Governo dos EUA avisam que sanções devem aumentar na próxima semana

Secretário de Trump admite “grande possibilidade” de sanção contra Moraes | CNN Brasil

E agora, Moraes? O Central Park, a Disneylândia, o Pateta?

Deu na Folha

Membros da Secretaria de Estado dos EUA informaram a aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro que a revogação de vistos de entrada para o ministro Alexandre de Moraes (STF) e outros integrantes da corte é apenas o começo.

Segundo relato de um integrante do governo americano a bolsonaristas, “o Brasil terá uma longa semana a partir do dia 21”.

OPÇÕES NA MESA – O presidente Donald Trump teria dito que “todas as opções estão na mesa” e que a decisão de Moraes de autorizar uma ação contra Bolsonaro nesta sexta-feira (18) foi equivalente a uma declaração de guerra contra ele e os EUA.

Entre as novas sanções cogitadas estão aumentar as tarifas de 50% para 100%, adotar punições em conjunto com a Otan e até bloqueio do uso de satélites e GPS.

Moraes e outros membros da corte também estariam sujeitos à chamada Lei Magnitsky, que impede uma série de operações financeiras, entre outras punições.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG Os ministros do Supremo estão desesperados. Jamais imaginaram (?) que Trump chegaria a esse ponto. (C.N.)

EUA revogam visto de sete ministros do STF, do PGR e dos seus familiares

Bom comportamento: Fux, Mendonça, Nunes Marques mantêm seus vistos

Mendonça, Marques e Fux ainda podem ir à Disneylândia

Carolina Brígido e Zeca Ferreira
Estadão

O secretário de Estado do governo de Donald Trump, Marco Rubio, anunciou nesta sexta-feira, 18, a revogação imediata do visto do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, de seus aliados na Corte e familiares diretos. Procurado, o STF não se manifestou.

O Estadão apurou que estão na lista, além de Moraes, mais sete ministros do STF: Luís Barroso, Flávio Dino, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Edson Fachin e ainda o procurador-geral da República, Paulo Gonet. Só ficaram de fora da lista de sanções impostas pelo governo americano André Mendonça, Luiz Fux e Nunes Marques.

PRIMEIRA SANÇÃO – O anúncio foi feito nas redes sociais, após a decisão de Moraes que impôs uma série de medidas restritivas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Essa é a primeira sanção adotada pelo governo dos Estados Unidos diretamente contra o ministro. O secretário Rubio, no entanto, não especificou quem seriam os aliados próximos de Moraes no Supremo.

“(O presidente Trump) deixou claro que seu governo responsabilizará cidadãos estrangeiros que forem responsáveis por censurar a liberdade de expressão protegida nos Estados Unidos”, disse, acrescentando:

“A caça às bruxas política conduzida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal do Brasil Alexandre de Moraes contra Jair Bolsonaro criou um complexo de perseguição e censura tão abrangente que não apenas viola direitos fundamentais dos brasileiros, mas também ultrapassa as fronteiras do Brasil para atingir cidadãos americanos. Por isso, ordenei a revogação imediata dos vistos de Moraes, de seus aliados na Corte e de seus familiares diretos”, escreveu Rubio no X (antigo Twitter)”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
– A grande surpresa foi o governo Trump ter poupado Luiz Fux, que publicamente já ameaçou divergir de Moraes, mas acaba sempre aprovando as barbaridades jurídicas dele. (C.N.)

Bolsonaro fora do caminho é ótimo para Tarcísio de Freitas, se for hábil

Tarcísio ultrapassa limites ao tentar negociar tarifas com EUA, dizem  especialistas - ISTOÉ Independente

Tarcisio sabe que terá de substituir Bolsonaro na eleição

Fabiano Lana
Estadão

Já pipocam nas redes de esquerda comemorações pelas medidas de restrição contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, que por determinação do ministro Alexandre de Moraes passará a usar humilhante tornozeleira eletrônica, entre outras deliberações não muito edificantes.

Mas quem ganha com essa história, se tiver habilidade para isso, é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Pela simples razão de que a família Bolsonaro, por suas atitudes erráticas, pela fome de se manter com poder, é hoje o principal obstáculo para os movimentos políticos de Tarcísio, em empate técnico com Lula nas pesquisas.

PAGAR PEDÁGIO – Mas para isso, em primeiro lugar, o governador terá de pagar um pedágio, que pode até fazer parte de suas convicções. Precisará se mostrar solidário com o drama de seu mentor político. E acertar a dose.

Se for muito tímido no desagravo, irá levar pedradas do bolsonarismo radical, hoje comandado dos Estados Unidos pelo deputado licenciado Eduardo Bolsonaro, vulgo 03. Se for muito incisivo no posicionamento, leva bala do mercado financeiro, do setor produtivo e até mesmo de gente do Centrão, essenciais aos seus supostos planos.

Os representantes do Centrão, aliás, também perceberam que Bolsonaro é hoje um problema sob a ótica da manutenção do poder. Na prática, o ex-capitão é, neste momento, o maior cabo eleitoral do presidente Lula.

INIMIGOS DA PÁTRIA – Percebam que no pronunciamento em rede na noite de ontem, na verdade, um comício consentido na TV, Lula escolheu seu adversário presidencial: o bolsonarismo. Por se aliarem a Trump e suas tarifas, foram taxados de inimigos da pátria. O presidente age respaldado por pesquisas de opinião.

Sem Bolsonaro no caminho, provavelmente na cadeia pela tentativa de golpe de Estado, restará ao lulismo tentar fundir a imagem de Tarcísio com a do radicalismo arrivista representado pelo padrinho.

O governador tem cartas na manga para se livrar disso. Foi, por exemplo, chefe do poderoso Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) no governo Dilma Rousseff. Consta que se dava bem com a chefe. Tem também a saída discursiva de ser essencialmente um “gestor”.

TERCEIRA VIA – Mais difícil será convencer ao bolsonarismo raiz de que Tarcísio de Freiras, por variados motivo, é a melhor opção ao movimento da direita e do centro.

Que, se o objetivo for tirar Bolsonaro da cadeia, por meio de algum acordo (sim, o STF é hoje uma casa política), é melhor deixar de lado a intransigência e aceitar um candidato mais alinhado ao famigerado sistema. Um postulante que ainda possa trazer os votos de centro, decisivos para a vitória.

