guinada conservadora sobre várias questões que invariavelmente chegarão ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Mas, como analisa o livro do professor do Insper e especialista no judiciário Diego Werneck Arguelles. “O Supremo, entre o Direito e a Política”, a ser lançado pelo selo História Real de Roberto Feith na editora Intrínseca, além desse fenômeno internacional, “temos um desenho injustificável, em que se comportar politicamente ou não depende basicamente da virtude individual dos(as) ministros(as)”.
PODERES AMPLIADOS – No Supremo Tribunal Federal (STF), relata Diego Arguelles, ministros têm amplo poder para decidir se, quando e como as questões serão julgadas. Para decidir ou obstruir casos sozinhos, seguindo suas solitárias crenças, suas preferências político-partidárias e até mesmo seus interesses estritamente pessoais (que podem ser nada republicanos). E para muitas vezes decidir o destino não só de quaisquer políticas públicas, de qualquer governo, mas sobre a pessoa física dos governantes e políticos — para decidir, por exemplo, se atores que foram decisivos para sua própria chegada ao tribunal devem ser presos ou podem concorrer a eleições.
“Muito antes de o conteúdo das decisões ser um problema, muitos de nossos ministros e ministras já se comportam politicamente, em várias dimensões — como falam em público, com quem se encontram e discutem os temas que julgarão, como escolhem quando julgar os casos sob sua relatoria”, comenta Arguelles, acrescentando:
“Não há defesa razoável para esses comportamentos, nem para um sistema que os trata com naturalidade”.
PAUTA RECONFIGURADA – Não há dúvida, segundo o autor, de que o STF foi atacado nos últimos anos “também por ter sido uma fundamental força de contenção de planos iliberais ou até abertamente golpistas”.
Contudo, observa, justo pelo fato de que julgar será necessariamente grave e controverso, é preciso proteger essa tarefa.
O especialista do Insper acha que do “Mensalão” para cá, a pauta do Tribunal se ampliou e se reconfigurou. Temas de direitos fundamentais foram cedendo espaço, inclusive na atenção do público, para questões que envolviam o direito penal e a responsabilização de políticos.
FOI SE TRANSFORMANDO – “Em meio à crise política que levou ao impeachment de Dilma Rousseff, o Tribunal continuou se transformando diante da opinião pública, exercendo cada vez mais poder, de forma cada vez mais individual e conjuntural, e despertando cada vez mais suspeitas quanto à motivação de seus integrantes”.
Arguelles defende que “o poder político deve ser controlado e canalizado, para proteção a direitos fundamentais e às regras do jogo democrático, com fins positivos para o país, por meio de regras constitucionais — e acredita que, para isso, um Supremo poderoso e independente é fundamental, cumprindo um papel que chamamos de “contramajoritário”.
Resumindo seu pensamento, ele descreve o papel do Supremo: “Uma instituição que precisa proteger a Constituição que os constituintes criaram, com seus problemas e contradições, e não a Constituição que gostaria que os constituintes tivessem criado”.
DESPOLITIZAR – Enfrentar essas falhas exige, lembra Arguelles no livro, “proteger o Tribunal da política, a de fora e a de dentro”. Ele considera “inevitável que algumas tarefas do Supremo envolvam considerações políticas que moldarão os argumentos de seus ministros”.
Diego Arguelles acredita que não é problema que a atuação de juízes constitucionais tenha interseção com a dos políticos eleitos.
“O problema, sim, é que juízes ajam e sejam vistos como se fossem iguais aos políticos, com idêntica lógica de atuação, variando apenas os meios (e as indumentárias). Não devem atuar e serem percebidos como políticos de toga”.
Os 4 anos do governo anterior foram atípicos, totalmente anormal.
O STF era quase que semanalmente provocado, devido a política negacionista. irracional do governo, suas intervenções nos órgãos de estado em defesa de seus interesses, de sua família, os ataques ao STF, às eleições e as urna eletrônicas. Esses foram os motivos das várias manifestações do STF, quando provocado.
Dentro dos três poderes não há espaço vago, quando um não faz o que deve, o outro é obrigado fazer, neste caso, o STF é o ultimo a fazer.
O STF, é o único que tem o direito de ser o último a errar.
Concordo, se disser que nossas leis são elitistas e que é necessário as Reformas do Código Penal e o Código do Processo Penal.
Os países que atacam a Suprema Corte e o judiciário, são os adeptos da direita e principalmente a extrema direita, que para alcançar o poder apostam num vale tudo.
Quando um executivo governa mal e o legislativo não aprova projetos de interesse nacional, não cabe recursos, mas no judiciário cabe.
Ficar de fora, sem saber o que acontece nos bastidores dando opiniões, é fácil.
CLAP! CLAP! CLAP! Excelente Presidente! Ops… Governador.
Governo de SP rejeita livros do MEC e produz material próprio
Gestão de Tarcísio de Freitas não aderiu aos livros do Ministério da Educação, além de investir em formatohttps://pleno.news/brasil/cidades/governo-de-sp-rejeita-livros-do-mec-e-produz-material-proprio.html digital
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O Beição e o molestador de doméstica jantaram ontem com o descontentado. O vocês ajam qual foi o papo? Ah país vagabundo.
Senhor Merval Pereira (O Globo) , lembre-se que os agentes públicos ” senadores e deputados” responsáveis por fiscalizarem os demais poderes da república , se negam em faze-lo , pelo contrário , se uniram , aliaram e associaram para cometerem os mais diferentes crimes , protegendo-se mutuamente .