A outra opção é ver Lula se reeleger e o sinal se fechar de vez. Mas, lembremos, racionalidade e sangue-frio não são o forte dessa turma.

Com Bolsonaro em prisão domiciliar, Brasil e EUA praticamente em guerra 

Trump acusa Moraes de descumprir leis americanas e promover censura |  Metrópoles

Ninguém até onde vai a briga de Moraes com Trump

Mario Sabino
Metrópoles

Uso de tornozeleira eletrônica, proibição de usar redes sociais, recolhimento domiciliar noturno, proibição de sair de casa nos finais de semana, proibição de se ausentar de Brasília, proibição de comunicação com embaixadas, proibição de contato com o filho Eduardo e demais investigados: Jair Bolsonaro foi praticamente preso nesta manhã.

As justificativas policiais para a decisão devem ser deixadas em segundo plano, inclusive as eventuais provas contra o ex-presidente que forem obtidas na busca e apreensão realizada pela PF na casa dele.

REAÇÃO À CHANTAGEM – Está claro que o objetivo principal de Alexandre de Moraes foi responder à chantagem tarifária de Donald Trump, antecipando-se também a retaliações que o presidente americano poderá vir a tomar contra o próprio ministro e outros colegas seus.

Em decisão, Moraes cita possibilidade de Bolsonaro fugir do país

Integrantes ou não das torcidas organizadas da política nacional internacionalizada, os brasileiros estão todos na mesma nau dos insensatos.

Já começa a deixar o terreno do improvável para adentrar o campo do impossível que, com Jair Bolsonaro submetido a medidas restritivas de liberdade e Lula apostando em patriotadas para ganhar a simpatia da patuleia, Donald Trump aceite negociar um acordo para baixar a tarifa de 50% sobre produtos importados do Brasil. Talvez até aumente a taxa ignominiosa.

DIZ O ZERO UM – O risco é tamanho que mesmo Flávio Bolsonaro já tenta frear os ímpetos do presidente americano. Depois da operação da PF contra o seu pai, ele escreveu nas redes sociais:

“O justo seria Donald Trump suspender a taxa de 50% sobre importações brasileiras e meter sanção individual em quem persegue cidadãos e empresas americanas, viola liberdades, usa o cargo público para violar direitos humanos e implodir a democracia de um país para satisfazer seu próprio ego.”

Flávio Bolsonaro apagou o post, mas é rezar para que o presidente americano se segure, porque, caso contrário, no plano econômico, sangraremos na forma de crescimento menor e mais inflação, para não falar da danação das empresas que negociam com os americanos.

NADA A FAZER  – Já no plano institucional, não há o que fazer, ainda que haja sanções individuais da parte de Washington.

Podemos esquecer de vez qualquer autocontenção da parte do STF, em especial do ministro cheio de testosterona que se tornou o Grande Inquisidor nacional, com todas as implicações deletérias disso para o Estado de Direito.

Neste momento, estamos em guerra com os Estados Unidos da América, senhores, e não temos nada a ver com isso.

A esperança do homem está sempre no dia seguinte, lamenta Raul de Leôni

Raul de Leoni, um poeta que morreu jovem, mas deixou uma obra marcante - Flávio ChavesPaulo Peres
P0emas & Canções

O advogado e poeta Raul de Leôni (1895-1926), nascido em Petrópolis (RJ), expressa no soneto “Legenda dos Dias” o cotidiano do homem atrás do ideal da vida, uma trajetória na qual a eterna esperança possa estar no dia seguinte.

LEGENDA DOS DIAS
Raul de Leôni

O Homem desperta e sai cada alvorada
Para o acaso das cousas… e, à saída,
Leva uma crença vaga, indefinida,
De achar o Ideal nalguma encruzilhada…

As horas morrem sobre as horas… Nada!
E ao poente, o Homem, com a sombra recolhida,
Volta, pensando: “Se o Ideal da Vida
Não veio hoje, virá na outra jornada…

Ontem, hoje, amanhã, depois, e, assim,
Mais ele avança, mais distante é o fim,
Mais se afasta o horizonte pela esfera;

E a Vida passa… efêmera e vazia:
Um adiamento eterno que se espera,
Numa eterna esperança que se adia…

Será que a UNE vai atender Lula e colocar os estudantes em protestos nas ruas?

O presidente Lula discursa no Congresso da União Nacional dos Estudantes, em Goiânia (GO)

Lula foi à UNE para convocar manifestações nas cidades

Gabriel Hirabahasi
(Broadcast)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que “não é um gringo que vai dar ordem para este presidente da República”. A declaração foi dada durante o 60º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE). Lula foi ovacionado no evento em diversos momentos, principalmente quando se referia ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

O presidente fez uma metáfora usando o jogo truco. Disse que “quando o cara truca, a gente tem que escolher: eu corro ou grito ‘seis’ na orelha dele. Eu estou jogando. O Brasil gosta de negociação”.

RETALIAÇÃO – No discurso, Lula afirmou também que o Brasil não cederá à pressão da Casa Branca para aliviar a regulação e a tributação das plataformas de redes sociais no País. “Vamos cobrar imposto das empresas americanas digitais”, afirmou.

A declaração ocorreu diante das críticas do petista ao ambiente digital e à tarifa de 50% anunciada pelo presidente por Trump sobre produtos brasileiros.

O presidente também voltou a culpar o ex-presidente e seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), pela taxação. “Eles não tiveram preocupação com os prejuízos que essa taxação vai trazer ao Brasil, à indústria, ao agronegócio”, declarou.

IR PARA A RUA – Ainda no discurso, Lula cobrou os estudantes uma mudança de atitude, transpondo o debate da universidade para a rua.

“É importante que vocês, ao saírem daqui, comecem a pensar que Brasil querem a partir de 2026. Temos que conversar muito com juventude, porque ela é muito vulnerável às redes digitais. Precisa distinguir a mentira da verdade. Chamar a atenção da forma mais carinhosa possível: se quisermos mudar o Brasil, vamos ter que mudar de atitude. É preciso trabalhar um pouco mais, se dedicar e saber o que vamos querer. O debate não pode ser só dentro da universidade. Tem que sair e ir para a rua”, afirmou.

Lula diz que não cederá à pressão dos EUA e que vai cobrar imposto das empresas americanas digitais.

AUTO-ELOGIOS – Apesar do puxão de orelha, feito em tom amistoso, Lula fez elogios à UNE e aos estudantes presentes na Universidade Federal de Goiás (UFG), onde o evento foi realizado. Disse que a organização “é responsável por termos conquistado tantas coisas no ensino neste País”.

“Muitas vezes não foi fácil a UNE estar do nosso lado. Tinha oposição no movimento estudantil e muita gente achava que as coisas que a gente queria fazer, que aumentar de 12 para 18 alunos na classe ia piorar a qualidade de ensino. Quando criamos o Prouni, diziam que a gente ia ajudar as faculdades particulares, a burguesia da educação. A UNE enfrentou esse debate e fez com que as pessoas entendessem que estávamos dando, enquanto não podíamos fazer as universidades, garantindo as bolsas de estudo. Tenho muito orgulho de que cada lugar que eu vou, as coisas que as pessoas mais me agradecem é pai e mãe agradecendo pelo filho ter feito faculdade”, disse o presidente, citando também o Fies.

Lula x Trump: a crise das tarifas e o duelo por soberania no cenário global

Eduardo festeja punição a Moraes nos EUA e diz que há “mais por vir”

Eduardo Bolsonaro mostra que está conseguindo influir

Deu no Jornal de Brasília

O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL) publicou um agradecimento a Donald Trump após o secretário de Estado americano, Marco Rubio, anunciar proibição da entrada nos Estados Unidos do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), e de “seus aliados” na corte.

“Eu não posso ver meu pai e agora tem autoridade brasileira que não poderá ver seus familiares nos EUA também – ou quem sabe até perderão seus vistos. Eis o CUSTO MORAES para quem sustenta o regime. De garantido só posso falar uma coisa: tem muito mais por vir!”, escreveu na rede social X.

CAÇA ÀS BRUXAS – Rubio, na postagem, disse que o Supremo faz uma “caça às bruxas política” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e viola direitos fundamentais não só dos brasileiros, mas também de americanos.

Também afirmou que o presidente Trump já tinha deixado claro que iria agir contra estrangeiros responsáveis por “censura”. O secretário não cita os demais ministros do tribunal na postagem nem dá detalhes de como será oficializada a medida.

A punição ocorre após Eduardo ter feito um périplo por Washington nos últimos meses, em busca de punições ao ministro do STF.

Os 100 anos do Globo e a usurpação da TV Paulista por Roberto Marinho

Globo lucra mais e amplia domínio na TV paga - CTBCarlos Newton

Ao comentar a série produzida pela TV sobre o centenário do jornal O Globo, critiquei algumas impropriedades veiculadas, vez que conflitaram com os fatos de que fui testemunha. Na verdade, o roteiro da série foi um samba-exaltação, que só faltou colocar Marinho como opositor do regime militar, quando na verdade foi o grande beneficiário.

Nenhum general, político ou empresário soube faturar os 21 anos da ditadura como Marinho, que vendeu caro seu apoio aos militares, e as verbas governamentais o transformaram num dos maiores empresários do mundo.

ASSUNTOS-TABU – Muitos leitores da Tribuna de Internet têm me pedido para retomar aos 100 anos, e pretendo fazê-lo, tal a desfaçatez dos responsáveis pela suposta série de documentários. Afinal, há temas importantes que são vetados na Organização, mas precisam ser lembrados pela opinião pública.

O principal, a meu ver, é a usurpação do controle da TV Paulista, para que Marinho conseguisse fazer uma rede que enfrentasse os Diários Associados de Assis Chateaubriand.

Entrei no Google e fiz a seguinte indagação: “Roberto Marinho comprou a TV Paulista, hoje, TV Globo de São Paulo, da família do então deputado federal Oswaldo Junqueira Ortiz Monteiro?”.

SEM A MENOR DÚVIDA – A resposta do Google foi peremptória e aparentemente sem contestação: “Sim, Roberto Marinho adquiriu a TV Paulista, que posteriormente se tornou a TV Globo de São Paulo, da família do então deputado federal Oswaldo Junqueira Ortiz Monteiro. Essa aquisição ocorreu no contexto da expansão dos negócios do Grupo Globo, e a TV Paulista, na época, era a concessão do canal 5 em São Paulo. A compra foi um marco importante na história da emissora e no desenvolvimento da televisão brasileira.

Mas há controvérsias, diria o genial ator Francisco Milani. Os filhos de Roberto Marinho, no portal “Memória Globo”, como em diversos processos judiciais e administrativos, continuam afirmando que as ações do canal 5 de São Paulo foram adquiridas do jovem empresário Victor Costa Júnior, de apenas 24 anos, em 9 de novembro de 1964, mas ele não tinha nenhuma ação da emissora, segundo o Ministério das Comunicações.

OUTRA VERSÃO – Porém, para o Poder Judiciário, existe outra versão. A compra foi concretizada, em 5 de dezembro de 1964, entre Roberto Marinho e os Ortiz Monteiro, por Cr$ 60.396,00, sessenta mil, trezentos e noventa e seis cruzeiros (equivalente a trinta e cinco dólares, à época), o valor de uma bicicleta usada e mal conservada, como registrado em recibo que o próprio Roberto Marinho anexou a um processo movido pelos verdadeiros da TV Paulista.

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P.S. 1  – Fato ou Fake é um serviço de verificação de fatos do Grupo Globo, lançado em 30 de julho de 2018. Tem como objetivo esclarecer conteúdos duvidosos disseminados em redes sociais e aplicativos de mensagens instantâneas. Por favor, liguem para a equipe de Fato ou Fake do Grupo Globo. Basta adicionar o número de celular +55(21)97305-9827 e enviar a sua indagação: “É fato ou fake que o sr. Roberto Marinho comprou a TV Paulista (52% do seu capital) pertencente à família Ortiz Monteiro e outros 48% de 600 outros acionistas por Cr$60.396,00, equivalentes a meros 35 dólares?.

P.S. 2Esses 100 anos de O Globo são uma tremenda “Piada do Século”. Se amanhã eu estiver de bom humor, contarei a Piada da Censura que O Globo diz ter sofrido no AI-5. (C.N.) 

Trump reage e manda revogar os vistos de Moraes, parentes e aliados

Secretário de Estado da Casa Branca, Marco Rubio, durante evento na Casa Branca

Marco Rubio afirma que a revogação tem efeito imediato

Paulo Assad
O Globo

O secretário de Estado dos EUA, o republicano Marco Rubio, anunciou nas redes sociais ter determinado a revogação dos vistos americanos do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, familiares e “aliados no tribunal”, sem especificar quais. A medida, segundo Rubio, tem “efeito imediato”.

Segundo disse Rubio na publicação, o presidente Donald Trump “deixou claro que seu governo responsabilizará estrangeiros responsáveis pela censura de expressão protegida nos Estados Unidos”.

DIREITOS BÁSICOS – “A caça às bruxas política do Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, contra Jair Bolsonaro criou um complexo de perseguição e censura tão abrangente que não apenas viola direitos básicos dos brasileiros, mas também se estende além das fronteiras do Brasil, atingindo os americanos”, acrescenta o secretário de Estado na publicação.

A medida foi anunciada após Moraes impor medidas cautelares contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, que passou a usar tornozeleira eletrônica. A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão na residência de Bolsonaro e na sede do PL em Brasília.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Uma lágrima furtiva escorreu na face do ministro Moraes, quando lembrou que esquecera de fazer uma foto com o Pateta quando esteve na Disneylândia. Mas logo se recompôs, porque precisa manter sua fama de mau. (C.N.)

Com a tornozeleira, país fica preso na polarização e decepciona moderados

Regis Soares – A tornozeleira do mito – BigPB

Charge do Régis Soares (Arquivo Google)

Sergio Denicoli
Estadão

A decisão do ministro Alexandre de Moraes de impor tornozeleira eletrônica a Jair Bolsonaro reativou instantaneamente o modo turbo da polarização política. O assunto foi o suficiente para que os dois grandes blocos voltassem a se enfrentar com a mesma fúria das últimas eleições.

Um levantamento da AP Exata, com 62 mil publicações sobre o tema, feitas no X e Instagram, mostra as militâncias divididas de forma quase milimétrica. Excluindo as menções neutras, 50,3% das manifestações nas redes são contra o ex-presidente, enquanto 49,7% são a favor.

A direita organizou sua reação com um repertório bem conhecido. A hashtag #SomosTodosBolsonaro liderou as menções, seguida de #Trump e #STFvergonhaMundial. As palavras de ordem mais utilizadas foram “perseguição política”, “ditadura de toga” e “Brasil virou Venezuela”.

FORTE MOVIMENTAÇÃO – Vídeos, cards e posts pedindo mobilização voltaram a circular como em tempos de campanha. Também foram muitos os apelos ao presidente dos Estados Unidos, para que tomasse alguma providência. A narrativa foi de que o ex-presidente estaria sendo humilhado por motivações políticas e o Brasil teria se transformado num regime de exceção.

A esquerda respondeu com comemoração e provocação. #BolsonaroNaCadeia e #GrandeDia ocuparam os primeiros lugares entre as hashtags usadas por perfis desse espectro ideológico.

A linguagem foi marcada por ironia, escárnio e memes. Frases de efeito e montagens circularam com velocidade. A resposta não teve compromisso com o debate jurídico ou político. Teve o objetivo de devolver na mesma moeda dos que se regozijaram quando Lula foi preso.

TERCEIRO SETOR – No campo dos que não tomaram partido, o comportamento também chama atenção. Não se trata de silêncio total. Muitos falaram da repercussão, da cobertura da imprensa, da reação das bases bolsonaristas e governistas, sem manifestar apoio nem reprovação direta a qualquer um dos lados.

O tom predominante foi de cansaço. Frases como “mais um capítulo da novela”, “nada muda”, “estamos presos nesse ciclo” apareceram com frequência.

Esses perfis não são apáticos. São atentos, informados e cada vez mais distantes do debate polarizado. Observam com descrença tanto os que comemoram quanto os que denunciam. E deixam claro que o episódio da tornozeleira, para além da disputa entre extremos, reforça a sensação de paralisia de um País que não consegue se libertar das mesmas narrativas.

PAÍS CONGELADO – Para esse grupo, o Brasil parece congelado em um roteiro repetido, onde os personagens são sempre os mesmos e o final nunca chega.

As reações à tornozeleira eletrônica de Jair Bolsonaro expõem uma nação que insiste em se manter aprisionada à polarização, como se não houvesse outro caminho. Mas há. E talvez esteja justamente na parte da sociedade que hoje prefere observar em silêncio. Os que não berram, mas pensam. Os que não compartilham, mas enxergam.

Essa maioria, exausta, que rejeita os extremos e torce para que o País finalmente vire a página, pode ser o único antídoto possível para o ciclo que insiste em se repetir.

Importados do Brasil começam a influir na inflação americana antes do tarifaço

Chicará de café ao lado de grãos torrados

Café subiu de preço e o tarifaço trará novo aumento

Alicia Wallace
da CNN

A inflação nos Estados Unidos voltou a subir em junho, atingindo seu nível mais alto em quatro meses, à medida que o aumento de preços — incluindo aqueles provenientes de tarifas — tiveram um impacto maior.

Os preços ao consumidor subiram 0,3% no mês passado, elevando a taxa de inflação anual para 2,7%, a mais alta desde fevereiro, de acordo com os últimos dados do CPI (Índice de Preços ao Consumidor) divulgados na terça-feira (15) pelo BLS (Departamento de Estatísticas do Trabalho dos EUA).

QUESTÃO EM ABERTO – Esperava-se que o dado de junho fosse um “ponto de virada” em que tarifas elevadas deixariam uma marca ainda maior nos dados de inflação. No entanto, até que ponto as tarifas podem aumentar a inflação e por quanto tempo isso pode durar ainda é uma questão em aberto.

Economistas como Heather Long, da Navy Federal Credit Union, alertaram que os impactos relacionados às tarifas ainda são iniciais.

“As tarifas estão começando a pesar”, disse a economista-chefe da Navy Federal Credit Union, em entrevista à CNN Internacional. “Não foi tão ruim quanto o esperado, mas dá para ver nos dados. Isso parece o primeiro inning, os estágios iniciais do que provavelmente será um número cada vez maior de itens apresentando aumento de preço.”

CAFÉ E LARANJA – Ela observou como os preços do café e da laranja — categorias já duramente afetadas pelos impactos climáticos e que taLmbém devem sofrer pressão adicional com as tarifas — dispararam em junho.

Os produtos são duas das principais exportações que o Brasil faz aos EUA. Enquanto o café é 3º item mais vendido, somando US$ 1,172 bilhão entre janeiro e junho deste ano, os sucos de frutas — dentre os quais prevalece o da laranja — são o 6º, com US% 743 milhões.

O CPI apurou que o café subiu 2,2% nos EUA ao longo do último ano, enquanto as frutas cítricas 2,3%, acima da meta perseguida pelo Fed (Federal Reserve) de 2%.

MÁQUINA DE LAVAR – Na terça, Trump comemorou a queda dos preços ao consumidor e autoridades da Casa Branca minimizaram o efeito das tarifas sobre a inflação geral. Trump pediu ao Fed que cortasse as taxas de juros “agora!”.

Os dados vieram em linha com as previsões dos economistas de que o CPI geral aumentaria em relação às variações mensal de 0,1% e anual de 2,4% relatadas em maio.

Eles esperavam que preços mais altos do gás ajudassem a elevar o índice geral (o que foi o caso) e anteciparam que um conjunto mais amplo de produtos mostraria o efeito das empresas repassando custos mais altos de importação aos consumidores (o que também foi o caso).

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
A matéria mostra que os americanos confiam em Trump. Em qualquer outro país, o governante que provoca inflação perde apoio. Vamos aguardar mais um pouco. (C.N.)

Ninguém está a salvo da espada da Justiça que Trump sonha possuir

Trump faz dancinha com espada em evento; veja vídeo - 21/01/2025 - Mundo -  Folha

Trump sonha em fazer retroceder o relógio da História

Demétrio Magnoli

Trump declarou, vezes sem conta, sua tórrida paixão por tarifas. Celebremente, selecionou “tarifas” como sua palavra predileta, para depois corrigir-se colocando-a atrás de “Deus” e “amor”. Na visão dele, tarifas desempenham três funções distintas. A Tarifa-Bolsonaro, de 50%, anunciada contra o Brasil, enquadra-se na terceira família.

Nas suas versões de esquerda e direita, o populismo econômico destina-se a impulsionar o consumo, angariar popularidade e colher triunfos eleitorais. No fim, o resultado é sempre a explosão da dívida pública. Pela esquerda, caso do Brasil, sob o dístico “gasto é vida”, os gastos públicos crescem além das possibilidades de aumento da arrecadação tributária. Pela direita, ao estilo de Trump, sob o lema de que “redução de impostos é vida”, comprime-se a receita tributária a patamares inferiores às necessidades orçamentárias.

RELÓGIO DA HISTÓRIA – A primeira função das tarifas de Trump é compensar a redução de impostos. O presidente imagina retroceder o relógio da história até o final do século 19, quando as taxas sobre importações representaram a fonte principal de arrecadação do governo dos EUA.

Não funcionará: mesmo sob políticas suicidas de cortes de despesas, o Estado contemporâneo precisa arrecadar muito mais do que proporcionariam as tarifas alfandegárias.

A Lei de Tarifas de 1890, proposta por William McKinley, um herói de Trump, aumentou para 50% as taxas alfandegárias médias dos EUA. A ideia era proteger a manufatura nacional, estimulando a expansão industrial do país. Na época, funcionou –como, mais tarde, a substituição de importações aceleraria a industrialização do Brasil.

OUTRA UTOPIA – A segunda função das tarifas de Trump é provocar um renascimento manufatureiro dos EUA. Trata-se, também, de uma utopia reacionária. Atualmente, as grandes empresas assentam seus negócios em cadeias produtivas internacionalizadas, tirando proveito das vantagens comparativas de diversas economias nacionais.

As tarifas de Trump tendem a inflacionar a economia doméstica sem restaurar os parques manufatureiros devastados pela história.

“AMERICA FIRST” —a guerra tarifária orienta-se tanto contra adversários como contra aliados geopolíticos dos EUA. Em princípio, ninguém está a salvo da espada erguida pela Casa Branca. Contudo, a terceira função das tarifas é castigar governos que tornam-se alvos da ira sagrada de Trump. A Tarifa-Bolsonaro pertence a essa família de sanções ideológicas.

Lula tagarela à vontade sobre soberania nacional, mas só a respeita quando lhe convém. Já declarou apoio a candidatos estrangeiros, fez campanha para Hugo Chávez e, há pouco, exibiu-se na mansão onde Cristina Kirchner cumpre prisão domiciliar reivindicando a libertação da ex-presidente.

Não teria o direito moral de exigir de Trump respeito à Justiça brasileira enquanto insurge-se contra sentenças judiciais argentinas.

SOBERANIA – Mas a Tarifa-Bolsonaro situa-se num pavilhão superior de interferência na soberania nacional. De fato, trata o Brasil como uma ditadura que emprega o sistema judicial para violar direitos humanos.

Diante dela, Lula tem o dever de enrolar-se na bandeira auriverde e enfrentar a ameaça.

De quebra, beneficia-se politicamente da submissão canina de Tarcísio de Freitas aos interesses de Bolsonaro que, à vista de todos, contrariam diretamente o interesse nacional.

Zanin e Dino ajudam Moraes a agravar sua briga contra Trump

Barroso pede que Zanin e Dino se manifestem sobre impedimento | Metrópoles

Zanin e Dino apoiam a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro

Carolina Brígido
Estadão

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável por julgar os processos sobre a trama golpista, confirmou nesta sexta-feira, 18, as medidas cautelares adotadas pelo ministro Alexandre de Moraes contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. A pedido de Moraes, o presidente do colegiado, Cristiano Zanin, convocou sessão extraordinária no plenário virtual.

A votação começou às 12 horas de hoje e vai até as 23h59 de segunda-feira, 21. Os ministros Flávio Dino e Cristiano Zanin já votaram, além de Moraes. Ainda faltam os votos dos ministros Luiz Fux e Carmen Lúcia. Dino afirmou que há possibilidade de que o ex-presidente Jair Bolsonaro fuja do País.

MORAES X TRUMP – Com o apoio dos colegas, Moraes sai fortalecido do embate com Donald Trump, que enviou uma carta ao Brasil pedindo que a “perseguição” contra Bolsonaro fosse interrompida imediatamente.

Apesar de o tribunal estar em recesso, os prazos processuais da ação contra Bolsonaro não foram interrompidos, porque um dos réus está preso, o general Braga Netto.

Moraes não comunicou previamente todos os colegas da Primeira Turma sobre a decisão que atinge Bolsonaro. Ao Estadão, ministros do colegiado afirmaram que isso aconteceu por que a Corte está em recesso e alguns ministros estão de folga.

SEM AVISAR – Moraes não tem a obrigação de avisar os colegas antes de tomar uma decisão, mas essa tem sido a praxe, especialmente em decisões de grande impacto. Integrantes da turma esperavam que a decisão de Moraes só seria submetida ao colegiado para confirmação ou não das medidas a partir de agosto, quando o tribunal retomará as atividades.

Ministros do Supremo avistavam motivos jurídicos justificar o decreto de prisão preventiva contra Bolsonaro há meses, conforme o Estadão informou.

A decisão de adotar medidas cautelares foi a forma encontrada por Moraes para evitar novas tentativas de obstrução do processo – ou, em uma situação mais grave, a fuga do réu antes do julgamento.

JUSTIFICATIVAS – O artigo 312 do Código de Processo Penal prevê situações para se decretar prisão preventiva, ou medidas cautelares, antes mesmo do julgamento do investigado. Isso pode acontecer “como garantia da ordem pública, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova de existência do crime e indícios suficientes da autoria”.

Um dos fatores indicativos de tentativa de evitar a aplicação da lei penal é a movimentação política de Eduardo Bolsonaro, o filho do presidente que hoje mora nos Estados Unidos. Segundo o procurador-geral da República, Paulo Gonet, ele tenta acuar o STF diante do avanço da ação penal contra o pai.

A carta de Donald Trump agravou o quatro. O presidente dos EUA exigiu que o Brasil interrompesse a “caça às bruxas” contra Bolsonaro imediatamente. No mesmo documento, Trump anunciou o tarifaço sobre o Brasil. Diante desses indícios, o mais provável é que a Primeira Turma mantenha a decisão de Moraes.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Não é necessário haver justificativa em lei ou jurisprudência. Moraes age como bem entende, é um irresponsável. A pergunta que se deve fazer a ele é a seguinte: E agora, ministro, sua decisão melhorou ou piorou a crise política nacional e os problemas internacionais? (C.N.)

83% dos brasileiros querem fim dos supersalários de juízes, diz Datafolha

Vinte e cinco mil servidores recebem supersalários e custam R$ 3,9 bi por  ano ao país

Charge do Nef (Jornal de Brasília) \

Tiago Mali
do UOL

Uma pesquisa do Instituto Datafolha divulgada terça-feira pela ONG Movimento Pessoas à Frente mostra que 83% dos brasileiros são favoráveis à revisão de benefícios e auxílios para evitar os pagamentos acima do teto constitucional, os chamados “supersalários” do setor público. O dado faz parte de um levantamento maior sobre o tema cuja íntegra será divulgada em breve pela organização.

DENTRO DA LEI – Como mostrou o UOL, 9 em cada 10 juízes e 9 em cada 10 integrantes do Ministério Público receberam em 2024 uma remuneração média líquida acima do que receberam os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).

Uma série de reportagens nos últimos meses têm revelado diversos casos de pagamentos de adicionais que elevam o salário de funcionários públicos para acima do teto remuneratório, que hoje é de R$ 46 mil.

A série Brasil dos Privilégios trouxe um panorama abrangente sobre o tema, mostrando servidores que acumularam vencimentos mensais líquidos superiores a R$ 1 milhão.

BRECHAS LEGAIS – O pagamento superior ao teto do funcionalismo é feito de forma legal, aproveitando-se de uma brecha para classificar adicionais como “verba indenizatória”, uma espécie de pagamento que é imune ao teto.

Ocorre que, em princípio, a verba indenizatória era usada apenas para despesas sem relação com uma recompensa pelo trabalho.

Nos últimos anos, porém, uma série de decisões administrativas do próprio Judiciário e do Ministério Público têm mudado esse entendimento em favor dos magistrados, promotores e procuradores. Essas mudanças causaram uma explosão de pagamentos acima do teto nos últimos anos.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Antigamente, eles chamavam esses privilégios de “direito adquirido”. Quando foi percebido que se tratava de “sem-vergonhice adquirida”, eles mudaram para “verba indenizatória”. Eles são muito criativos. (C.N.)

Veja o que o poeta Leminski achava que nunca iríamos saber

O amor, esse sufoco, agora a pouco era muito, agora, apenas um sopro. Ah, troço de louco, corações trocando rosas e socos... Frase de Paulo Leminski.Paulo Peres
Poemas & Canções

O crítico literário, tradutor, professor, escritor e poeta paranaense Paulo Leminski Filho (1944-1989) expressa no poema “Objeto Sujeito” tudo quanto nunca saberemos.

OBJETO SUJEITO
Paulo Leminski

Você nunca vai saber
quanto custa uma saudade
o peso agudo no peito
de carregar uma cidade
pelo lado dentro
como fazer de um verso
um objeto sujeito
como passar do presente
para o pretérito perfeito
nunca saber direito

você nunca vai saber
o que vem depois de sábado
quem sabe um século
muito mais lindo e mais sábio
quem sabe apenas
mais um domingo

você nunca vai saber
e isso é sabedoria
nada que valha a pena
a passagem pra Pasárgada
Xanadu ou Shangrilá
quem sabe a chave
de um poema
e olhe lá

Trump, tarifas e a surreal investigação do comércio da Rua 25 de Março

Não há razões consistentes para questionar o sistema Pix

Pedro do Coutto

A decisão do presidente Donald Trump de intensificar sua política tarifária contra o Brasil, incluindo agora menções à movimentação do Pix e até ao comércio informal da Rua 25 de Março, em São Paulo, expõe uma escalada de tensões que ultrapassa os limites da lógica comercial. Reportagem de O Globo traz à tona um cenário que, além de surreal, tangencia perigosamente a violação de soberanias e o uso do protecionismo como ferramenta de intimidação geopolítica.

De fato, a popularidade do presidente Lula da Silva experimentou uma alta expressiva desde o início da retaliação americana. A imagem de um chefe de Estado defendendo os interesses nacionais contra uma superpotência tem, historicamente, forte apelo no Brasil. Ao se posicionar contra o chamado “tarifaço” de 50% anunciado por Trump — que entra em vigor no próximo dia 1º de agosto — Lula parece ter conquistado não apenas apoio institucional, mas também adesão popular.

SISTEMA PIX – O que causa estranhamento — ou perplexidade — é a alegada investigação norte-americana sobre o sistema Pix e a Rua 25 de Março. Trata-se de uma via tradicional de comércio popular na capital paulista, conhecida por seu dinamismo, informalidade e acessibilidade a produtos de baixo custo. Qual seria o interesse de Washington em um centro comercial que sequer exporta produtos para os Estados Unidos?

Segundo apurou a reportagem, nem mesmo diplomatas ou analistas do Itamaraty conseguem compreender a lógica dessa investida. O próprio ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, reagiu duramente: “Estamos diante de uma intromissão absolutamente indevida”.

Sob o pretexto de combater práticas que, segundo o governo americano, “ameaçam a competitividade e segurança econômica” dos EUA, Trump parece usar a política tarifária como instrumento de pressão política. No entanto, o argumento desmorona diante da realidade: o comércio popular da 25 de Março não influencia as exportações brasileiras de aço, alumínio, produtos agrícolas ou qualquer outro item sob tarifação. Trata-se de uma economia essencialmente interna, de sobrevivência, longe do radar geoeconômico internacional.

NARRATIVAS – O episódio reflete uma estratégia mais ampla de Donald Trump em seu segundo mandato: construir narrativas de confronto internacional como meio de reforçar sua retórica nacionalista. Em 2018, adotou medidas semelhantes contra China, Canadá e União Europeia, todas revestidas de um discurso de “America First”, ainda que seus efeitos, por vezes, tenham ferido mais consumidores americanos do que adversários comerciais.

Nesse novo capítulo com o Brasil, as consequências são duplas. De um lado, há o impacto direto no agronegócio, no setor metalúrgico e na indústria de transformação, que dependem fortemente do mercado americano. De outro, a retórica hostil fortalece o discurso nacionalista no Brasil e amplia a coesão política em torno de Lula — um efeito colateral que talvez Trump não tenha previsto.

MODERAÇÃO – A crise, porém, está longe de ser apenas retórica. A entrada em vigor da tarifa pode gerar uma perda bilionária ao Brasil em menos de seis meses, enquanto organizações empresariais dos dois países pedem moderação e diálogo. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a US Chamber of Commerce têm feito apelos conjuntos por uma renegociação, reconhecendo que a medida é prejudicial para ambos os lados.

Em resumo, a ameaça tarifária de Trump contra o Brasil revela não apenas um embate econômico, mas um jogo político de alto risco. Ao mirar no Pix e na 25 de Março, o presidente norte-americano parece desferir mais um golpe simbólico do que efetivo. Mas, como toda política simbólica, seus efeitos não devem ser subestimados: eles moldam percepções, inflamam debates e alteram rumos eleitorais.

O Brasil, por ora, responde com diplomacia firme. E Lula, com isso, colhe dividendos de imagem — o que, convenhamos, em política, vale tanto quanto um acordo comercial bem-sucedido.

 

Moraes coloca tornozeleira eletrônica em Bolsonaro e agrava a crise política

Há censura no Brasil? Eis a pergunta que Moraes e o STF não querem responder” – Carlos Sousa

Charge do Schmock (Revista do Oeste)

Deu na Folha

A Policia Federal cumpriu nesta sexta (18) mandados na casa de Jair Bolsonaro e no escritório do PL. Foram apreendidos cerca de US$ 14 mil e R$ 8 mil na operação.

O ex-presidente terá que a partir de agora usar tornozeleira eletrônica e será monitorado 24 horas por dia por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

MAIS RESTRIÇÕES – Bolsonaro foi ainda proibido pelo magistrado de acessar redes sociais e de falar com seu filho Eduardo Bolsonaro, que se licenciou do mandato e está nos EUA atuando para que o país aplique sanções a Moraes.

Terá que cumprir recolhimento domiciliar noturno, das 19h às 7h, e também nos fins de semana; não poderá se comunicar com embaixadores e diplomatas estrangeiros nem se aproximar de embaixadas.

Bolsonaro foi levado à PF para que o aparelho fosse instalado em seu tornozelo.

INDIGNAÇÃO – O advogado Celso Vilardi, que representa o ex-presidente, afirmou à coluna que “a defesa está surpresa e vai se manifestar após ter ciência da decisão”.

Em nota, os advogados dizem: “A defesa do ex-Ppresidente Jair Bolsonaro recebeu com surpresa e indignação a imposição de medidas cautelares severas contra ele, que até o presente momento sempre cumpriu com todas as determinações do Poder Judiciário.

A defesa irá se manifestar oportunamente, após conhecer a decisão judicial”.

PARECER A FAVOR – Alexandre de Moraes determinou as medidas cautelares em atendimento a uma representação da PF com parecer favorável da Procuradoria-Geral da República.

Segundo a PF, Bolsonaro tem atuado para dificultar o julgamento do processo do golpe e tem iniciativas que caracterizam os crimes de coação no curso do processo, obstrução de Justiça e ataque à soberania nacional. O órgão divulgou nota confirmando as medidas cautelares.

O ex-presidente teria financiado inclusive atos contra a soberania nacional, ao enviar recursos para o filho atuar contra o Brasil nos EUA. Em junho, ele admitiu à coluna que tinha enviado R$ 2 milhões a Eduardo Bolsonaro, via Pix. “O dinheiro é meu e é limpo”, afirmou.

PÓS-TARIFAÇO – O procedimento sigiloso contra Bolsonaro chegou a Moraes doisdias após tarifaço de Trump. Ministros da Corte já desconfiavam e tiveram indícios de que Bolsonaro se preparava para fugir do Brasil, pedindo asilo político a Donald Trump nos EUA.

As falas do norte-americano pressionando o Brasil e o STF para que o processo fosse encerrado “imediatamente!”, e o “desespero” demonstrado por Bolsonaro teriam sido determinantes para a medida, segundo um magistrado ouvido pela coluna.

As medidas cautelares vêm na esteira da crise que o presidente norte-americano abriu contra o Brasil, impondo taxas de 50% ao país e colocando, entre as condições para que elas não sejam aplicadas, o fim da ação penal contra o ex-presidente, que Trump chama de “perseguição”.

DISSE TRUMP – Na quinta (17), Trump divulgou nova carta, desta vez endereçada diretamente a Bolsonaro, dizendo que o processo contra ele deveria terminar “imediatamente!”.

“Eu vi o terrível tratamento que você está recebendo nas mãos de um sistema injusto”, afirmou o norte-americano em carta com timbre da Casa Branca publicada em sua rede social, o Truth Social.

O governo Trump também ameaça aplicar sanções ao ministro do STF Alexandre de Moraes, relator da ação penal em que Bolsonaro é acusado de tentar dar um golpe no Brasil, e o Departamento de Estado chegou a citar o magistrado nominalmente.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Moraes é um gênio do mal. Quando uma situação está muito difícil, ele sempre arranja uma maneira de agravá-la. (C.N.)

Tarcísio enfim começa a se livrar da dominação obsessiva de Bolsonaro

Além de Neymar, tem muita coisa boa em Santos, diz Tarcísio

Tarcísio será um candidato fortíssimo na sucessão

Vicente Limongi Netto

O governador Tarcísio de Freitas desfilou com boné vermelho de Trump causando rebuliços políticos. Por isso, foi alvo da ira de setores do governo Lula e bolsonaristas. Agora, comparece à Embaixada dos Estados Unidos para tratar do tarifaço do presidente americano que atingiu na virilha os empresários brasileiros.

Por sua atuação pertinente, Tarcísio continuou levando chutes e cusparadas. De gregos e corinthianos. Todos os passos e ações do governador paulista foram acompanhados e criticados. Mesmo assim, conseguiu o que queria:  livrar-se das algemas intimidadoras do ex-presidente Jair Bolsonaro. 

Assim, Tarcísio não é mais refém de partidos nem de políticos.  Nova pesquisa do Instituto Quaest indica que o governador paulista já empata com Lula no segundo turno nas eleições de 2026.  Tarcísio segue com a lição embaixo do braço: Deus ajuda a quem cedo madruga e também se ajuda.

GRANDE NEYMAR – Notícia boa, Neymar voltando com tudo. Jogou bem. Recuperou a forma física. Em campo o jogo inteiro. Marcou belo gol, na vitória do Santos com o Flamengo. Com bonitas jogadas, excelente movimentação, engrandeceu a eterna Vila Belmiro de Pelé.

No final, carinhosamente saudado pelos jogadores do Mengão. Ancelotti certamente feliz. A bola e a torcida, mais ainda. Craque verdadeiro não desaprende.

Fato incontestável! Trump expôs um Brasil vulnerável e sem estratégia

Em entrevista à New Yorker, Lula ataca Donald Trump

Lula está fazendo um governo absolutamente medíocre

William Waack
Estadão

O sonolento Brasil foi sacudido em seu berço esplêndido mas o pesadelo mal começou. A brutal pressão desencadeada por Donald Trump tem aspectos específicos intratáveis, como a imposição de tarifas para interferir na politica doméstica. Simplesmente inaceitável.

Ainda mais preocupante, porém, é a exposição do grau de vulnerabilidade geopolítica de um país tão grande e, do ponto de vista geográfico, tão afastado do principal eixo de conflito. O fato do Brasil estar encurralado e com poucas opções vem do fato de que pensamento estratégico, planejamento e defesa nacional nunca ocuparam lugar central no debate político.

SIMBOLISMO – Sempre acaba sendo um grande problema quando em matéria de relações externas dirigentes políticos dão prioridade ao simbolismo em vez de estratégias articuladas. É o que está acontecendo agora.

“Defesa da soberania” virou um jargão de marketing de um governo apegado a frases de efeito desprovidas de ações de efeito prático (que ele nem sabe quais seriam eventualmente).

Boquirrotos irresponsáveis como Lula e Bolsonaro têm cada um a seu modo uma boa dose de “culpa” na delicada situação que o País enfrenta agora, embora a trombada fosse bastante previsível (não era isso o que se queria, especialmente nos arredores de Lula, o fim da “pax americana”?). Mas a questão principal é uma falha de elites políticas e econômicas.

BRASIL POTÊNCIA – Meio século atrás ainda se discutia a ideia (furada ou não, é outra questão) de um “Brasil potência”, e a Guerra Fria obrigava a se examinar qual lado (ou nenhum lado) se deveria escolher.

Pode ser que a globalização, o boom das commodities e o “fim da história” (o triunfo de um sistema), coincidindo com redemocratização, tenham moldado essa modorrenta mentalidade nacional de que o mundo lá fora é distante e pouco nos afeta.

O fato que a brutalidade trumpista expõe agora é a ausência de um “projeto nacional” ou sequer de impulsos para discutir esse tipo de coisa no Brasil. É agora que se conhecem os efeitos negativos de posições ideológicas afastadas do interesse nacional, como foi o caso da política externa de Lula desde seu primeiro mandato. Ou quando um mandatário como Bolsonaro resume seu pensamento na frase “eu amo Trump”.

MEDIOCRIDADE – Deixada entregue a si mesma, a notável estagnação na política brasileira e seu “consórcio” para governar parecia imutável.

A sacudida proporcionada por Trump não vai mudar o comportamento do STF, ajuda mas não salva o governo Lula de sua profunda mediocridade, não tira Bolsonaro da cadeia nem resolve nossa questão fiscal.

Mas está nos obrigando a perguntar, de verdade, que País é este?